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# Biologia # Microbiologia

Como as Bactérias Usam Quimiotaxia para Prosperar

Aprenda como as bactérias percebem o ambiente e se movem em direção aos nutrientes.

Félix Velando, Jiawei Xing, Roberta Genova, Jean Paul Cerna-Vargas, Raquel Vázquez- Santiago, Miguel A. Matilla, Igor B. Zhulin, Tino Krell

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As bactérias são organismos vivos minúsculos que podem ser encontrados em quase todos os lugares. Elas têm uma forma única de se moverem em direção a lugares que curtem e se afastar de lugares que não curtem. Esse movimento é chamado de quimiotaxia. Pense nisso como bactérias dando uma passeada em direção a um buffet quando sentem o cheiro de comida!

O Que É Quimiotaxia?

Quimiotaxia é o movimento direcionado das bactérias em direção ou afastamento de certos produtos químicos no ambiente. É a forma delas de encontrar comida ou fugir de substâncias que podem ser prejudiciais. Imagine entrar na cozinha e seguir o aroma delicioso de biscoitos. As bactérias fazem algo semelhante, mas com produtos químicos.

A Importância da Quimiotaxia

As bactérias usam quimiotaxia para encontrar nutrientes e ambientes onde podem prosperar. Quando uma bactéria detecta uma concentração de nutrientes, ela dá uma corridinha em direção a eles. Por outro lado, se ela sente substâncias nocivas, se afasta na direção oposta. Mas não é só isso! As bactérias também conseguem captar sinais de outros organismos, o que as ajuda a decidir pra onde ir. Isso pode incluir sinais de plantas, animais ou até de outras bactérias que estão por perto.

Como As Bactérias Sentem Seu Ambiente?

As bactérias percebem o ambiente usando proteínas especializadas chamadas quimioreceptores. Essas proteínas conseguem detectar diferentes substâncias e informar à bactéria se ela deve se mover mais perto ou mais longe. A quantidade de quimioreceptores varia entre as bactérias. Algumas têm apenas alguns, enquanto outras têm muitos, dependendo de onde vivem e do que precisam.

Por exemplo, bactérias que vivem em ambientes estáveis podem ter menos quimioreceptores, enquanto aquelas em ambientes mudáveis ou competitivos costumam ter muitos mais. Esses quimioreceptores podem reconhecer várias substâncias, como açúcares, aminoácidos e até íons metálicos.

Quimiotaxia e Patógenos de Plantas

As bactérias que infectam plantas têm uma relação especial com o ambiente graças à quimiotaxia. Elas usam essa habilidade para encontrar o caminho para dentro das plantas. Certos produtos químicos liberados pelas plantas podem atrair essas bactérias, ajudando-as a encontrar pontos de entrada com mais eficiência.

Curiosamente, os patógenos de plantas tendem a ter mais quimioreceptores do que bactérias que não interagem com plantas. Isso faz com que elas estejam melhor equipadas para navegar no complexo cenário químico de uma planta. Pesquisas mostram que as bactérias patógenas de plantas, em média, têm cerca do dobro do número de quimioreceptores em comparação com suas contrapartes que não são de plantas.

Um Olhar Mais de Perto em Pectobacterium atrosepticum

Uma bactéria que os cientistas estudam se chama Pectobacterium atrosepticum. Essa bactéria é famosa por causar doenças como a “perna negra” e a “mole” nas plantas. Ela tem uma forte resposta quimiotática devido aos 36 quimioreceptores codificados em seu genoma. Os pesquisadores se concentram em entender como esses receptores funcionam e quais papéis eles desempenham.

Eles descobriram que um quimioreceptor específico, chamado ECA_RS12390, se liga a alguns compostos químicos importantes. Fazendo vários experimentos, os cientistas descobriram que esse receptor gosta especialmente de se agarrar a compostostos de C3 fosforilados, que são importantes em muitos processos biológicos.

Como Os Quimioreceptores São Estudados?

