Impacto do Retiro das Geleiras nos Ecossistemas Alpinos
Investigando como o derretimento das geleiras influencia o crescimento das plantas e as emissões de carbono.
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Índice
A Terra tá ficando mais quente por causa das ações humanas, especialmente pelas Emissões de gases de efeito estufa. Isso tá tendo um efeito sério na natureza. Em lugares como os Alpes Europeus, a temperatura do ar perto das montanhas tá subindo cerca de 0,3°C a cada década. Por exemplo, a Suíça não tá enfrentando só temperaturas mais quentes, mas também verões mais secos e tempestades mais molhadas, junto com invernos com menos neve. Essas mudanças afetam o movimento da água e a quantidade de gelo nas geleiras.
O calor tá fazendo as geleiras perderem gelo rapidinho. Os especialistas acreditam que até 2050, as geleiras alpinas podem perder um terço do volume de gelo, mesmo que a gente pare de emitir gases de efeito estufa hoje. Se a situação continuar como tá, até 2100, a gente pode perder cerca de metade das geleiras no mundo todo.
Efeitos da Perda das Geleiras na Natureza
O derretimento das geleiras impacta bastante diferentes plantas e animais. Normalmente, áreas glaciares são difíceis pra vida. Elas costumam ter pouca comida e condições severas. Mas, conforme as geleiras derretem, novas áreas de terra aparecem pra seres vivos se instalarem. Com o tempo, à medida que o gelo recua, novas oportunidades criam um ambiente rico pra várias espécies.
Quando a geleira se retrai, o Solo que antes era congelado fica disponível pra nova vida. Diferentes tipos de plantas e animais começam a aparecer numa sequência chamada Sucessão primária. Isso significa que, com o passar do tempo, várias coisas vivas começam a ocupar a área. No começo, pequenos organismos e plantas preparam o terreno, e à medida que os anos passam, comunidades maiores e mais complexas se desenvolvem.
Esse processo acontece em fases: pioneira, inicial, intermediária e tardia. No começo, só algumas plantas resistentes conseguem sobreviver, mas conforme mais espécies chegam, a área vai se transformando lentamente em um ecossistema diversificado. Cada fase vê mais plantas e animais se adaptando ao ambiente em mudança.
Nas fases iniciais, o solo e a vida vegetal dependem muito de fatores como umidade e tipo de solo. Com o tempo, as interações entre as espécies se tornam importantes. As primeiras plantas ajudam a melhorar as condições pras que vêm depois. Eventualmente, algumas plantas precisam de mais competição e se adaptam pra sobreviver num ambiente competitivo.
Conforme as plantas crescem e mudam, algumas espécies que se dão bem em condições difíceis podem desaparecer, sendo substituídas por aquelas que conseguem se adaptar ao novo ambiente. Inicialmente, enquanto as geleiras recuam, o número de espécies de plantas pode aumentar, mas ao longo do tempo, quando as geleiras desaparecem completamente, o número total de espécies pode cair.
A perda das geleiras não só altera a vida vegetal, mas também muda o solo. Quando o gelo derrete, novas erosões acontecem. A erosão quebra pedras e cria o solo que as plantas precisam pra crescer. À medida que diferentes materiais se misturam no solo, camadas começam a se formar ao longo do tempo.
O solo se desenvolve através do processo de adição e transformação de materiais dentro dele. Com o passar dos anos, vários elementos, como pequenos pedaços de rocha, minerais e nutrientes, são liberados no solo. Isso cria diferentes camadas no solo que ajudam no crescimento de comunidades vegetais diversas.
O desenvolvimento do solo tá ligado ao crescimento das plantas. À medida que o número de plantas aumenta, também aumenta a quantidade de matéria orgânica no solo, que desempenha um papel crítico no armazenamento de carbono e outros nutrientes. Com o tempo, conforme as plantas crescem, o solo se torna mais profundo e com uma estrutura mais complexa.
Quando as plantas morrem, seus restos adicionam à matéria orgânica no solo. Essa matéria orgânica é importante porque fornece nutrientes pra organismos que vivem no solo. Além disso, as raízes das plantas absorvem nutrientes do solo e os devolvem para ele, enriquecendo ainda mais.
Com mais plantas crescendo, tem também mais matéria orgânica no solo. Essa matéria orgânica ajuda o solo a reter umidade e nutrientes. Ela também ajuda a fornecer energia pra microrganismos. Conforme a quantidade de matéria orgânica aumenta, também aumenta a atividade dos organismos no solo, levando a um ciclo de nutrientes mais eficiente.
A combinação do crescimento das plantas e dos microrganismos influencia quanto carbono é liberado de volta na atmosfera. A respiração do solo é o termo usado pra esse processo, onde organismos decompõem material orgânico e liberam dióxido de carbono. Isso tudo faz parte de um ciclo maior de carbono que desempenha um papel crucial no controle do clima.
