Combatendo a Malária: A Importância de Relatar Efeitos Colaterais
A prevenção sazonal de malária em Gana depende da denúncia de efeitos colaterais pra dar certo.
Abdul Gafaru Mohammed, Dora Dadzie, George Adu Asumah, Isaac Adomako, Joel Jeffrey Idun-Acquah, Paul Boateng, Nana Yaw Peprah, Keziah L. Malm
― 7 min ler
Índice
- O que é Quimioprevenção Sazonal da Malária?
- O papel dos medicamentos na QSM
- A importância de relatar reações adversas a medicamentos
- Quais são os efeitos colaterais comuns?
- Os desafios do relato
- Fatores que influenciam as taxas de notificação
- Educando os cuidadores
- O papel dos agentes de saúde comunitária
- O caminho a seguir
- Conclusão
- Fonte original
A malária é uma doença séria causada por parasitas que são transmitidos pelas picadas de mosquitos infectados. As crianças com menos de 5 anos são as mais afetadas por essa doença, especialmente em regiões onde a malária é comum. Para combater esse problema, Gana adotou um método chamado Quimioprevenção Sazonal da Malária (QSM). Esse método fornece tratamentos para as crianças durante a estação das chuvas, quando a malária é mais provável de aparecer.
O que é Quimioprevenção Sazonal da Malária?
A Quimioprevenção Sazonal da Malária (QSM) é uma abordagem proativa onde as crianças recebem medicamentos contra a malária em determinados períodos do ano. Esse método visa evitar que as crianças fiquem doentes, mantendo bastante remédio no corpo delas para combater a doença. É como dar uma proteção pra criançada antes dos mosquitos saírem pra brincar.
Gana adotou a QSM em 2013. O processo começou em uma escala pequena em um distrito chamado Lawra e depois foi expandido para várias outras áreas. Até 2021, os programas de QSM alcançaram 72 distritos nas regiões Norte e Leste, ajudando muitas crianças a evitar a malária.
O papel dos medicamentos na QSM
O sucesso da QSM depende de uma combinação de medicamentos conhecidos como amodiaquina e sulfadoxina-pirimetamina. Esses remédios trabalham juntos para manter a malária afastada. Mas, como qualquer remédio, eles podem ter efeitos colaterais, conhecidos como Reações Adversas a Medicamentos (RAMs). É importante ficar de olho nessas reações, já que elas podem influenciar como as famílias se sentem sobre os medicamentos.
Em Gana, os cuidadores—geralmente os pais—são solicitados a relatar quaisquer efeitos colaterais que seus filhos possam ter após tomarem o remédio para malária. Infelizmente, nem todo mundo se sente à vontade para fazer isso, e as taxas de reporte desses efeitos colaterais não são muito boas.
A importância de relatar reações adversas a medicamentos
Mas por que é tão importante relatar essas reações adversas? Quando os cuidadores comunicam os efeitos colaterais, isso pode ajudar os profissionais de saúde a entenderem como o remédio está funcionando e se precisa de ajustes. No entanto, em Gana, muitas pessoas não relatam as RAMs, resultando em falta de informações que poderiam melhorar os tratamentos.
Em Gana, um sistema de notificação passiva depende muito dos pais e cuidadores para relatar qualquer reação adversa. Isso significa que, se os cuidadores não reportarem, os profissionais de saúde podem não ficar sabendo dos efeitos colaterais que estão acontecendo nas crianças, o que pode impactar a confiança no programa de QSM.
Quais são os efeitos colaterais comuns?
Alguns dos efeitos colaterais comuns relatados pelos cuidadores incluem:
- Diarreia
- Vômito
- Febre
- Dor abdominal
Esses efeitos colaterais podem ocorrer rapidamente após tomar o remédio—às vezes, dentro de algumas horas. Os cuidadores, muitas vezes, lidam com essas reações em casa achando que não precisam de ajuda profissional. Isso nem sempre é a melhor abordagem, já que esperar que tudo melhore por conta própria pode levar a problemas maiores.
Os desafios do relato
Relatos indicam que apenas um pequeno número de cuidadores realmente comunica quaisquer efeitos colaterais às unidades de saúde. Por exemplo, em um estudo recente, menos de 17% dos cuidadores que perceberam reações adversas relataram. Essa taxa de relato é bem baixa se comparada a outras regiões, como a África do Sul, onde muito mais pessoas comunicaram experiências semelhantes.
As razões para a baixa notificação podem variar. Alguns cuidadores podem não saber o que é uma reação adversa a medicamentos ou podem não entender a importância disso. Outros podem achar que entrar em contato para conseguir ajuda não compensa. Se um cuidador pensa: “A febre do meu filho vai embora sozinha”, ele pode decidir não relatar. O mesmo vale para os pais que não sabem como contatar profissionais de saúde ou podem estar ocupados demais para buscar ajuda.
Fatores que influenciam as taxas de notificação
Vários fatores podem impactar se os cuidadores relatam reações adversas:
-
Conhecimento: Se os cuidadores sabem o que são RAMs e entendem por que é importante relatar, eles têm mais chances de comunicar qualquer problema.
-
Comunicação: Ter acesso fácil a profissionais de saúde ou informações sobre como relatar problemas pode incentivar os cuidadores a compartilhar suas experiências.
-
Estado civil: Curiosamente, cuidadores solteiros tendem a relatar RAMs com mais frequência do que os casados. Isso pode ser porque os cuidadores casados muitas vezes precisam consultar seus parceiros antes de tomar decisões de saúde, o que pode atrasar o processo de relato.
