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Como o Ambiente Forma Galáxias Massivas

Este estudo analisa os efeitos da densidade local nos tamanhos das galáxias massivas e na formação de estrelas.

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Galáxias são sistemas vastos feitos de estrelas, gás, poeira e matéria escura. Elas podem ser agrupadas em dois tipos principais: Galáxias Quiescentes, que têm pouca ou nenhuma formação estelar em andamento, e Galáxias formadoras de estrelas, que estão ativamente criando novas estrelas. Entender como diferentes ambientes afetam essas galáxias, especialmente as mais massivas, é importante para estudar a formação e evolução delas.

Na última década, pesquisadores analisaram de perto a relação entre tipos de galáxias, seus Ambientes Locais e suas Massas Estelares. Observou-se que galáxias quiescentes geralmente estão em ambientes mais densos e costumam ter maior massa estelar, enquanto galáxias formadoras de estrelas tendem a estar em áreas menos densas e com menor massa estelar.

Dois fatores principais podem influenciar como as galáxias mudam ao longo do tempo. O primeiro é chamado de "mass quenching", onde processos internos dentro de uma galáxia, como feedback de núcleos galácticos ativos e supernovas, interrompem a formação de estrelas ao aquecer e expulsar o gás. O segundo fator envolve o ambiente externo, onde estar em uma área mais densa pode levar a mais fusões entre galáxias, potencialmente causando mudanças rápidas na formação de estrelas e na estrutura delas.

Classificação de Galáxias

As galáxias podem ser classificadas em diferentes categorias com base em suas características. Galáxias quiescentes (QGs) têm cores vermelhas e formas esféricas devido à falta de formação de novas estrelas. Galáxias formadoras de estrelas (SFGs) são azuis e têm estruturas mais parecidas com discos porque estão ativamente criando estrelas.

Estudos mostraram que QGs são mais comuns em ambientes densos com massa estelar mais alta, enquanto SFGs são encontradas em áreas com menor massa estelar. Isso sugere que o ambiente desempenha um papel em moldar as propriedades das galáxias.

Densidade e Propriedades da Galáxia

Processos físicos que interrompem a formação de estrelas podem ser classificados como mudanças internas dentro da galáxia ou influências externas do ambiente. Áreas de maior densidade tendem a ter mais fusões, o que pode mudar rapidamente como as galáxias se formam e evoluem.

Muitos estudos descobriram que as taxas de formação de estrelas nas galáxias estão intimamente relacionadas aos seus ambientes. Geralmente, galáxias em ambientes mais densos tendem a ser mais velhas, avermelhadas e menos propensas a formar novas estrelas. Esses efeitos ambientais parecem impactar galáxias de menor massa mais significativamente do que as mais massivas, que parecem menos afetadas pelo que está ao redor.

No entanto, alguns estudos recentes indicaram que até as galáxias mais massivas podem experimentar mudanças nas taxas de formação de estrelas devido aos seus ambientes.

Efeitos Ambientais na Morfologia

A aparência e estrutura das galáxias também são fatores importantes para entender sua evolução. Se fusões menores são o principal motor do crescimento de galáxias, então aquelas em ambientes mais densos podem parecer maiores do que as em áreas menos lotadas.

Alguns estudos usando dados de grandes amostras de galáxias relataram que galáxias massivas localizadas em áreas de alta densidade tendem a ser maiores do que aquelas em áreas de menor densidade. No entanto, resultados conflitantes sugerem que o ambiente pode não afetar significativamente o tamanho da galáxia ou pode até ter um impacto negativo.

Para esclarecer essas incertezas, os pesquisadores construíram uma grande amostra de galáxias massivas e examinaram como o ambiente local influenciou sua morfologia e atividade de formação de estrelas.

Coleta de Dados e Seleção da Amostra

Os dados da galáxia para este estudo foram coletados de um catálogo fotométrico abrangente, permitindo que os pesquisadores analisassem uma ampla gama de propriedades. Um foco específico foi colocado nas galáxias mais massivas da amostra.

