Dor e Parkinson: Um Olhar Mais Profundo
Estudo revela que a sensibilidade à dor tá ligada à doença de Parkinson e aos níveis hormonais.
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Índice
- Sintomas Não-Motores da Doença de Parkinson
- Estudos em Animais sobre Dor na Doença de Parkinson
- O Papel do Cérebro na Percepção da Dor
- Efeitos do Estresse e da Dor
- Pesquisas Anteriores sobre Dor em Modelos de Doença de Parkinson
- Realizando o Estudo: Métodos
- Analisando a Atividade Cerebral
- Resultados do Estudo
- Conclusão: Implicações dos Resultados
- Direções Futuras para a Pesquisa
- Fonte original
A Doença de Parkinson (DP) é uma condição que afeta o Cérebro e causa a perda de certas células nervosas. Essa perda gera problemas de movimento e controle. Os sintomas clássicos da DP incluem tremores em repouso, movimentos lentos, rigidez muscular e dificuldade para manter o equilíbrio. Curiosamente, um número significativo de pessoas com DP sente sintomas que não estão relacionados a movimento. Isso pode incluir Dor e maior sensibilidade ao toque.
Sintomas Não-Motores da Doença de Parkinson
Pesquisas mostram que 30% a 85% das pessoas com Parkinson podem sentir dor ou sensibilidade aumentada antes mesmo de perceberem qualquer sintoma típico de movimento. Isso sugere que, junto com a perda de nervos que produzem dopamina, pode haver danos em outras vias nervosas que afetam como sentimos dor. Isso pode estar ligado às mudanças em outros neurotransmissores, como norepinefrina e serotonina.
Estudos em Animais sobre Dor na Doença de Parkinson
Para estudar como a DP afeta a dor, os cientistas geralmente fazem testes em ratos. Em um método, eles injetam uma substância chamada 6-hidroxidopamina (6-OHDA) em áreas específicas do cérebro do rato. Isso provoca a perda de nervos dopaminérgicos e resulta em comportamentos que imitam alguns sintomas da DP, incluindo sensibilidade à dor. Quando esses ratos recebem estímulos dolorosos, como uma injeção de formalina, eles mostram respostas exageradas, indicando que sentem dor de forma mais intensa.
As razões exatas pelas quais esses ratos se tornam mais sensíveis à dor ainda não são totalmente compreendidas. Alguns estudos sugerem que problemas nas vias nervosas que normalmente ajudam a reduzir a dor podem levar a essa sensibilidade aumentada.
O Papel do Cérebro na Percepção da Dor
Quando o cérebro percebe dor, ele pode ativar certas áreas que ajudam a gerenciar essa dor. Por exemplo, o sistema límbico, que está envolvido nas respostas emocionais, pode enviar sinais que afetam a dor. Nesse caso, o cérebro libera substâncias químicas naturais para aliviar a dor chamadas opioides. Esse processo envolve várias partes do cérebro, incluindo a substância cinzenta periaquedutal (PAG), o locus coeruleus (LC) e o raphe magnus (NRM).
Além disso, outra área chamada núcleo paraventricular (PVN) desempenha um papel importante em como respondemos à dor. O PVN contém diferentes tipos de células nervosas que ajudam a controlar como sentimos dor e respondemos ao estresse.
Efeitos do Estresse e da Dor
Tanto o estresse agudo quanto o crônico podem ativar o PVN, levando a várias respostas que ajudam o corpo a lidar com a dor. Isso inclui a liberação de hormônios que podem afetar como percebemos a dor. O PVN se conecta a várias outras áreas do cérebro, permitindo influenciar como respondemos tanto à dor emocional quanto física.
Historicamente, o PVN é formado por diferentes tipos de neurônios que têm papéis únicos na gestão da dor. Alguns neurônios nessa área respondem ao estresse e podem afetar como experimentamos a dor.
