Novas Descobertas sobre Glicoproteínas do Herpesvírus
Pesquisas mostram os mecanismos críticos por trás da entrada e fusão do herpesvírus.
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Índice
- Entendendo a Entrada e Fusão dos Herpesvírus
- Explorando a Estrutura da Glicoproteína B do EBV
- Novas Descobertas sobre a Estabilização da Glicoproteína B
- O Papel do Domínio V na Glicoproteína B
- Projetando Novas Proteínas de Fusão para Maior Estabilidade
- Observações sobre Mudanças Conformacionais na Glicoproteína B
- Aplicação Geral das Técnicas de Estabilização em Outros Herpesvírus
- Insights Estruturais de Estudos de Cryo-EM
- Mecanismos de Anticorpos Neutralizantes Contra a Glicoproteína B
- Implicações para o Desenvolvimento Futuro de Vacinas
- Conclusão
- Fonte original
Os herpesvírus são vírus comuns que afetam muita gente ao redor do mundo. Eles podem causar sérios problemas de saúde, incluindo câncer e questões neurológicas. Entre os vários tipos de herpesvírus, o Vírus Epstein Barr (EBV) se destaca porque está ligado a cerca de 1,3% a 1,9% de todos os cânceres humanos e tem uma forte conexão com a esclerose múltipla. Outro herpesvírus, o Citomegalovírus (CMV), é uma das principais causas da perda auditiva em recém-nascidos, o que pode resultar em deficiências duradouras. Em adultos mais velhos, os Vírus Herpes Simples (HSV1 e HSV2) e o Vírus Varicela Zoster (VZV)-o vírus que causa catapora e herpes zóster-estão ligados à demência.
Com essa variedade de infecções por herpesvírus, métodos de prevenção eficazes como vacinas são urgentemente necessários. No entanto, a maioria dos herpesvírus não tem vacinas disponíveis. A única exceção é a vacina viva atenuada para VZV, que pode reduzir significativamente as ocorrências de catapora e herpes zóster. Recentemente, uma nova vacina subunitária mostrou promessas em reduzir os casos de herpes zóster.
Entendendo a Entrada e Fusão dos Herpesvírus
Os herpesvírus entram nas células humanas usando proteínas específicas em suas superfícies. As principais proteínas envolvidas são conhecidas como glicoproteínas, especialmente a glicoproteína H (gH) e a glicoproteína L (gL), que trabalham juntas como um par. Essas proteínas se ligam a receptores nas células do hospedeiro para permitir a entrada do vírus.
Uma vez que o vírus se liga ao receptor, gH/gL ativa outra proteína chamada glicoproteína B (gB) para passar por alterações que promovem a fusão das membranas do vírus e da célula. Entender como essas proteínas funcionam juntas é crucial porque pode ajudar a desenhar vacinas e terapias eficazes.
Ainda há muitos gaps no nosso conhecimento sobre como essas proteínas permitem que os herpesvírus entrem nas células humanas. Por exemplo, embora os pesquisadores tenham notado que gH/gL interage com os receptores das células hospedeiras, o comportamento da maioria dos anticorpos que visam gB ainda é bem nebuloso.
Explorando a Estrutura da Glicoproteína B do EBV
Uma área chave de pesquisa está na estrutura da glicoproteína B (gB) do EBV, que não foi muito estudada em comparação a outros herpesvírus. Uma forma estável de gB é necessária para ajudar os pesquisadores a entender melhor como ela causa infecções e a desenvolver vacinas.
Estudos recentes conseguiram estabilizar a estrutura da proteína gB do EBV em seu estado pré-fusão, que é a forma que ela assume antes de o vírus entrar em uma célula hospedeira. Isso foi alcançado usando novas técnicas que combinam biologia estrutural e métodos de aprendizado de máquina. Esses avanços permitem que os cientistas identifiquem as mudanças em gB que ocorrem quando o vírus se liga às células hospedeiras.
Novas Descobertas sobre a Estabilização da Glicoproteína B
Os pesquisadores focaram em entender e estabilizar os diferentes domínios de gB, especialmente as interações entre suas várias partes. Uma área importante é a remoção de um laço específico que conecta dois domínios, DII e DIII. Esse laço é significativo porque pode afetar a estabilidade da estrutura de gB. Quando o laço é removido, descobriu-se que a estrutura mudaria inesperadamente para um estado pós-fusão.
Para contornar isso, mais remoções foram feitas para estabilizar o estado pré-fusão de gB. Os cientistas experimentaram diferentes designs, incluindo a introdução de ligações dissulfeto-ligações químicas especiais que podem ajudar a estabilizar estruturas de proteínas.
O Papel do Domínio V na Glicoproteína B
Além dessas modificações, os cientistas também almejavam o Domínio V de gB para estabilização. Eles usaram abordagens de design baseadas em computador para desenvolver um novo motivo de trimerização, conhecido como oP3h, que ajuda a garantir que o Domínio V permaneça no estado pré-fusão desejado. Eles testaram várias configurações para encontrar a melhor maneira de manter gB estável.
Quando essas mudanças foram feitas, eles observaram uma melhora na estabilidade da conformação pré-fusão de gB, permitindo visualizar interações entre os diferentes domínios.
Projetando Novas Proteínas de Fusão para Maior Estabilidade
Para solidificar ainda mais a estabilidade de gB, os pesquisadores projetaram novas proteínas de fusão. Eles se concentraram em inserir motivos trimericos especiais em gB para ajudar a manter sua estrutura. O objetivo era manter a forma pré-fusão intacta e descobrir como gB interage com outras proteínas importantes durante a fusão.
