As complexidades da migração do núcleo nas células
Pesquisas revelam caminhos e funções da heterocromatina no movimento nuclear.
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Índice
As células muitas vezes precisam se mover por espaços apertados durante seu desenvolvimento ou quando estão reagindo a doenças. Esse movimento pode ser especialmente importante para as células do sistema imunológico que saem do sangue e para as células cancerígenas que se espalham para novas áreas do corpo. Um grande desafio durante essa Migração é a necessidade de o núcleo, que é o centro de controle da célula, mudar de forma. O núcleo é a parte maior e mais rígida da célula, e se ele não conseguir se espremer por áreas estreitas, todo o processo de migração pode falhar.
A maioria dos estudos sobre como o núcleo se move por espaços apertados foi feita em laboratório com condições artificiais. Porém, os pesquisadores também podem observar como as células se movimentam em organismos vivos reais. Um desses organismos, o C. elegans (um tipo de verme), é um modelo útil para estudar esse processo. Em C. elegans, certas células, conhecidas como células P, precisam migrar para uma posição específica durante o desenvolvimento do verme. Elas se movem das laterais do corpo para o centro, uma jornada que envolve passar por áreas estreitas.
Para ajudar nessa migração, os cientistas identificaram três principais Caminhos que ajudam no movimento dos Núcleos das células P através das constrições. O primeiro caminho envolve um grupo de proteínas que conecta a estrutura interna da célula à sua estrutura externa, permitindo que uma força seja aplicada para mover o núcleo. O segundo caminho usa um conjunto diferente de proteínas que ajudam a estrutura da célula a se adaptar e se mover usando uma rede de proteínas menores chamadas actina. O terceiro caminho parece ser importante para manter a forma e a estrutura do núcleo durante seu movimento.
Pesquisas mostraram que se algum desses caminhos for bloqueado por conta própria, a migração do núcleo não para completamente, mas pode ficar um pouco prejudicada. No entanto, quando todos os três caminhos são interrompidos ao mesmo tempo, os núcleos têm grandes dificuldades para se mover, sugerindo que pode haver métodos adicionais ajudando os núcleos a migrar.
Heterocromatina e Seu Papel
Nas células, existem partes do DNA que estão compactadas e são conhecidas como heterocromatina. Essa estrutura parece proteger o núcleo de danos quando ele muda de forma ou se move. Em vários estudos, foi mostrado que a heterocromatina pode ajudar as células nos tecidos a se moverem por aberturas minúsculas sem precisar mudar a forma como os genes são expressos.
Em C. elegans, os pesquisadores notaram que quando eles interromperam as proteínas que ancoram a heterocromatina dentro da membrana nuclear, isso afetou o quão bem os núcleos das células P podiam migrar por espaços apertados. Normalmente, esse ancoramento é feito por uma proteína específica que mantém a heterocromatina no lugar, ajudando a manter a forma do núcleo e garantindo que ele permaneça íntegro durante o movimento. Sem esse ancoramento, os núcleos das células P não conseguiam se mover corretamente.
Testando a Hipótese
Para ver quão importante era esse ancoramento, os pesquisadores analisaram C. elegans com uma mutação que remove a proteína que ancla a heterocromatina. Eles descobriram que esses vermes mutantes ainda tinham todos os Neurônios GABAérgicos, sugerindo que os núcleos das células P podiam migrar normalmente. No entanto, quando cruzaram esses mutantes com outras linhagens que tinham defeitos no complexo LINC (o primeiro caminho), observaram um aumento significativo no número de neurônios ausentes. Isso indica que quando o ancoramento da heterocromatina é comprometido em um contexto onde outro caminho já está disrupto, isso gera mais problemas para a migração nuclear.
Em investigações mais aprofundadas, os pesquisadores verificaram se a remoção de proteínas-chave envolvidas na metilação (um processo que ajuda a regular a expressão gênica e a estrutura do DNA) afetaria ainda mais a migração. Eles descobriram que a remoção dessas proteínas em certos contextos mutantes resultou em defeitos de migração ainda piores, enfatizando a necessidade da heterocromatina nesse processo.
Outros Fatores que Influenciam a Migração Nuclear
Os pesquisadores também analisaram proteínas que removem marcas de metilação do DNA. Ao inibir essas proteínas, esperavam ver uma melhora na migração nuclear em certos mutantes. Surpreendentemente, reduzir os níveis de uma demetilase piorou os problemas de migração nos mutantes. Essa descoberta sugere que tanto adicionar quanto remover marcas de metilação em histonas pode desempenhar papéis críticos durante o processo de migração.
Experimentos mostraram que a falta de pelo menos uma cópia do gene da demetilase levou a um aumento no número de neurônios GABAérgicos ausentes em certos contextos mutantes. Isso apoia a ideia de que modificações do DNA e estruturas associadas são vitais para a migração nuclear adequada.
Conclusão
No geral, essa pesquisa destaca a complexidade da migração nuclear durante o desenvolvimento do C. elegans. O movimento dos núcleos das células P através de espaços estreitos depende de múltiplos caminhos trabalhando juntos, incluindo aqueles que envolvem a heterocromatina. Os resultados sugerem que o ancoramento da heterocromatina desempenha um papel crítico em garantir que os núcleos possam deformar corretamente e migrar com sucesso. Entender esses processos não só ilumina o desenvolvimento normal, mas também fornece insights sobre como falhas nesses caminhos podem contribuir para doenças como o câncer.
Pesquisas futuras continuarão a investigar os papéis de várias proteínas e modificações que regulam o comportamento nuclear, especialmente como elas podem trabalhar juntas para apoiar o movimento das células através de constrições em diferentes contextos biológicos. Ao explorar esses mecanismos, os cientistas esperam descobrir melhores estratégias para promover a migração celular saudável e potencialmente desenvolver terapias para condições onde o movimento celular é interrompido.
Título: Anchorage of H3K9-methylated heterochromatin to the nuclear periphery helps mediate P-cell nuclear migration though constricted spaces in Caenorhabditis elegans
Resumo: Nuclei adjust their deformability while migrating through constrictions to enable structural changes and maintain nuclear integrity. The effect of heterochromatin anchored at the nucleoplasmic face of the inner nuclear membrane on nuclear morphology and deformability during in vivo nuclear migration through constricted spaces remains unclear. Here, we show that abolishing peripheral heterochromatin anchorage by eliminating CEC-4, a chromodomain protein that tethers H3K9-methylated chromatin to the nuclear periphery, disrupts constrained P-cell nuclear migration in Caenorhabditis elegans larvae in the absence of the established LINC complex-dependent pathway. CEC-4 acts in parallel to an actin and CDC-42-based pathway. We also demonstrate the necessity for the chromatin methyltransferases MET-2 and JMJD-1.2 during P-cell nuclear migration in the absence of functional LINC complexes. We conclude that H3K9-nethylated chromatin needs to be anchored to the nucleoplasmic face of the inner nuclear membrane to help facilitate nuclear migration through constricted spaces in vivo.
Autores: Daniel A. Starr, E. F. Gregory, G. W. G. Luxton
Última atualização: 2024-05-23 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.22.595380
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.22.595380.full.pdf
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