Para entender como esses quimioreceptores funcionam, os cientistas usam vários ensaios, incluindo ensaios de mudança térmica e calorimetria de titulação isotérmica (ITC). O ensaio de mudança térmica ajuda a ver quão estável é uma proteína quando se liga a diferentes ligantes (moléculas pequenas). A ITC mede a mudança de calor quando um ligante se liga a uma proteína, ajudando os cientistas a descobrir quão fortemente o ligante se liga.

Através desses estudos, eles descobriram que o ECA_RS12390, também conhecido como PacP, se liga muito bem ao glicerol 3-fosfato, um composto envolvido tanto no metabolismo de plantas quanto de bactérias. Eles aprenderam que quando o Pectobacterium atrosepticum sente glicerol 3-fosfato, ele se move em direção a ele.

O Papel do Glicerol 3-Fosfato

O glicerol 3-fosfato é muito importante no mundo das plantas. Ele ajuda a gerenciar as respostas imunológicas das plantas. Quando as plantas são atacadas, elas podem aumentar a produção desse composto para sinalizar suas defesas. Isso significa que bactérias como o Pectobacterium atrosepticum não estão apenas atraídas pelo glicerol 3-fosfato para se alimentar, mas também para encontrar pontos fracos nas plantas, especialmente em situações de estresse.

A Descoberta de Novos Quimioreceptores

Os pesquisadores também descobriram uma nova família de quimioreceptores que são responsáveis por reconhecer esses compostos fosforilados. Eles chamam essa família de sCache_PC3. Membros dessa família de quimioreceptores são encontrados principalmente em bactérias ligadas a plantas, mostrando que essas bactérias evoluíram para ter sistemas especializados para perceber e responder aos seus hospedeiros planta.

Como Esses Quimioreceptores Funcionam?

Os membros da família sCache_PC3 funcionam captando sinais de certos compostos, ajudando as bactérias a tomarem decisões sobre onde nadar. Eles parecem ter uma preferência por compostos específicos, especialmente compostos de C3 fosforilados. Isso significa que são bem exigentes!

Quando os pesquisadores realizaram testes, descobriram que esses quimioreceptores estão presentes principalmente nas bactérias da classe γ-proteobacteria, especificamente em grupos que interagem com plantas.

O Estilo de Vida dos Patógenos de Plantas

O estilo de vida dos patógenos de plantas é bem único. Eles vivem das plantas que infectam, encontrando maneiras de se infiltrar e extrair nutrientes. Para fazer isso com sucesso, eles precisam ser bons em detectar os sinais químicos que as plantas liberam. A presença de muitos quimioreceptores aguça suas habilidades, tornando-os melhores em navegar pelo ambiente.

Quando eles encontram um sinal, reagem rápido, se movendo na direção certa. A capacidade de sentir esses sinais é muitas vezes a diferença entre uma infecção bem-sucedida e uma oportunidade perdida.

Explorando a Evolução dos Quimioreceptores

É interessante pensar em como esses quimioreceptores evoluíram. Alguns deles provavelmente começaram reconhecendo diferentes ácidos carboxílicos, compostos conhecidos por serem importantes em vários processos biológicos. Com o tempo, a habilidade deles de detectar compostos fosforilados específicos se desenvolveu, levando às suas formas atuais.

Essa evolução mostra como as bactérias podem ser adaptáveis, permitindo que prosperem em ambientes variados e respondam aos desafios que enfrentam.

Lições Aprendidas com a Pesquisa Sobre Quimiotaxia

Entender como as bactérias usam quimiotaxia pode nos dar insights valiosos sobre como elas sobrevivem e prosperam. Saber como elas navegam pelo ambiente ajuda os cientistas a encontrar maneiras de gerenciar as doenças em plantas causadas por essas bactérias. Se conseguirmos interromper a capacidade delas de detectar certos sinais, podemos prevenir infecções.

Além disso, a descoberta da família sCache_PC3 abre novas avenidas para pesquisa. Os cientistas agora podem explorar como esses receptores funcionam e quais outros compostos podem influenciar o comportamento bacteriano. Isso pode levar ao desenvolvimento de melhores estratégias para controlar patógenos de plantas.

