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# Física# Astrofísica terrestre e planetária

Procurando por Hélio na Atmosfera de WASP-48b

Estudo revela dificuldades em detectar hélio no exoplaneta quente WASP-48b.

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Júpiteres quentes são exoplanetas grandes que orbitam muito perto de suas estrelas. Por causa dessa proximidade, eles recebem muita radiação, o que pode fazer com que suas atmosferas escapem para o espaço. Esse processo pode afetar a forma como os sistemas planetários se formam e mudam com o tempo. Entender as condições que levam à Fuga Atmosférica é importante.

Em estudos recentes, os cientistas descobriram que uma característica específica do Hélio na luz infravermelha (a 10833 nanômetros) é um sinal chave da fuga atmosférica. Este artigo fala sobre a busca por hélio na atmosfera de WASP-48b, que é um Júpiter quente orbitando uma estrela que gira rapidamente.

Observações e Coleta de Dados

Para observar WASP-48b, os pesquisadores usaram um instrumento especial chamado Habitável Zona Planet Finder, localizado no Telescópio Hobby-Eberly. Eles fizeram medições por sete noites para capturar dados de três Trânsitos do planeta. Um trânsito acontece quando o planeta passa na frente de sua estrela-mãe. É nesse momento que os cientistas conseguem medir melhor as mudanças na luz, ajudando a detectar elementos na atmosfera do planeta.

Infelizmente, a equipe não encontrou hélio na atmosfera de WASP-48b, o que foi surpreendente dado suas expectativas. A quantidade de absorção de hélio medida foi muito baixa, levando à conclusão de que o hélio não estava presente. Essa descoberta está alinhada com o que os cientistas já sabem sobre estrelas mais velhas tendo menos atividade radiante.

Análise da Não Detecção

Os pesquisadores usaram um modelo simples de como a atmosfera poderia agir sob a influência da estrela. Eles sugerem que a ausência de hélio pode ser devido a alguns fatores. Primeiro, WASP-48b pode ter uma taxa baixa de perda de massa atmosférica, significando que muito pouco gás está escapando para o espaço. Em segundo lugar, a temperatura na parte superior da atmosfera do planeta pode ser bastante alta, o que pode estar fazendo com que os átomos de hélio se tornem ionizados e, portanto, menos detectáveis.

A equipe analisou outros casos onde o hélio tinha sido detectado ou não, descobrindo que a quantidade de absorção de hélio varia bastante. Isso indica que há muitos fatores envolvidos, não apenas a atividade da estrela-mãe.

Importância da Fuga Atmosférica

Estudar como as atmosferas escapam dos planetas ajuda os cientistas a entender a demografia planetária. Por exemplo, muitos exoplanetas estão em uma faixa de tamanho (entre 1,5 e 2 vezes o raio da Terra) onde os planetas são menos comuns, um fenômeno chamado de "vale do raio". A fuga atmosférica pode explicar por que planetas nessa faixa são raros.

Além disso, examinar quão rápido os planetas perdem suas atmosferas dá uma ideia sobre seu potencial de habitabilidade. Se um planeta perde sua atmosfera rapidamente, pode não ser capaz de suportar vida como conhecemos.

Como o Hélio é Geralmente Detectado

O hélio já foi detectado em alguns exoplanetas antes, principalmente usando luz ultravioleta. No entanto, observar a luz UV do chão é difícil por causa da absorção pela atmosfera da Terra. Em vez disso, os cientistas costumam depender de instrumentos espaciais ou de comprimentos de onda específicos que penetram melhor na atmosfera.

Um comprimento de onda promissor para estudar o hélio está no espectro Infravermelho. O hélio a 10833 nanômetros era pensado para fornecer sinais mais claros, já que não é tão afetado pela atmosfera da Terra como a luz UV.

A primeira detecção dessa característica de hélio em um exoplaneta veio de WASP-107b em 2018. Desde então, mais de 30 planetas foram verificados para essa linha de hélio, mas muitos permanecem não detectados, incluindo o WASP-48b.

Entendendo a Característica do Hélio

A ausência de hélio na atmosfera de WASP-48b levanta questões sobre o comportamento de sua atmosfera. A característica de absorção de hélio acontece devido a um processo onde a luz interage com os átomos de hélio, fazendo com que eles absorvam energia. Essa absorção é influenciada por fatores como a temperatura da atmosfera e a radiação estelar que o planeta recebe.

