Miassita: Um Mineral com Supercondutividade Incomum
Explorando as propriedades supercondutoras únicas do miassite e suas implicações.
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Índice
- Supercondutores Naturais
- Supercondutividade Não Convencional
- Miassita: Um Supercondutor Mineral Único
- Investigando Propriedades Supercondutoras
- Principais Descobertas sobre Supercondutividade na Miassita
- Comparação com Outros Materiais Supercondutores
- O Papel da Desordem
- Insights Teóricos
- Implicações e Pesquisa Futura
- Conclusão
- Fonte original
A Supercondutividade é uma propriedade especial que alguns materiais têm, onde conseguem conduzir eletricidade sem resistência quando resfriados abaixo de uma certa temperatura. Essa temperatura é chamada de Temperatura Crítica. Quando um material se torna supercondutor, ele também expulsa campos magnéticos, o que é conhecido como Efeito Meissner. A supercondutividade foi explicada pela primeira vez em 1957 por três cientistas: John Bardeen, Leon Cooper e Robert Schrieffer. Eles propuseram que pares de elétrons, conhecidos como Pares de Cooper, se formam e levam a esse estado único.
Supercondutores Naturais
Supercondutividade é bem rara na natureza. A maioria dos metais pode virar compostos diferentes, como óxidos ou sulfatos, que não se comportam como supercondutores. Mas existem algumas exceções. Por exemplo, o chumbo e o estanho podem se formar naturalmente como cristais únicos em minérios, e alguns minerais mostram supercondutividade. Dois minerais supercondutores conhecidos são a covelita (CuS) e a parkerita (NiBiS), com temperaturas de transição de 1.6 K e 0.7 K, respectivamente.
Um mineral notável com propriedades supercondutoras é a miassita, que é um tipo de sulfeto de ródio. A supercondutividade na miassita foi reportada pela primeira vez na década de 1950, mas ganhou mais atenção depois por causa de suas propriedades únicas. Ela foi encontrada em pequenas inclusões arredondadas em depósitos em um rio nas Montanhas Urais, na Rússia.
Supercondutividade Não Convencional
Tradicionalmente, pensava-se que a supercondutividade surgia principalmente de materiais feitos pelo homem, especialmente aqueles com sistemas eletrônicos correlacionados. No entanto, descobertas recentes trouxeram evidências fortes de supercondutividade incomum ou não convencional em materiais que ocorrem naturalmente. Essa nova compreensão sugere que formas não convencionais de supercondutividade podem ser mais comuns na natureza do que se pensava antes.
Miassita: Um Supercondutor Mineral Único
A miassita é particularmente interessante por causa de sua composição e do comportamento supercondutor que apresenta. É um dos poucos minerais conhecidos que mostra supercondutividade não convencional. Pesquisadores têm estudado suas propriedades para entender melhor esse fenômeno.
A temperatura crítica para a miassita é em torno de 5.4 K, que é relativamente alta para um mineral. Essa temperatura tem implicações para o estado supercondutor. A estrutura da lacuna supercondutora, que descreve como os níveis de energia dos elétrons se comportam nesse estado, parece ter nós, o que significa que certos níveis de energia não estão preenchidos. Esse caráter nodal tem sido crucial para sugerir que o estado supercondutor da miassita pode mudar de maneiras únicas em comparação com supercondutores convencionais.
Investigando Propriedades Supercondutoras
Para investigar mais a miassita, os cientistas examinaram como o material responde a mudanças de temperatura e a introdução de desordem por meio de técnicas como irradiação eletrônica. Ao irradiar as amostras, os pesquisadores podem introduzir níveis controlados de desordem, permitindo estudar como essas mudanças afetam as propriedades supercondutoras.
Os resultados indicam que a miassita exibe um comportamento em lei de potência, que é um sinal característico de supercondutividade nodal. Em termos mais simples, conforme a temperatura diminui, a profundidade de penetração de Londres, que mede até onde um campo magnético pode penetrar em um supercondutor, se comporta de maneira linear. Esse comportamento é tipicamente visto em materiais com tipos especiais de lacunas supercondutoras.
Principais Descobertas sobre Supercondutividade na Miassita
Por meio de medições extensivas, os cientistas descobriram que a miassita tem uma lacuna supercondutora nodal. Isso significa que, em vez de ter uma lacuna de energia uniforme, certas direções têm energia mais baixa, criando linhas de nós. Essa característica alinha a miassita com outros supercondutores não convencionais bem conhecidos, como os cupratos de alta temperatura e alguns materiais de férmions pesados.
A presença desses nós sugere que a supercondutividade na miassita é bem complexa, já que a lacuna de energia muda dependendo da direção em que é medida. Essa complexidade contribui para uma compreensão mais rica de como a supercondutividade pode se manifestar em diferentes materiais.
Comparação com Outros Materiais Supercondutores
Além de suas propriedades supercondutoras únicas, a miassita se destaca em relação a outros supercondutores conhecidos. Por exemplo, supercondutores elementares como chumbo e estanho perdem sua supercondutividade quando expostos a campos magnéticos baixos, mas a miassita mostra um campo magnético crítico superior muito maior, ultrapassando 20 T. Isso significa que a miassita pode manter seu estado supercondutor sob condições magnéticas muito mais fortes do que muitos outros materiais.