Bactérias: Os Organismos Subestimados

As bactérias muitas vezes não recebem o devido crédito. Embora possam causar doenças, elas também desempenham papéis vitais nos ecossistemas, incluindo a decomposição de materiais orgânicos e a reciclagem de nutrientes. A capacidade delas de perceber e responder ao ambiente é crucial para a sobrevivência.

E vamos ser sinceros, sem as bactérias, teríamos muito mais problemas neste mundo. Elas são os recicladores originais! Toda vez que você desfruta de um prato de comida, lembre-se de que as bactérias podem ter desempenhado um papel em tornar isso possível.

Conclusão: A Busca Contínua por Conhecimento

O estudo da quimiotaxia em bactérias é um campo em constante evolução. Os pesquisadores estão ansiosos para desvendar mais segredos sobre como as bactérias interagem com plantas e seus ambientes. À medida que aprendemos mais sobre esses minúsculos organismos, conseguimos entender melhor como gerenciá-los de maneiras que beneficiem nossos ecossistemas.

Então, da próxima vez que você pensar em bactérias, lembre-se de que elas não estão apenas por aí à espera de nos deixar doentes. Elas estão ocupadas fazendo seu trabalho, farejando nutrientes e, às vezes, tramando seu próximo movimento no grande jogo da infecção das plantas!

Fonte original

Título: Chemoreceptor family in plant-associated bacteria responds preferentially to the plant signal molecule glycerol 3-phosphate

Resumo: Plant pathogens and plant-associated bacteria contain about twice as many chemoreceptors as the bacterial average, indicating that chemotaxis is particularly important for bacteria-plant interactions. However, information on the corresponding chemoreceptors is limited. In this study, we identified the chemoreceptor PacP from the phytopathogen Pectobacterium atrosepticum, which exclusively recognized C3 phosphorylated compounds at its sCache ligand binding domain, mediating chemoattraction. Using a motif of PacP amino acid residues involved in ligand binding, we identified a chemoreceptor family, termed sCache_PC3, that was specific for C3 phosphorylated compounds. Isothermal titration calorimetry studies revealed that family members preferentially bound glycerol 3-phosphate, a key plant signaling molecule. Additionally, family members recognized glycerol 2-phosphate and glycolysis intermediates glyceraldehyde 3-phosphate, dihydroxyacetone phosphate and 3-phosphoglycerate. This study presents the first evidence of chemoreceptors that bind phosphorylated compounds. We show that the sCache_PC3 family has evolved from an ancestral sCache domain that respond primarily to Krebs cycle intermediates. Members of the sCache_PC3 family were mainly found in bacteria that interact with plants, including many important plant pathogens such as Brenneria, Dickeya, Musicola, Pectobacterium, and Herbaspirillum. Glycerol 3-phosphate is a signal molecule that is excreted by plants in response to stress and infection. Chemotaxis towards this molecule may thus be a means for bacteria to localize stressed plants and move to infection sites. This study lays the groundwork for investigating the functional importance of chemotaxis to phosphorylated C3 compounds in plant-bacteria interactions and virulence. Significance statementThe bacterial lifestyle has shaped the evolution of signal transduction systems, and the number and type of chemoreceptors varies greatly between bacteria occupying various ecological niches. Our understanding of the relationship between lifestyle and chemoreceptor function is limited and the discovery of a chemoreceptor family in plant-associated bacteria that primarily responds to an important plant signal molecule is a significant advancement, allowing for further studies to determine its physiological relevance. The lack of knowledge about signals recognized by bacterial receptors is currently a major challenge in microbiology. This study illustrates the potential of combining experimental ligand screening with computational ligand prediction to identify signals recognized by uncharacterized receptors.

Autores: Félix Velando, Jiawei Xing, Roberta Genova, Jean Paul Cerna-Vargas, Raquel Vázquez- Santiago, Miguel A. Matilla, Igor B. Zhulin, Tino Krell

Última atualização: 2024-12-11 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.12.10.627748

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.12.10.627748.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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