Em uma atmosfera mais quente, os átomos de hélio podem ser ionizados com mais frequência, o que pode levar a menos átomos de hélio neutros disponíveis para detecção. Além disso, se a atmosfera de um planeta está sendo perdida rapidamente, isso também pode contribuir para níveis mais baixos de hélio.

Atividade Estelar e Seus Efeitos

A atividade estelar desempenha um papel crítico na formação das atmosferas dos exoplanetas. Estrelas mais jovens costumam emitir níveis mais altos de radiação, o que pode remover atmosferas de forma mais agressiva. À medida que as estrelas envelhecem, sua atividade normalmente diminui, o que, no caso de WASP-48b, levaria a níveis mais baixos de absorção de hélio.

WASP-48 é uma estrela mais velha, com cerca de 7,9 bilhões de anos, e sua baixa atividade a torna uma candidata menos provável para uma fuga atmosférica significativa em comparação com estrelas mais jovens e ativas. Isso pode explicar a não-detecção de hélio em WASP-48b.

Examinando o Contexto de Outros Estudos de Hélio

Para colocar as descobertas de WASP-48b em perspectiva, os pesquisadores compararam essa não-detecção a outros estudos de hélio em exoplanetas. Eles descobriram uma tendência notável: planetas que orbitam estrelas tipo K são mais propensos a mostrar presença de hélio. Essas estrelas tendem a emitir mais radiação UV e EUV, aumentando as chances de detectar hélio nas atmosferas planetárias.

O tamanho da amostra dos estudos de exoplanetas ainda é pequeno, e embora haja muitas não-deteções, a variação sugere que outros fatores também desempenham um papel. Os parâmetros planetários em estudo incluem raio, massa, idade e distância de suas estrelas-mães.

Conclusão

Em conclusão, a busca por hélio na atmosfera de WASP-48b destacou as complexidades e desafios enfrentados nos estudos de exoplanetas. A ausência de hélio sugere que o planeta tem uma taxa baixa de fuga atmosférica ou que sua atmosfera superior é quente demais para que o hélio esteja presente em quantidades detectáveis.

Mais observações de diferentes tipos de estrelas e planetas ajudarão a criar uma imagem mais completa de como a atividade estelar influencia o comportamento atmosférico. A pesquisa contínua nessa área não apenas aumenta nosso conhecimento sobre exoplanetas, mas também ilumina as implicações mais amplas para a habitabilidade e evolução planetária em todo o universo.

O estudo enfatiza a necessidade de uma amostra diversificada de observações para entender melhor os mecanismos que impulsionam a fuga atmosférica e as condições sob as quais diferentes exoplanetas se formam e evoluem. À medida que mais dados se tornam disponíveis, os cientistas estarão em uma posição melhor para responder a questões fundamentais sobre a natureza desses mundos distantes e seu potencial para suportar vida.

Fonte original

Título: Non-detection of Helium in the Hot Jupiter WASP-48b

Resumo: Hot Jupiters orbiting extremely close to their host star may experience atmospheric escape due to the large amounts of high-energy radiation they receive. Understanding the conditions under which this occurs is critical, as atmospheric escape is believed to be a driving factor in sculpting planetary populations. In recent years, the near-infrared 10833 \r{A} helium feature has been found to be a promising spectral signature of atmospheric escape. We use transmission spectroscopy to search for excess helium absorption in the extended atmosphere of WASP-48b, a hot Jupiter orbiting a slightly evolved, rapidly-rotating F star. The data were collected using the Habitable Zone Planet Finder spectrograph on the Hobby-Eberly Telescope. Observations were taken over the course of seven nights, from which we obtain three transits. No detectable helium absorption is seen, as absorption depth is measured to $-0.0025\pm0.0021$, or $1.2 \sigma$ from a null detection. This non-detection follows our current understanding of decreasing stellar activity (and thus high-energy radiation) with age. We use a 1D isothermal Parker wind model to compare with our observations and find our non-detection can best be explained with a low planetary mass-loss rate and high thermosphere temperature. We explore our results within the context of the full sample of helium detections and non-detections to date. Surprisingly, comparing helium absorption with the stellar activity index $\rm log\;R'_{HK}$ reveals a large spread in the correlation between these two factors, suggesting that there are additional parameters influencing the helium absorption strength.

Autores: Katherine A. Bennett, Seth Redfield, Antonija Oklopčić, Ilaria Carleo, Joe P. Ninan, Michael Endl

Última atualização: 2023-05-03 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2305.02465

Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2305.02465

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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