Entendendo as Experiências Adversas na Infância: Triagem e Apoio
Um olhar sobre os ACEs e seus impactos na saúde das crianças.
Maria Jose Correa-Mendez, M. Vasquez-Ponce, L. Restrepo, V. Diaz, C. Escobar, I. Franky, I. Arango, O. Gomez, L. M. Gonzales Ballesteros
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Índice
- Impactos na Saúde das ACEs
- Importância da Triagem para ACEs
- Objetivos da Revisão
- Critérios de Inclusão para Estudos
- Processo de Seleção de Estudos
- Características dos Estudos Inclusos
- Resumo das Ferramentas de Triagem
- Potenciais Benefícios da Triagem de ACEs
- Estratégias Recomendadas para Triagem Eficaz
- Perspectivas sobre a Triagem de ACEs
- Lacunas de Conhecimento e Barreiras
- Considerações Culturais na Triagem de ACEs
- Direções para Pesquisa Futura
- Conclusão
- Fonte original
Experiências adversas na infância, ou ACES, são eventos que podem ser muito prejudiciais pro desenvolvimento de uma criança. Essas experiências podem rolar antes da criança completar 18 anos e impactar sua Saúde e bem-estar. Desde que o termo foi usado pela primeira vez em 1998, as ACEs foram agrupadas em três categorias principais: abuso, negligência e disfunção familiar. Essas categorias incluem diferentes tipos de dano que podem vir de quem cuida da criança, incluindo abuso físico, sexual ou emocional.
As ACEs são comuns, com cerca de 52% das Crianças passando por pelo menos uma. Entre essas, o abuso de substâncias por parte dos pais é o problema mais frequentemente relatado. Estudos mostram que meninas geralmente relatam mais ACEs do que meninos, e crianças de origens não brancas, com baixo nível de escolaridade ou de famílias de baixa renda são mais propensas a relatar essas experiências.
Impactos na Saúde das ACEs
Passar por ACEs pode trazer sérios problemas de saúde mais tarde na vida. Pesquisas mostram que essas experiências prejudiciais estão ligadas a várias questões de saúde, como comportamentos de risco, condições de saúde a longo prazo, baixa qualidade de vida, doenças mentais e até morte precoce. Os efeitos negativos das ACEs não são sentidos só na infância; eles também podem afetar adultos.
Em crianças e adolescentes, as ACEs podem causar problemas de saúde como asma, dificuldades para dormir, infecções frequentes e dificuldades de pensamento. Em um nível social, as ACEs estão associadas a comportamentos como delinquência, bullying, violência no namoro e porte de armas. Para os adultos, há uma forte ligação entre ACEs e problemas de saúde sérios, incluindo diabetes tipo 2, doenças cardíacas, doenças pulmonares e problemas de saúde mental como depressão e ansiedade.
Triagem para ACEs
Importância daDada a seriedade dos impactos das ACEs na saúde, fazer triagem dessas experiências em crianças pode levar a um suporte e intervenções mais cedo. Essa abordagem pode diminuir as chances de desenvolver problemas de saúde mais tarde. No entanto, algumas pesquisas indicam que apenas fazer triagem para ACEs pode não melhorar significativamente os resultados de saúde.
Pra entender melhor como abordar a triagem de ACEs, é essencial olhar pra estratégias e ferramentas atuais disponíveis.
Objetivos da Revisão
Essa revisão tem como objetivo resumir as informações existentes sobre as várias ferramentas e métodos para triagem de ACEs em settings pediátricos. Ela busca responder várias perguntas:
- A triagem para ACEs é útil pra prevenir problemas de saúde em crianças?
- Como a triagem pode ser feita de forma eficaz?
- Quais limitações existem em relação à triagem de ACEs?
- Quais ferramentas estão atualmente disponíveis para triagem de ACEs?
Critérios de Inclusão para Estudos
A revisão se concentra em estudos que envolvem crianças de 3 a 17 anos. Ela examina vários aspectos da triagem de ACEs, incluindo métodos e ferramentas, sua importância, lacunas de conhecimento e barreiras.
Processo de Seleção de Estudos
A revisão incorpora uma ampla gama de tipos de estudos, incluindo estudos experimentais, estudos observacionais, pesquisas qualitativas e revisões de literatura. No entanto, estudos que não estão em inglês ou espanhol, que não fornecem texto completo, ou que se concentram em triagem comunitária são excluídos.
