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# Biologia# Microbiologia

Fagos e Saúde das Plantas: Novas Descobertas

Estudo revela os papéis dos fagos nos microbiomas das plantas e no manejo de doenças.

Lars Hestbjerg Hansen, P. E. Dougherty, M. S. Pedersen, L. M. Forero-Junco, A. B. Carstens, J. M. Raaijmakers, L. Riber

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Fagos: Uma Nova EsperançaFagos: Uma Nova Esperançapara as Plantaspara colheitas mais saudáveis.A pesquisa sobre fagos abre caminhos
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A superfície da Terra é coberta principalmente por oceanos, mas as áreas de terra estão cheias de plantas, que representam 69% da terra. Essas plantas são lar de muitos seres vivos minúsculos, incluindo Bactérias, fungos e vírus. Juntos, eles formam o que chamamos de microbioma da filossfera. Essa comunidade pode ajudar as plantas hospedeiras a crescer melhor e lidar com estresse, mas também pode ser um espaço para germes nocivos que podem deixar as plantas doentes. Por causa disso, há um grande interesse em encontrar formas de mudar o microbioma da filossfera para melhorar a saúde das plantas.

Uma ferramenta que tem sido analisada são os bacteriófagos, ou fagos, pra resumir. Esses são vírus que infectam bactérias. Os cientistas estão animados em usar os fagos pra atacar e matar bactérias prejudiciais ou pra incentivar mudanças gerais na comunidade microbiana. Os fagos vêm em dois tipos principais: Fagos Virulentos, que logo dominam seu hospedeiro e o matam, e fagos temperados, que podem ficar no hospedeiro sem machucar ele imediatamente. Os fagos virulentos são geralmente preferidos pra esses estudos, porque os fagos temperados podem se integrar ao DNA do hospedeiro, potencialmente espalhando resistência aos fagos entre as bactérias.

As bactérias desenvolveram várias maneiras de se defender contra os fagos, e em contrapartida, os fagos criaram métodos pra escapar dessas defesas. Uma das maneiras que os fagos fazem isso é modificando seu DNA, o que dificulta que as bactérias os reconheçam e ataquem. No entanto, detectar essas modificações de DNA pode ser complicado, especialmente com métodos comuns de sequenciamento. Métodos mais novos, como os usados pela PacBio e Oxford Nanopore Technologies, podem ajudar a encontrar essas modificações.

Na filossfera, os fagos são abundantes e podem influenciar significativamente as populações bacterianas. Estudos recentes mostraram que algumas bactérias na filossfera do trigo contêm fagos que podem atacar outras bactérias, demonstrando que há uma luta constante entre os microrganismos.

Isolamento e Estudo de Fagos

Pra investigar como os fagos podem ser usados pra mudar o microbioma da filossfera, uma equipe teve como objetivo isolar e estudar fagos que visam especificamente as bactérias encontradas em plantas de trigo. Eles coletaram amostras de resíduos orgânicos, que são conhecidos por conter muitos fagos que podem atacar bactérias relacionadas a plantas. O processo da equipe envolveu centrifugar as amostras pra separar o líquido, filtrá-lo e misturá-lo com várias cepas de bactérias encontradas na filossfera do trigo. Depois de deixar essa mistura crescer durante a noite, eles identificaram áreas onde os fagos haviam matado as bactérias, criando manchas visíveis chamadas placas.

Os fagos selecionados foram então purificados e multiplicados em condições especiais de laboratório pra estudo adicional. Usando técnicas avançadas de imagem, como microscopia eletrônica de transmissão (TEM), a equipe conseguiu visualizar a estrutura desses fagos em detalhes.

Descobertas

Através do trabalho deles, isolaram oito fagos distintos que visavam diferentes cepas bacterianas. Eles realizaram sequenciamento de DNA pra analisar as informações genéticas de cada fago e descobriram que esses fagos eram muito diferentes entre si. Através da análise filogenética, a equipe identificou quatro novos gêneros, que são grupos de vírus semelhantes.

Por exemplo, dois fagos que atacam a mesma cepa de bactéria, Vettismorki e Gravdalen, estavam relacionados, mas ainda mostraram algumas diferenças genéticas. Ambos foram identificados como fagos com cauda com formas semelhantes, mas tamanhos diferentes. A equipe descobriu que esses dois fazem parte de uma família maior de fagos conhecida como Winklervirus, que compartilham certos recursos de DNA.

Além disso, dois fagos, Hallingskeid e Kaldavass, eram muito maiores que os outros e foram classificados como fagos jumbo. Eles mostraram algumas semelhanças na estrutura, mas não eram muito próximos em termos de código genético, indicando que ainda há muita diversidade entre os fagos que parecem semelhantes à primeira vista.

