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# Física# Experiência nuclear# Teoria nuclear

Investigando a Formação de Clusters em Reações Nucleares

Pesquisas iluminam a dinâmica dos clusters em reações nucleares nas energias de Fermi.

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Índice

Na física nuclear, os cientistas estudam como os núcleos atômicos reagem em diferentes condições. Uma área interessante de pesquisa é como as partículas em cluster se formam quando os núcleos atômicos colidem a velocidades muito altas. Este artigo foca em experiências realizadas com sistemas atômicos leves, onde núcleos compostos pelo mesmo número de prótons e nêutrons (chamados de núcleos N=Z) interagem em energias que chamamos de energias de Fermi. A Energia de Fermi é uma faixa de níveis de energia relacionada às interações nucleares que é importante para entender várias reações na física nuclear.

Configuração Experimental

As experiências envolveram o uso de um sistema de detector especial conhecido como FAZIA, que é projetado para identificar e medir as características das partículas criadas em reações nucleares. Nos experimentos, feixes de núcleos de enxofre e néon foram direcionados a alvos de carbono. Essas colisões ocorreram em energias de 25 e 50 MeV por nucleon. A configuração permitiu que os pesquisadores acompanhassem com precisão as partículas produzidas durante as reações.

O detector FAZIA consiste em vários blocos dispostos para cobrir uma ampla gama de ângulos ao redor do ponto de colisão. Cada bloco tem várias camadas de detectores de silício e cristal que ajudam a medir a energia e o tipo de partículas produzidas nas reações. Esse arranjo permite a identificação de uma variedade de partículas, incluindo núcleos leves e fragmentos.

Dinâmica da Reação

Quando os núcleos colidem, vários processos podem ocorrer, resultando na formação de diversos produtos. Esses produtos podem ser classificados em partículas carregadas leves (PCLs) como prótons e partículas mais pesadas conhecidas como fragmentos de massa intermediária (FMIs), como lítio e boro. A dinâmica dessas reações depende da energia dos núcleos em colisão e da estrutura dos núcleos-alvo.

Em energias de Fermi, as interações se tornam complexas devido à interação entre as forças atrativas no núcleo e as forças repulsivas geradas quando os nucleons (prótons e nêutrons) colidem. O estudo dessas reações ajuda a entender como diferentes componentes nucleares se comportam e interagem durante as colisões.

Importância da Agrupamento

Em reações nucleares envolvendo sistemas leves, o agrupamento desempenha um papel significativo. Agrupamento se refere ao agrupamento de nucleons em estruturas menores e estáveis, como núcleos de hélio ou outros clusters leves. Esse fenômeno se torna particularmente importante em energias mais altas, onde a probabilidade de formação de tais grupos aumenta.

Nos experimentos, os pesquisadores notaram como a formação de clusters influenciou o comportamento do sistema nuclear, especialmente ao observar como as partículas eram emitidas após as colisões.

Resultados dos Experimentos

Os resultados experimentais mostraram uma variedade rica de partículas sendo produzidas nas reações. O primeiro aspecto analisado foi o comportamento geral dos fragmentos emitidos, incluindo suas multiplicidades (o número de fragmentos produzidos), os ângulos em que foram emitidos e suas energias.

Multiplicidades de Fragmentos

Quando os núcleos colidem, o número de fragmentos produzidos varia dependendo da energia da colisão e dos núcleos em questão. Em energias mais baixas (25 MeV/nucleon), menos fragmentos foram produzidos em comparação com energias mais altas (50 MeV/nucleon). O aumento de energia levou a colisões mais violentas, resultando em um número maior de fragmentos emitidos.

Os pesquisadores observaram que em energias mais altas, uma tendência particular surgiu, onde a formação de clusters aumentou, levando à produção de mais fragmentos de massa intermediária. Essa descoberta ressalta a importância do agrupamento em reações nucleares, especialmente em sistemas leves.

Distribuições de Carga e Velocidade

Um aspecto essencial da análise experimental envolveu examinar as distribuições de carga e velocidade das partículas emitidas. A Distribuição de Carga refere-se ao número de partículas de cargas diferentes produzidas, enquanto a distribuição de velocidade diz respeito a quão rápido essas partículas se movem após serem emitidas.

Os resultados indicaram que à medida que a energia aumentava, a produção de partículas carregadas leves, como prótons, se tornava mais proeminente. Ambos os modelos usados para comparação-AMD e HIPSE-mostraram boa concordância com os dados experimentais, embora houvesse diferenças notáveis em certas áreas. O modelo AMD, que incorpora efeitos de agrupamento, geralmente forneceu uma melhor descrição das distribuições de carga observadas.

