Novas Avanços na Pesquisa de Regulação Gênica
Pesquisadores desenvolvem novos métodos para estudar a regulação gênica e a função de reforçadores.
Michael B. Eisen, J. Falo-Sanjuan, Y. Diaz-Tirado, M. A. Turner, J. Davis, C. Medrano, J. Haines, J. McKenna, A. Karshenas, H. G. Garcia
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Índice
A regulação gênica é um processo importante que controla quando, onde e como os genes são expressos. Esse processo é vital para o desenvolvimento e funcionamento adequado dos organismos vivos. Ele garante que as células se desenvolvam corretamente, mantenham o equilíbrio e consigam se curar quando danificadas. Problemas com a regulação gênica podem levar a doenças, incluindo câncer.
Sequências curtas de DNA chamadas de enhancers desempenham um papel fundamental no controle da Expressão Gênica. Esses enhancers atuam se ligando a proteínas conhecidas como Fatores de Transcrição. A forma como esses fatores de transcrição se conectam aos enhancers pode influenciar o quanto um gene é expresso. Os pesquisadores estão tentando entender as regras específicas que determinam como o número e a disposição desses locais de ligação afetam a atividade gênica.
Para investigar essas regras, os cientistas precisam encontrar os locais de ligação nos enhancers com precisão e testar como a mudança desses locais afeta a expressão gênica. Métodos recentes, especialmente os Ensaios de Recrutamento Massivo em Paralelo (MPRAs), permitem que os pesquisadores examinem muitas sequências genéticas diferentes de uma vez. Os MPRAs possibilitam que os cientistas introduzam variações no DNA em um ambiente controlado, permitindo que eles estudem os efeitos na expressão gênica.
Desafios na Aplicação dos MPRAs
Embora os MPRAs sejam uma ferramenta poderosa, eles têm limitações. A maioria das aplicações só é viável em células cultivadas em laboratório. Essa limitação surge porque os MPRAs dependem de métodos que envolvem a inserção de novo DNA nas células. Fazer isso em organismos multicelulares complexos, como animais e plantas, é muito mais desafiador.
Houve alguns sucessos em estudar certos organismos, como moscas-das-frutas ou plantas específicas, mas os pesquisadores ainda não têm métodos confiáveis para aplicar os MPRAs amplamente na maioria dos organismos multicelulares.
Outro desafio com os MPRAs é a dependência de construções de repórteres específicas. Essas construções são pedaços de DNA que são incorporados em plasmídeos, que são pequenas moléculas de DNA circulares. Infelizmente, esses plasmídeos não fornecem informações sobre o ambiente nativo dentro do genoma, como a presença de proteínas específicas que modificam como os genes operam.
Nova Tecnologia para Estudo de Genes
Diante desses desafios, os pesquisadores desenvolveram uma nova tecnologia que permite um estudo mais eficaz dos enhancers em seu contexto natural. Essa tecnologia se concentra em criar Mutações diretamente no organismo vivo, usando a mosca-das-frutas Drosophila como sistema modelo.
Ao usar um método que introduz mutações aleatórias em sequências de DNA específicas, os pesquisadores podem estudar os efeitos dessas mutações na atividade dos enhancers nos organismos. Essa nova abordagem permite que os cientistas criem uma variedade de variantes de enhancers na linha germinativa da mosca-das-frutas, que são as células que dão origem aos ovos e espermatozoides. Como resultado, cada embrião produzido a partir dessas moscas modificadas contém um conjunto único de mutações nas sequências de enhancer que podem ser testadas para seus efeitos na expressão gênica.
Técnicas para Introduzir Mutações
Para criar essas mutações, os pesquisadores testaram várias ferramentas de edição de DNA, incluindo editores de base e polimerases de DNA propensas a erros. Um método particularmente eficaz envolveu uma série de enzimas que desamina bases de DNA específicas. Esse método leva a mudanças no DNA, convertendo uma base em outra.
Através de otimização e testes em Drosophila, os pesquisadores descobriram que essas enzimas podiam alcançar um alto nível de mutagênese no genoma da mosca. Eles então ajustaram o design dos RNAs guias que visam as regiões de interesse dentro do genoma, permitindo mutações ainda mais precisas.
Desempenho do Sistema de Mutagênese
Experimentos iniciais mostraram que o novo sistema de mutagênese funcionava bem em cultura celular. No entanto, quando aplicado a embriões vivos de Drosophila, as taxas de mutação eram significativamente mais baixas. Essa discrepância ressaltou a necessidade de mais otimizações para melhorar a eficiência da mutagênese em organismos vivos.
