O Desenvolvimento de Modelos DSGE na Economia
Uma visão geral da história e do impacto dos modelos DSGE na análise de políticas econômicas.
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Índice
- A Evolução do Pensamento Econômico
- Principais Influências Históricas
- Antes dos Modelos DSGE: A Estrutura Neoclássica
- Economia Keynesiana e Equilíbrio Geral
- Monetarismo e Sua Influência
- Novas Ferramentas Matemáticas e Modelos DGE
- A Emergência dos Modelos DSGE
- A Nova Síntese Neoclássica
- O Papel dos Bancos Centrais
- Críticas e Limitações dos Modelos DSGE
- Conclusão
- Fonte original
Modelos Dinâmicos de Equilíbrio Geral Estocástico (DSGE) são ferramentas importantes que os governos utilizam pra analisar políticas econômicas. Eles não são invenções novas; na verdade, são baseados em ideias econômicas mais antigas e técnicas matemáticas recentes. Este artigo tem como objetivo explicar a história e o desenvolvimento desses modelos de um jeito claro e simples.
A Evolução do Pensamento Econômico
A economia sempre buscou entender como as políticas podem afetar a economia. Economistas antigos como Adam Smith e David Ricardo abordaram essa tarefa usando raciocínio lógico pra entender como vários fatores econômicos estavam conectados. O trabalho deles criou a base pra teorias posteriores, mas eles não usaram as ferramentas matemáticas que temos hoje.
A teoria econômica moderna mudou bastante. Hoje, os economistas não só tentam prever como as variáveis vão mudar em resposta às políticas, mas também querem quantificar essas mudanças. Essa análise mais profunda levou à criação dos modelos DSGE, que começaram a ganhar forma no início dos anos 1980. Esses modelos são sofisticados e amplamente aceitos por instituições governamentais, especialmente bancos centrais que os desenvolvem e aplicam ativamente.
Principais Influências Históricas
É importante notar que os modelos DSGE não surgiram do nada. Os conceitos por trás desses modelos podem ser rastreados até teorias econômicas anteriores, especialmente as de economistas clássicos e neoclássicos. Muitas das ferramentas matemáticas usadas nos modelos DSGE foram desenvolvidas mais recentemente, especialmente ao longo do século 20.
Essa discussão sobre história tem dois objetivos principais. Primeiro, pretende dar uma visão abrangente de como os modelos DSGE surgiram. Segundo, analisa a evolução desses modelos, esclarecendo como se tornaram uma mistura de várias teorias econômicas em vez de uma única teoria unificada. Além disso, essa história destaca como o foco da modelagem econômica mudou de criar uma teoria universalmente válida para desenvolver modelos específicos para cada contexto.
Antes dos Modelos DSGE: A Estrutura Neoclássica
O conceito de equilíbrio geral, que é crucial pra entender os modelos DSGE, foi formalizado pela primeira vez por Léon Walras no século 19. Walras apresentou um modelo econômico baseado na ideia de que todos os mercados interagem entre si e que cada mercado pode alcançar um equilíbrio onde a oferta corresponde à demanda. Ele introduziu modelos simples e complexos pra explicar como isso funciona.
Em termos mais simples, o trabalho de Walras sugeriu que a economia é como uma teia onde cada parte está conectada. Se uma parte muda, as outras reagem até que um novo equilíbrio seja alcançado.
Outro economista, Vilfredo Pareto, expandiu o trabalho de Walras ao introduzir a noção de optimalidade nas decisões econômicas. Segundo Pareto, uma alocação de recursos é considerada ótima se ninguém pode ser feito melhor sem piorar a situação de alguém. As contribuições dele foram fundamentais para a análise de equilíbrio geral.
Apesar desses avanços, a análise de equilíbrio geral não foi a base do estudo econômico por muitos anos. Ela ganhou força apenas após o desenvolvimento da economia keynesiana, especialmente durante a Grande Depressão. John Maynard Keynes criticou a economia clássica por sua incapacidade de explicar a turbulência econômica da época e defendeu uma nova abordagem que refletisse melhor as condições do mundo real.
Economia Keynesiana e Equilíbrio Geral
O trabalho de Keynes foi revolucionário porque introduziu ideias como rigidez de preços e salários, que implicam que os preços não se ajustam rapidamente às mudanças na economia. Suas teorias forneceram uma nova estrutura pra analisar flutuações econômicas e o papel do governo na estabilização da economia.
Depois disso, os economistas começaram a desenvolver modelos de equilíbrio geral que incorporavam ideias keynesianas. O modelo IS-LM, desenvolvido pelo Sir John Hicks, integrou elementos da economia keynesiana e clássica, mostrando como o mercado de bens e o mercado de dinheiro interagem pra determinar os níveis de renda e taxas de juros.
Modelos subsequentes se basearam na estrutura IS-LM e incluíram a curva de Phillips, que sugeria uma relação entre inflação e desemprego. No entanto, uma fraqueza comum desses modelos era a falta de microfundamentos; eles não derivavam relações do comportamento de agentes individuais maximizando sua utilidade ou lucro.
Monetarismo e Sua Influência
Nos anos 1950, o monetarismo surgiu como um desafio à economia keynesiana. Os monetaristas, liderados por Milton Friedman, enfatizavam o papel da oferta de dinheiro na economia e argumentavam que preços e salários são naturalmente flexíveis, a menos que influenciados por ações do governo.
