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# Biologia# Neurociência

Como Diferentes Cérebros Processam Informações

Um olhar sobre como os cérebros de primatas e roedores se organizam e se comunicam.

Mélissa Glatigny, Françoise Geffroy, Timo van Kerkoerle

― 7 min ler


Organização do Cérebro emOrganização do Cérebro emMacacos e Ratosdiferenças no processamento.Insights sobre a função do cérebro e as
Índice

O cérebro primata, especialmente o Neocórtex, é tipo um escritório bem organizado com vários departamentos trabalhando juntos. Esse escritório tem uma hierarquia onde alguns departamentos focam em tarefas simples, como coletar informações sensoriais básicas (pensa neles como o setor de correios), enquanto outros lidam com tarefas mais complexas, como a tomada de decisões (tipo a sala do executivo).

As Camadas do Escritório

Nesse escritório-cérebro, diferentes camadas têm papéis diferentes. As camadas de cima são responsáveis por enviar informações para as camadas de baixo. Você pode imaginar isso como um gerente passando tarefas pros estagiários no setor de correios. As camadas de baixo trazem as informações de volta pra realizar seu trabalho.

Tem dois tipos principais de conexões nesse escritório: Conexões Feedforward e conexões feedback. As conexões feedforward garantem que as informações básicas cheguem ao departamento certo. As conexões feedback permitem que os superiores vejam o que tá rolando nas camadas mais baixas.

Por Que Isso É Importante?

Essa organização ajuda os cientistas a entenderem como diferentes partes do cérebro interagem entre si. Por exemplo, ao estudar quantos funcionários (neurônios) trabalham em cada departamento (área cortical), os pesquisadores conseguem determinar o papel que esse departamento desempenha na organização.

Os cientistas analisaram essa hierarquia em macacos e camundongos pra ver como as estruturas cerebrais se comparam. Nos macacos, parece que as áreas mais altas do cérebro têm funções diferentes das nos camundongos. Isso pode nos ajudar a entender nosso próprio cérebro e como ele processa o que vemos e vivemos.

O Grande Debate: Feedback vs. Feedforward

Uma das grandes discussões que os cientistas estão tendo é sobre quanto feedback versus conexões feedforward existem no cérebro. Alguns acreditam que as conexões feedback são muito mais comuns do que as feedforward, especialmente no córtex visual (a parte do cérebro que processa o que vemos). Imagina dizer: “Ei, sei que você tá vendo o correio, mas não esquece da nossa reunião mais tarde!”

Por outro lado, tem quem argumente que pra certas tarefas, como ao processar imagens, as conexões feedforward podem ser mais relevantes. É tipo dizer que se o setor de correios não tá fazendo bem seu trabalho, o escritório todo sofre.

As Diferenças Entre Macacos e Camundongos

Agora, vamos falar sobre a diferença entre cérebros primatas e cérebros de roedores. Enquanto ambos têm uma hierarquia, os pesquisadores acham que o cérebro do camundongo é mais uma organização plana, onde tudo funciona de forma mais caótica, ao contrário do escritório organizado dos primatas. Isso significa que os camundongos podem trabalhar mais de forma reativa.

Por exemplo, enquanto os macacos têm áreas em seus cérebros que se especializam em decisões de alto nível, os camundongos parecem reagir às informações que recebem sem muito processamento. Eles veem um petisco e vão em cima, enquanto um macaco pode planejar a melhor forma de chegar até o petisco.

Podemos Medir Isso?

Pra ter uma ideia melhor de como esses departamentos funcionam, os cientistas usam várias técnicas. Uma forma é olhar pra tipos específicos de neurônios, que são como os trabalhadores do escritório em cada departamento. Medindo quantos tipos particulares de neurônios existem em diferentes áreas, os cientistas conseguem avaliar seus papéis.

Por exemplo, certos tipos de neurônios estão envolvidos em reações rápidas, enquanto outros lidam com respostas mais lentas e pensativas. Usando esses marcadores, os pesquisadores podem ver quanta atividade de feedback ou feedforward tá rolando em diferentes áreas do cérebro.

Descobertas Surpreendentes

Em estudos com macacos e camundongos, os pesquisadores encontraram algumas coisas surpreendentes. Nos macacos, notaram um padrão claro onde as áreas mais baixas do cérebro são todas sobre aquela ação feedforward rápida, enquanto as áreas mais altas lidam com operações de feedback mais complexas.

No entanto, nos camundongos, os pesquisadores descobriram que as conexões não seguiam essa hierarquia clara. Elas eram mais bagunçadas e menos organizadas do que nos macacos.

Ver é Crer

Como os cientistas testam essas ideias? Eles costumam usar vários métodos de coloração que permitem visualizar onde certos neurônios estão no cérebro. Essa técnica é parecida com colorir em um livro de colorir. Depois que os neurônios são coloridos, os cientistas conseguem ver quantos neurônios existem em cada área e quais tipos são.