Área de Estudo
A área analisada nesse estudo fica nos Alpes Suíços, especificamente na região sul de Valais, onde dois glaciares, Mont Miné e Ferpècle, costumavam se encontrar até a década de 1960. Desde então, esses glaciares têm recuado rapidamente, com perdas significativas em seu comprimento ao longo dos anos. A área é composta por várias montanhas bonitas e rochas como xisto, quartzito e outros tipos. A posição do vale protege ele de grandes distúrbios climáticos, tornando-o relativamente seco.
A paisagem é marcada por mudanças com a altitude, entre 1883 e 2080 metros acima do nível do mar. A área de estudo foi dividida em cinco estágios, dependendo de quanto tempo se passou desde que as geleiras recuaram. Essa divisão ajuda a entender como as condições mudam do solo mais recentemente exposto pra áreas mais abaixo.
Objetivos da Pesquisa
Apesar do interesse em como a vida responde ao derretimento das geleiras, muitos processos ainda não são bem compreendidos, especialmente como plantas, solo e emissões de carbono interagem. O principal objetivo dessa pesquisa é descobrir mais sobre como o carbono circula pelo solo em relação ao crescimento da Vegetação.
Os objetivos específicos do estudo incluem:
- Observar como a vida das plantas se desenvolve ao longo do tempo, incluindo tipos de plantas e sua abundância.
- Examinar as propriedades do solo e avaliar seu desenvolvimento.
- Quantificar quanto carbono é liberado do solo em relação à mudança da paisagem.
- Avaliar a interação entre a mudança do solo e a vida das plantas e as emissões de carbono observadas.
Entender como o solo se desenvolve e influencia o crescimento das plantas em áreas recém-expostas vai proporcionar uma melhor compreensão de como os ecossistemas reagem às mudanças climáticas. Esse conhecimento também pode contribuir pra previsões futuras de como a vegetação irá se desenvolver à medida que as geleiras continuarem a recuar.
Trabalho de Campo e Coleta de Amostras
Os dados foram coletados ao longo de um mês no verão, quando as condições climáticas eram secas e quentes. Amostras de parcelas foram retiradas dos vários estágios estabelecidos anteriormente, focando na vegetação, nas propriedades do solo e nas emissões de carbono do solo.
Pra estudar as plantas, foram feitas pesquisas pra avaliar o número de espécies presentes em cada parcela. A biomassa, ou peso total do material vegetal, também foi medida pra estimar quanto carbono tá armazenado na vegetação total.
Amostras de solo foram coletadas de pontos específicos dentro de cada parcela, observando de perto fatores como conteúdo de matéria orgânica, nutrientes, nível de pH e textura do solo.
A respiração do solo foi medida usando um dispositivo que captura emissões de carbono do solo. Colocando uma câmara fechada sobre o solo, o equipamento mede quanto dióxido de carbono é liberado ao longo do tempo. Isso é importante pra entender como as mudanças na vida das plantas e no desenvolvimento do solo afetam as emissões de carbono.
Mudanças na Vegetação
Conforme o estudo progrediu, foi possível observar como o número e os tipos de plantas mudavam com o tempo e a distância das frentes das geleiras. Nas fases iniciais, apenas algumas espécies de plantas resistentes conseguiam sobreviver. Mas, com o passar dos anos, a variedade de espécies aumentou.
Nas fases iniciais, plantas que conseguiam lidar com os extremos, como ervas e gramíneas, eram comuns. Com o tempo, arbustos e árvores começaram a surgir também. Contudo, à medida que o ecossistema amadurecia, algumas espécies começaram a dominar, levando a uma diminuição na riqueza total de plantas.
No primeiro ano após as geleiras derreterem, pequenos arbustos apareceram. Na terceira fase, muitas mais tipos de plantas estavam prosperando juntas, resultando na maior diversidade vista nas fases 2 e 3. Mas, depois de cerca de 140 anos, a diversidade começou a cair à medida que algumas espécies se tornaram mais dominantes.
A presença de arbustos e árvores remodela a paisagem, afetando a saúde geral das comunidades vegetais. Essa mudança destaca a natureza competitiva das plantas conforme elas se adaptam às novas condições trazidas pelo recuo das geleiras.
Mudanças no Solo
À medida que a geleira recua, o solo passa por mudanças significativas. No início, há pouco material orgânico, levando a nutrientes mínimos disponíveis pras plantas. Contudo, conforme a vegetação se estabelece, ela contribui pro desenvolvimento da estrutura do solo e aumenta a disponibilidade de nutrientes.
Com o tempo, o solo se torna mais rico em matéria orgânica, nitrogênio e outros nutrientes essenciais. A riqueza do solo é crucial pra sustentar comunidades vegetais diversas. À medida que mais plantas crescem, não só o solo se aprofunda, mas também ganha uma textura única que varia de acordo com o tipo de vegetação.
Conforme os microrganismos no solo decompõem a matéria orgânica, eles liberam nutrientes que são vitais pro crescimento das plantas. A relação entre plantas e solo melhora ao longo do tempo, devido ao aumento da matéria orgânica e aos processos contínuos de erosão do solo.
