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# Biologia# Biologia vegetal

Entendendo o Estresse Térmico e Infecções Virais em Culturas de Cucurbitáceas

Um olhar sobre como a temperatura e os vírus afetam as plantas de melão e abobrinha.

Pedro Gomez, C. de Moya-Ruiz, P. Rabadan

― 8 min ler


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Índice

As plantas precisam se adaptar a vários desafios no ambiente pra sobreviver e crescer. Esses desafios podem vir de fatores externos como temperaturas extremas, falta de água, altos níveis de sal e aumento dos gases de efeito estufa. Quando enfrentam essas condições, as plantas podem ter dificuldade pra crescer porque seus processos internos são afetados, o que pode levar a mudanças no desenvolvimento delas. A mudança climática tá tornando essas condições mais severas, o que representa um sério risco pra oferta de comida no mundo todo. Isso afeta quanto alimento conseguimos produzir, a qualidade desse alimento e os preços que pagamos por ele. Além disso, com a mudança do clima, as culturas também lidam com mais pragas e doenças que podem ameaçar ainda mais a produção de alimentos e aumentar a escassez.

Estresse Térmico em Plantas

Altas temperaturas podem prejudicar diretamente as plantas, atrapalhando seus processos de crescimento e reprodução. O estresse térmico pode levar a taxas aumentadas de fotorespiração (um processo que consome energia) e perda de água através da transpiração. Também pode impactar a viabilidade do pólen e a fertilização, dificultando a reprodução das plantas. Várias culturas, como feijão, ervilhaca, trigo e tomate, mostraram ser vulneráveis ao estresse térmico. As plantas são especialmente sensíveis a altas temperaturas durante a fase de florescimento. Essa sensibilidade pode mudar a expressão de certos genes, afetando seu desenvolvimento geral.

Quando as plantas vivem estresse térmico, certas proteínas chamadas proteínas de choque térmico se tornam cruciais para administrar as respostas. Essas proteínas ajudam a regular a expressão dos genes que reagem ao calor. Se as temperaturas estiverem muito baixas, pode desacelerar a atividade de enzimas e outras reações bioquímicas importantes pro crescimento e desenvolvimento da planta. Quando as temperaturas mudam, as plantas também alteram seus mecanismos de defesa contra pragas e doenças.

Entender como as mudanças de temperatura afetam a Expressão Gênica pode ajudar os pesquisadores a encontrar características úteis pra programas de melhoramento que visam produzir plantas que aguentem estresse. No entanto, o sucesso em criar variedades de plantas tolerantes ao calor pode variar de acordo com as condições de cultivo e os tipos de doenças presentes.

Efeitos Indiretos na Produção de Culturas

Temperaturas elevadas não afetam apenas o crescimento das plantas diretamente; elas também impactam indiretamente os rendimentos das culturas, mudando como as doenças se desenvolvem e como as pragas se comportam. Pesquisas indicam que as culturas são mais suscetíveis a doenças virais quando as temperaturas estão altas. Por exemplo, altas temperaturas podem influenciar como as plantas interagem com os vírus, afetando tanto o desenvolvimento de sintomas quanto a acumulação do próprio vírus dentro da planta.

A temperatura influencia a replicação e a propagação viral. Estudos mostraram que as cargas virais podem depender significativamente da temperatura. Doenças causadas por vírus provavelmente se tornarão mais severas e abrangentes em condições mais quentes. Além disso, os insetos que transmitem esses vírus podem se tornar mais ativos em temperaturas mais altas, facilitando a propagação das doenças e complicando os esforços de manejo.

Pesquisa sobre Culturas de Cucurbitáceas

Pra entender melhor como a temperatura e infecções virais afetam as plantas, principalmente cucurbitáceas como melões e abobrinhas, os pesquisadores estão investigando como essas plantas respondem a temperaturas variadas e à presença do vírus do mosaico da melancia (WMV). As cucurbitáceas são culturas essenciais globalmente e enfrentam pressões crescentes de infecções virais à medida que as condições de cultivo mudam.

Estudos mostram que o estresse térmico, incluindo frio e calor, pode impactar seriamente o crescimento e a produtividade dos melões. No entanto, não muitos genes específicos envolvidos na resposta ao estresse foram estudados a fundo, especialmente nas cucurbitáceas. Além disso, vários vírus podem prejudicar significativamente as culturas de cucurbitáceas, especialmente em regiões como o Mediterrâneo.

O vírus do mosaico da melancia (WMV) é um desses vírus nocivos que é principalmente espalhado por pulgões. Esse vírus causa vários sintomas nas plantas de cucurbitáceas, como deformidades nas folhas e crescimento atrofiado. Em ambientes de pesquisa, os cientistas tentaram investigar como a acumulação do vírus e mudanças na expressão gênica diferiam em melões e abobrinhas sob diferentes condições de temperatura.

Design Experimental

Nos experimentos, os cientistas cultivaram melões e abobrinhas em um ambiente controlado com temperaturas variadas: baixa (20°C), média (26°C) e alta (32°C). Cada conjunto de plantas foi duplicado, com algumas plantas infectadas com WMV enquanto outras permaneceram não infectadas. Os pesquisadores coletaram amostras das plantas após um período específico pra analisar a Carga Viral e as mudanças na expressão gênica.

O vírus foi isolado de plantas de tabaco infectadas e então usado pra infectar as plantas de cucurbitácea. Os cientistas quantificaram o vírus presente nas plantas em vários momentos pra observar como a temperatura afetou a acumulação viral. Além de medir o vírus, eles também analisaram como as plantas expressaram seus genes em resposta aos estressores de temperatura e infecção viral.

