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# Ciências da saúde# Nutrizione

Restrições Alimentares para Gestantes em Bangladeche Rural

Explorando como os tabus alimentares culturais afetam a nutrição materna em Bangladesh.

Md. Khalequzzaman, S. E. Rayna, F. A. Khan, S. Samin, S. Siraj, S. Nizam, S. S. Islam

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Tabus Culturais sobreTabus Culturais sobreComida em Bangladeshmaterna e o desenvolvimento do bebê.As crenças sobre comida afetam a saúde
Índice

Em muitas comunidades, existem restrições alimentares específicas para mulheres, especialmente durante momentos importantes da vida, como gravidez e parto. Essas regras sobre comida podem afetar a saúde da mãe e o desenvolvimento do bebê. Em áreas rurais de Bangladesh, muitas Mulheres Grávidas enfrentam restrições alimentares que não combinam com os conselhos médicos modernos sobre os tipos de alimentos que deveriam consumir para ter uma Nutrição melhor.

Esse descompasso pode trazer problemas tanto para a mãe quanto para o bebê ainda não nascido. Algumas mulheres podem não receber nutrição suficiente porque acreditam nesses Tabus Alimentares. Essa situação pode ser arriscada, já que mães e bebês podem acabar competindo por nutrientes, o que pode ameaçar a saúde deles.

No Bangladesh, os tabus alimentares são especialmente comuns durante o parto e a amamentação. Muitas dessas crenças são passadas de geração para geração e costumam ser apoiadas por membros mais velhos da família. Por exemplo, mulheres grávidas podem evitar certos alimentos porque acreditam que esses alimentos podem prejudicar o bebê. Há preocupações sobre ter um filho doente ou até mesmo perder o bebê, o que torna esses tabus ainda mais sérios.

Apesar da presença desses tabus alimentares, não foi feita muita pesquisa para documentar essas práticas ou as razões por trás delas. Recentemente, um estudo em áreas rurais de Bangladesh investigou vários tabus alimentares e o que influencia as pessoas a segui-los ou a quebrá-los.

Contexto do Estudo

O estudo tinha como objetivo reunir informações que pudessem ajudar a melhorar a nutrição de mulheres grávidas em regiões específicas de Bangladesh. Os pesquisadores queriam entender o que leva as pessoas a seguirem tabus alimentares e o que poderia incentivá-las a mudar essas práticas. Ao entender esses fatores, eles esperavam criar estratégias eficazes para promover hábitos alimentares melhores entre as mulheres grávidas.

A pesquisa foi realizada em quatro áreas: Habiganj, Bhola, Rajshahi e Cumilla. Mulheres grávidas, seus maridos, sogras e trabalhadores de saúde comunitária foram entrevistados para coletar dados qualitativos sobre suas crenças e práticas alimentares. Essas informações ajudariam a planejar programas comunitários para melhorar a nutrição das mulheres grávidas.

Os pesquisadores incluíram 109 participantes de diferentes origens para garantir uma representação diversificada. Eles coletaram dados por meio de entrevistas e discussões em grupo focal, o que permitiu explorar os tabus alimentares existentes e as razões para aderir ou não a essas tradições.

Tabus Alimentares Observados

O estudo descobriu que os tabus alimentares em áreas rurais de Bangladesh estavam principalmente relacionados a proteínas animais, frutas e vegetais, e outros alimentos. Todas as mulheres grávidas entrevistadas conheciam pelo menos um alimento que não era permitido por suas famílias.

Alimentos de Origem Animal

Muitas mulheres grávidas foram aconselhadas a não comer certos tipos de peixe. Isso inclui peixes comuns como a carpa branca, que as pessoas acreditam que pode causar convulsões em bebês. Outros peixes como truta e bagre amarelo também eram evitados por razões semelhantes.

Em algumas regiões, as mulheres eram instruídas a não comer carne de pato, pois acreditava-se que isso poderia levar a problemas de fala nos bebês. A carne de cordeiro era considerada responsável por dar um cheiro desagradável aos bebês.

Frutas e Vegetais

Embora as mulheres grávidas frequentemente consumissem uma variedade de frutas e vegetais, alguns itens eram restritos. Por exemplo, papaias e abacaxis crus eram comumente evitados devido ao medo de que pudessem causar abortos. Algumas participantes também acreditavam que certos vegetais poderiam levar a alergias ou problemas respiratórios em recém-nascidos.

Outros Itens Alimentares

O arroz é um alimento básico para muitas mulheres grávidas, mas algumas formas de arroz não eram permitidas. Por exemplo, o arroz deixado de molho durante a noite era considerado "frio" e acreditava-se que isso poderia deixar o bebê doente. Da mesma forma, alimentos e bebidas frios eram evitados, pois acreditava-se que poderiam causar resfriados em bebês.

