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RSV e Influenza: Analisando a Conexão deles

Um estudo analisa como o RSV e a gripe interagem dentro de casa.

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Índice

Em 2019, teve cerca de 17,2 bilhões de casos de infecções das vias respiratórias superiores no mundo todo. Essas infecções são frequentemente causadas por mais de 200 tipos de vírus. Alguns vírus podem influenciar uns aos outros, o que pode mudar a facilidade com que se espalham ou quão doentes as pessoas ficam. Medidas de saúde pública, como o distanciamento social durante a pandemia de COVID-19, também podem afetar o comportamento desses vírus. Por exemplo, se uma vacina mira em um vírus, isso pode mudar a propagação de outros vírus. Isso é importante entender, especialmente para vírus como o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), para os quais novas vacinas estão sendo testadas.

Entendendo o VSR e a Influenza

O VSR pode ter um papel significativo em casos graves de infecções pneumocócicas. Algumas evidências sugerem que o VSR e a influenza podem competir pelo mesmo espaço no corpo. A maioria das informações atuais vem de experimentos em laboratório ou estudos que analisam tendências gerais nas populações. Por exemplo, após a pandemia de influenza de 2009, muitos estudos mostraram que surtos de VSR estavam atrasados ou ausentes. No entanto, isso não era verdade em todos os casos.

Em anos não pandêmicos, infecções por VSR e influenza geralmente não alcançam o pico ao mesmo tempo em lugares onde ambos os vírus são comuns. Estudos que usam culturas celulares e animais sugerem que um vírus pode inibir o crescimento do outro, mas ainda não está claro como isso acontece em humanos.

Coleta e Análise de Dados

Um grande problema com estudos sobre VSR e influenza é que frequentemente eles se baseiam em dados de pessoas que procuraram ajuda médica. No entanto, muitas pessoas com sintomas leves ou sem sintomas ainda podem espalhar esses vírus. Para entender melhor, analisamos um estudo único em que as famílias eram testadas regularmente, mesmo que ninguém mostrasse sintomas.

Esse estudo aconteceu na África do Sul entre 2016 e 2018. Famílias com mais de duas pessoas foram incluídas se a maioria dos membros concordasse em participar. O estudo abrangeu três temporadas, com novas famílias se juntando a cada ano. Amostras de swab nasofaríngeo, ou testes do nariz e garganta, foram coletadas duas vezes por semana, independentemente dos sintomas. Essas amostras foram testadas para VSR e influenza.

Em nossa análise, definimos um "episódio" viral como um ou mais testes positivos ocorrendo sem intervalos de mais de 14 dias. Uma "Infecção dupla" aconteceu quando uma pessoa testou positivo para VSR e influenza ao mesmo tempo. "Episódios sobrepostos" ocorreram quando um episódio de VSR e um de influenza ocorreram aproximadamente ao mesmo tempo.

Análises Crudas

Para a análise básica, focamos apenas na primeira amostra positiva para cada episódio para evitar contar infecções mais de uma vez. Para cada pessoa com infecção por VSR, procuramos indivíduos de controle que foram testados, mas não tinham o vírus no mesmo dia. Em seguida, comparamos quantos desses indivíduos testaram positivo para influenza na época da primeira amostra de VSR.

Repetimos isso para os casos de influenza para ver se os testes de VSR eram positivos nessas épocas, buscando encontrar qualquer relação entre os dois vírus. Calculamos razões de risco, que ajudam a mostrar como a presença de uma infecção pode afetar a probabilidade de contrair a outra.

Depois, verificamos os casos reais de infecção dupla para ver se eram mais altos do que o esperado se as infecções por VSR e influenza fossem independentes. Descobrimos que havia mais infecções duplas do que esperaríamos ao acaso.

Modelando Interações entre VSR e Influenza

Usamos um modelo de Markov para estudar como as infecções por VSR e influenza interagem ao longo do tempo. Cada pessoa foi categorizada como susceptível (não infectada), infecciosa (capaz de espalhar o vírus), passando por um período após a infecção ou recuperada. Analisamos a taxa de infecção para ambos os vírus e como eles poderiam se afetar mutuamente.

O modelo considerou quanto tempo as interações poderiam durar, com base em estudos anteriores que sugeriam que poderia ser cerca de uma semana. As interações poderiam ser competitivas ou de suporte, significando que uma infecção poderia reduzir ou aumentar as chances de contrair o outro vírus.

Assumimos que todos os participantes eram suscetíveis quando entraram no estudo e que cada pessoa só poderia pegar cada vírus uma vez em uma temporada. Se alguém fosse reinfectado, seus dados seriam removidos da análise.

Resultados do Estudo

De um total de 122.113 dias potenciais para testes, 13% dos resultados estavam faltando porque indivíduos não puderam ser testados ou houve erros. No total, houve 1.265 testes positivos para influenza e 1.002 para VSR, com cada indivíduo sendo testado em média 71 vezes.