Outro fago, Rembedalsseter, mostrou características distintas e foi colocado em um grupo diferente com base no seu DNA único. Esse fago era menor e tinha uma estrutura mais simples em comparação com os fagos jumbo.

Importância Ambiental

Os fagos isolados neste estudo foram todos obtidos de resíduos orgânicos, mas tinham várias implicações ambientais. A equipe explorou onde fagos semelhantes podem ser encontrados, já que estavam curiosos sobre quão interconectados esses microrganismos são na natureza. Eles realizaram buscas extensivas em bancos de dados pra encontrar casos de fagos semelhantes em diferentes ambientes e descobriram que cinco dos seus isolados de fago tinham correspondências em amostras de águas residuais.

Notavelmente, um fago, Kaldavass, teve muitas correspondências com fagos encontrados em alimentos de origem vegetal, como espinafre, demonstrando que pode haver uma sobreposição significativa entre os microbiomas encontrados em diferentes ambientes de plantas. Isso sugere que os fagos podem ter um papel ecológico mais amplo e potencialmente serem úteis na gestão de doenças das plantas em diferentes contextos agrícolas.

Entendendo a Interação entre Fagos e Bactérias

A interação entre fagos e bactérias é complexa, e este estudo lança luz sobre como os fagos evoluíram pra escapar das defesas bacterianas. A pesquisa indicou que alguns fagos carregam modificações de DNA que os ajudam a evitar reconhecimento e destruição pelos sistemas de defesa bacterianos. Isso pode lhes dar uma vantagem, permitindo que sobrevivam e se proliferem apesar da presença de defesas nas bactérias que infectam.

O estudo também destaca alguns aspectos menos conhecidos da biologia dos fagos, como a presença de quebras de fita simples no DNA de um fago, Rembedalsseter. Essa descoberta mostra que essas quebras podem ter um papel no ciclo de vida do fago, embora sua função exata ainda seja incerta.

Conclusão

Esta pesquisa contribui pra nossa compreensão dos fagos na filossfera do trigo e suas potenciais aplicações na agricultura. Ao isolar novos fagos e demonstrar sua diversidade, o estudo abre portas pra mais explorações sobre como eles podem ser usados pra gerenciar a saúde das plantas. As descobertas enfatizam a interconexão das comunidades microbianas e a necessidade de mais pesquisas pra entender completamente os papéis desses fagos em vários ambientes.

Enquanto os cientistas continuam a explorar o mundo dos fagos, eles esperam descobrir mais maneiras pelas quais esses vírus minúsculos podem beneficiar as plantas e ajudar a combater doenças na agricultura. O trabalho contínuo na classificação e caracterização dos fagos fornece insights valiosos sobre as interações microbianas e sua importância ecológica.

No geral, este estudo destaca o potencial dos fagos serem usados como uma ferramenta nos cuidados com as plantas, prometendo melhorar as práticas agrícolas enquanto reduz a dependência de tratamentos químicos. As descobertas sublinham a importância de compreender o microbioma da filossfera e os vários fatores que contribuem pra um ecossistema vegetal saudável.

Fonte original

Título: Novel bacteriophages targeting wheat phyllosphere bacteria carry DNA modifications and single-strand breaks

Resumo: The phyllosphere microbiome can positively or negatively impact plant health and growth, but we currently lack the tools to control microbiome composition. Contributing to a growing collection of bacteriophages (phages) targeting bacteria living in the wheat phyllosphere, we here isolate and sequence eight novel phages targeting common phyllosphere Erwinia and Pseudomonas strains, including two jumbo phages. We characterize genomic, phylogenetic, and morphological traits from these phages and argue for establishing four novel viral genera. We also search the genomes for anti-defense systems and investigate DNA modifications using Nanopore sequencing. In Pseudomonas phage Rembedalsseter we find evidence of 13 motif-associated single-stranded DNA breaks. A bioinformatics search revealed that 60 related Pseudomonas phages are enriched in the same motif, suggesting these single-stranded nicks may be widely distributed in this family of phages. Finally, we also search the Sequence Read Archive for similar phages in public metagenomes. We find close hits to the Erwinia jumbo-phage Kaldavass in a wide variety of plant, food, and wastewater metagenomes including a near-perfect hit from a Spanish spinach sample, illustrating how interconnected geographically distant phages can be.

Autores: Lars Hestbjerg Hansen, P. E. Dougherty, M. S. Pedersen, L. M. Forero-Junco, A. B. Carstens, J. M. Raaijmakers, L. Riber

Última atualização: 2024-10-22 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.22.619576

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.22.619576.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

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