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# Biologia # Genética

CATALYTEC: Uma Nova Esperança para Diagnósticos Genéticos

Método inovador de CRISPR melhora a análise genética em doenças da retina.

Valentin J. Weber, Alice Reschigna, Maximilian-J. Gerhardt, Klara S. Hinrichsmeyer, Dina Y. Otify, Thomas Heigl, Frank Blaser, Isabelle Meneau, Martin Biel, Stylianos Michalakis, Elvir Becirovic

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Doenças Genéticas podem ser complicadas de diagnosticar, e, surpreendentemente, mesmo em países bem equipados, uma boa quantidade de pacientes pode perder a oportunidade de fazer os testes adequados. Tem uma galera de tecnologias incríveis, como o sequenciamento de próxima geração (NGS), que pode ajudar a identificar problemas genéticos, mas não são perfeitas. Às vezes, elas deixam passar detalhes importantes. Isso pode impedir que os pacientes recebam os tratamentos certos ou que participem de testes clínicos.

O Papel do Sequenciamento de Próxima Geração

As tecnologias de sequenciamento de próxima geração (NGS), como sequenciamento do genoma completo (WGS) e sequenciamento do exoma completo (WES), tornaram o diagnóstico de doenças genéticas mais acessível. Esses métodos conseguem ler o código de DNA de uma pessoa e identificar Mutações que podem levar a doenças. Contudo, ambas têm suas desvantagens. O WES, por exemplo, ignora muitas regiões não codificantes do DNA, o que pode afetar a forma como os genes funcionam. Por outro lado, o WGS pode ser bem caro e demorado, o que o torna menos disponível para diagnósticos rotineiros.

Quando mutações são encontradas, ainda é importante checar como essas mudanças afetam os níveis de mRNA, porque isso pode nos dizer se uma mutação é realmente prejudicial. Infelizmente, as técnicas atuais para fazer isso, como ensaios de minigene, podem ser complicadas e levar muito tempo. Algumas mutações que parecem inofensivas podem ainda atrapalhar o processamento do mRNA, como uma pedrinha no sapato que pode estragar toda a caminhada.

A Necessidade de Técnicas Melhores

Há uma necessidade real de formas mais simples e eficazes de identificar e estudar mutações que afetam a forma como o mRNA é lido e processado. O melhor jeito de verificar os transcritos dos genes é usar amostras de tecido de pacientes, mas isso pode ser complicado. Alguns tecidos, como a retina-que podem ser relevantes para doenças que envolvem a visão-não são fáceis de coletar porque pode ser invasivo e arriscado.

Para resolver esse problema, os cientistas criaram uma nova abordagem chamada CATALYTEC. Esse método usa uma tecnologia chamada CRISPR para ativar genes em células humanas que foram rapidamente isoladas. O CATALYTEC permite examinar genes específicos relacionados a doenças retinais hereditárias (IRDs) sem precisar de procedimentos arriscados.

Por Que Focar em Certos Genes?

Os cientistas decidiram concentrar seus esforços iniciais em genes específicos conhecidos por estarem envolvidos em doenças retinais comuns, como ABCA4, RPE65, MYO7A e USH2A. Por que esses genes?

  1. Mutações Comuns: Esses genes costumam carregar mutações que podem levar a doenças como a doença de Stargardt e amaurose congênita de Leber.
  2. Estruturas Grandes: Três dos quatro genes têm estruturas grandes, tornando mais difícil identificar mutações, especialmente em áreas não codificantes.
  3. Potencial Terapêutico: O RPE65 é particularmente importante porque está ligado a uma doença que pode ser tratada com uma terapia gênica aprovada.

Indo Direto ao Ponto

Para testar o CATALYTEC, os cientistas primeiro brincaram com o método em um tipo de célula chamada HEK293T. Eles usaram uma versão modificada do sistema CRISPR que poderia aumentar efetivamente a atividade dos genes-alvo. Combinando diferentes componentes e guias que direcionam a maquinaria CRISPR para os lugares certos, eles puderam ativar esses genes sem muita complicação.

Depois de alguns testes, conseguiram ativar todos os genes-alvo ao mesmo tempo sem perder eficiência. Isso significava que poderiam analisar as causas genéticas de doenças de forma mais direta.

O Desafio de Transfectar Células Primárias

A próxima etapa foi descobrir como aplicar essa tecnologia em células reais de pacientes, como PBMCs (um tipo de célula sanguínea) e fibroblastos dérmicos. Eles tentaram diferentes maneiras de introduzir seu sistema CRISPR nessas células. Porém, muitos dos métodos comuns, como usar fosfato de cálcio ou lipídios, não funcionaram bem. Na maioria das vezes, as células mal reagiam à introdução.

Vetores lentivirais, que podem infectar células que não estão se dividindo, pareciam promissores, mas não trouxeram os resultados desejados. Mesmo com muitas otimizações, apenas ativações fracas dos genes foram observadas. Então, os cientistas mudaram o foco para outros métodos porque precisavam de uma maneira confiável de aplicar o CATALYTEC em situações reais de teste.

Encontrando o Ponto Ideal

Finalmente, eles se concentraram em um método chamado nucleofecção, que introduziu os componentes do CRISPR com eficácia. Esse método funcionou muito bem, levando a aumentos significativos na atividade gênica para ABCA4 e RPE65. Eles puderam detectar toda a gama de transcritos desses genes, demonstrando a capacidade do método.