Contando esses neurônios, eles conseguem ter uma visão de como diferentes áreas do cérebro funcionam. Essas imagens ajudam a mostrar quanto cada área contribui pra atividade cerebral geral.

Os Principais Jogadores: Interneurônios

Interneurônios são como os supervisores no escritório. Eles ajudam a gerenciar o fluxo de informações entre outros neurônios, garantindo que tudo funcione direitinho. Existem diferentes tipos desses interneurônios, e eles desempenham papéis específicos dependendo de onde estão localizados.

Na hierarquia do cérebro do macaco, a distribuição desses interneurônios mostra que as áreas mais baixas estão bem ocupadas, enquanto as áreas mais altas têm um foco diferente, mais voltadas pro processamento de feedback.

Camundongos vs. Macacos: Uma Comparação

Depois de estudar ambas as espécies, os pesquisadores descobriram que o cérebro do macaco tem um gradiente claro na distribuição desses interneurônios, enquanto os camundongos não têm essa mesma ordem. Isso indica que o cérebro do macaco é feito pra processamento mais complexo em oposição ao cérebro do camundongo, que é mais simples e reativo.

As diferenças no comportamento entre essas espécies estão refletidas em suas estruturas cerebrais. Camundongos provavelmente respondem a estímulos sem filtro, enquanto macacos conseguem processar informações de forma mais crítica.

O Que Tudo Isso Significa

Então, o que toda essa pesquisa nos diz? Bem, pinta um quadro de como o cérebro funciona, especialmente em relação a como processamos o que vemos. As descobertas sugerem que as áreas visuais iniciais no cérebro do macaco são principalmente guiadas por dados que chegam, em vez de influências de cima pra baixo.

Isso vai contra alguns pensamentos anteriores de que o processamento visual era fortemente influenciado por áreas mais altas do cérebro. Em vez disso, parece que o processamento básico acontece lá embaixo na hierarquia, e só depois as áreas mais altas entram na jogada.

Conclusão: E Agora?

No fim das contas, essas descobertas são importantes. Elas nos dão insights sobre como o cérebro é organizado e como diferentes áreas interagem. À medida que os pesquisadores continuam estudando essas estruturas cerebrais, podemos chegar mais perto de entender não só os cérebros dos macacos, mas os nossos também.

Ao olhar pra como diferentes cérebros processam informações, os cientistas estão lentamente montando o quebra-cabeça da cognição, percepção e comportamento. Quem sabe? Da próxima vez que você ver um macaco no zoológico, talvez você pense sobre o complexo escritório cerebral que opera atrás daqueles olhos curiosos.

Fonte original

Título: Comparison of the cortical hierarchy between macaque monkeys and mice based on cell-type specific microcircuits

Resumo: The primate neocortex contains a hierarchy of cortical areas, with feedforward connections running from lower to higher levels, and feedback connections running in the opposite direction. The relative hierarchical position of cortical areas has been well established by retrograde tracing studies that allow to determine whether type of output from different source areas is predominantly feedforward or feedback. This method can not determine whether the cortico-cortical input within target areas is predominantly feedforward or feedback. We here make use of cell-type specific microcircuits to provide an intrinsic measure of the strength of feedforward versus feedback processing within cortical areas in macaque monkeys and mice. This allows a more complete map of the cortical hierarchy of different species, and therefore a more direct cross-species comparison. Parvalbumin-expressing interneurons were used as a marker of feedforward processing and calretinin-expressing interneurons as a marker of feedback processing. We found steep gradients in the distributions of these two interneuron types across macaque monkey cortical areas, indicating a deep cortical hierarchy where early visual areas are dominated by feedforward neural circuits and higher cortical areas become dominated by top-recurrent circuits. In contrast, the gradient in interneuron distribution across mouse cortical areas was limited, indicating a shallow cortical hierarchy and remaining dominated by feedforward neural circuits. This implies that the mouse cortex is comparable to early visual areas in primates, remaining dominated by bottom-up input. While primates are unique in having a deep cortical hierarchy that allows neural processing in higher cortical areas to become predominantly internal. Significance statementThe cortex in primates is known to contain a hierarchy of cortical areas, where bottom-up processing allows sensory information to get more and more compressed towards higher cortical areas, and where top-down processing allows lower areas to remain informed about the internal goals of the animal. However, it has been challenging to directly compare cortical hierarchies between animal species. Here, we developed an intrinsic measure of the strength of bottom-up and top-down processing within cortical areas, based on the density of different types of interneurons within areas. Or results indicate that the mouse cortical hierarchy is shallow and is driven by bottom-up processing, while the primate cortical hierarchy is deep and slowly becomes dominated by internal processing towards the top.

Autores: Mélissa Glatigny, Françoise Geffroy, Timo van Kerkoerle

Última atualização: 2024-10-31 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.31.621258

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.31.621258.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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