Mudanças nas Emissões de Carbono
À medida que a geleira recua e a vida começa a prosperar, entender como isso influencia as emissões de carbono é vital. No início, a quantidade de carbono liberada do solo é bem baixa. Mas, conforme as plantas se estabelecem e crescem, as taxas de respiração aumentam, levando a um aumento nas emissões de carbono.
A respiração do solo inicialmente aumenta em áreas com alta diversidade de plantas. Isso significa que mais carbono é liberado de volta na atmosfera à medida que os organismos vivos decompõem a matéria orgânica. Curiosamente, depois de um tempo, à medida que árvores e arbustos dominam, as emissões de carbono podem cair novamente.
Os achados sugerem que, à medida que o ecossistema madura, os tipos de plantas e suas interações influenciam a dinâmica do carbono dentro do solo. Isso enfatiza a importância da vida vegetal no controle de quanto carbono é emitido na atmosfera.
Resumo dos Achados
No geral, o recuo das geleiras estimula mudanças complexas tanto na vegetação quanto no solo. A colonização inicial por espécies pioneiras resistentes leva a uma rica variedade de plantas. À medida que essas plantas crescem, elas modificam o solo e aumentam a disponibilidade de nutrientes, permitindo que comunidades vegetais mais diversas prosperem.
No entanto, com o tempo, as espécies mais dominantes podem reduzir a diversidade total de plantas. Essa mudança faz parte de uma dinâmica competitiva entre as espécies à medida que elas se adaptam à paisagem em mudança.
A relação entre o recuo das geleiras, a vida vegetal, a saúde do solo e o ciclo do carbono destaca a interconexão desses sistemas. Enquanto as emissões de carbono aumentam com o crescimento inicial da vegetação, as fases posteriores mostram uma queda devido às mudanças nos tipos de plantas e nas propriedades do solo.
Considerações Futuras
À medida que as temperaturas continuam a subir e as geleiras derretem, é essencial entender como essas mudanças impactarão os ecossistemas. Pesquisas contínuas serão necessárias pra entender as complexidades das interações dentro desses ambientes à medida que eles evoluem.
Estudar os fatores específicos que impulsionam a mudança, como o papel dos microrganismos no ciclo de carbono e os efeitos do clima nesses processos, é crucial pra prever resultados futuros. Entender essas dinâmicas será vital pra formular estratégias eficazes de conservação e gestão dos ecossistemas alpinos que enfrentam mudanças ambientais.
Título: Glacier Retreat Effects On Ecosystem Development And Carbon Dynamics
Resumo: One of the clearest indicators of global warming is the retreat of Alpine glaciers. Organisms rapidly colonize bare ground free from ice, and in less than a century complex ecosystems can develop in a process of primary succession, where community changes as terrain age increases and interactions within species change over time. When glaciers retreat the resulting ice-free soil is exposed to new forms of chemical and biological weathering, with initiating soil formation as an important driver of evolving ecosystems. Soils play an important role in the global carbon (C) cycle, serving as the largest reservoir of carbon. CO2 is removed from the atmosphere by plant photosynthesis, then stored in biomass and soils, and released again to the atmosphere via plant and soil respiration. Soil respiration includes CO2 production by heterotrophic soil organisms (e.g., bacteria, fungi, invertebrates) that metabolize plant litter and soil organic matter, and autotrophs (e.g. plant roots). However, little is known about the development of soils, their physico-chemical changes, and their influence on plant diversity and soil carbon emission (CO2) after glacier retreat. This study aims to investigate how the retreat of the Mont Mine and Ferpecle glaciers (Valais Alps, Switzerland) influences soil functioning and vegetation development. For this purpose, we carried out soil analyses and vegetation surveys on 5 ice-free stages deglaciated between 1864 and 2023. Soil physico-chemical properties (pH, soil organic matter, organic carbon and nitrogen, granulometry, available elements, total elements), soil CO2 respiration fluxes, and plant communities (composition, diversity, richness, biomass) were studied in 20 plots along the glacier forefield. Our results show that vegetation develops according to the principles of primary succession, going further from glacier front: from pioneer vegetation 7 years after glacier retreat, progressing through early vegetation at 20 years, then to intermediate vegetation, and ultimately culminating in a climax coniferous forest, 140 years after glacier retreat. Over 140 years, the increase in vegetation productivity results in a greater transfer of organic matter (SOM) to the soil, which increases organic carbon, nitrogen, and nutrient levels, and decreases pH values as it releases organic acids. Aboveground plant biomass (i.e. carbon storage) increases over the succession, however, plant diversity and richness peak at the intermediate stages and then level off due to the dominance of few species in the late stages. At the intermediate stage, there is also a peak observed in soil respiration (CO2 flux), which in turn promotes plant colonization and diversity. Thus, the soil, along with its development stages and properties, plays a critical role in carbon accumulation, leading to an increased potential for carbon release as organic matter storage increases. This project aims to contribute to the understanding of the consequences of global warming on recently deglaciated ecosystems, which remain still poorly overlooked.
Autores: Gianalberto Losapio, E. Ceresa, L. M. V. Casallas, C. Charles, S. Grand
Última atualização: 2024-10-07 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.06.616884
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.06.616884.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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