A interpretação de Friedman da teoria quantitativa do dinheiro destacou a ideia de que a inflação está sempre ligada a mudanças na oferta de dinheiro. Essa escola de pensamento ganhou atenção por sua análise empírica rigorosa. Pensadores monetaristas desenvolveram modelos que também buscavam capturar o equilíbrio geral da economia sem integrar totalmente os microfundamentos, uma lacuna que muitos criticaram.
Novas Ferramentas Matemáticas e Modelos DGE
O desenvolvimento da matemática moderna trouxe teoremas de ponto fixo, que são essenciais pra provar a existência de equilíbrio em modelos econômicos complexos. Esses avanços matemáticos permitiram provas rigorosas que reforçaram a estrutura de equilíbrio geral.
Simultaneamente, novas teorias de otimização ajudaram os economistas a criar modelos dinâmicos que incorporavam tempo e incerteza. Esse foi um ponto de virada significativo que abriu caminho pra formulação de modelos dinâmicos de equilíbrio geral (DGE).
A Emergência dos Modelos DSGE
À medida que os modelos DGE evoluíam, eles começaram a incorporar complexidades do mundo real, como choques tecnológicos ou mudanças políticas. Os modelos de Ciclo Econômico Real (RBC), que surgiram no início dos anos 1980, foram notáveis por atribuir flutuações econômicas principalmente a choques tecnológicos em vez de políticas governamentais. A estrutura RBC compartilha muitas características com teorias anteriores, mas enfatiza o papel de elementos estocásticos (aleatórios) na economia.
Os modelos RBC contribuíram significativamente para o desenvolvimento dos modelos DSGE, que integraram aspectos tanto das teorias Neoclássicas quanto das Novas Keynesianas. Esses modelos DSGE incorporaram elementos como rigidez de preços e salários, reconhecendo que a economia nem sempre se ajusta instantaneamente a novas condições.
A Nova Síntese Neoclássica
No final dos anos 1990, os economistas começaram a reconhecer a necessidade de uma síntese das estruturas Neoclássica e Nova Keynesiana. Essa ideia passou a ser conhecida como a Nova Síntese Neoclássica (NNS). A NNS representa uma convergência de metodologias, visando criar um modelo abrangente para entender ciclos econômicos e efeitos das políticas.
Os princípios-chave da NNS incluem a necessidade de modelos intertemporais rigorosos que considerem como os agentes tomam decisões ao longo do tempo, a validação desses modelos por meio de dados empíricos, o papel das expectativas na formação dos resultados econômicos e a aceitação de várias perturbações (não apenas tecnologia) como fontes de flutuações econômicas.
O Papel dos Bancos Centrais
Bancos centrais ao redor do mundo começaram a adotar e desenvolver modelos DSGE como ferramentas-chave para analisar políticas econômicas. A introdução desses modelos marcou uma mudança notável na abordagem das políticas monetárias. Os bancos centrais passaram a confiar mais em modelos que incorporavam expectativas e respondiam a mudanças nas condições econômicas, enfatizando que a compreensão da economia deveria evoluir com as evidências.
Apesar das vantagens, os modelos DSGE enfrentaram críticas significativas, especialmente após a crise financeira de 2008. Críticos argumentaram que esses modelos não previram adequadamente a crise porque dependiam fortemente de suposições sobre agentes racionais e equilíbrio. Isso levantou questões sobre a validade dos modelos em capturar as condições econômicas do mundo real.
Críticas e Limitações dos Modelos DSGE
Após a crise, economistas criticaram as suposições subjacentes dos modelos DSGE. Muitos sugeriram que os microfundamentos usados nesses modelos deveriam refletir uma compreensão mais realista de como as pessoas se comportam na economia. Alguns propuseram integrar insights da economia comportamental pra capturar aspectos da tomada de decisão humana que os modelos DSGE frequentemente ignoravam.
Outra crítica significativa abordou a dependência dos modelos em elementos estocásticos pra explicar flutuações econômicas. Críticos como Paul Romer argumentaram que atribuir recessões econômicas a choques aleatórios, em vez de decisões específicas tomadas por agentes, não representava adequadamente a complexidade das economias do mundo real.
Conclusão
A história dos modelos DSGE é uma história de evolução e adaptação. Esses modelos têm raízes em teorias econômicas clássicas e foram moldados por avanços na matemática e mudanças na compreensão do comportamento econômico. Embora tenham se tornado ferramentas essenciais para a formulação de políticas, suas limitações têm gerado debates contínuos sobre sua precisão e relevância.
À medida que as condições econômicas continuam a evoluir, o desafio permanece para refinar esses modelos ou desenvolver novos que possam refletir melhor as complexidades das economias do mundo real. A busca por uma modelagem eficaz vai continuar, movida pelo desejo de melhorar a compreensão e a eficácia das políticas econômicas.
Título: An essay on the history of DSGE models
Resumo: Dynamic Stochastic General Equilibrium (DSGE) models, which are nowadays a crucial element of the set of quantitative tools that policy-makers have, did not emerge spontaneously. They rely on previously established ideas in Economics and relatively recent advancements in Mathematics. I aim to provide a comprehensive coverage of their history, starting from the pioneering Neoclassical general equilibrium theories and eventually reaching the New Neoclassical Synthesis (NNS). I thoroughly present the mathematical tools involved in formulating a DSGE model. I claim that this history has a mixed nature rather than an absolutist or relativist one, that the NNS may have emerged due to the complementary nature of New Classical and New Keynesian theories, and that the recent adoption and development of DSGE models by central banks from different countries has entailed a departure from the goal of building a universally valid theory that Economics has always had. The latter means that DSGE modeling has landed not without loss of generality.
Autores: Genaro Martín Damiani
Última atualização: 2024-09-01 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2409.00812
Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2409.00812
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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