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Bolômetro de ZnO: Uma Nova Ferramenta para Pesquisa de Decaimento Beta Duplo

Esse artigo fala sobre o desempenho do bolômetro cintilante de ZnO na detecção da dupla beta decaimento.

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Estudos recentes estão focando em um tipo de detector conhecido como bolômetro cintilante à base de ZnO. Esse dispositivo é usado para procurar processos raros em certos isótopos de zinco. Neste artigo, vamos falar sobre o desempenho desse detector, como ele funciona e seu potencial para experimentos futuros que buscam a decomposição beta dupla em isótopos de zinco.

O que é um Bolômetro Cintilante?

Um bolômetro cintilante é um detector especializado. Ele combina duas funções: detectar calor e luz emitidos por certos materiais quando interagem com partículas. Cintilação se refere ao clarão de luz produzido quando partículas energéticas batem em um material. Um bolômetro mede o calor gerado por essa interação.

No nosso caso, estamos usando um cristal de óxido de zinco (ZnO) para isso. O cristal de ZnO é importante porque contém uma alta porcentagem de zinco. Especificamente, nosso detector tem mais de 80% de zinco em massa.

Desempenho do Detector de ZnO

Um detector de ZnO com 7,2 gramas foi avaliado quanto às suas capacidades. Ele mostrou resultados promissores, com uma resolução de energia variando de 1,0 a 2,7 keV sob várias condições de temperatura. Essa alta sensibilidade permite que o detector opere com um limiar de energia baixo, o que é crucial para estudar processos que liberam pequenas quantidades de energia, como a decomposição beta dupla.

O dispositivo também tem a capacidade de medir a luz produzida durante interações, com um rendimento de luz de 1,5 keV por MeV para certos tipos de eventos. Para outros tipos de partículas, o rendimento de luz variou de 0,2 a 3,0 keV por MeV.

Desafios na Detecção de Radioatividade

Antes de considerar qualquer experimento com o detector de ZnO, precisamos avaliar a Pureza do cristal para garantir que tenha uma radioatividade de fundo mínima. A pureza foi testada usando equipamentos especializados, que descobriram que os níveis de contaminação radioativa de certos elementos, como potássio-40 e césio-137, eram baixos.

A radioatividade interna total do cristal de ZnO foi determinada em 22 mBq/kg. Esse valor é aceitável para conduzir experimentos, mas uma refinação adicional da pureza do cristal é recomendada para alcançar níveis de fundo ainda mais baixos.

A Importância da Pesquisa sobre Decomposição Beta Dupla

Entender a decomposição beta dupla é essencial no campo da física de partículas. Esse processo envolve a transformação de um núcleo, o que pode fornecer insights sobre as propriedades dos neutrinos. Assim, detectar a decomposição beta dupla tem implicações para entender forças fundamentais na natureza e o potencial para física além dos nossos modelos atuais.

Atualmente, o zinco tem dois isótopos-Zn64 e Zn70-que se acredita serem capazes de passar por decomposição beta dupla. O Zn64 é particularmente interessante porque tem uma abundância natural relativamente alta de 48%. Essa abundância torna viável a realização de experimentos sem a necessidade de enriquecimento isotópico caro.

A Montagem do Experimento

No experimento, o detector de ZnO foi testado em um ambiente de baixa temperatura para minimizar qualquer ruído que pudesse interferir na detecção de processos raros. A montagem foi localizada em um laboratório projetado para proteger o experimento da Radiação externa, que poderia obscurecer os resultados.

Durante os testes, o detector de ZnO foi exposto a várias fontes de radiação para avaliar sua resposta. Isso incluiu colocar uma fonte de urânio por perto para simular eventos potenciais de interesse.

Como o Detector Funciona

O bolômetro cintilante de ZnO opera registrando dois tipos de sinais: calor e luz. Quando uma partícula interage com o cristal, ela produz tanto um sinal de calor quanto um flash de luz. Esses sinais são então medidos para entender a energia e o tipo de partícula que causou a interação.

Uma das características notáveis do detector de ZnO é sua capacidade de diferenciar entre diferentes tipos de eventos usando as propriedades temporais dos sinais de calor. Isso significa que ele pode distinguir entre sinais causados por partículas alfa e aqueles causados por outros tipos de partículas, como partículas beta.