Diferente dos elementos pesados, que tendem a ser supercondutores em temperaturas muito baixas, o comportamento da miassita sob temperatura e mudanças de desordem revela um novo aspecto de como a supercondutividade pode operar. Estudando essas características, os pesquisadores obtêm insights sobre a natureza mais ampla dos materiais supercondutores e suas possíveis aplicações.
O Papel da Desordem
O papel da desordem em materiais supercondutores é um aspecto significativo da pesquisa. Na miassita, a introdução de defeitos não magnéticos por meio da irradiação eletrônica mostrou um efeito claro nas propriedades supercondutoras. À medida que a desordem aumenta, a temperatura de transição supercondutora diminui, indicando como essas imperfeições interrompem o emparelhamento de elétrons necessário para a supercondutividade.
Como a lacuna supercondutora responde à desordem pode fornecer insights cruciais sobre o mecanismo de emparelhamento por trás da supercondutividade. Na miassita, os pesquisadores notaram que a resposta foi consistente com um tipo de supercondutividade que possui nós lineares, apoiando ainda mais a ideia de que seu estado supercondutor é não convencional.
Insights Teóricos
As descobertas relacionadas à miassita também fornecem uma base teórica para entender seu comportamento supercondutor. A função de lacuna proposta alinha-se com as observações feitas por meio de medições dependentes da temperatura, ajudando a estabelecer um modelo para prever como a supercondutividade varia sob diferentes condições.
Além disso, a simetria cúbica da miassita desempenha um papel em suas propriedades supercondutoras. A análise teórica indica que pode existir um tipo específico de estado de emparelhamento, sugerindo que há fatores únicos na miassita que influenciam sua supercondutividade.
Implicações e Pesquisa Futura
A descoberta de supercondutividade não convencional na miassita tem implicações significativas para o campo dos materiais supercondutores. Ela adiciona à lista conhecida de supercondutores e abre portas para a exploração de outros materiais que podem exibir comportamento semelhante. Essa descoberta também destaca a importância de entender as interações entre desordem, temperatura e supercondutividade, levando os pesquisadores a considerar como esses fatores se inter-relacionam em materiais que ocorrem naturalmente.
No futuro, há uma oportunidade de explorar outros minerais e compostos que podem exibir supercondutividade não convencional. Os achados na miassita estimulam uma reavaliação de materiais existentes, possivelmente levando à descoberta de novos supercondutores que poderiam ter aplicações práticas.
Conclusão
Resumindo, o estudo da miassita oferece um vislumbre fascinante no mundo da supercondutividade não convencional. Com suas propriedades únicas, incluindo altos campos magnéticos críticos, lacunas supercondutoras nodais e uma resposta complexa à desordem, a miassita serve como um exemplo significativo de como a natureza pode produzir materiais com comportamentos surpreendentes.
À medida que a pesquisa avança, os insights obtidos da miassita podem ajudar a informar a busca por novos supercondutores e aprofundar nossa compreensão dos princípios que fundamentam esse fenômeno notável. O estudo da supercondutividade em materiais naturais como a miassita não só expande nosso conhecimento científico, mas também abre novas vias para avanços tecnológicos em várias áreas, de eletrônica a armazenamento de energia.
A exploração contínua de supercondutores, esperamos, levará a soluções e aplicações inovadoras, transformando nossas abordagens em ciência de materiais e tecnologia no futuro.
Título: Unconventional nodal superconductivity in miassite Rh$_{17}$S$_{15}$
Resumo: Unconventional superconductivity has long been believed to arise from a lab-grown correlated electronic system. Here we report compelling evidence of unconventional nodal superconductivity in a mineral superconductor \rhs. We investigated the temperature-dependent London penetration depth $\Delta\lambda(T)$ and disorder evolution of the critical temperature $T_c$ and upper critical field $H_{c2}(T)$ in synthetic miassite \rhs. We found a power-law behavior of $\Delta\lambda(T)\sim T^n$ with $n\approx 1.1$ at low temperatures below $0.3T_c$ ($T_c$ = 5.4 K), which is consistent with the presence of lines of the node in the superconducting gap of \rhs. The nodal character of the superconducting state in \rhs~was supported by the observed pairbreaking effect in $T_c$ and $H_{c2}(T)$ in samples with the controlled disorder that was introduced by low-temperature electron irradiation. We propose a nodal sign-changing superconducting gap in the $A_{1g}$ irreducible representation, which preserves the cubic symmetry of the crystal and is in excellent agreement with the superfluid density, $\lambda^2(0)/\lambda^2(T)$.
Autores: Hyunsoo Kim, Makariy A. Tanatar, Marcin Kończykowski, Udhara S. Kaluarachchi, Serafim Teknowijoyo, Kyuil Cho, Aashish Sapkota, John M. Wilde, Matthew J. Krogstad, Sergey L. Bud'ko, Philip M. R. Brydon, Paul C. Canfield, Ruslan Prozorov
Última atualização: 2023-05-31 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2306.00261
Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2306.00261
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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