Acumulação Viral nas Plantas

Após analisar as amostras, os pesquisadores descobriram que as plantas de abobrinha apresentaram níveis significativamente mais altos de WMV em comparação com as plantas de melão, principalmente sob condições de alta temperatura. Isso sugere que a abobrinha pode ser mais susceptível a esse vírus do que as plantas de melão. O estudo indicou que a capacidade das plantas de lidar com estresse térmico e infecções virais varia entre espécies e cultivares, sugerindo que pode ser possível cultivar plantas que sejam mais resistentes a esses desafios.

No caso das plantas de melão, os pesquisadores notaram uma queda considerável na carga viral quando expostas a altas temperaturas, especialmente nas variedades suscetíveis. Curiosamente, as variedades tolerantes não mostraram mudanças significativas na carga viral em diferentes temperaturas, indicando uma possível resiliência a mudanças de temperatura.

Mudanças na Expressão Gênica

Pra entender como as plantas respondem em nível genético à temperatura e à exposição a vírus, os cientistas realizaram uma análise detalhada da expressão gênica. Eles encontraram milhares de genes diferencialmente expressos (DEGs) entre as plantas, indicando que os padrões de expressão gênica mudaram significativamente com base na temperatura e na presença do WMV.

Na abobrinha, um número maior de DEGs foi observado em comparação com o melão, especialmente em altas temperaturas, implicando que a abobrinha teve uma resposta transcricional mais extensa aos desafios combinados de calor e infecção viral. Essas diferenças na expressão gênica fornecem insights sobre quais genes são ativados durante eventos de estresse e como as plantas gerenciam essas pressões.

Processos Biológicos e Funções

Os pesquisadores analisaram quais processos biológicos estavam envolvidos nas respostas observadas nos DEGs. Muitos dos genes relacionados às respostas ao estresse, especialmente aqueles conectados aos mecanismos de defesa da planta contra infecções virais e estresse térmico, foram identificados em ambos os tipos de culturas.

A análise revelou que vários processos biológicos foram significativamente impactados. Por exemplo, genes envolvidos em respostas de defesa, interações proteicas e funções metabólicas foram frequentemente upregulados ou downregulados dependendo das condições de estresse. Isso sugere que caminhos de sinalização específicos podem desempenhar papéis vitais em como as plantas respondem à combinação de estresse térmico e infecções virais.

Identificação de Genes Ortólogos

Uma análise adicional incluiu a identificação de genes ortólogos entre melões e abobrinhas, que são genes em espécies diferentes que evoluíram de um gene ancestral comum. Isso pode fornecer informações valiosas sobre como diferentes espécies lidam com pressões ambientais.

Na faixa de altas temperaturas, alguns genes ortólogos únicos foram encontrados entre as culturas, mostrando que esses genes podem ser críticos pra sobreviver ao estresse térmico. Esses genes estavam associados a processos importantes, como resposta ao estresse e fotomorfogênese, indicando que poderiam ser cruciais pra adaptação das plantas a ambientes em mudança.

Conclusão

A pesquisa destaca a interação complexa entre o estresse térmico e infecções virais nas culturas de cucurbitáceas. Compreender como esses fatores afetam as plantas em níveis fisiológicos e genéticos é essencial pra desenvolver variedades que consigam resistir aos desafios impostos pela mudança climática e novas pragas e doenças.

Ao identificar genes-chave envolvidos nessas respostas ao estresse, os cientistas podem informar melhor programas de melhoramento que visam aumentar a resiliência em culturas importantes como melões e abobrinhas. Esse conhecimento é vital pra garantir a segurança alimentar futura em um clima em mudança. Os pesquisadores têm a intenção de continuar explorando essas interações pra desenvolver estratégias eficazes que possam ajudar a proteger a produção agrícola e aumentar a disponibilidade de alimentos globalmente.

Fonte original

Título: The combined effect of viral infection and temperature on the gene response of melon and zucchini plants with different levels of temperature tolerance

Resumo: Biotic and abiotic environmental factors shape plant responses. As such the interplay between viral infection and heat-stress can trigger specific physiological and metabolic plant responses that lead to gene-specific changes in defense and development. However, although plant gene expression patterns have been thoroughly studied under a single stress, the extent to which the combination of both stressors could modulate common or exclusive signaling pathways remains unclear. In this study, we examined the effects of watermelon mosaic virus infection and diurnal temperature variations (20/14 {degrees}C, 26/20 {degrees}C, and 32/24 {degrees}C) on the gene responses of two plant species (melon and zucchini), each with high- and low-temperature tolerance, using a differential 3mRNA-seq approach. The WMV load was much greater in zucchini than in melon plants, and was also dependent on the temperature conditions and tolerance of each plant species. Our comparative RNA-seq analysis revealed that the percentage of differentially expressed genes (DEGs) was higher in the thermo-susceptible plants of both species under the combination of WMV infection and low temperatures (20 {degrees}C). Among these significantly regulated genes, between 37 % and 45 % were related to biotic and/or abiotic stress. Furthermore, we found that 30 GO terms were involved in the response to both combined stress from low temperatures and 23 GO terms for high temperatures, which were exclusive to the thermotolerant varieties. Together, these findings allowed the identification of two unique orthologous genes linked to temperature and virus infection in melon and zucchini plants. Understanding the effects of biotic and abiotic factors on plant responses is essential for unraveling the complexity of plant-pathogen-environment interactions and developing strategies to enhance plant resilience and productivity under changing climatic conditions.

Autores: Pedro Gomez, C. de Moya-Ruiz, P. Rabadan

Última atualização: 2024-10-21 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.18.619003

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.18.619003.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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