Os pesquisadores experimentaram diferentes promotores para controlar a expressão das ferramentas de mutagênese. Eles também exploraram o timing e as condições de expressão para encontrar combinações que maximizassem o número de mutações geradas.
Resultados dos Experimentos
Os pesquisadores descobriram que uma enzima específica derivada da lampreia-do-mar era particularmente eficaz em gerar mutações tanto em cultura celular quanto em Drosophila viva. Essa enzima levou a uma alta porcentagem de mutações nas regiões-alvo do DNA.
Usando um conjunto de RNAs guias, os cientistas conseguiram mutar uma ampla área da sequência de DNA de uma vez. A capacidade de expressar vários RNAs guias simultaneamente permitiu que eles alvejassem sequências mais longas, resultando em uma distribuição mais uniforme de mutações.
Fatores que Influenciam as Taxas de Mutação
Vários fatores influenciaram as taxas de mutação e os padrões de mutações observados nos experimentos. Por exemplo, o comprimento dos RNAs guias se mostrou importante; RNAs guias mais longos mostraram maior eficiência e uma faixa mais ampla de atividade de mutação.
Os pesquisadores também notaram que a eficácia das ferramentas de mutagênese variava dependendo do tipo específico de enzima utilizada. Enquanto algumas enzimas funcionavam bem em células cultivadas em laboratório, elas não eram tão eficazes em organismos vivos.
Direções Futuras para a Pesquisa
Diante dos sucessos e desafios encontrados, os cientistas estão animados com o potencial futuro dessa tecnologia. A capacidade de introduzir uma ampla gama de mutações diretamente em organismos vivos abre novas possibilidades para estudar a regulação gênica. Em particular, os pesquisadores esperam usar essa tecnologia para examinar os enhancers mais de perto em seus contextos naturais, permitindo uma compreensão mais profunda de como essas sequências funcionam em organismos multicelulares.
Além disso, os cientistas planejam explorar como técnicas similares podem ser adaptadas para outras espécies, o que poderia expandir as aplicações desse trabalho além das moscas-das-frutas. Combinando essa tecnologia de mutagênese com métodos avançados de sequenciamento, os pesquisadores vislumbram obter mais insights sobre as complexas redes regulatórias que controlam a expressão gênica.
Conclusão
O desenvolvimento de novas tecnologias para estudar a regulação gênica é um passo importante na genética. Ao permitir que os pesquisadores criem e analisem uma variedade de mutações em tempo real, os cientistas podem aprofundar-se nas mecânicas da expressão e regulação gênica. Esse conhecimento é crítico para entender a saúde e as doenças, além de desenvolver novas estratégias terapêuticas para uma variedade de condições médicas. À medida que as técnicas continuam a evoluir, o potencial dessas ferramentas para impactar a genética e a biologia é imenso.
Título: Targeted mutagenesis of specific genomic DNA sequences in animals for the in vivo generation of variant libraries
Resumo: Understanding how the number, placement and affinity of transcription factor binding sites dictates gene regulatory programs remains a major unsolved challenge in biology, particularly in the context of multicellular organisms. To uncover these rules, it is first necessary to find the binding sites within a regulatory region with high precision, and then to systematically modulate this binding site arrangement while simultaneously measuring the effect of this modulation on output gene expression. Massively parallel reporter assays (MPRAs), where the gene expression stemming from 10,000s of in vitro-generated regulatory sequences is measured, have made this feat possible in high-throughput in single cells in culture. However, because of lack of technologies to incorporate DNA libraries, MPRAs are limited in whole organisms. To enable MPRAs in multicellular organisms, we generated tools to create a high degree of mutagenesis in specific genomic loci in vivo using base editing. Targeting GFP integrated in genome of Drosophila cell culture and whole animals as a case study, we show that the base editor AIDevoCDA1 stemming from sea lamprey fused to nCas9 is highly mutagenic. Surprisingly, longer gRNAs increase mutation efficiency and expand the mutating window, which can allow the introduction of mutations in previously untargetable sequences. Finally, we demonstrate arrays of >20 gRNAs that can efficiently introduce mutations along a 200bp sequence, making it a promising tool to test enhancer function in vivo in a high throughput manner.
Autores: Michael B. Eisen, J. Falo-Sanjuan, Y. Diaz-Tirado, M. A. Turner, J. Davis, C. Medrano, J. Haines, J. McKenna, A. Karshenas, H. G. Garcia
Última atualização: 2024-12-22 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.10.598328
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.06.10.598328.full.pdf
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