O processo de revisão começou com uma busca abrangente em várias bases de dados acadêmicas. Depois de remover duplicatas e analisar títulos e resumos, um número pequeno de estudos foi escolhido para uma análise detalhada. A seleção final incluiu um total de 31 estudos publicados entre 2012 e 2024.
Características dos Estudos Inclusos
A maioria dos estudos selecionados era dos Estados Unidos, com apenas alguns do Canadá, Chile, Alemanha e Austrália. A maioria usou métodos quantitativos, enquanto alguns adotaram abordagens qualitativas. Os estudos examinaram vários fatores relacionados às ACEs e as ferramentas usadas para triagem.
Resumo das Ferramentas de Triagem
A revisão identificou 15 ferramentas diferentes de triagem para ACEs. Enquanto muitas foram desenvolvidas nos Estados Unidos, algumas foram validadas em outros países, incluindo o Reino Unido, Brasil e África do Sul. Os métodos de aplicação dessas ferramentas variam, com algumas exigindo entrevistas com pais e crianças, enquanto outras consistem em questionários.
Essas ferramentas geralmente avaliam tópicos como exposição à violência e discriminação. Em média, cada ferramenta cobre cerca de 15 tópicos, levando de 5 a 60 minutos pra completar. A maioria usa perguntas simples de sim/não, mas algumas permitem respostas mais detalhadas.
Potenciais Benefícios da Triagem de ACEs
Fazer triagem para ACEs pode ajudar a identificar crianças e famílias que podem estar em risco de efeitos negativos à saúde relacionados ao trauma. Reconhecendo esses riscos cedo, os profissionais de saúde podem oferecer recursos e suporte pra ajudar a prevenir consequências prejudiciais. Essa abordagem pode interromper o ciclo de trauma e melhorar a saúde geral.
Estratégias Recomendadas para Triagem Eficaz
Pra garantir uma triagem de ACEs bem-sucedida em ambientes clínicos, várias estratégias devem ser empregadas. Primeiro, os profissionais devem estar cientes das ferramentas de triagem disponíveis. Escolher a ferramenta certa depende dos problemas específicos que estão sendo triados, da idade da criança e do ambiente clínico.
Uma grande barreira pra triagem eficaz é a necessidade de treinamento entre os profissionais de saúde. Muitos se sentem despreparados pra conduzir triagens de ACEs por falta de treinamento. Portanto, investir no desenvolvimento profissional é crucial.
Trabalhar com uma equipe diversificada e multidisciplinar também é importante. Garantir que pais e crianças entendam o processo de triagem pode levar a melhores respostas e resultados mais precisos.
Perspectivas sobre a Triagem de ACEs
Tanto pais quanto profissionais de saúde expressaram várias opiniões sobre a triagem de ACEs. Muitos profissionais de saúde relataram se sentir inseguros sobre o processo e como isso poderia beneficiar a saúde. Muitas vezes, há confusão sobre os procedimentos específicos pra implementar a triagem, o que pode dificultar sua eficácia.
Uma preocupação comum é o possível impacto emocional nas crianças ao discutir experiências prejudiciais. Profissionais de saúde se preocupam em causar mais angústia acidentalmente.
Além disso, muitos profissionais indicaram que não têm recursos adequados pra acompanhar triagens de ACEs positivas. Se uma criança testa positivo, pode não haver suporte suficiente disponível pra lidar adequadamente com essas questões.
Lacunas de Conhecimento e Barreiras
A revisão revelou lacunas significativas na padronização da triagem de ACEs. Um problema chave é a ausência de uma definição clara do que constitui uma ACE. Essa falta de consistência afeta o processo de triagem e como as ACEs são identificadas.
Muitas ferramentas de triagem não foram rigorosamente testadas, resultando na necessidade de opções confiáveis. Além disso, há pouca orientação sobre como adaptar ferramentas de triagem com base na idade ou situação da criança.
As pesquisas atuais indicam que há muitas incertezas em torno dos benefícios reais da triagem de ACEs. Embora esteja bem documentado que as ACEs levam a resultados negativos à saúde, as evidências que apoiam a eficácia da triagem pra lidar com essas questões são limitadas.