A amostra incluiu apenas aquelas galáxias que foram claramente definidas como galáxias e não estrelas, e que não estavam localizadas perto de estrelas brilhantes que poderiam distorcer as medições. O conjunto final de galáxias examinadas continha uma mistura diversificada de tipos quiescentes e formadores de estrelas.

Medindo Propriedades da Galáxia

Para definir a estrutura das galáxias selecionadas, os pesquisadores utilizaram múltiplos métodos para medir vários aspectos de sua morfologia, incluindo como a luz é distribuída em suas superfícies. Isso envolveu o uso de softwares sofisticados para ajustar modelos às imagens das galáxias.

Através dessas medições, os pesquisadores visavam determinar propriedades-chave como o raio efetivo e o índice de Sérsic de cada galáxia, que ajudam a transmitir a forma e a distribuição da luz.

Resultados: Impacto Ambiental no Tamanho

Quando os pesquisadores compararam os tamanhos das galáxias massivas em diferentes ambientes, encontraram pouca ou nenhuma diferença significativa entre galáxias em áreas de alta densidade e aquelas em regiões de baixa densidade. Isso sugere que fatores ambientais podem não desempenhar um papel crucial na determinação do tamanho dessas galáxias massivas.

Ao examinar como as propriedades das galáxias mudam ao longo do tempo, os pesquisadores notaram que, enquanto os tamanhos das galáxias eram tipicamente maiores em baixos deslocamentos para o vermelho, as características estruturais permaneciam consistentes independentemente da densidade local. Isso indica que, em vez do ambiente, outros fatores, como a massa estelar, podem ser mais influentes na formação do tamanho da galáxia.

Efeitos na Atividade de Formação de Estrelas

Os pesquisadores também analisaram como o ambiente local afetou a atividade de formação de estrelas das galáxias mais massivas. Eles descobriram que, embora houvesse alguma dependência das taxas de formação de estrelas com a densidade local, particularmente em baixos deslocamentos para o vermelho, essa influência parecia diminuir em deslocamentos mais altos.

Em baixos deslocamentos para o vermelho, galáxias formadoras de estrelas tendiam a apresentar taxas de formação de estrelas mais altas em ambientes menos densos. No entanto, esse padrão se tornou menos pronunciado ao considerar exclusivamente a população formadora de estrelas, indicando que os processos fundamentais que impulsionam a formação de estrelas podem operar independentemente das influências ambientais.

A fração aumentada de galáxias quiescentes em áreas de maior densidade poderia estar ligada a fatores ambientais que promovem a transição de galáxias formadoras de estrelas para quiescentes, mas esse efeito parecia desaparecer em deslocamentos mais altos.

Conclusão

O estudo de como o ambiente afeta as propriedades das galáxias massivas revelou várias percepções importantes. Primeiro, a morfologia das galáxias mais massivas parece independente da densidade local, em contraste com as descobertas para galáxias menos massivas. Segundo, enquanto influências ambientais na formação de estrelas são observáveis em baixos deslocamentos para o vermelho, elas parecem desaparecer em deslocamentos mais altos, mostrando que a densidade local tem menos impacto na sequência principal de galáxias formadoras de estrelas.

No fim das contas, os achados sugerem que a evolução das galáxias é uma interação complexa entre vários fatores internos e externos. Embora o ambiente pareça influenciar a fração quiescente das galáxias, pode ser mais preciso atribuir mudanças na atividade de formação de estrelas e morfologia em galáxias massivas a processos intrínsecos como fusões, em vez de pressões ambientais sozinhas.

Estudos futuros, aproveitando levantamentos astronômicos que estão por vir, provavelmente fornecerão perspectivas mais refinadas sobre essas relações, ajudando a aprofundar nosso entendimento da evolução das galáxias ao longo da história cósmica.

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