Esforço e Tomada de Decisão na Depressão Maior
Este estudo analisa como o esforço afeta o comportamento direcionado a metas em pessoas com TDM.
Laura A Bustamante, D. M. Barch, J. Solis, T. Oshinowo, I. Grahek, A. B. Konova, N. D. Daw, J. D. Cohen
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Índice
Pessoas com transtorno depressivo maior (TDM) costumam ter dificuldades em perseguir metas. Isso pode acontecer porque elas se sentem menos motivadas devido à apatia, baixa energia e falta de prazer. Elas também podem achar difícil pensar claramente, o que impacta a tomada de decisões. Ao decidir quais metas seguir, os indivíduos avaliam as recompensas potenciais em relação aos custos de agir. Normalmente, eles escolhem ações que trazem mais benefícios enquanto minimizam o esforço e o tempo investidos.
Uma forma de pensar na hora de fazer escolhas é olhando quanto esforço mental e físico é necessário. Quando decidem quanto esforço usar, as pessoas querem evitar se complicar demais, ao mesmo tempo em que consideram quanto tempo precisam investir. Nos casos de TDM, mudanças na forma como as pessoas encaram suas metas podem vir de diferentes razões, como ver as recompensas potenciais ou os custos das ações de forma diferente.
Este artigo busca destacar como tanto o esforço mental quanto o físico influenciam o comportamento voltado para metas em pessoas com TDM. Vamos analisar como esses esforços se relacionam com os Sintomas do TDM.
Esforço na Tomada de Decisões para TDM
Pesquisas mostram que pessoas com TDM costumam ter níveis diferentes de disposição para colocar esforço mental e físico em comparação com quem não tem depressão. No entanto, os resultados entre os estudos nem sempre foram consistentes. Alguns estudos mostram que pessoas com TDM estão menos dispostas a se empenhar mentalmente, enquanto outros não veem esse padrão. Da mesma forma, enquanto algumas pesquisas indicam uma diminuição do esforço físico em TDM, outros estudos não mostram diferença.
Considerando que os sintomas do TDM podem variar bastante entre os indivíduos, essas inconsistências nos resultados podem ser devido a diferenças nos sintomas e sua gravidade. O TDM apresenta muitos sintomas diferentes, e a tomada de decisões envolve muitos componentes complexos, como a forma como uma pessoa reage às recompensas, custos de esforço e sua capacidade de completar tarefas. Para criar estratégias de tratamento eficazes, é crucial analisar de perto como esses fatores se relacionam com sintomas específicos do TDM.
Estudos iniciais que avaliaram os dois tipos de esforço nas mesmas pessoas encontraram conexões únicas entre Esforço Cognitivo e físico e os sintomas do TDM. A forma como cada tipo de esforço se conecta a sintomas específicos varia, o que sugere a necessidade de entender melhor como os sintomas do TDM se manifestam de forma diferente nas pessoas.
Relações Entre Sintomas e Esforço
Vários sintomas do TDM podem influenciar como as pessoas tomam decisões envolvendo esforço. Uma ideia chave é que a taxa de recompensa percebida-o valor que os indivíduos atribuem ao seu tempo-pode afetar o quanto se sentem motivados a agir, o que está ligado à química do cérebro. Alguns sintomas da depressão, como baixa energia física e movimento lento, podem vir de uma noção reduzida de recompensa. Da mesma forma, a falta de motivação para colocar esforço físico pode estar relacionada a sentimentos de prazer e interesse.
O esforço cognitivo, por outro lado, pode diminuir devido a mudanças na motivação e não por uma queda nas habilidades cognitivas. Isso é crucial, já que muitas pessoas com TDM têm dificuldades com tarefas cognitivas, o que contribui para sua incapacidade e muitas vezes não melhora com tratamentos típicos de depressão. Se a ligação entre o esforço cognitivo e os sintomas do TDM for melhor compreendida, isso pode ajudar a informar novas abordagens de tratamento.
