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O Impacto dos Ciclos Menstruais nas Atletas Femininas

Explore como os ciclos menstruais afetam o desempenho das jogadoras de futebol.

Lucie Lipková, Michaela Beníčková, Adam Wagner, Michal Kumstát

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Nos últimos anos, a participação das mulheres em esportes aumentou bastante. Um exemplo claro disso foi durante os Jogos Olímpicos, onde atletas homens e mulheres foram representados igualmente pela primeira vez. Essa tendência é especialmente perceptível no futebol feminino, onde o número de seleções ranqueadas saltou de 142 em 2020 para 192 no final de 2023. Esse crescimento mostra como as mulheres estão fazendo um grande impacto no mundo dos esportes.

O Potencial das Atletas Femininas

Especialistas em Desempenho esportivo feminino, como a Dra. Georgie Bruinvels, apontaram que ainda não exploramos totalmente o potencial das atletas. Ela mencionou que ainda temos muito a aprender sobre como trabalhar efetivamente com mulheres no esporte, tornando esse um momento emocionante para o futebol feminino. Isso enfatiza a necessidade de prestar atenção em fatores físicos únicos das atletas que podem afetar o desempenho em campo.

Fatores que Afetam o Desempenho nas Atletas Femininas

O desempenho das jogadoras de futebol pode variar por muitas razões. Isso inclui o clima durante os jogos, a qualidade do campo, a força do time adversário, o nível de competição, estratégias do time, nutrição e até como as jogadoras estão dormindo. Um fator-chave que muitas vezes é discutido é o Ciclo Menstrual, que envolve mudanças em hormônios importantes que podem afetar o desempenho.

O ciclo menstrual geralmente dura entre 21 a 35 dias e consiste em duas fases principais: a fase folicular e a fase lútea, com a ovulação ocorrendo no meio. Durante a fase folicular, os níveis de estrogênio aumentam enquanto o corpo se prepara para uma possível gravidez. Se a gravidez não acontece, os níveis hormonais caem, levando à menstruação. Essas mudanças hormonais podem afetar vários sistemas corporais, incluindo os sistemas cardiovascular e metabólico, além do humor e da fadiga.

O Ciclo Menstrual e Seu Impacto nas Jogadoras

O ciclo menstrual pode influenciar tanto o desempenho esportivo quanto o Bem-estar das jogadoras de futebol, mas as pesquisas sobre esse tema ainda são limitadas e às vezes inconsistentes. Por isso, é recomendado que as atletas acompanhem seus ciclos menstruais e quaisquer sintomas relacionados para personalizar seus planos de treinamento e competição, o que pode ajudar a melhorar seu desempenho e saúde geral.

Essa pesquisa tem como objetivo analisar como diferentes fases do ciclo menstrual podem se relacionar com a Frequência Cardíaca, a percepção de esforço e o bem-estar das jogadoras de futebol. Estudando esses fatores, o objetivo é fornecer informações úteis que possam levar a melhores programas de treinamento e estratégias de competição especificamente desenhadas para atletas femininas.

O Setup do Estudo

O estudo incluiu 12 jogadoras de futebol de uma liga checa. Uma jogadora não atendeu aos critérios do estudo e foi retirada do grupo. O grupo final incluiu 11 jogadoras com idades entre 17 e 29 anos, com várias posições de jogo. A coleta de dados ocorreu durante dez jogos oficiais de abril a junho de 2024. Antes, durante e depois de cada jogo, foram feitas medições para coletar informações detalhadas sobre as experiências e o desempenho das jogadoras.

O consentimento por escrito foi coletado de todas as participantes, e para aquelas com menos de 18 anos, também foi obtido o consentimento dos pais ou responsáveis legais. O protocolo do estudo foi aprovado por um comitê ético para garantir que tudo fosse feito corretamente.

Coleta de Dados

A pesquisa utilizou um processo de avaliação em três etapas para coletar dados:

  1. Pré-Jogo: As jogadoras preencheram um questionário de bem-estar de 1 a 2 horas antes de cada jogo para avaliar seu bem-estar geral com base nas atividades do dia anterior.

  2. Durante o Jogo: As jogadoras usaram monitores de frequência cardíaca durante o jogo para acompanhar suas frequências cardíacas ao longo da partida.

