Reavaliação das Medidas de Carapaça de Tartarugas Antigas
Novas pesquisas desafiam as antigas ideias sobre os habitats das tartarugas antigas.
Serjoscha W. Evers, C. Foth, W. G. Joyce, G. Hermanson
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Índice
Pesquisadores recentemente propuseram um jeito de descobrir os ambientes em que as tartarugas antigas viviam olhando para medidas das conchas delas. Eles focaram em medidas específicas que poderiam mostrar se as tartarugas viviam na água ou em terra. Mas, um olhar mais atento revela que tem alguns problemas com os dados usados e os métodos aplicados.
Problemas com os Dados Originais
As medidas originais de algumas tartarugas fósseis não fazem sentido. Por exemplo, uma tartaruga fóssil, a Basilemys gaffneyi, foi reportada como tendo uma concha bem arredondada, o que é estranho porque essa tartaruga é conhecida por ter uma concha plana. Isso levanta preocupações sobre a precisão dos dados originais.
Quando estudos diferentes usaram um método melhor para medir as formas das conchas de outras tartarugas Basilemys, eles encontraram valores que combinam mais logicamente com o que se sabe sobre esse tipo de tartaruga. Além disso, outras tartarugas no conjunto original mostraram inconsistências semelhantes nas medidas.
Em um caso, as medidas das tartarugas listadas em tabelas diferentes do estudo original não batiam. Isso significa que pode ter havido erros na forma como os dados foram registrados ou transferidos. Por causa desses erros, alguns pesquisadores decidiram dar uma nova olhada nessas tartarugas e coletaram novos dados de medidas para obter resultados mais precisos.
Exclusão de Pontos de Dados
O estudo original também removeu certas espécies de tartarugas da análise porque foram vistas como "outliers". Esses "outliers" incluem tartarugas com conchas planas que ainda oferecem informações importantes sobre sua biologia. Ao excluí-las, a análise não representou toda a variedade de formas de tartarugas.
Em contraste, a nova pesquisa incluiu essas espécies e corrigiu algumas classificações anteriores. Por exemplo, uma tartaruga que foi considerada aquática foi reclassificada como terrestre. Essas correções permitiram uma comparação melhor das relações entre as formas das conchas e os ambientes em que as tartarugas vivem.
Reavaliando os Dados Originais
O estudo original usou um método estatístico para classificar tartarugas como aquáticas ou terrestres com base nas medidas das conchas. No entanto, como excluíram certas espécies, informações importantes foram perdidas, o que poderia distorcer os resultados.
A nova abordagem usou métodos estatísticos adequados para analisar as relações entre as formas das conchas e os ambientes de vida sem excluir nenhum ponto de dado. Essa nova análise revelou uma imagem mais precisa de como as formas das conchas de tartarugas se conectam aos seus habitats.
Mudanças na Posicionamento das Espécies de Tartarugas
As medidas mais precisas e métodos estatísticos mudaram a forma como as espécies de tartarugas foram plotadas em gráficos que mostram suas características das conchas.
Em vez de estarem misturadas com tartarugas que são principalmente aquáticas, algumas espécies que foram originalmente pensadas como tendo uma forma similar às tartarugas aquáticas foram separadas em categorias diferentes, mostrando que na verdade pertenciam a grupos ecológicos distintos. Por exemplo, uma tartaruga, Proterochersis robusta, foi movida para uma posição anteriormente ocupada por tartarugas aquáticas, enquanto outra, Proganochelys quenstedtii, acabou em um espaço que revelou que tinha uma relação mais complexa com o ambiente.
Além disso, as discrepâncias nas medidas originais para Basilemys gaffneyi foram destacadas, mostrando que as medidas revisadas se encaixam melhor com as características conhecidas desse tipo de tartaruga.
Insights da Reanálise
A nova análise indicou que é difícil prever se uma espécie de tartaruga é aquática ou terrestre apenas com base nas medidas das conchas. Altas taxas de previsões bem-sucedidas para tartarugas aquáticas contrastaram com um fracasso total em classificar corretamente as terrestres.
