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# Biologia# Neurociência

Como Lembramos de Informações Visuais

Estudo revela a dinâmica da memória visual depois que as imagens desaparecem.

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Insights sobre MemóriaInsights sobre MemóriaVisualsobre a decadência da memória visual.Pesquisas mostram detalhes importantes
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A percepção visual permite que a gente retenha o que vê por um tempinho, mesmo depois que a imagem desaparece. Mas nossa memória tem limites. Quando as pessoas olham pra várias coisas de uma vez, conseguem se lembrar só de umas quatro a cinco delas. Isso é parecido com a quantidade de informação que conseguimos guardar na Memória de curto prazo. Curiosamente, se a gente pede pra alguém se lembrar de alguns itens logo depois que a imagem some, a pessoa consegue fazer isso com boa precisão. Isso sugere que ainda temos acesso a informações detalhadas por um tempinho, mesmo depois que o estímulo visual não tá mais presente. Esse armazenamento breve de Informação Visual é chamado de memória icônica.

Como Funciona a Memória Icônica?

Quando a gente vê algo, uma cópia daquela imagem fica na nossa mente por um tempinho curto, geralmente entre 300 a 500 milissegundos depois que a imagem some. Durante esse período, a gente pode escolher que informação quer lembrar e passar pra nossa memória de trabalho pra pensar mais ou responder. O mecanismo que nos ajuda a acessar essa memória é parecido com os processos que usamos quando vemos a imagem real. De várias formas, essa imagem fugaz na nossa mente é só uma versão em desvanecimento do estímulo original.

É comum achar que a perda dessa informação visual começa assim que a imagem desaparece da nossa vista. Mas alguns estudos mostraram que, quando as pessoas recebem dicas logo depois que a imagem se apaga, a capacidade de lembrar é menor comparado a quando as dicas são dadas antes ou enquanto a imagem ainda tá lá. Isso indica que a informação visual pode começar a desaparecer mesmo quando o estímulo ainda tá na tela. Mas tem uma explicação mais simples.

Primeiro, tem um atraso em como nosso cérebro processa a informação visual depois que ela chega aos nossos olhos. Então, rola uma lacuna entre quando a gente vê a imagem e quando o cérebro começa a reagir. O segundo ponto é que, quando mostramos uma dica logo depois que a imagem desaparece, também existe um atraso antes que a gente consiga usar aquela dica pra puxar a informação, e é por isso que uma dica mostrada imediatamente depois da imagem não funciona tão bem. Isso significa que as dicas devem ser mostradas antes da informação visual começar a sumir pra serem eficazes.

O Propósito do Estudo

O principal objetivo desse estudo foi entender melhor como e quando a gente pode acessar as informações visuais logo depois de ver. Fizemos uma série de experimentos com participantes que foram convidados a se lembrar de itens de uma exibição visual.

Nos nossos primeiros dois experimentos, confirmamos que a quantidade de informação que conseguimos lembrar é realmente menor logo depois que uma imagem desaparece comparado a quando ainda tá visível. No nosso segundo experimento, pra entender melhor esse efeito, testamos vários tempos pras dicas pra ver quão rápido conseguimos recuperar informações e quando a informação começou a sumir.

Um total de 82 participantes participou, com idades variando de 18 a 45 anos. A maioria eram estudantes universitários com visão normal ou corrigida. Eles foram compensados pelo tempo, e o estudo seguiu diretrizes éticas rigorosas.

Como os Experimentos Funcionaram

Os experimentos foram organizados pra apresentar grupos de letras rapidamente, seguidos de uma dica que ajudaria os participantes a lembrar uma das letras. A dica poderia aparecer antes, durante ou depois da exibição das letras.

Na primeira série de experimentos, os participantes viram diferentes quantidades de letras por cerca de 100 milissegundos. Então, foram solicitados a se lembrar de uma letra do grupo mostrado. Pra avaliar a memória deles, oferecemos uma seleção de letras pra escolher, misturadas com distrações.

Os participantes tinham que focar em um ponto no centro e foram instruídos a serem precisos nas respostas, não necessariamente rápidos. Cada participante passou por várias tentativas, experimentando várias condições pra testar o quão bem podiam lembrar das letras com base em quando a dica foi apresentada.