Considerações Culturais na Triagem de ACEs
Diferenças culturais também podem impactar a eficácia da triagem de ACEs. Famílias de origens diversas podem interpretar eventos como divórcio ou trauma de forma diferente, o que pode afetar suas respostas às perguntas de triagem. Barreiras linguísticas complicam ainda mais a questão, levando a mal-entendidos que podem distorcer os resultados.
Direções para Pesquisa Futura
À medida que avançamos, há uma necessidade clara de mais pesquisas nessa área. Estudos futuros devem focar em desenvolver ferramentas de triagem confiáveis e culturalmente sensíveis que possam ser aplicadas em vários ambientes. Além disso, avaliar o impacto a longo prazo da triagem de ACEs nos resultados de saúde é vital.
Investigar como apoiar melhor famílias com triagens de ACEs positivas é igualmente importante. Há uma necessidade de protocolos e diretrizes claras que os profissionais de saúde possam seguir ao se deparar com um resultado positivo.
Conclusão
Fazer triagem para ACEs em ambientes pediátricos tem o potencial de prevenir problemas de saúde a longo prazo, mas vários desafios devem ser abordados. As limitações atuais em ferramentas, protocolos e evidências de Apoio tornam a implementação em larga escala difícil.
Pra avançar, os profissionais de saúde precisam receber o treinamento necessário pra conduzir triagens de ACEs de forma eficaz. Envolver as famílias e desenvolver uma compreensão clara de como lidar com resultados positivos vai melhorar muito a eficácia dessa importante medida preventiva.
Ao continuar explorando essas áreas, podemos apoiar melhor crianças e famílias afetadas por experiências adversas na infância e trabalhar pra melhorar os resultados de saúde para todos.
Título: Screening for adverse childhood experiences in pediatric clinical settings: a scoping review
Resumo: ObjectiveTo compile the available literature regarding the usefulness, methodology used, and limitations of ACEs screening in a pediatric clinical sample, to prevent adverse health outcomes. IntroductionSeveral studies have found an association between the presence of adverse childhood experiences (ACEs) and the development of negative health outcomes, however the usefulness of screening for this condition and how to do so appropriately has not been established. MethodsWe included observational, descriptive, analytical, and experimental studies, qualitative studies, systematic reviews, clinical guidelines, and health policies that include the pediatric population from 3 to 17 years of age in a clinical setting. Studies in languages other than Spanish and English, protocols, and validation studies were excluded. The search strategy was designed using the PRISMA-S protocol to locate published and unpublished studies using PubMed, EMBASE, Cochrane, LiLACS, PsycArticles and CINAHL databases and grey literature in ProQuest Dissertations and Theses Global. Studies in Spanish and English published since 2012 were included. The Rayyan platform was implemented to remove duplicates and for independent article selection by each author, with conflicts resolved through discussion. Data was extracted into an Excel database, highlighting information related to the objectives of the scoping review. After analyzing the data, we present them in different tables that summarize the findings of the review, with a narrative description. ResultsOur search yielded 8143 studies, from which 31 studies met the inclusion criteria. These studies varied in design, with most conducted in the United States, they were published between 2012 and 2024. The review identified several ACE screening tools (15), with an average response time of 15 minutes. Although some tools showed promise in identifying children at risk for adverse outcomes, significant gaps remain in the consistency and effectiveness of screening methods. Barriers such as lack of training for healthcare personnel, a lack of approach to patients with positive results, limited resources for follow-up care, and cultural differences in interpreting ACEs were often highlighted. There was no evidence of adequate standardization of screening methods, how to use them, and how to properly identify and categorize the presence of an ACE in childhood. ConclusionsThis scoping review highlights the potential of screening for ACEs in pediatric settings to prevent long-term health issues. However, the lack of standardized tools, protocols, and evidence of long-term benefits hinders its implementation. Although the association between ACEs and negative health outcomes is well-established, there is insufficient evidence demonstrating the effectiveness of screening. Cultural factors, especially in countries like Colombia, further complicate the adaptation of screening tools. The review suggests that a multidisciplinary, family-centered approach and training in trauma-informed care are essential. More research is needed to standardize ACE screening and evaluate its effectiveness in reducing health issues related to ACEs.
Autores: Maria Jose Correa-Mendez, M. Vasquez-Ponce, L. Restrepo, V. Diaz, C. Escobar, I. Franky, I. Arango, O. Gomez, L. M. Gonzales Ballesteros
Última atualização: 2024-10-22 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.10.21.24315896
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.10.21.24315896.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
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