Razões para Seguir os Tabus Alimentares

Muitas participantes reconheceram que as razões para evitar certos alimentos podem não ser cientificamente válidas, mas seguiam os tabus por medo e tradição. Algumas razões principais incluíam:

  • Desejo de Parto Vaginal: Muitas mulheres preferiam evitar cesarianas devido aos custos associados e ao tempo de recuperação. Acreditavam que certos alimentos poderiam fazer seus bebês crescerem mais, levando a complicações durante o parto.

  • Confiança nos Mais Velhos: Havia uma forte dependência da sabedoria dos membros mais velhos da família, especialmente das sogras. Muitas mulheres sentiam que deveriam seguir as práticas de seus mais velhos devido à experiência deles.

Influenciadores para Quebrar os Tabus

Apesar da forte presença de tabus alimentares, algumas mulheres grávidas escolheram quebrar essas normas culturais. As entrevistas revelaram vários fatores que permitiram que elas fizessem isso:

  • Falta de Reforço: Algumas mulheres não enfrentaram pressão de membros da família ou dos mais velhos da comunidade para seguir os tabus, permitindo que tomassem suas próprias decisões alimentares.

  • Experiência Positiva: Mulheres que já haviam consumido alimentos proibidos sem resultados negativos se sentiam mais confiantes em desconsiderar essas restrições.

  • Conhecimento Aprimorado: Trabalhadores de saúde desempenharam um papel vital em educar as famílias sobre nutrição. Muitas mulheres relataram que discussões com profissionais de saúde as ajudaram a entender a importância de uma dieta equilibrada durante a gravidez.

  • Avanço Educacional: À medida que os níveis de educação melhoraram nas comunidades rurais, as famílias começaram a questionar crenças tradicionais. Mulheres educadas e seus maridos eram mais propensos a defender uma melhor nutrição para a mãe e o bebê.

Conclusão

O estudo destacou a natureza complexa dos tabus alimentares durante a gravidez em áreas rurais de Bangladesh. Embora muitas mulheres estivessem cientes das restrições impostas a suas dietas, as razões para a adesão muitas vezes vinham do desejo de proteger o filho não nascido e do respeito pelas tradições familiares. Por outro lado, o apoio de trabalhadores de saúde, o aumento do conhecimento e a melhoria da educação levaram algumas mulheres a se afastarem dessas restrições alimentares.

No geral, os achados sugerem que abordar os tabus alimentares é crucial para melhorar a nutrição e os resultados de saúde materna. Embora as tradições estejam profundamente enraizadas na cultura, mudanças na educação e no conhecimento podem ajudar as mulheres a fazer escolhas informadas sobre sua dieta durante a gravidez. Intervenções comunitárias que se concentram na educação nutricional podem incentivar ainda mais as mulheres a desafiar crenças ultrapassadas e promover práticas mais saudáveis para si mesmas e suas famílias.

Fonte original

Título: A qualitative study on food taboos among rural pregnant women in Bangladesh: Motivators for adherence and influencers of taboo-breaking behavior

Resumo: Understanding the influence of cultural practices on maternal health is crucial in addressing the nutritional challenges faced by pregnant women in rural Bangladesh. Despite significant improvements in maternal and child health indicators, food taboos remain prevalent, impacting the nutritional well-being and health outcomes of vulnerable populations. This study explored food taboos and factors related to their adherence or violation, among rural pregnant women in four districts of Bangladesh: Habiganj, Bhola, Rajshahi, and Cumilla. A qualitative cross-sectional study was conducted with 90 participants through 29 in-depth interviews and 11 focus group discussions. Participants included 21 pregnant women, 23 mothers-in-law, 20 husbands, and 26 healthcare workers. The data were thematically coded and the narrative was analyzed. All participants identified at least one food item restricted by family elders, often based on beliefs about the negative effects of certain foods on pregnancy and the babys health. Commonly restricted animal source foods included white carp, trout, duck meat, and mutton, due to fears of convulsions, speech disorders, or undesirable traits in the baby. Raw papayas and pineapples were avoided due to beliefs they could cause miscarriage. Adherence to these taboos was related to the pregnant mothers preference for vaginal delivery, desire to avoid harm to her child, and profound respect for her elders. Factors enabling the breaking of food taboos included nutritional counseling by health care workers, increased family understanding of maternal nutrition, reduced reinforcement of taboos, and the lack of negative consequences from consuming tabooed foods. The findings highlight the importance of utilizing scientific evidence to challenge food taboos by developing new strategies or updating community-based nutritional counseling programs. Furthermore, including family members and community elders in these efforts is crucial for creating a conducive environment that facilitates dietary changes for pregnant women.

Autores: Md. Khalequzzaman, S. E. Rayna, F. A. Khan, S. Samin, S. Siraj, S. Nizam, S. S. Islam

Última atualização: 2024-09-10 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.09.09.24313362

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.09.09.24313362.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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