Observamos que o VSR atinge o pico entre fevereiro e junho, enquanto a influenza atinge o pico de maio a outubro. A duração média dos episódios de VSR foi de cerca de 6,8 dias, enquanto os episódios de influenza duraram cerca de 6,5 dias.

Na nossa análise básica, houve um leve aumento no risco de influenza após uma infecção por VSR, embora os intervalos de confiança mostrassem incerteza. Por outro lado, ao observar o risco de VSR após a influenza, o aumento foi menor.

Assumindo independência, esperávamos cerca de 6,67 casos de co-infeção, mas encontramos 15, significando que havia uma taxa de co-infecções maior do que a esperada. Todas, exceto uma instância de co-infecção, ocorreram durante a primeira temporada.

No nosso modelo, o efeito da influenza sobre o VSR era incerto, mas para indivíduos com VSR, a probabilidade de pegar influenza era maior, sugerindo um possível efeito sinérgico. Esse pequeno aumento no risco sugere um impacto mínimo no nível populacional.

Limitações e Forças

Este estudo foi forte porque incluiu muitos testes regulares, capturando casos leves e assintomáticos. Essa abordagem evita viés em relação a casos mais graves que poderiam mostrar comportamentos diferentes.

Embora os dados tivessem pequenas lacunas, provavelmente não afetaram muito os resultados. Nossos resultados diferem de alguns estudos anteriores, que podem ter sido influenciados por outros fatores. É importante reconhecer que co-infecções também podem resultar de comportamentos que aumentam a exposição a ambos os vírus.

Alguns fatores, como idade, desempenharam um papel em como os indivíduos responderam às infecções. Crianças pequenas, por exemplo, mostraram um risco maior de infecção por VSR em comparação com grupos mais velhos.

A conclusão geral é que, embora haja algumas evidências de que a infecção por VSR possa aumentar temporariamente o risco de infecção por influenza, o efeito é pequeno. Assim, a introdução de vacinas para VSR pode não levar a um aumento significativo nos casos de influenza. Através dessa análise, esperamos fornecer insights mais claros sobre como esses dois vírus interagem e como estratégias de saúde pública podem ser desenvolvidas com base nesse entendimento.

Fonte original

Título: Transient increased risk of influenza infection following RSV infection in South Africa; findings from the PHIRST study, South Africa, 2016-2018.

Resumo: Large-scale prevention of respiratory syncytial virus (RSV) infection may have ecological consequences for co-circulating pathogens, including influenza. We assessed if and for how long RSV infection alters the risk for subsequent influenza infection. We analysed a prospective longitudinal cohort study conducted in South Africa between 2016 and 2018. For participating households, nasopharyngeal samples were taken twice weekly, irrespective of symptoms, across three respiratory virus seasons, and real-time polymerase chain reaction (PCR) was used to identify infection with RSV and/or influenza. We fitted an individual-level hidden markov transmission model in order to estimate RSV and influenza infection rates and their interdependence. Of a total of 122113 samples collected, 1265 (1.0%) were positive for influenza and 1002 (0.8%) positive for RSV, with 15 (0.01%) samples from 12 individuals positive for both influenza and RSV. We observed 2.25-fold higher incidence of co-infection than expected if assuming infections were unrelated. We estimated that infection with influenza is 2.13 (95% CI 0.97 - 4.69) times more likely when already infected with, and for a week following, RSV infection, adjusted for age. This equates to 1.4% of influenza infections that may be attributable to RSV in this population. Due to the local seasonality (RSV season precedes the influenza season), we were unable to estimate changes in RSV infection risk following influenza infection. RSV infection was associated with an increased risk for influenza infection for a short period after infection. However, the impact on population-level transmission dynamics of this individual-level synergistic effect was not measurable in this setting. Research in ContextO_ST_ABSEvidence before this studyC_ST_ABSWe searched PubMed titles and abstracts for the terms "influenza", "RSV" or "Respiratory syncytial virus" and "interaction", "competition" or "enhancement" resulting in 56 articles, excluding reviews. Evidence for the potential interaction of influenza and RSV originates from analyses of viral surveillance and experimental non-human studies, or isolated mathematical models. Most such studies suggest potential competitive exclusion of RSV and Influenza but are prone to potential confounding and unable to test the links between biological mechanisms and population level impacts. Added value of this studyThis longitudinal study with frequent testing of participants for colonisation with RSV and Influenza allows sufficient resolution to analyse direct evidence for interaction of both viruses on colonisation. In contrast to evidence insofar we find that the effect of RSV colonisation on the risk for influenza acquisition is short lived and synergistic, but unlikely to substantially effect influenza epidemiology on population level. Implications of all the available evidenceRSV infections are likely to have limited impact on influenza circulation.

Autores: Naomi R Waterlow, J. Kleynhans, N. Wolter, S. Tempia, R. M. Eggo, O. Hellferscee, L. Lebina, N. Martinson, R. G. Wagner, J. Moyes, A. von Gottberg, C. Cohen, S. Flasche

Última atualização: 2023-06-01 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.30.23290741

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.30.23290741.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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