Pesquisas Anteriores sobre Dor em Modelos de Doença de Parkinson
Pesquisas em ratos que apresentaram sintomas semelhantes aos da DP mostram uma ligação clara entre a atividade do PVN e a percepção da dor. Por exemplo, estudos mostraram uma redução em certos marcadores de atividade cerebral no PVN quando esses ratos modelo receberam substâncias dolorosas.
Realizando o Estudo: Métodos
Neste estudo, foram utilizados ratos machos para investigar os efeitos da DP na resposta à dor. Eles foram mantidos em condições controladas, permitindo resultados consistentes. Todos os procedimentos seguiram as diretrizes éticas para pesquisa com animais.
Induzindo a Doença de Parkinson em Ratos
Para induzir DP, os ratos foram primeiramente anestesiados com uma combinação de medicamentos. Após prepará-los para o procedimento, os pesquisadores injetaram 6-OHDA em áreas específicas do cérebro, levando à perda de células produtoras de dopamina. Ratos de controle receberam injeções de solução salina.
Observando o Comportamento Rotacional
Duas semanas após as injeções, os pesquisadores injetaram uma substância chamada metanfetamina para observar como os ratos se moviam. Isso ajudou a confirmar a eficácia do modelo de DP, já que ratos com DP geralmente mostram comportamentos de rotação específicos.
Teste de Medição de Dor
Três semanas após a injeção, os ratos passaram por um teste de resposta à dor. Eles receberam uma injeção de formalina, que é conhecida por causar dor, em uma região facial específica. O comportamento deles foi gravado para medir quanto esfregavam o rosto, um indicador de dor.
Todos os grupos de ratos foram observados sob as mesmas condições, e suas respostas foram codificadas para garantir resultados objetivos.
Analisando a Atividade Cerebral
Após os testes comportamentais, os ratos foram anestesiados para análise cerebral. Os pesquisadores observaram as seções do cérebro para ver mudanças nas células que são conhecidas por responder à dor. Especificamente, focaram no número de células que marcaram atividade.
Medição de Oxitocina no Sangue
Sabe-se que a oxitocina, um hormônio envolvido na regulação da dor, tem um papel nas respostas à dor. Portanto, foram coletadas amostras de sangue para medir os níveis de oxitocina antes e depois dos testes de dor para ver como eles mudaram.
Administração de Oxitocina
Em outra parte do estudo, os pesquisadores injetaram oxitocina diretamente na área do cérebro dos ratos modelo de DP para ver se afetaria sua resposta à dor. Após isso, o comportamento dos ratos foi registrado novamente.
Resultados do Estudo
Confirmação do Modelo de Doença de Parkinson
Os testes comportamentais iniciais confirmaram que o modelo de DP foi eficaz, já que os ratos apresentaram os padrões de resposta esperados. Além disso, as seções do cérebro mostraram uma redução clara nas células produtoras de dopamina, confirmando a condição semelhante à DP.
Aumento da Resposta à Dor
Os ratos que receberam injeções de formalina mostraram taxas significativamente mais altas de esfregar o rosto em comparação com aqueles que não receberam. Isso destacou que os ratos do modelo de DP experimentaram uma sensibilidade aumentada à dor, validando descobertas anteriores sobre a percepção da dor na DP.
Mudanças na Atividade Cerebral
Ao observar a atividade cerebral, os pesquisadores encontraram mudanças substanciais no PVN e outras áreas relevantes. O número de células ativas relacionadas à dor diminuiu significativamente no PVN dos ratos modelo de DP em comparação com os ratos de controle.
Níveis de Oxitocina
A análise das amostras de sangue mostrou que os ratos de controle apresentaram um aumento nos níveis de oxitocina após a injeção de dor. Em contraste, os ratos modelo de DP não mostraram o mesmo aumento nos níveis de oxitocina, sugerindo um mecanismo de alívio da dor suprimido nesses ratos.