As diferenças nas experiências dos sintomas entre os pacientes com TDM podem explicar os achados variados nos estudos. Por exemplo, alguns indivíduos podem não sentir falta de motivação, o que pode levar a padrões diferentes na tomada de decisões. Além disso, sintomas como ansiedade, que muitas vezes co-occorrem com o TDM, podem exigir diferentes tipos de esforço. Por exemplo, indivíduos lidando com ansiedade podem colocar mais esforço mental em planejar e relembrar eventos em suas mentes.
Visão Geral do Estudo
Este estudo teve como foco analisar como diferentes aspectos da tomada de decisão baseada em esforço afetam os sintomas do TDM. Os participantes incluíram pessoas diagnosticadas com TDM e um grupo controle sem problemas de saúde mental. Eles participaram de uma tarefa desenhada para medir tanto o esforço cognitivo quanto o físico. O estudo buscou descobrir como esses tipos de esforço se relacionam com a gravidade geral da depressão e sintomas específicos.
Os participantes colheram recompensas em um ambiente virtual. Eles podiam escolher continuar usando recursos em uma área ou se mover para uma nova área que exigia esforço e tempo-mas oferecia novas recompensas. Ao analisar essas escolhas, os pesquisadores queriam entender como variações no esforço se relacionam com os sintomas do TDM.
Métodos
Neste estudo, 97 indivíduos se voluntariaram. O grupo com TDM era composto por 67 pessoas e foi pareado com 30 participantes que não tinham diagnósticos psiquiátricos. Os participantes passaram por diversas avaliações clínicas para avaliar seus sintomas. Eles completaram tarefas que mediam tanto o esforço cognitivo quanto o físico.
Durante a tarefa, os participantes foram apresentados a pomares virtuais onde podiam coletar recompensas. Eles tinham que decidir se continuavam colhendo de um pomar com recompensas em declínio ou iam para um novo, que exigia mais esforço. Esse processo de tomada de decisão deu insights sobre como os participantes viam os custos e benefícios de suas ações.
Os pesquisadores também usaram modelos específicos para estimar os custos associados ao esforço, ajudando a analisar os padrões de tomada de decisão no contexto dos sintomas da depressão.
Resultados: Diferenças Entre Grupos Diagnósticos
Inicialmente, os pesquisadores esperavam que as pessoas com TDM mostrassem uma maior evitação tanto do esforço cognitivo quanto do físico. No entanto, os resultados não mostraram diferenças significativas entre o grupo de TDM e o grupo controle em termos dos custos de esforço. Isso está alinhado com vários estudos que sugerem que indivíduos com TDM nem sempre demonstram uma maior evitação de esforço.
Além disso, o grupo de TDM respondeu mais rápido durante uma tarefa cognitiva, mas completou menos ações físicas em condições difíceis. Esses resultados indicam que o desempenho em tarefas pode não refletir perfeitamente a capacidade de esforço de uma pessoa, sugerindo que motivação e habilidade podem operar de forma independente.
Sintomas e Custos de Esforço
Surpreendentemente, indivíduos no grupo de TDM mostraram disposição para colocar mais esforço cognitivo à medida que sua depressão geral aumentava. Essa descoberta contradiz a expectativa de que uma depressão maior levaria a menos esforço. Além disso, os sintomas de ansiedade desempenharam um papel importante na relação com os custos do esforço cognitivo. Quando os níveis de ansiedade aumentavam, os custos do esforço cognitivo tendiam a diminuir.
Por outro lado, os custos do esforço físico estavam conectados a outros sintomas, especialmente a anedonia (falta de prazer). Essa conexão se manteve consistente em vários grupos de participantes.
Os pesquisadores descobriram que a complexidade dos sintomas do TDM torna desafiador entender suas conexões com esforço e motivação. Tanto o esforço cognitivo quanto o físico realmente podem exibir relações diferentes com sintomas específicos de depressão, reforçando a ideia de que o TDM precisa ser visto através da lente de seus sintomas variados.