Resultados do Experimento

Após a realização de testes por um total de 271 horas, os resultados mostraram sinais claros de certos eventos de decomposição radioativa esperados. No entanto, a sensibilidade geral para detectar processos de decomposição beta dupla ainda era inferior ao ideal em comparação com os principais experimentos na área.

Embora os achados tenham sido promissores, eles destacaram a necessidade de mais refinamentos. Aumentar a massa do cristal de ZnO, melhorar a pureza dos materiais usados e conduzir experimentos em um ambiente subterrâneo são todas estratégias que poderiam aumentar a sensibilidade de estudos futuros.

Direções Futuras

A investigação atual sobre o bolômetro cintilante à base de ZnO é um passo em direção a entender melhor a decomposição beta dupla em isótopos de zinco. Com mais trabalho, há potencial para melhorar significativamente a sensibilidade experimental.

Planos para experimentos em maior escala usando um cristal de 10 kg de ZnO foram discutidos. Se forem bem-sucedidos, esses experimentos podem fornecer insights significativos sobre os processos de decomposição beta dupla.

Conclusão

O estudo de Bolômetros cintilantes à base de ZnO revela seu potencial na busca por processos raros como a decomposição beta dupla. A combinação de alto teor de zinco e capacidades de detecção eficazes torna essa tecnologia interessante para pesquisas futuras.

Ao refinar o processo de produção de cristais e realizar experimentos em ambientes controlados, os cientistas podem um dia descobrir novos aspectos da física de partículas através desses detectores inovadores. A jornada de explorar os mistérios da decomposição beta dupla em zinco está apenas começando, e o bolômetro cintilante à base de ZnO pode desempenhar um papel vital nesta aventura científica.

Fonte original

Título: ZnO-based scintillating bolometers: New prospects to study double beta decay of $^{64}$Zn

Resumo: The first detailed study on the performance of a ZnO-based cryogenic scintillating bolometer as a detector to search for rare processes in zinc isotopes was performed. A 7.2 g ZnO low-temperature detector, containing more than 80\% of zinc in its mass, exhibits good energy resolution of baseline noise 1.0--2.7 keV FWHM at various working temperatures resulting in a low-energy threshold for the experiment, 2.0--6.0 keV. The light yield for $\beta$/$\gamma$ events was measured as 1.5(3) keV/MeV, while it varies for $\alpha$ particles in the range of 0.2--3.0 keV/MeV. The detector demonstrate an effective identification of the $\beta$/$\gamma$ events from $\alpha$ events using time-properties of only heat signals. %(namely, Rise time parameter). The radiopurity of the ZnO crystal was evaluated using the Inductively Coupled Plasma Mass Spectrometry, an ultra-low-background High Purity Ge $\gamma$-spectrometer, and bolometric measurements. Only limits were set at the level of $\mathcal{O}$(1--100) mBq/kg on activities of \Nuc{K}{40}, \Nuc{Cs}{137} and daughter nuclides from the U/Th natural decay chains. The total internal $\alpha$-activity was calculated to be 22(2) mBq/kg, with a major contribution caused by 6(1) mBq/kg of \Nuc{Th}{232} and 12(2) mBq/kg of \Nuc{U}{234}. Limits on double beta decay (DBD) processes in \Nuc{Zn}{64} and \Nuc{Zn}{70} isotopes were set on the level of $\mathcal{O}(10^{17}$--$10^{18})$ yr for various decay modes profiting from 271 h of acquired background data in the above-ground lab. This study shows a good potential for ZnO-based scintillating bolometers to search for DBD processes of Zn isotopes, especially in \Nuc{Zn}{64}, with the most prominent spectral features at $\sim$10--20 keV, like the two neutrino double electron capture. A 10 kg-scale experiment can reach the experimental sensitivity at the level of $\mathcal{O}(10^{24})$ yr.

Autores: A. Armatol, B. Broerman, L. Dumoulin, A. Giuliani, H. Khalife, M. Laubenstein, P. Loaiza, P. de Marcillac, S. Marnieros, S. S. Nagorny, S. Nisi, C. Nones, E. Olivieri, L. Pagnanini, S. Pirro, D. V. Poda, J. -A. Scarpaci, A. S. Zolotarova

Última atualização: 2023-04-11 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2304.05043

Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2304.05043

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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