Isso significa que as medidas simples apresentadas na pesquisa original não oferecem uma maneira confiável de determinar o ambiente em que a tartaruga vive. Os padrões de sobreposição entre tartarugas aquáticas e terrestres eram muito maiores do que se pensava anteriormente, indicando que muitas tartarugas compartilham formas de conchas semelhantes, independentemente do seu habitat real.
Implicações Ecológicas
Os resultados da reanálise fornecem insights valiosos sobre os ambientes em que viviam as tartarugas antigas. Apesar de algumas espécies terem sido classificadas como aquáticas com base em suas formas de conchas, isso não significa que realmente viveram na água.
Por exemplo, a tartaruga Proganochelys quenstedtii foi agrupada com tartarugas aquáticas, mas isso não deve ser visto como prova de que viveu na água. Da mesma forma, as medições das espécies Basilemys mostraram que suas formas se alinham mais de perto com tartarugas aquáticas ou tartarugas terrestres planas, refutando ainda mais as alegações feitas na análise original.
Observações sobre a Evolução das Tartarugas
Outra observação da nova pesquisa foi que as tartarugas antigas geralmente tinham conchas mais estreitas. Isso levanta questões sobre a evolução das formas das tartarugas ao longo do tempo. Parece que as tartarugas antigas tinham características físicas diferentes em comparação com muitas espécies que vemos hoje.
Entender essas mudanças nas formas nos ajuda a aprender mais sobre como as tartarugas se adaptaram aos seus ambientes ao longo de milhões de anos. Algumas dessas adaptações podem ter permitido que as tartarugas sobrevivessem em várias condições, enquanto outras podem indicar pressões evolutivas.
Conclusão
A reavaliação das medições das conchas de tartarugas mostra que as afirmações iniciais baseadas em dados simplificados foram enganosas. Com dados e métodos mais precisos, está claro que apenas medir as conchas das tartarugas não fornece informações suficientes para determinar, de forma confiável, seus ambientes de vida.
Isso destaca a necessidade de uma consideração cuidadosa na pesquisa e análise ao estudar adaptações ecológicas em animais. Os pesquisadores não devem confiar apenas em representações visuais dos dados, pois elas podem obscurecer as verdadeiras relações. Em vez disso, eles devem usar análises estatísticas completas que considerem todos os pontos de dados relevantes para chegar a conclusões informadas.
Em resumo, reavaliar as medições das conchas das tartarugas revela complexidades na interpretação dos habitats das tartarugas antigas e sugere implicações mais amplas para entender a evolução das tartarugas em geral.
Título: Simple shell measurements do not consistently predict habitat in turtles: a reply to Lichtig and Lucas (2017)
Resumo: Inferring palaeoecology for fossils is a key interest of palaeobiology. For groups with extant representatives, correlations of aspects of body shape with ecology can provide important insights to understanding extinct members of lineages. The origin and ancestral ecology of turtles is debated and various shell or limb proportions have been reported to correlate with habitat ecology among extant turtles, such that they may be informative for inferring the ecology of fossil turtles, including early shelled stem turtles. One recently described method proposes that simple shell measurements that effectively quantify shell doming and plastron width can differentiate habitat classes among extant turtles in linear discriminant analysis, whereby aquatic turtles have low domed shells with narrow plastra. The respective study proposes unorthodox habitat predictions for key fossil turtles, including aquatic lifestyles for the early turtle Proganochelys quenstedtii and the meiolaniform Meiolania platyceps, and terrestrial habits for the early turtle Proterochersis robusta. Here, we show that these published results are the consequence of questionable methodological choices such as omission of species data which do not conform to a preconceived shell shape-ecology association. When these choices are reversed, species measurements for fossils are corrected, and phylogenetic flexible discriminant analysis applied, habitat cannot be correctly predicted for extant turtles based on these simple shell measurements. This invalidates the method as well as the proposed palaeohabitats for fossils.
Autores: Serjoscha W. Evers, C. Foth, W. G. Joyce, G. Hermanson
Última atualização: Dec 18, 2024
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.03.25.586561
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.03.25.586561.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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