Análise de Correlação Canônica
Para entender melhor os vínculos entre as medidas das tarefas e os sintomas do TDM, os pesquisadores usaram Análise de Correlação Canônica (ACC). Esse método abrangente permitiu examinar vários domínios de sintomas, traços e demografia em relação às tarefas de esforço. Eles encontraram relacionamentos vitais que destacaram como os custos do esforço cognitivo se ligaram negativamente com a ansiedade e outros sintomas, enquanto os custos do esforço físico mostraram uma relação positiva com sintomas como a anedonia.
Os achados indicam que entender como diferentes sintomas se relacionam com os processos de tomada de decisão no TDM é crucial. Ao explorar essas relações de forma detalhada, este estudo sublinha a complexidade do TDM e como vários sintomas interagem entre si para influenciar comportamentos orientados a metas.
Implicações para o Tratamento
Os insights desse estudo podem informar tratamentos futuros voltados a ajudar indivíduos com TDM a se envolverem melhor em atividades com metas. Estratégias que visam aumentar a motivação e a disposição para exertar esforço podem se tornar ferramentas valiosas em ambientes terapêuticos. Tratamentos que focam nas perspectivas individuais sobre esforço físico e recompensa poderiam oferecer novas maneiras de abordar sintomas como a anedonia.
Dado que a ansiedade também pode impactar o esforço cognitivo, entender como essas relações funcionam pode levar a intervenções mais eficazes. Futuras terapias podem usar a capacidade de um indivíduo de exertar esforço cognitivo como uma forma de lidar com a ansiedade, potencialmente oferecendo tarefas cognitivas mais estruturadas que engajem a mente e desviem de pensamentos negativos.
Conclusão
Os achados deste estudo destacam as intrincadas conexões entre a tomada de decisão baseada em esforço e os vários sintomas do TDM. Ao entender melhor essas relações, podemos trabalhar em direção a tratamentos mais eficazes que considerem as experiências únicas de indivíduos com depressão. Focar em sintomas específicos e sua relação com esforços cognitivos e físicos pode levar a estratégias aprimoradas para melhorar a função geral e o bem-estar daqueles que lutam contra o TDM.
Título: Major depression symptom severity associations with willingness to exert effort and patch foraging strategy
Resumo: BackgroundIndividuals with major depressive disorder (MDD) can experience reduced motivation and cognitive function, leading to challenges with goal-directed behavior. When selecting goals, people maximize expected value by selecting actions that maximize potential reward while minimizing associated costs, including effort costs and the opportunity cost of time. In MDD, differential weighing of costs and benefits are theorized mechanisms underlying changes in goal-directed cognition and may contribute to symptom heterogeneity. MethodsWe used the Effort Foraging Task to quantify cognitive and physical effort costs, and patch leaving thresholds in low effort conditions (reflecting perceived opportunity cost of time) and investigated their shared versus distinct relationships to clinical features in participants with MDD (N=52, 43 in-episode) and comparisons (N=27). ResultsContrary to our predictions, none of the decision-making measures differed with MDD diagnosis. However, each of the measures were related to symptom severity, over and above effects of ability (i.e., performance). Greater anxiety symptoms were selectively associated with lower cognitive effort cost (i.e. greater willingness to exert effort). Anhedonia and behavioral apathy were associated with increased physical effort costs. Finally, greater overall depression was related to decreased patch leaving thresholds. ConclusionsMarkers of effort-based decision-making may inform understanding of MDD heterogeneity. Increased willingness to exert cognitive effort may contribute to anxiety symptoms such as worry. Decreased leaving thresholds associations with symptom severity is consistent with reward rate-based accounts of reduced vigor in MDD. Future research should address subtypes of depression with or without anxiety, which may relate differentially to cognitive effort decisions.
Autores: Laura A Bustamante, D. M. Barch, J. Solis, T. Oshinowo, I. Grahek, A. B. Konova, N. D. Daw, J. D. Cohen
Última atualização: 2024-09-17 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.02.18.24302985
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.02.18.24302985.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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