Efeitos da Administração de Oxitocina
Quando a oxitocina foi injetada nos ratos modelo de DP antes do teste de dor, houve uma redução notável na resposta à dor. No entanto, essa redução só foi evidente nas fases posteriores do teste, indicando uma interação complexa entre a oxitocina e a experiência da dor.
Conclusão: Implicações dos Resultados
Os achados sugerem que a experiência de dor aumentada na DP pode estar ligada à redução da ativação de sistemas que normalmente ajudam a gerenciar a dor, como os que envolvem a oxitocina. Isso apresenta um caminho potencial para novas pesquisas em tratamentos que poderiam ajudar a gerenciar a dor em pessoas com Parkinson.
Ao entender como a DP afeta a percepção da dor e como a oxitocina funciona nesse processo, pode haver oportunidades para desenvolver melhores estratégias de manejo da dor para quem vive com a doença de Parkinson.
Direções Futuras para a Pesquisa
O estudo abre a porta para mais investigações sobre como vários hormônios e neurotransmissores interagem no contexto da percepção da dor na DP. Pesquisas futuras poderiam focar em melhorar abordagens de tratamento, aprimorando os mecanismos naturais do corpo para aliviar a dor. Isso poderia levar a novas terapias que podem aliviar a dor em pessoas com doença de Parkinson e melhorar sua qualidade de vida.
Em resumo, esta pesquisa contribui com insights valiosos sobre a relação complexa entre a doença de Parkinson e a dor, particularmente como mudanças nos níveis hormonais, como a oxitocina, podem desempenhar um papel significativo nas experiências daqueles afetados. Novos estudos podem abrir caminhos para estratégias terapêuticas inovadoras voltadas a gerenciar melhor a dor nessa população de pacientes.
Título: Changes in the analgesic mechanism of oxytocin can contribute to hyperalgesia in Parkinsons disease model rats
Resumo: Pain is a major non-motor symptom of Parkinsons disease (PD). The alterations in the descending pain inhibitory system (DPIS) have been reported to trigger hyperalgesia in PD patients. However, the underlying mechanisms remain unclear. In the current study, dopaminergic nigrostriatal lesions were induced in rats by injecting 6-hydroxydopamine (6-OHDA) into their medial forebrain bundle. The neural mechanisms underlying changes in nociception in the orofacial region of 6-OHDA-lesioned rats was examined by injecting formalin into the vibrissa pad. The 6-OHDA-lesioned rats were seen to exhibit increased frequency of face-rubbing and more c-Fos immunoreactive (c-Fos-IR) cells in the trigeminal spinal subnucleus caudalis (Vc), confirming hyperalgesia. Examination of the number of c-Fos-IR cells in the DPIS nuclei [including the midbrain ventrolateral periaqueductal gray, the locus coeruleus, the nucleus raphe magnus, and paraventricular nucleus (PVN)] showed that 6-OHDA-lesioned rats exhibited a significantly lower number of c-Fos-IR cells in the magnocellular division of the PVN (mPVN) after formalin injection compared to sham-operated rats. Moreover, the 6-OHDA-lesioned rats also exhibited significantly lower plasma oxytocin (OT) concentration and percentage of oxytocin-immunoreactive (OT-IR) neurons expressing c-Fos protein in the mPVN and dorsal parvocellular division of the PVN (dpPVN), which secrete the analgesic hormone OT upon activation by nociceptive stimuli, when compared to the sham-operated rats. The effect of OT on hyperalgesia in 6-OHDA-lesioned rats was examined by injecting formalin into the vibrissa pad after intracisternal administration of OT, and the findings showed a decrease in the frequency of face rubbing and the number of c-Fos-IR cells in the Vc. In conclusion, these findings confirm presence of hyperalgesia in PD patients, potentially due to suppression of the analgesic effects of OT originating from the PVN.
Autores: Nayuka Usami, H. Maegawa, H. Niwa
Última atualização: 2024-02-27 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.02.23.581716
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.02.23.581716.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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