-
Acesso à saúde: Se um cuidador sabe que pode entrar em contato com um profissional de saúde facilmente—como através de uma linha direta ou visitando uma unidade de saúde—ele é mais propenso a relatar.
-
Idade e educação: Cuidadores mais jovens costumam relatar menos comparados aos mais velhos, e aqueles que receberam treinamento sobre RAMs têm mais chances de reportar qualquer evento adverso.
Educando os cuidadores
A educação desempenha um papel vital na melhoria das taxas de relato. Os cuidadores precisam ser informados sobre os possíveis efeitos colaterais do tratamento que suas crianças estão recebendo. Quando os cuidadores são educados sobre o que esperar, eles reconhecerão mais facilmente quando algo fora do normal acontece e agirão.
Além disso, os profissionais de saúde devem se concentrar em fornecer informações claras aos cuidadores sobre como lidar com efeitos colaterais leves. Por exemplo, se uma criança desenvolver febre ou diarreia leve, os cuidadores devem saber o que fazer e quando buscar ajuda adicional.
O papel dos agentes de saúde comunitária
Os agentes de saúde comunitária são essenciais para fazer a ponte entre os sistemas de saúde e as famílias. Eles podem educar os cuidadores, lembrar-lhes da importância de relatar e ajudá-los a se sentirem mais à vontade para fazer isso.
Esses trabalhadores podem visitar casas, conversar sobre os medicamentos sendo administrados e explicar quais reações adversas podem ocorrer. Ao construir confiança com as famílias, eles podem garantir que os cuidadores se sintam apoiados ao relatar reações adversas.
O caminho a seguir
Para melhorar o relato de reações adversas a medicamentos em Gana, os profissionais de saúde são incentivados a implementar estratégias como:
-
Sessões regulares de educação: Realizar reuniões comunitárias para educar as famílias sobre a malária e a importância da QSM, além de como relatar quaisquer problemas.
-
Mecanismos de relato simples: Estabelecer formas fáceis para os cuidadores relatarem reações adversas, como linhas diretas ou formulários online.
-
Visitas de acompanhamento: Os profissionais de saúde devem fazer visitas de acompanhamento, especialmente após a administração da QSM, para verificar como as crianças estão e lembrar os cuidadores de relatar quaisquer problemas.
-
Construir confiança: Trabalhar para construir confiança entre o pessoal de saúde e as comunidades, já que isso pode melhorar significativamente a comunicação e as taxas de relato.
Conclusão
A Quimioprevenção Sazonal da Malária é um método promissor para proteger as crianças dos perigos da malária em Gana. Porém, para que isso dê certo, os cuidadores precisam relatar ativamente qualquer reação adversa a medicamentos. Ao entender os efeitos colaterais comuns, reconhecer os fatores que influenciam o relato e fornecer educação e apoio essenciais, é possível melhorar a situação.
Enquanto continuamos a enfrentar a malária, vamos lembrar que cada relatório conta! Isso pode ajudar a garantir que as crianças recebam a melhor proteção possível contra essa doença tão comum. E, quem sabe, isso pode até salvar o lanche favorito de alguém de ser vomitado inesperadamente!
Fonte original
Título: Caregivers Decision to Report Adverse Drug Reactions among Children Receiving Seasonal Malaria Chemoprevention in Ghana
Resumo: IntroductionThe antimalarial medicines used in Seasonal Malaria Chemoprevention (SMC) campaigns are generally well-tolerated but adverse drug reactions (ADRs) can occur. Monitoring, reporting, and prompt management of ADRs is essential to build and maintain trust in SMC campaigns in the implementing communities. The caregivers decision to report ADRs represents a critical issue at the intersection of public health, child welfare, and pharmacovigilance. As SMC campaigns continue to expand, it is imperative to understand and address the factors influencing caregivers decisions to report ADRs. MethodsA mixed methods cross-sectional study involving questionnaire administration, focus group discussions, and review of childrens health records was employed to collect data from caregivers of children aged 3-59 months in the Northern, North-East, and Savanna regions of Ghana. A systematic random sample of 679 caregivers was recruited for the study across three regions. Data including ADR occurrence, maternal and child characteristics was collected from selected caregivers in their homes. Logistic regression was performed for associations between caregivers reports of ADRs and caregiver characteristics. ResultsAbout 49.5% (336/679) of caregivers mentioned the occurrence of ADRs in children after receiving SMC medication. The commonly cited ADR was diarrhea (34.7%, 116/336). Only 16.9% (57/336) of caregivers reported ADRs to the health workers at the time of occurrence. After adjusting for confounders, increasing age of child (aOR=1.04, 95%CI:1.008-1.065), receiving education on ADR reporting (aOR=4.03, 95%CI:4.366-6.119), education on management of mild ADRs (aOR=4.43, 95%CI:2.094-9.808) and having a means of reaching health personnel (aOR=1.56, 95%CI:1.202-2.037) increased the odds of ADR reporting while increasing age of caregivers (aOR=0.92, 95%CI:0.883-0.966) and being married (aOR=0.17, 95%CI:0.149-0.183) decreased the odds of reporting ADRs among the caregivers studied. ConclusionLess than 20% of caregivers whose children experienced ADRs after receiving SMC medication reported the incident. Caregiver education on ADRs and its management and means of reaching the health team were modifiable factors that influenced caregiver ADR reporting.
Autores: Abdul Gafaru Mohammed, Dora Dadzie, George Adu Asumah, Isaac Adomako, Joel Jeffrey Idun-Acquah, Paul Boateng, Nana Yaw Peprah, Keziah L. Malm
Última atualização: 2024-12-05 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.11.28.24318172
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.11.28.24318172.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.