  3. Pós-Jogo: Após cada jogo, as jogadoras relataram seu nível de percepção de esforço e avaliaram a força de suas adversárias. Além disso, o resultado e a localização do jogo foram registrados para fornecer contexto a cada partida.

Avaliações Pré-Jogo

Antes de cada jogo, as jogadoras completaram um questionário de bem-estar para avaliar como estavam se sentindo. Esse questionário analisou fatores como níveis de energia, qualidade do sono, dor muscular, qualidade da dieta e níveis de estresse. Cada item foi avaliado em uma escala de 1 a 5, sendo 1 ruim e 5 excelente.

Monitoramento da Frequência Cardíaca Durante os Jogos

Os dados de frequência cardíaca foram coletados usando um monitor específico. Esse dispositivo é conhecido pela sua precisão e tem sido amplamente aceito na pesquisa esportiva. Durante cada jogo, as frequências cardíacas das jogadoras foram registradas, incluindo dados sobre frequência cardíaca máxima, média e o tempo gasto em diferentes zonas de frequência cardíaca.

Essas zonas variaram de Exercícios muito leves até o máximo esforço, permitindo que os pesquisadores vissem o quão duro as jogadoras estavam trabalhando durante a partida. A frequência cardíaca mais alta registrada foi determinada a partir dos dados coletados durante os jogos, que pintaram um quadro das respostas físicas das jogadoras durante a competição real.

Avaliações Pós-Jogo

Após cada partida, as jogadoras avaliaram sua percepção de esforço em uma escala que combinava rótulos descritivos e valores numéricos. Essa abordagem ajudou a captar o quanto as jogadoras sentiram que trabalharam durante o jogo. Elas também avaliaram a força das adversárias, proporcionando informações adicionais sobre a intensidade da competição.

No final da temporada, as jogadoras completaram um questionário abrangente que perguntava sobre seus ciclos menstruais, incluindo detalhes como regularidade do ciclo, duração do sangramento e uso de contracepção hormonal. Essas informações foram cruciais para entender como o ciclo menstrual poderia se relacionar ao desempenho.

Analisando as Fases do Ciclo Menstrual

Os pesquisadores usaram as informações dos questionários para identificar as fases específicas do ciclo menstrual de cada jogadora. Eles acompanharam o início do sangramento menstrual ao longo de vários ciclos para categorizar com precisão cada jogadora em suas respectivas fases.

Analisando os Dados

Os dados coletados foram analisados usando uma linguagem de programação estatística. Os pesquisadores examinaram diferentes aspectos das frequências cardíacas e do bem-estar subjetivo das jogadoras. Modelos especiais foram usados para entender como as diferentes fases do ciclo menstrual afetavam o desempenho e como isso se relacionava a detalhes das partidas, como local e força do adversário.

Descobertas sobre Frequência Cardíaca e Desempenho

Os resultados indicaram várias percepções importantes sobre as respostas da frequência cardíaca ao longo das diferentes fases do ciclo menstrual. Por exemplo, durante a fase lútea inicial do ciclo, as jogadoras mostraram maior atividade em zonas de intensidade moderada, enquanto tiveram menos tempo nas zonas de alta intensidade. Isso sugere que durante essa fase, as jogadoras podem ter um desempenho melhor em níveis de esforço mais moderado, enquanto têm mais dificuldade para se esforçar ao máximo.

Fatores externos também desempenharam um papel. As jogadoras trabalharam mais contra adversárias mais fortes, mostrando que a intensidade da competição afetou seu desempenho.

Respostas Subjetivas e Bem-Estar

O estudo também analisou como as jogadoras se sentiram durante diferentes fases de seus ciclos menstruais. Os resultados mostraram diferenças notáveis nos níveis de energia, estresse e bem-estar geral relatados. Níveis de energia mais altos foram reportados durante a fase lútea inicial, enquanto os níveis mais baixos foram notados durante outras fases. Curiosamente, os níveis de percepção de esforço não mostraram diferenças significativas entre as fases do ciclo menstrual. Em vez disso, foram principalmente influenciados pelo nível de competição e pelos resultados das partidas.

