Simple Science

Ciência de ponta explicada de forma simples

# Física# Experiência nuclear# Física de Altas Energias - Experiência

Investigando o Ponto Crítico em Colisões de Alta Energia

Cientistas estudam o comportamento dos prótons em colisões de íons pesados pra encontrar o ponto crítico.

― 6 min ler


Estudo do Próton emEstudo do Próton emFísica de Altas Energiasem colisões de prótons.Nenhum comportamento crítico encontrado
Índice

Na física de altas energias, os cientistas estudam como a matéria se comporta sob condições extremas. Uma área de interesse é o ponto crítico da matéria fortemente interagente, que acredita-se existir em Colisões de Íons Pesados. Em certas energias, a matéria pode passar por uma transição de fase parecida com a da água fervendo e se transformando em vapor, o que poderia nos ajudar a entender as propriedades fundamentais da matéria.

Este artigo fala sobre um experimento realizado no CERN, no Super Proton Synchrotron (SPS), focando nas colisões que acontecem com um momento de feixe de 150 GeV/c. Essas colisões criam condições que imitam as do início do universo, momentos após sua formação. O objetivo deste experimento era examinar como as partículas, especificamente os Prótons, se comportam nessas condições, buscando sinais que possam indicar a presença do ponto crítico.

Configuração Experimental

O estudo contou com um grande detector chamado NA61/SHINE. Esse detector é equipado com vários dispositivos projetados para rastrear e identificar partículas produzidas nas colisões. Os cientistas usaram essa configuração para coletar dados de milhões de colisões entre íons pesados. O design do detector permite medições precisas de várias características das partículas, incluindo seu momento e energia.

Durante o experimento, os cientistas focaram em um tipo específico de colisão conhecido como Colisões Centrais. Essas acontecem quando dois íons pesados colidem de frente, produzindo uma região densa de matéria. As interações de partículas nessa região podem mostrar comportamentos únicos que poderiam sinalizar a presença do ponto crítico.

Coleta de Dados

O experimento registrou mais de 1,7 milhões de colisões. No entanto, nem todos esses eventos eram adequados para análise. Portanto, os pesquisadores aplicaram critérios de seleção rigorosos para garantir que apenas eventos relevantes fossem incluídos no conjunto de dados final. Esse processo visava filtrar eventos que não atendiam aos requisitos específicos para exame detalhado.

Para afunilar ainda mais os dados, os cientistas dividiram os eventos registrados com base na centralidade, que se refere a quão frontal uma colisão é. Os eventos selecionados foram categorizados em vários intervalos, como 0-5% e 5-10%, com base na energia medida no calorímetro frontal. Essa categorização ajuda a estudar diferentes dinâmicas de colisão e sua possível relação com o ponto crítico.

Seleção e Análise de Prótons

Depois de filtrar os eventos, o próximo passo foi focar nos prótons produzidos nas colisões. Os pesquisadores implementaram critérios específicos para identificar e selecionar os prótons com precisão. Esse processo envolveu observar a perda de energia de partículas carregadas positivamente enquanto passavam pelo detector. Ao aplicar esses critérios de seleção, os cientistas estimaram que cerca de 60% das partículas selecionadas eram prótons, mantendo uma baixa contaminação de outros tipos de partículas, como os kaons.

A análise se concentrou em calcular momentos fatoriais escalonados. Essa ferramenta matemática ajuda os pesquisadores a estudar as flutuações nas distribuições de partículas. Ao examinar como os prótons estavam distribuídos em diferentes intervalos de momento, os cientistas pretendiam detectar sinais de comportamento crítico que poderiam indicar a presença do ponto crítico.

Análise de Intermitência

Um aspecto chave deste estudo foi a análise de intermitência, que envolve examinar como as densidades de partículas flutuam à medida que as condições mudam. Perto do ponto crítico, espera-se ver padrões específicos nas flutuações de densidade - conhecidos como intermitência - que poderiam implicar uma transição de fase.

Para realizar essa análise, os cientistas observaram momentos fatoriais escalonados de segunda ordem da distribuição de multiplicidade de prótons. Eles fizeram isso dividindo o espaço de momento em várias subdivisões e analisando como as distribuições de prótons mudavam com cada subdivisão.

Pela primeira vez, o experimento usou conjuntos de dados estatisticamente independentes para cada número de subdivisões. Essa abordagem visava eliminar correlações que poderiam enviesar os resultados e permitir uma interpretação mais clara das descobertas.

Resultados

As descobertas do experimento não mostraram padrões de intermitência estatisticamente significativos nas distribuições de prótons. Esse resultado sugere que, sob as condições estudadas, as flutuações na multiplicidade de prótons eram consistentes com as esperadas de processos não críticos.

Além disso, os dados experimentais foram comparados com resultados de eventos mistos, que são criados emparelhando aleatoriamente partículas de diferentes eventos. Esses eventos mistos servem como uma baseline para avaliar a presença de flutuações críticas. Os resultados das colisões reais corresponderam de perto aos dos eventos mistos, apoiando a conclusão de que não havia fortes evidências de comportamento crítico.

Comparação com Modelos

Para dar mais contexto às descobertas, os resultados foram comparados com dois modelos teóricos. O primeiro modelo considera várias correlações de partículas sem levar em conta flutuações críticas. O segundo modelo - o Modelo de Lei de Potência - sugere que as partículas poderiam estar correlacionadas perto do ponto crítico.