Curiosamente, descobriram que o MYO7A, um dos genes que estavam analisando, já estava sendo expresso em células primárias, facilitando ainda mais as coisas. Mas também notaram alguns desafios com o USH2A, onde conseguiam ver apenas partes do gene sendo expressas.

Testando a Tecnologia: Uma Olhada nas Células dos Pacientes

Os pesquisadores não pararam em testar a tecnologia apenas em células saudáveis. Eles aplicaram o protocolo CATALYTEC em vários pacientes com doenças retinais confirmadas. Cada paciente tinha histórias clínicas variadas, e embora a maioria tivesse feito testes genéticos antes, só alguns tinham diagnósticos claros.

Depois de rodar suas análises em amostras desses pacientes, confirmaram algumas mutações em genes ligados às suas doenças retinais. Por exemplo, um paciente tinha uma mutação específica no RPE65 que estava causando um comportamento de splicing estranho em seu RNA. Isso é como fazer um bolo e perceber no meio do caminho que esqueceu um ingrediente-algo vital está faltando.

Em outro paciente com uma mutação no ABCA4, eles também observaram uma anomalia no splicing. Os pesquisadores puderam ver claramente como essas mutações estavam afetando a tradução dos genes, confirmando a utilidade do CATALYTEC para diagnosticar doenças reais em pacientes.

Analisando os Resultados

Alguns resultados impressionantes vieram do uso do CATALYTEC. Esse método não só identificou mutações, mas também indicou que os níveis de ativação gênica existentes eram significativos o suficiente para analisar vários transcritos. Ao combinar métodos modernos como sequenciamento de RNA de leitura curta e longa, eles puderam ter uma visão mais clara de como os genes estavam se comportando nas células dos pacientes.

Eles estabeleceram que os padrões de splicing que observaram nas células sanguíneas eram surpreendentemente semelhantes aos das células retinais. Isso é crucial, pois indica a possibilidade de que amostras de sangue possam servir como um proxy para estudar doenças retinais diretamente-é como conseguir examinar os resultados de um jogo de futebol sem estar em campo!

O Futuro: O Que Vem a Seguir para o CATALYTEC?

Os cientistas veem o CATALYTEC como um método versátil que poderia facilmente ser transferido para outros distúrbios genéticos onde a coleta de amostras pode ser um obstáculo. Eles também acham que usar métodos mais simples para coletar células, como células bucais (células da bochecha), pode levar a aplicações ainda mais fáceis em diagnósticos.

A ideia é construir sobre essa abordagem, tornando os testes genéticos mais simples, acessíveis e menos invasivos. Estudos futuros poderiam expandir os tipos de genes ativados, levando a aplicações ainda mais amplas.

Conclusão: Um Passo em Direção a Melhores Diagnósticos

Resumindo, o CATALYTEC ilumina o potencial da tecnologia CRISPR para melhorar os diagnósticos genéticos. Ao permitir que os cientistas ativem genes nas células dos pacientes sem procedimentos invasivos, abre a porta para uma melhor compreensão e diagnóstico de uma variedade de distúrbios genéticos. À medida que os cientistas trabalham para aprimorar esse método, isso pode mudar a forma como detectamos e tratamos doenças genéticas, facilitando a vida dos pacientes.

Quem diria que um pouco de CRISPR poderia se transformar em uma grande mudança de jogo? Avançando, há muitas mais possibilidades empolgantes no horizonte no mundo dos diagnósticos genéticos.

Fonte original

Título: CRISPRa-mediated activation of genes associated with inherited retinal dystrophies in acutely isolated human cells for diagnostic purposes

Resumo: Many patients suffering from inherited diseases do not receive a genetic diagnosis and are therefore excluded as candidates for treatments, such as gene therapies. Analyzing disease-related gene transcripts from patient cells would improve detection of mutations that have been missed or misinterpreted in terms of pathogenicity during routine genome sequencing. However, the analysis of transcripts is complicated by the fact that a biopsy of the affected tissue is often not appropriate, and many disease-associated genes are not expressed in tissues or cells that can be easily obtained from patients. Here, using CRISPR/Cas-mediated transcriptional activation (CRISPRa) we developed a robust and efficient approach to activate genes in skin-derived fibroblasts and in freshly isolated peripheral blood mononuclear cells (PBMCs) from healthy individuals. This approach was successfully applied to blood samples from patients with inherited retinal dystrophies (IRD). We were able to efficiently activate several IRD-linked genes and detect the corresponding transcripts using different diagnostically relevant methods such as RT-qPCR, RT-PCR and long- and short-read RNA sequencing. The detection and analysis of known and unknown mRNA isoforms demonstrates the potential of CRISPRa-mediated transcriptional activation in PBMCs. These results will contribute to ceasing the critical gap in the genetic diagnosis of patients with IRD or other inherited diseases. Graphical abstract O_FIG O_LINKSMALLFIG WIDTH=200 HEIGHT=140 SRC="FIGDIR/small/625601v1_ufig1.gif" ALT="Figure 1"> View larger version (47K): [email protected]@c4c742org.highwire.dtl.DTLVardef@f5c28dorg.highwire.dtl.DTLVardef@b7cf11_HPS_FORMAT_FIGEXP M_FIG C_FIG

Autores: Valentin J. Weber, Alice Reschigna, Maximilian-J. Gerhardt, Klara S. Hinrichsmeyer, Dina Y. Otify, Thomas Heigl, Frank Blaser, Isabelle Meneau, Martin Biel, Stylianos Michalakis, Elvir Becirovic

Última atualização: 2024-12-01 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.11.29.625601

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.11.29.625601.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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