Desigualdades de Saúde Entre Adolescentes Japoneses: Perspectivas e Tendências
Este estudo analisa os comportamentos de saúde e as disparidades entre os jovens japoneses, especialmente durante a pandemia.
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Índice
Nos últimos 20 anos, o Japão enfrentou crescentes preocupações sobre as diferenças de saúde baseadas no status econômico. Após um rápido crescimento econômico, notou-se que essas diferenças, chamadas de disparidades de saúde, não eram tão severas no Japão em comparação com as nações ocidentais durante as primeiras décadas desde os anos 90. No entanto, à medida que a situação piorou, isso se tornou uma importante questão de saúde pública.
Desde 2013, as políticas de saúde do Japão têm como objetivo abordar e melhorar essas disparidades. Em muitos países ocidentais, as lacunas nos comportamentos de saúde estão ligadas à renda da família ou do bairro. Isso inclui questões como ser ativo, passar tempo em telas, dormir bem, com que frequência as pessoas vão ao banheiro e o que elas comem. Infelizmente, pesquisas semelhantes no Japão são limitadas, já que as Desigualdades de Saúde são um tema relativamente novo de foco.
Tendências recentes mostram que adolescentes de famílias de alta renda tendem a ter hábitos alimentares melhores, como tomar café da manhã regularmente. Por outro lado, durante os dias de escola, as disparidades de renda na ingestão de alimentos e nutrientes foram menos pronunciadas devido às refeições escolares. No entanto, estudos recentes não exploraram a relação entre renda e exercício entre os jovens no Japão, exceto por um estudo inconclusivo.
A pandemia de COVID-19 piorou os comportamentos de saúde dos jovens em todo o mundo. No Japão, as pesquisas indicaram uma queda significativa na Atividade Física, um aumento no Tempo de Tela e pouca mudança no consumo de café da manhã, duração do sono e frequência das idas ao banheiro entre os adolescentes. A pandemia afetou não apenas a saúde, mas também como as pessoas viviam e trabalhavam. As políticas para conter o vírus levaram ao fechamento de restaurantes e eventos, causando grandes impactos em muitos negócios.
Como resultado, a desigualdade de renda das famílias se tornou uma preocupação, o que pode ter levado ao aumento das disparidades de saúde. Enquanto alguns estudos sugeriram quedas no bem-estar mental e na atividade física recreativa entre adultos japoneses, as mudanças na ingestão de alimentos entre adolescentes durante a pandemia mostraram que aqueles em lares de baixa renda sofreram especialmente.
É sabido que como os adolescentes se comportam em relação à saúde pode afetar seu desenvolvimento físico e mental. O direito a uma vida saudável é importante para todas as crianças, e aquelas que são desfavorecidas pelos ambientes em que vivem costumam ser as mais afetadas. Compreender como os comportamentos de saúde diferem com a Renda Familiar pode ajudar a criar estratégias de apoio e políticas eficazes.
Visão Geral do Estudo
Esse estudo usa dados de uma pesquisa nacional realizada a cada dois anos no Japão. As pesquisas se concentram em jovens de 12 a 21 anos e examinam seu exercício, participação em esportes e diversos comportamentos de saúde. Os dados foram coletados por meio de questionários autoaplicados preenchidos por adolescentes e seus pais ou responsáveis.
As pesquisas incluíram participantes de várias áreas, garantindo uma ampla representação da população. A análise focou em adolescentes de 12 a 18 anos, excluindo aqueles que não frequentavam o ensino médio. Isso foi baseado na suposição de que a maioria dos estudantes do ensino médio está nessa faixa etária.
Medir diferentes comportamentos de saúde incluiu atividade física, tempo de tela, duração do sono, consumo de café da manhã e frequência das idas ao banheiro. Informações sobre a renda familiar também foram coletadas dos pais ou responsáveis, permitindo que os pesquisadores vissem como esses comportamentos se relacionavam com o status econômico.
Medições de Comportamento de Saúde
A atividade física foi avaliada perguntando aos jovens quantos dias eles foram ativos por pelo menos 60 minutos na última semana. Aqueles que atenderam a essa orientação foram categorizados como ativos.
O tempo de tela foi medido perguntando aos participantes quantas horas eles passaram assistindo TV ou usando computadores e smartphones em dias de semana e fins de semana. As respostas foram agrupadas com base em passar duas ou mais horas por dia em telas.
O sono foi avaliado perguntando sobre horários de dormir e acordar, permitindo que os pesquisadores calculassem quantas horas dormiram a cada noite. As recomendações sugerem de 8 a 10 horas de sono para jovens.
A frequência do café da manhã foi determinada com que frequência os entrevistados tomavam café da manhã em uma semana, considerando aqueles que comiam quase todos os dias como em conformidade com as recomendações. Por último, a frequência das idas ao banheiro foi medida perguntando com que frequência os participantes iam ao banheiro, sendo a regularidade definida como ir quase todos os dias ou pelo menos a cada poucos dias.