Esse novo design de proteína de fusão mostrou manter com sucesso a estabilidade conformacional de gB, permitindo que os pesquisadores a imaginassem com mais clareza. Em experimentos, os cientistas descobriram que os designs otimizados permitiram estruturas que se assemelhavam de perto ao estado pré-fusão encontrado em outras proteínas relacionadas.
Observações sobre Mudanças Conformacionais na Glicoproteína B
Por meio de seu trabalho, os pesquisadores notaram mudanças conformacionais importantes na estrutura de gB. O posicionamento dos diferentes domínios pode mudar em resposta à ligação e pode desempenhar um papel em como o vírus se funde com a membrana celular do hospedeiro.
As descobertas sugeriram que as suposições anteriores sobre os mecanismos de fusão podem precisar ser reavaliadas. Especificamente, foi proposto que a inversão de certos domínios pode ocorrer mais tarde do que se pensava anteriormente, e que manter a estabilidade do Domínio V poderia impedir que outros domínios se invertessem prematuramente.
Aplicação Geral das Técnicas de Estabilização em Outros Herpesvírus
Os métodos desenvolvidos para estabilizar gB do EBV têm implicações além desse vírus. Técnicas semelhantes podem funcionar com outros herpesvírus como CMV, HHV6B, HSV1 e VZV, indicando que os mecanismos subjacentes da fusão poderiam ser similares entre os tipos de herpesvírus.
Os pesquisadores testaram essas estratégias de estabilização em várias proteínas virais e os resultados mostraram que propriedades de pré-fusão semelhantes foram alcançadas. Isso aponta para uma abordagem generalizável que poderia auxiliar no desenvolvimento de vacinas não apenas para o EBV, mas para outros herpesvírus também.
Insights Estruturais de Estudos de Cryo-EM
A criomicroscopia eletrônica (Cryo-EM) desempenhou um papel crítico nesta pesquisa. Ela permitiu que os cientistas visualizassem com precisão as estruturas de gB e observassem os efeitos de mutações e deleções em sua estabilidade. Imagens de alta resolução revelaram que várias características estruturais-chave se alinhavam bem com a forma pré-fusão de gB.
Os dados coletados sugeriram que certas mutações poderiam ser usadas efetivamente para estabilizar as proteínas em várias famílias de herpesvírus. A observação de como diferentes domínios se comportavam em várias configurações também apontou para a importância da integridade estrutural para uma entrada e fusão viral eficazes.
Anticorpos Neutralizantes Contra a Glicoproteína B
Mecanismos deA pesquisa também forneceu insights sobre como os anticorpos neutralizantes podem funcionar contra gB. Entender os mecanismos por trás desses anticorpos é essencial para desenvolver novas terapias. Descobertas iniciais sugeriram que alguns anticorpos poderiam bloquear interações importantes necessárias para a entrada viral, enquanto outros poderiam promover mudanças na estrutura de gB.
Ao analisar as estruturas de gB ligadas a anticorpos, os pesquisadores poderiam prever melhor quais regiões de gB identificam anticorpos e determinar como essas interações influenciam a capacidade do vírus de infectar células.
Implicações para o Desenvolvimento Futuro de Vacinas
As descobertas gerais dessa pesquisa sublinham a importância de estabilizar a forma pré-fusão de gB para o desenvolvimento de vacinas. As mutações e insights estruturais recém-identificados podem ajudar os cientistas a desenhar vacinas eficazes que aproveitem a resposta imune do corpo contra herpesvírus.
Dada a alta prevalência de infecções causadas por esses vírus, desenvolver vacinas eficazes poderia reduzir substancialmente os ônus à saúde. Esta pesquisa fornece um quadro para trabalhos futuros focados em vacinas contra herpesvírus e pode levar a intervenções eficazes em saúde pública.
Conclusão
A jornada para entender os herpesvírus e suas interações com as células humanas é complexa, mas essencial. Através de engenharia de proteínas avançada, biologia estrutural e esforços de pesquisa colaborativa, avanços significativos foram feitos na estabilização da glicoproteína B de herpesvírus. Essas descobertas não só aprimoram nosso entendimento sobre a entrada viral, mas também abrem caminho para desenvolver vacinas eficazes e intervenções terapêuticas contra esses patógenos amplamente difundidos. À medida que os pesquisadores continuam a explorar as dinâmicas conformacionais das proteínas dos herpesvírus, o potencial para novas estratégias de vacinas cresce, prometendo impactar positivamente a saúde pública.
Título: Computational design of prefusion-stabilized Herpesvirus gB trimers
Resumo: In the absence of effective vaccines, human-infecting members of the Herpesvirus family cause considerable morbidity and mortality worldwide. Herpesvirus infection relies on receptor engagement by a gH/gL glycoprotein complex which induces large-scale conformational changes of the gB glycoprotein to mediate fusion of the viral and host membranes and infection. The instability of all herpesvirus gBs have hindered biochemical and functional studies, thereby limiting our understanding of the infection mechanisms of these pathogens and preventing vaccine design. Here, we computationally stabilized and structurally characterized the Epstein-Barr virus prefusion gB ectodomain trimer, providing an atomic-level description of this key therapeutic target. We show that this stabilization strategy is broadly applicable to other herpesvirus gB trimers and identified conformational intermediates supporting a previously unanticipated mechanism of gB-mediated fusion. These findings provide a blueprint to develop vaccine candidates for these pathogens with major public health burden.
Autores: David Veesler, M. McCallum
Última atualização: 2024-10-24 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.23.619923
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.23.619923.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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