Níveis de Energia e Qualidade do Sono

A flutuação dos níveis de energia ao longo das diferentes fases do ciclo pode estar relacionada às mudanças hormonais, especialmente ao impacto do estrogênio. Níveis mais altos de estrogênio podem levar a um melhor humor e mais energia. Por outro lado, a qualidade do sono também parece variar, o que é essencial para o desempenho dos atletas. Embora o estudo tenha notado flutuações na qualidade do sono, os resultados não indicaram diferenças significativas entre as fases, sugerindo que problemas de sono podem variar bastante.

O Mistério da Percepção de Esforço

Apesar de algumas expectativas sobre como as mudanças hormonais poderiam afetar a percepção de esforço, o estudo não encontrou diferenças claras nas fases do ciclo menstrual. Em vez disso, vários fatores – como o nível de competição e os resultados das partidas – pareciam mais conectados ao quão duro as jogadoras sentiam que estavam se esforçando. Ao enfrentar adversárias fortes, as jogadoras sentiram mais esforço, destacando como o contexto pode mudar a percepção do esforço.

O Impacto do Estresse

Os níveis de estresse foram verificados nas fases do ciclo menstrual e mostraram alguma variação, atingindo picos em certas fases. No entanto, as diferenças não foram significativas o suficiente para tirar conclusões fortes. Outros indicadores de bem-estar, como humor e dor muscular, também não mostraram diferenças relacionadas às fases. Parece que, embora os hormônios afetem o bem-estar, as experiências individuais podem variar bastante.

Juntando Tudo

Esse estudo ilustra como as fases do ciclo menstrual e fatores externos podem interagir para moldar o desempenho e a experiência geral das jogadoras de futebol. A fase lútea inicial foi vinculada a um melhor desempenho em intensidade moderada, mas fatores como a força do adversário e os resultados das partidas muitas vezes tiveram um impacto mais profundo nas métricas de desempenho.

Dicas Práticas para Atletas Femininas

Os achados sugerem que as atletas femininas devem considerar seus ciclos menstruais ao planejar seus treinos e competições. Monitorar seus ciclos pode ajudar as jogadoras a ajustar seus treinos para se alinhar aos ritmos naturais de seus corpos. Isso pode significar focar em exercícios de intensidade moderada durante a fase lútea inicial, enquanto se mantém atenta a como as condições de competição podem alterar seu desempenho.

Embora esse estudo tenha se baseado principalmente em dados autorrelatados para o acompanhamento dos ciclos menstruais, pesquisas futuras podem se beneficiar da medição direta dos níveis hormonais para entender melhor esses efeitos. Além disso, é essencial reconhecer que muitos fatores externos, como clima, condições de jogo e estresse psicológico, também influenciam significativamente o desempenho.

Conclusão

Resumindo, a interação entre ciclos menstruais e desempenho nas jogadoras de futebol é complexa. Entender como esses ciclos afetam níveis de energia, frequências cardíacas e respostas subjetivas pode ajudar treinadores e atletas a personalizar suas estratégias para melhores resultados. Embora tenhamos avançado na apreciação das nuances das experiências das atletas femininas, ainda há necessidade de pesquisas contínuas. Afinal, toda atleta merece performar no seu melhor, independentemente da época do mês!

Fonte original

Título: Associations Between Menstrual Cycle Phases and Heart Rate, Well-Being, and Perceived Exertion in Female Football Players

Resumo: This study aimed to investigate potential associations between menstrual cycle (MC) phases and heart rate (HR), perceived exertion (RPE), and subjective well-being in female football players. Data were collected from 11 players (aged 17-29 years) across 10 competitive matches. HR metrics, subjective well-being, and RPE were monitored in the pre-match, during-match, and post-match periods, as was the menstrual cycle in detail. Key findings revealed that during the early luteal (EL) phase, players spent significantly more time in moderate-intensity HR zones (Zone 4) in both the first (p = 0.046) and second halves (p = 0.051), while spending less time in high-intensity zones (Zone 5) during the first half (p = 0.012). Subjective measures highlighted elevated energy levels in the EL phase compared to the late luteal phase (p = 0.001), underscoring the influence of different menstrual cycle phases on well-being. However, RPE and maximum HR were predominantly shaped by external factors such as opponent strength (p < 0.001) and match outcome (p = 0.035). These results underscore the importance of exploring individual and contextual factors in understanding performance and well-being in female football players.

Autores: Lucie Lipková, Michaela Beníčková, Adam Wagner, Michal Kumstát

Última atualização: Dec 9, 2024

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.12.05.24318571

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.12.05.24318571.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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