O Papel dos Lipídios na Regulação do cAMP
Pesquisas mostram que lipídios podem influenciar a atividade da adenilato ciclase e a produção de cAMP nas células.
Joachim E Schultz, M. Landau, S. Elsabbagh, H. Gross, A. C. D. Fuchs
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Índice
- Estrutura e Tipos de Ciclasas de Adenosina
- Como Funcionam as Ciclasas de Adenosina
- O Papel dos Lipídios
- Descobrindo os Efeitos do Ácido oleico
- Exploração Adicional dos Isoformas mAC
- Interação Entre Diferentes Isoformas de mAC
- Insights de Estudos In Vivo
- Entendendo a Regulação Através de Ligantes Lipídicos
- Implicações para a Saúde e Doença
- Conclusão e Direções Futuras
- Fonte original
O AMP cíclico (CAMP) é uma molécula importante dentro das células que ajuda elas a responderem a sinais do lado de fora. Ele atua como um mensageiro, pegando as informações desses sinais e transformando em ações dentro da célula. O cAMP é feito a partir do ATP, uma molécula de energia comum, através do trabalho de enzimas chamadas ciclasas de adenosina (ACs).
A primeira descoberta do cAMP aconteceu em 1958, quando os pesquisadores descobriram que ele podia ser produzido quando extratos de fígado encontravam hormônios como adrenalina ou glucagon. Desde então, os cientistas aprenderam que o cAMP é um mensageiro universal que traduz muitos sinais externos em mensagens químicas que podem passar informações para dentro das células.
Estrutura e Tipos de Ciclasas de Adenosina
Existem muitos tipos de ciclasas de adenosina, e em mamíferos, são nove versões diferentes. Cada versão tem uma estrutura única, mas compartilha algumas partes comuns. A parte central dessas enzimas, chamada de domínios catalíticos, é muito similar entre todos os tipos. Porém, as partes que ficam na membrana celular podem ser diferentes.
Pesquisas mostraram que essas partes da membrana foram preservadas através da evolução por muito tempo, indicando que provavelmente desempenham um papel importante. Mesmo que elas pareçam diferentes, acredita-se que tenham um propósito semelhante, sugerindo uma maneira compartilhada de criar cAMP a partir do ATP.
Como Funcionam as Ciclasas de Adenosina
As ciclasas de adenosina podem ser ativadas por uma família de proteínas chamadas proteínas G. Quando um sinal se liga a um receptor na superfície da célula, isso pode levar à ativação das proteínas G. Uma parte específica das proteínas G chamada Gsα é crucial para ativar as ACs.
Uma descoberta interessante feita no meio dos anos 90 mostrou que as ciclasas de adenosina podem funcionar sem as partes embutidas na membrana. Isso sugere que essas partes da membrana não são cruciais para a função principal delas, embora façam parte da estrutura.
Lipídios
O Papel dosNos nossos estudos sobre ACs, notamos que as partes das proteínas que ficam na membrana celular estão muito bem preservadas. Isso nos deixou curiosos sobre o que elas poderiam estar fazendo. Descobrimos que lipídios-moléculas de gordura que geralmente são encontradas nas membranas celulares-podem se ligar a essas partes da membrana.
Os lipídios não são apenas componentes passivos; eles podem influenciar ativamente como as ACs funcionam. Nossa pesquisa mostrou que certos ácidos graxos podem aumentar ou diminuir a eficácia das ciclasas de adenosina, dependendo do tipo específico de AC envolvido.
Ácido oleico
Descobrindo os Efeitos doO ácido oleico, um tipo comum de ácido graxo, foi uma das moléculas-chave que estudamos. Descobrimos que quando adicionamos ácido oleico às células com mAC3, um tipo específico de AC, isso aumentou significativamente a produção de cAMP quando estimulado por Gsα. Em contraste, não afetou o mAC5, outro tipo de AC.
Através dos nossos experimentos, conseguimos ver as moléculas de gordura se comportando como um interruptor de controle, alterando a atividade dessas proteínas. Isso nos levou a pensar que essas ACs poderiam agir como receptores, absorvendo sinais do ambiente externo e traduzindo-os em ações dentro da célula.
Exploração Adicional dos Isoformas mAC
Para explorar mais, olhamos para uma variedade de lipídios e seus efeitos em outros tipos de mACs. Descobrimos que o ácido oleico e outros lipídios similares poderiam aumentar ou inibir a atividade em várias isoformas de mAC. Por exemplo, mAC2, 7 e 9 também foram positivamente influenciados pelo ácido oleico.
Nos nossos testes, notamos que os efeitos do ácido oleico dependiam da versão específica da AC que estava sendo examinada. Essa variabilidade sugere um sistema complexo onde diferentes ACs evoluíram para responder a diferentes sinais lipídicos.