Resultados dos Experimentos

Os primeiros dois experimentos mostraram resultados claros. Quando as dicas foram mostradas logo antes ou durante a exibição das letras, a maioria dos participantes conseguiu lembrar bem das letras. No entanto, teve uma queda notável no desempenho quando as dicas apareceram logo depois que as letras desapareceram. Essa discrepância destaca que começamos a perder informação visual quase imediatamente depois que a imagem some.

Com esses achados, propomos um modelo que explica esse rápido desgaste na informação. O modelo indica que, enquanto ainda estamos olhando pro estímulo, temos uma certa quantidade de informação bloqueada na memória. Mas uma vez que o estímulo some, a informação disponível começa a cair rapidamente.

Nossos dados indicaram que esse desgaste começa cerca de 15 a 25 milissegundos depois que o estímulo visual desaparece, o que sugere que o tempo das dicas é crucial pra recuperar a informação.

Entendendo a Latência Cognitiva

Um dos pontos-chave nos nossos achados é a ideia de latência cognitiva, que é basicamente o atraso entre quando uma dica aparece e quando conseguimos começar a usá-la pra acessar a informação. Essa latência é de cerca de 10 a 30 milissegundos.

Notamos que o desempenho dos participantes variou conforme reagiram às dicas colocadas em momentos diferentes, com maior precisão para dicas dadas durante ou logo antes da exibição das letras. A latência cognitiva parece ser menor do que o que observamos quando mudamos nossa atenção pra outra tarefa, que pode demorar bem mais.

O Papel da Agregação Visual

Outro aspecto interessante da nossa pesquisa foi como a densidade de itens na exibição visual afetava a memória. A agregação visual acontece quando os itens estão muito próximos, dificultando a distinção entre eles. Queríamos descobrir se a agregação afeta como lembramos de informações não só enquanto vemos, mas também enquanto ela some da memória.

Em testes separados, modificamos a proximidade das letras mantendo o número total de itens constante. Mesmo com o mesmo número de letras, percebemos que, à medida que as letras ficavam mais próximas, os participantes se lembravam menos delas. Isso sugere que a agregação impacta a memória mesmo depois que a imagem já desapareceu.

Classificamos diferentes tipos de erros que os participantes cometeram ao lembrar das letras, notando que os erros por confusão com letras próximas eram mais comuns à medida que os itens ficavam mais juntos.

Conclusão

Resumindo, nosso estudo esclarece como a memória visual funciona e como podemos acessar informações dela depois que ela desaparece. Descobrimos que a informação visual começa a se desvazer rapidamente depois que a imagem some, e o tempo das dicas desempenha um papel vital em quão bem as pessoas conseguem lembrar do que viram. Além disso, a agregação visual traz desafios pra memória, afetando nossa capacidade de recuperar informações com precisão.

Ao entender melhor essas dinâmicas, podemos melhorar técnicas de treinamento da memória e até desenvolver estratégias pra situações onde uma rápida lembrança é necessária, como na educação ou em ambientes de alta pressão. Esse conhecimento abre portas para futuras pesquisas em memória visual e processos cognitivos, abrindo caminho pra descobertas interessantes sobre como percebemos e lembramos do mundo ao nosso redor.

Fonte original

Título: Temporal dynamics and readout latency in perception and iconic memory

Resumo: Following the offset of complex visual stimuli, rich stimulus information remains briefly available to the observer, reflecting a rapidly decaying iconic memory trace. Traditionally, iconic memory decay is assumed to begin with stimulus offset. Instead, here we found that available information begins decaying already when cues are presented in the final stage of stimulus presentation. Using closely spaced ("micro-timed") readout cues and a theoretical model of information availability, we observed that a cue has to be presented around 10-30 milliseconds before stimulus offset in order to access the full sensory information. We suggest that this does not reflect an early loss in sensory encoding, but instead it is a consequence of a latency in the processing of the cue which postpones the readout of the sensory representation by 10-30 milliseconds. Our analysis also shows that spatial proximity of items in complex arrays impacts sensory representation during both perceptual encoding and initial memory decay. Overall, these results provide a theoretical and empirical characterization of the readout from visual representations, and offer a detailed insight into the transition from perception into iconic memory.

Autores: Karla Matić, K. Matic, I. Tafech, P. König, J.-D. Haynes

Última atualização: 2024-10-10 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.07.616988

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.07.616988.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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