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Estrôncio Encontrado no Resíduo da Fusão de Estrelas de Nêutrons

Pesquisadores identificam estrôncio, revelando que fusões de estrelas de nêutrons são locais de formação de elementos.

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Estudos recentes levaram à identificação de Estrôncio após um grande evento cósmico conhecido como fusão de estrelas de nêutrons. Estrelas de nêutrons são restos incrivelmente densos de estrelas massivas que passaram por explosões de supernova. Quando duas estrelas de nêutrons colidem, elas criam condições extremas que podem resultar na formação de novos elementos, especialmente através de um processo chamado captura rápida de nêutrons, ou R-process.

O r-Process e a Formação de Elementos

Metade dos elementos no nosso universo que são mais pesados que o ferro foram formados pelo r-process. Esse processo precisa de um monte de nêutrons e acontece em ambientes ricos em fluxo de nêutrons. Enquanto os cientistas têm estudado onde esse r-process ocorre, os locais exatos ainda são um assunto de debate. As fusões de estrelas de nêutrons apareceram como fortes candidatas para esses locais, principalmente porque as explosões resultantes, observadas como Kilonovas, oferecem uma oportunidade única de estudar esses eventos raros e os elementos produzidos.

Kilonovas e Assinaturas Espectrais

Kilonovas são explosões brilhantes de luz que ocorrem após as fusões de estrelas de nêutrons. Elas duram vários dias e emitem luz em vários comprimentos de onda, incluindo óptico e infravermelho. Observar as assinaturas espectrais durante esses eventos pode ajudar a identificar novos elementos que foram criados na explosão. No caso específico da fusão de estrelas de nêutrons GW170817, os cientistas registraram os primeiros Espectros detalhados de uma kilonova.

Nas primeiras observações de GW170817, foi sugerido que o espectro parecia conter evidências de elementos pesados gerados na explosão. No entanto, identificar elementos específicos foi desafiador. Análises recentes se concentraram em reexaminar esses espectros para encontrar vestígios de elementos capturados por nêutrons, como o estrôncio.

Identificando Estrôncio

Na reanálise dos espectros da kilonova associada a GW170817, os pesquisadores relataram a identificação bem-sucedida de estrôncio. Essa descoberta fornece evidências de que as fusões de estrelas de nêutrons são de fato responsáveis por criar elementos do r-process. A presença de estrôncio indica que estrelas de nêutrons contêm material rico em nêutrons, afirmando a teoria de formação de elementos durante esses eventos violentos.

Observações Detalhadas e Espectros

Para observar a kilonova de GW170817, os cientistas usaram um espectrógrafo sofisticado chamado X-shooter, montado no Very Large Telescope no Chile. Esse instrumento permitiu que eles acompanhassem a luz emitida pela kilonova de 1,5 dias a 10 dias após a fusão das estrelas de nêutrons. Os pesquisadores tiveram que processar grandes quantidades de dados, mas as observações forneceram insights cruciais sobre as características espectrais do evento.

Um aspecto importante da análise foi procurar características de Absorção no espectro, que são causadas por elementos presentes na explosão. Um desafio específico foi que muitas dessas características são esperadas para serem afetadas por uma mistura de diferentes elementos, tornando mais complexo identificar elementos individuais.

Para lidar com isso, os pesquisadores usaram vários métodos de análise, começando com modelos mais simples e aumentando gradualmente a complexidade de seus cálculos. Eles usaram uma combinação de códigos para gerar espectros teóricos, que foram então comparados com os espectros observados.

O Papel da Temperatura e Densidade

Um dos fatores-chave para entender as características de emissão e absorção nos espectros é a temperatura. Os cientistas trabalharam com um modelo que assumia equilíbrio térmico local, significando que os espectros produzidos pela kilonova se pareceriam bastante com o de um corpo negro, ou um radiador ideal. Usando essa suposição, eles puderam estimar a temperatura da kilonova e como elementos como o estrôncio contribuiriam para as características observadas.

Os pesquisadores descobriram que ajustar a temperatura entre cerca de 3.700 K a 5.100 K não alterou significativamente os resultados, permitindo que eles se concentrassem em identificar as linhas específicas associadas ao estrôncio.

Técnicas de Análise

A análise envolveu procurar linhas de absorção específicas dentro dos espectros que foram deslocadas para o azul-indicando que o material estava se afastando do observador. Como a kilonova ejetou material em altas velocidades, os comprimentos de onda recebidos pelos observadores na Terra estão deslocados.

Para identificar essas linhas, os pesquisadores plotaram suas descobertas com base nos comprimentos de onda conhecidos da absorção de estrôncio. Eles realizaram uma série de testes para garantir que as linhas observadas poderiam ser atribuídas apenas ao estrôncio e não a outros elementos presentes no espectro.