Comparação de Modelos

Dois modelos principais foram usados para interpretar os dados experimentais: o modelo de dinâmica molecular antisimetizada (AMD) e o modelo de exploração do espaço de fase de íons pesados (HIPSE). O modelo AMD incorpora efeitos de agrupamento, enquanto o modelo HIPSE foca mais em colisões nucleon-nucleon. Ambos os modelos fizeram previsões sobre o resultado das reações nucleares.

O modelo AMD teve um bom desempenho em reproduzir as distribuições de carga observadas, especialmente para fragmentos mais leves, enquanto o HIPSE tendia a produzir fragmentos mais pesados do que os que realmente foram detectados. As diferenças no desempenho dos modelos destacam as complexidades envolvidas em modelar com precisão as dinâmicas das reações nucleares.

Efeitos de Agrupamento na Produção

Uma das descobertas significativas da pesquisa foi o impacto de incluir o agrupamento no modelo AMD. A inclusão do agrupamento levou a um aumento notável na produção de fragmentos de massa intermediária, particularmente nas reações de maior energia. Isso sublinha a importância da formação de clusters para entender os resultados das colisões nucleares.

Os pesquisadores observaram que quando o agrupamento foi levado em conta, as distribuições de energia e ângulo das partículas emitidas foram mais consistentes com os resultados experimentais. Isso aponta para a necessidade de uma compreensão abrangente do agrupamento em estudos futuros sobre reações nucleares.

Desafios na Experimentação

Apesar da coleta de dados bem-sucedida, alguns desafios foram encontrados durante os experimentos. A aceitação do sistema de detector, que se refere à sua capacidade de capturar partículas emitidas sob condições específicas, afetou os resultados. Em alguns casos, tipos específicos de partículas, como nêutrons, não foram detectados, influenciando a identificação geral dos fragmentos.

Além disso, o processo de filtragem aplicado aos dados-destinado a eliminar ruídos e sinais irrelevantes-também impactou quais eventos de reação foram analisados. Esses desafios ressaltaram a necessidade de consideração cuidadosa do design experimental e da análise de dados na pesquisa em física nuclear.

Conclusão

O estudo de reações nucleares envolvendo sistemas leves em energias de Fermi revela insights valiosos sobre a dinâmica da formação de clusters e produção de partículas. Os resultados mostram que energias mais altas levam a um aumento nas multiplicidades de fragmentos e ampliam o papel do agrupamento nas reações nucleares.

Tanto os modelos AMD quanto HIPSE demonstraram suas forças e fraquezas em prever o comportamento das partículas emitidas, reforçando a necessidade de pesquisas contínuas para entender as propriedades fundamentais das interações nucleares. Trabalhos futuros visam investigar mais os efeitos de agrupamento e as implicações para a física nuclear, incluindo potenciais aplicações em áreas como física médica e terapias avançadas com partículas.

Ao continuar a refinar técnicas experimentais e modelos teóricos, os pesquisadores esperam aprofundar o conhecimento nesse fascinante campo de estudo, abrindo caminho para novas descobertas na física nuclear.

Fonte original

Título: Examination of cluster production in excited light systems at Fermi energies from new experimental data and comparison with transport model calculations

Resumo: Four different reactions, $^{32}$S+$^{12}$C and $^{20}$Ne+$^{12}$C at 25 and 50 MeV/nucleon, have been measured with the FAZIA detector capable of full isotopic identification of most forward emitted reaction products. Fragment multiplicities, angular distributions and energy spectra have been measured and compared with Monte Carlo simulations, i.e. the antisymmetrized molecular dynamics (AMD) and the heavy-ion phase space exploration (HIPSE) models. These models are combined with two different afterburner codes (HF$l$ and SIMON) to describe the decay of the excited primary fragments. In the case of AMD, the effect of including the clustering and inter-clustering processes to form bound particles and fragments is discussed. A clear confirmation of the role of cluster aggregation in the reaction dynamics and particle production for these light systems, for which the importance of the clustering process increases with bombarding energy, is obtained.

Autores: C. Frosin, S. Piantelli, G. Casini, A. Ono, A. Camaiani, L. Baldesi, S. Barlini, B. Borderie, R. Bougault, C. Ciampi, M. Cicerchia, A. Chbihi, D. Dell'Aquila, J. A. Dueñas, D. Fabris, Q. Fable, J. D. Frankland, T. Génard, F. Gramegna, D. Gruyer, M. Henri, B. Hong, M. J. Kweon, S. Kim, A. Kordyasz, T. Kozik, I. Lombardo, O. Lopez, T. Marchi, K. Mazurek, S. H. Nam, J. Lemarié, N. LeNeindre, P. Ottanelli, M. Parlog, J. Park, G. Pasquali, G. Poggi, A. Rebillard-Soulié, B. H. Sun, A. A. Stefanini, S. Terashima, S. Upadhyaya, S. Valdré, G. Verde, E. Vient, M. Vigilante

Última atualização: 2023-03-30 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2303.17390

Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2303.17390

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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