Avaliação da Renda Familiar
Perguntas foram feitas aos pais ou responsáveis dos participantes sobre a renda anual da família. As respostas foram agrupadas em categorias que variavam de sem renda a mais de 10 milhões de ienes. Essas informações ajudaram a determinar como a renda familiar influenciou os comportamentos de saúde.
Vários fatores, como local de residência, estrutura familiar, idade, participação em esportes, autoavaliação da saúde e preferência por atividade física foram considerados ao analisar os dados. Isso garantiu uma compreensão mais abrangente do que poderia afetar os resultados.
Principais Descobertas
O estudo revelou tendências preocupantes em relação aos comportamentos de saúde antes e durante a pandemia. Enquanto as diretrizes de atividade física apresentaram uma queda em todos os níveis de renda, foi notavelmente pior entre famílias de baixa renda. Enquanto isso, a frequência do consumo de café da manhã entre adolescentes de baixa renda melhorou durante a pandemia, enquanto diminuiu para aqueles de famílias de alta renda.
O tempo de tela também mudou, piorando para grupos de alta renda durante a pandemia, possivelmente devido ao maior tempo passado em casa. Os dados sobre a duração do sono e frequência das idas ao banheiro não mostraram mudanças significativas entre os diferentes níveis de renda.
Curiosamente, as taxas de adolescentes que atingiram a duração recomendada de sono permaneceram baixas, com apenas cerca de 35% em conformidade, enquanto a porcentagem para constipação foi em torno de 10%.
Implicações
Esse estudo destaca as crescentes disparidades socioeconômicas nos comportamentos de saúde entre adolescentes no Japão, especialmente em relação à atividade física. A queda nos níveis de atividade devido às restrições em atividades extracurriculares durante a pandemia foi provavelmente um fator significativo. O sistema escolar japonês normalmente oferece oportunidades acessíveis para esportes, mas essas foram limitadas durante a pandemia.
Por outro lado, os hábitos de café da manhã mostraram mudanças positivas para adolescentes de baixa renda, potencialmente devido a uma maior conscientização sobre saúde durante esse período desafiador.
As descobertas ressaltam a necessidade de uma melhor compreensão e abordagens das questões socioeconômicas que afetam os comportamentos de saúde. Como a pandemia provavelmente exacerbou essas disparidades, intervenções direcionadas são essenciais para apoiar populações vulneráveis.
Limitações
Existem limitações neste estudo. Não foi um estudo longitudinal, o que significa que mudanças individuais ao longo do tempo não puderam ser rastreadas. Embora os métodos de seleção das amostras tenham sido robustos, um número substancial de respondentes foi excluído devido à falta de dados sobre renda, o que pode ter distorcido os resultados.
Embora tenha havido progresso na compreensão dos comportamentos de saúde entre adolescentes no Japão, esta pesquisa revela uma necessidade crítica de monitoramento e apoio contínuos. À medida que as disparidades se ampliaram em algumas áreas, particularmente na atividade física, é necessário agir rapidamente para garantir que todas as crianças tenham acesso equitativo a estilos de vida saudáveis e oportunidades para o bem-estar.
Estudos adicionais são necessários para avaliar os impactos de longo prazo da pandemia nas disparidades de comportamento de saúde, especialmente em outras nações onde os sistemas sociais e culturas diferem do Japão.
Título: Impact of the COVID-19 pandemic on the socioeconomic inequality of health behavior among Japanese adolescents: a two-year-repeated cross-sectional survey
Resumo: BackgroundAlthough disparities in socioeconomic status in health behaviors have been highlighted globally, they are not well understood in Japanese adolescents. The purpose of this study was to clarify the changes in socioeconomic disparities in adolescents fundamental health behaviors, such as physical activity, screen time (ST), sleep, breakfast intake, and bowel movement before and during COVID-19. MethodsThis was a repeated cross-sectional study which used data from the 2019 and 2021 National Sports-Life Survey of Children and Young in Japan. Data of 766 and 725 participants in 2019 and 2021, respectively, were analyzed. Favorable health behaviors were defined as daily moderate-to-vigorous physical activity (MVPA) of at least 60 minutes, ST of less than 2 hours, sleep of 8 to 10 hours, daily breakfast intake, and bowel movement frequency of at least once in every 3 days. We calculated the slope index of inequality (SII) and relative index of inequality (RII) in each health behavior for equivalent household income levels for assessing absolute and relative economic inequalities. ResultsCompliance with MVPA and ST recommendation significantly declined from 20.1% and 23.0% in 2019 to 11.7% and 14.9% in 2021, respectively. The SII and RII increased in MVPA for income levels, but decreased in daily breakfast in 2019 to 2021. Although the widening and narrowing of the disparity was inconclusive for ST, it exacerbated for the higher income groups. ConclusionsOur study revealed widening of economic disparities in the achievement of recommended MVPA and narrowing of it in breakfast intake among adolescents before and during COVID-19.
Autores: Akira Kyan, M. Takakura
Última atualização: 2023-02-20 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2022.08.11.22278499
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2022.08.11.22278499.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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