Comparando com Outros Elementos

O estrôncio é frequentemente categorizado como um elemento do s-processo, o que significa que ele é tipicamente formado em um processo mais lento envolvendo a captura de nêutrons. No entanto, os pesquisadores descobriram que o estrôncio estava presente em quantidade suficiente nas consequências da fusão para ser um dos elementos notáveis do r-processo formados.

Em seus estudos, eles também consideraram outros elementos como bário e os lantânidos, que produziram suas características de absorção principalmente na faixa óptica. A pesquisa indicou que o estrôncio mostrou as características de absorção mais fortes no espectro infravermelho próximo. Essa descoberta foi particularmente convincente, pois sugeriu que o estrôncio estava sendo formado ativamente em quantidades significativas durante a fusão.

Perfil P Cygni e Características de Emissão

Conforme os cientistas continuaram a analisar os dados espectrais, observaram o que é conhecido como um perfil P Cygni, uma característica típica no espectro de ejetos em expansão. Esse perfil é produzido por um equilíbrio de absorção e emissão do material aquecido. A força e a forma dessas características mudam à medida que os ejetos se expandem, fornecendo informações adicionais sobre a dinâmica da explosão.

Os pesquisadores notaram que os componentes de emissão observados também estavam centrados em comprimentos de onda esperados das transições do estrôncio. Isso apoiou ainda mais a ideia de que o estrôncio estava presente e contribuiu significativamente para a luz emitida pela kilonova.

Modelagem Avançada com TARDIS

Para validar suas descobertas, os pesquisadores contaram com uma ferramenta sofisticada chamada TARDIS (um código de síntese espectral de transferência radiativa de Monte Carlo). Este modelo simula como a luz interage com a atmosfera em expansão da kilonova, levando em conta a dinâmica complexa do material ejetado na fusão.

Ao rodar diferentes simulações, os cientistas puderam ver como condições e composições variadas afetavam os espectros resultantes. Eles descobriram que quando o estrôncio era incluído no modelo, os espectros sintéticos se ajustavam de perto com as características observadas, confirmando a presença do estrôncio e suas características de absorção dominantes.

Limitações e Trabalhos Futuros

Embora o estudo avançasse a compreensão do estrôncio em fusões de estrelas de nêutrons, também destacou algumas limitações. A suposição de simetria esférica na explosão pode não capturar totalmente as complexidades do evento real, onde assimetrias nos ejetos poderiam alterar os espectros observados.

Além disso, ainda pode haver elementos não descobertos influenciando a luz observada da kilonova. Estudos futuros precisarão abordar essas incertezas e refinar os modelos para capturar uma imagem mais precisa dos processos de formação de elementos nesses ambientes extremos.

Conclusão

A identificação do estrôncio após a fusão de estrelas de nêutrons marca um avanço significativo na astrofísica. Isso fortalece a conexão entre as fusões de estrelas de nêutrons e o r-process, fornecendo evidências claras de que esses eventos cósmicos contribuem para a formação de elementos pesados no universo.

À medida que os pesquisadores continuam a observar e analisar mais kilonovas, novas descobertas sobre a composição elemental do nosso universo devem surgir. Entender esses processos é vital não apenas para o campo da astrofísica, mas também para juntar a história da formação de elementos que moldou o cosmos como conhecemos.

Fonte original

Título: Spherical symmetry in the kilonova AT2017gfo/GW170817

Resumo: The mergers of neutron stars expel a heavy-element enriched fireball which can be observed as a kilonova. The kilonova's geometry is a key diagnostic of the merger and is dictated by the properties of ultra-dense matter and the energetics of the collapse to a black hole. Current hydrodynamical merger models typically show aspherical ejecta. Previously, Sr$^+$ was identified in the spectrum of the the only well-studied kilonova AT2017gfo, associated with the gravitational wave event GW170817. Here we combine the strong Sr$^+$ P Cygni absorption-emission spectral feature and the blackbody nature of kilonova spectrum, to determine that the kilonova is highly spherical at early epochs. Line shape analysis combined with the known inclination angle of the source also shows the same sphericity independently. We conclude that energy injection by radioactive decay is insufficient to make the ejecta spherical. A magnetar wind or jet from the black hole disk could inject enough energy to induce a more spherical distribution in the overall ejecta, however an additional process seems necessary to make the element distribution uniform

Autores: Albert Sneppen, Darach Watson, Andreas Bauswein, Oliver Just, Rubina Kotak, Ehud Nakar, Dovi Poznanski, Stuart Sim

Última atualização: 2023-02-13 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2302.06621

Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2302.06621

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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