Ao comparar os dados experimentais com as previsões desses modelos, os pesquisadores não encontraram diferenças significativas. Esse resultado reforça a conclusão de que o comportamento observado dos prótons não fornece evidências do ponto crítico.

Conclusão

O experimento realizado no CERN SPS focou em buscar o ponto crítico da matéria fortemente interagente através da análise de prótons produzidos em colisões de altas energias. Apesar dos esforços extensivos e da coleta de um grande conjunto de dados, os resultados não indicaram sinais significativos de comportamento crítico.

As descobertas do estudo apresentam um limite superior na fração de pares de prótons críticos e a força das funções de correlação. Mais experimentos e análises são necessários para explorar outras reações e melhorar nossa compreensão do ponto crítico no contexto de interações fortes.

Essa pesquisa contínua representa um passo importante para entender a natureza fundamental da matéria sob condições extremas, contribuindo para o campo mais amplo da física de altas energias e nosso conhecimento sobre os momentos iniciais do universo. Os cientistas continuam a investigar vários aspectos dessas colisões, na esperança de que estudos futuros tragam novas informações sobre as propriedades da matéria fortemente interagente.

Fonte original

Título: Search for the critical point of strongly-interacting matter in ${}^{40}$Ar + ${}^{45}$Sc collisions at 150A GeV/c using scaled factorial moments of protons

Resumo: The critical point of dense, strongly interacting matter is searched for at the CERN SPS in ${}^{40}$Ar + ${}^{45}$Sc collisions at 150A GeV/c. The dependence of second-order scaled factorial moments of proton multiplicity distribution on the number of subdivisions of transverse momentum space is measured. The intermittency analysis is performed using both transverse momentum and cumulative transverse momentum. For the first time, statistically independent data sets are used for each subdivision number. The obtained results do not indicate any statistically significant intermittency pattern. An upper limit on the fraction of critical proton pairs and the power of the correlation function is obtained based on a comparison with the Power-law Model developed for this purpose.

Autores: NA61/SHINE Collaboration, H. Adhikary, P. Adrich, K. K. Allison, N. Amin, E. V. Andronov, T. Antićić, I. -C. Arsene, M. Bajda, Y. Balkova, M. Baszczyk, D. Battaglia, A. Bazgir, S. Bhosale, M. Bielewicz, A. Blondel, M. Bogomilov, Y. Bondar, N. Bostan, A. Brandin, W. Bryliński, J. Brzychczyk, M. Buryakov, A. F. Camino, P. Christakoglou, M. Ćirković, M. Csanád, J. Cybowska, T. Czopowicz, C. Dalmazzone, N. Davis, F. Diakonos, A. Dmitriev, P. von Doetinchem, W. Dominik, P. Dorosz, J. Dumarchez, R. Engel, G. A. Feofilov, L. Fields, Z. Fodor, M. Friend, M. Gaździcki, O. Golosov, V. Golovatyuk, M. Golubeva, K. Grebieszkow, F. Guber, S. N. Igolkin, S. Ilieva, A. Ivashkin, A. Izvestnyy, K. Kadija, A. Kapoyannis, N. Kargin, N. Karpushkin, E. Kashirin, M. Kiełbowicz, V. A. Kireyeu, H. Kitagawa, R. Kolesnikov, D. Kolev, Y. Koshio, V. N. Kovalenko, S. Kowalski, B. Kozłowski, A. Krasnoperov, W. Kucewicz, M. Kuchowicz, M. Kuich, A. Kurepin, A. László, M. Lewicki, G. Lykasov, V. V. Lyubushkin, M. Maćkowiak-Pawłowska, Z. Majka, A. Makhnev, B. Maksiak, A. I. Malakhov, A. Marcinek, A. D. Marino, H. -J. Mathes, T. Matulewicz, V. Matveev, G. L. Melkumov, A. Merzlaya, Ł. Mik, A. Morawiec, S. Morozov, Y. Nagai, T. Nakadaira, M. Naskręt, S. Nishimori, V. Ozvenchuk, A. D. Panagiotou, O. Panova, V. Paolone, O. Petukhov, I. Pidhurskyi, R. Płaneta, P. Podlaski, B. A. Popov, B. Pórfy, M. Posiadała-Zezula, D. S. Prokhorova, D. Pszczel, S. Puławski, J. Puzović, R. Renfordt, L. Ren, V. Z. Reyna Ortiz, D. Röhrich, E. Rondio, M. Roth, Ł. Rozpłochowski, B. T. Rumberger, M. Rumyantsev, A. Rustamov, M. Rybczynski, A. Rybicki, K. Sakashita, K. Schmidt, A. Yu. Seryakov, P. Seyboth, U. A. Shah, Y. Shiraishi, A. Shukla, M. Słodkowski, P. Staszel, G. Stefanek, J. Stepaniak, M. Strikhanov, H. Ströbele, T. Šuša, L. Swiderski, J. Szewiński, R. Szukiewicz, A. Taranenko, A. Tefelska, D. Tefelski, V. Tereshchenko, A. Toia, R. Tsenov, L. Turko, T. S. Tveter, M. Unger, M. Urbaniak, F. F. Valiev, M. Vassiliou, D. Veberič, V. V. Vechernin, V. Volkov, A. Wickremasinghe, K. Wójcik, O. Wyszyński, A. Zaitsev, E. D. Zimmerman, A. Zviagina, R. Zwaska

Última atualização: 2023-05-12 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2305.07557

Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2305.07557

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao arxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

Ligações de referência

Mais de autores

Artigos semelhantes