Interação Entre Diferentes Isoformas de mAC
Curiosamente, descobrimos que a capacidade de aumentar ou inibir a atividade das ACs poderia ser trocada entre diferentes isoformas. Nós criamos uma proteína híbrida (ou quimera) que combinava partes de diferentes ACs. Essa quimera demonstrou que as propriedades desses receptores poderiam ser trocadas, solidificando nossa teoria de que os domínios de membrana estão, de fato, funcionando como receptores para certos lipídios.
Insights de Estudos In Vivo
Para confirmar nossas descobertas, fizemos testes em células vivas. Usando células humanas de rim modificadas para incluir mACs específicos, testamos como essas proteínas interagiam com vários ácidos graxos e outros sinais. Os resultados refletiram nossas descobertas anteriores, mostrando que o ácido oleico poderia aumentar a produção de cAMP em mAC3, mas não em mAC5.
Isso indica um mecanismo específico onde certos lipídios podem ajustar a atividade das ciclasas de adenosina em um organismo vivo, mostrando uma conexão direta entre a presença de lipídios e a sinalização celular.
Entendendo a Regulação Através de Ligantes Lipídicos
A introdução de lipídios como reguladores ativos da atividade da AC traz um novo nível de complexidade para a nossa compreensão da sinalização celular. Antes, pensava-se que as ACs respondiam principalmente a hormônios apenas através da ativação de proteínas G. Agora, vemos que essas enzimas também são influenciadas por lipídios, que podem ter efeitos tanto estimulantes quanto inibidores.
Essa descoberta abre novas possibilidades para estudar tratamentos potenciais para doenças onde a sinalização de cAMP está desregulada. Também incentiva mais pesquisas sobre a sinalização lipídica, que não é tão bem compreendida em comparação com outras moléculas de sinalização.
Implicações para a Saúde e Doença
O papel dos lipídios na regulação da atividade da ciclasas de adenosina tem amplas implicações para entender como as células se comunicam e respondem ao seu ambiente. Como muitos medicamentos têm como alvo os receptores acoplados a proteínas G, saber que os lipídios também podem influenciar essas vias poderia levar a novas estratégias terapêuticas.
Se os lipídios desempenham um papel crucial em como essas enzimas funcionam, isso levanta questões importantes sobre dieta, doenças e tratamento. Por exemplo, como a dieta impacta a disponibilidade de lipídios poderia influenciar o comportamento celular e a saúde geral.
Conclusão e Direções Futuras
A pesquisa sobre a interação entre lipídios e ciclasas de adenosina está apenas começando, mas já sugere uma rede regulatória sofisticada em ação. Ao revelar como várias moléculas lipídicas podem se ligar e alterar a atividade das ACs, abrimos uma nova área de exploração na sinalização celular.
Os próximos passos incluirão uma investigação mais aprofundada sobre os perfis lipídicos específicos que podem afetar cada isoforma de mAC e suas implicações em vários processos fisiológicos. Isso pode levar a novas percepções sobre doenças relacionadas à desregulação da sinalização de cAMP, oferecendo novas oportunidades para intervenção e terapia.
Entender a interação entre diferentes moléculas de sinalização-sejam lipídios, proteínas ou outras substâncias-aprofundará nosso conhecimento de biologia e potencialmente abrirá caminho para desenvolvimentos médicos revolucionários.
Título: A new class of receptors: Lipids regulate mammalian Gsα-stimulated adenylyl cyclase activities via their membrane anchors
Resumo: The biosynthesis of cAMP by mammalian membrane-bound adenylyl cyclases (mACs) is predominantly regulated by G-protein-coupled-receptors (GPCRs). Up to now the two hexahelical transmembrane domains of mACs were considered to fix the enzyme to membranes. Here we show that the transmembrane domains serve in addition as signal receptors and transmitters of lipid signals that control Gs-stimulated mAC activities. We identify aliphatic fatty acids and anandamide as receptor ligands of mAC isoforms 1 to 7 and 9. The ligands enhance (mAC isoforms 2, 3, 7, and 9) or attenuate (isoforms 1, 4, 5, and 6) Gs-stimulated mAC activities in vitro and in vivo. Substitution of the stimulatory membrane receptor of mAC3 by the inhibitory receptor of mAC5 results in a ligand inhibited mAC5-mAC3 chimera. Thus, we discovered a new class of membrane receptors in which two signaling modalities are at a crossing, direct tonic lipid and indirect phasic GPCR-Gs signaling regulating the biosynthesis of cAMP.
Autores: Joachim E Schultz, M. Landau, S. Elsabbagh, H. Gross, A. C. D. Fuchs
Última atualização: 2024-10-17 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.08.06.606792
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.08.06.606792.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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