Medindo a Contaminação Hadronica nos Experimentos NA64 do CERN
Principais insights sobre a contaminação hadrônica que afeta a detecção de matéria escura no CERN.
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Índice
Este artigo fala sobre a medição da contaminação hadrônica em um feixe especializado usado em experimentos no CERN, especificamente em um experimento chamado NA64. Essa medição é importante para garantir que o feixe usado nos experimentos seja o mais puro possível, ou seja, contenha principalmente as partículas desejadas (Elétrons ou pósitrons) com o mínimo de partículas indesejadas (hadrons).
Introdução ao NA64 e à Linha de feixe H4
O CERN tem uma instalação chamada linha de feixe H4 que consegue transportar partículas de alta energia a velocidades próximas à luz. Essa instalação é capaz de enviar feixes de elétrons e pósitrons, que são essenciais para o experimento NA64. O objetivo do NA64 é buscar matéria escura leve, um tipo de matéria que não interage com a matéria normal de maneiras típicas. Para detectar essa matéria escura leve, o experimento mede a energia que parece estar faltando após as colisões das partículas.
Um elemento chave nessa medição é a pureza do feixe; se houver partículas indesejadas no feixe, elas podem criar sinais de fundo que confundem os dados. Portanto, é crucial medir quantas partículas indesejadas, ou hadrons, estão presentes no feixe.
O Sistema da Linha de Feixe H4
No CERN, as partículas são produzidas colidindo um feixe de prótons de alta energia com um alvo feito de berílio. Essa colisão cria uma variedade de partículas secundárias, que são então selecionadas e filtradas através de uma série de ímãs e outros equipamentos. O objetivo é criar um feixe que contenha principalmente elétrons ou pósitrons para o experimento NA64.
Uma vez que essas partículas são criadas, elas percorrem uma longa distância (540 metros) através de um sistema complexo de ímãs que direcionam e moldam o feixe. Esse sistema também inclui estruturas que ajudam a manter as propriedades do feixe ao longo do tempo.
Como os Elétrons e Pósitrons São Produzidos
Na linha de feixe H4, os elétrons e pósitrons são produzidos através de um processo de conversão dupla. Após a colisão inicial, o decaimento de certas partículas cria fótons, que podem ser transformados em pares de elétrons e pósitrons. Esse método garante que o feixe contenha as partículas desejadas, minimizando a presença de hadrons indesejados.
Importância da Pureza do Feixe
Em qualquer experimento de física de partículas, a pureza do feixe é vital. Se o feixe contiver muitas partículas indesejadas, pode levar a conclusões erradas. No caso do NA64, eventos de fundo causados por hadrons podem ofuscar os sinais de interesse, como aqueles que podem indicar a presença de matéria escura leve. Portanto, entender e medir o nível de contaminação hadrônica é essencial.
Métodos de Medição
Para estimar a contaminação hadrônica, os cientistas comparam dados coletados de dois arranjos experimentais diferentes. Um arranjo usa um conversor de chumbo, que permite medir os hadrons indesejados no feixe. O outro arranjo não usa esse conversor e é voltado para medir apenas hadrons. Analisando as diferenças nos dados coletados nessas duas configurações, os cientistas podem estimar quantos hadrons estavam presentes no feixe.
Desafios na Medição
O processo de medir a contaminação hadrônica envolve superar vários desafios. Um desafio é garantir uma corrente de feixe baixa o suficiente para que os cientistas consigam distinguir partículas individuais. Outro desafio é que o feixe deve ter uma distribuição de energia estreita para medir com precisão a energia faltante.
Durante o experimento, dois tipos principais de eventos de partículas são registrados. Um tipo está associado às interações desejadas que podem produzir matéria escura leve, enquanto o outro tipo é devido às interações dos hadrons contaminantes. Entender o equilíbrio entre esses dois tipos de eventos é crucial para otimizar as configurações de gatilho e medir os níveis de fundo.
Tipos de Partículas no Feixe
A linha de feixe H4 pode produzir uma variedade de partículas, incluindo prótons, nêutrons e vários mésons. Cada tipo de partícula interage de maneira diferente com a matéria, o que afeta quantas delas chegam ao detector. Os cientistas aproveitam essas diferenças para avaliar os níveis de contaminação.
Resultados da Medição
Através de uma cuidadosa comparação de dados, os cientistas conseguiram estimar com sucesso os níveis de contaminação hadrônica no feixe H4. Eles descobriram que os níveis de contaminação variavam dependendo da configuração do feixe e que diferentes tipos de hadrons contribuíam de forma diferente para a contaminação.
Por exemplo, em uma configuração, os píons foram encontrados como a principal fonte de contaminação. Em outra configuração, os prótons eram mais prevalentes. Essas diferenças são críticas para interpretar os dados e garantir que quaisquer sinais indicando matéria escura leve sejam medidos com precisão.
Simulações para Validação
Para validar as medições experimentais, os cientistas também realizam simulações. Essas simulações preveem quantas de cada tipo de partícula devem ser produzidas, dadas as propriedades conhecidas da linha de feixe e dos materiais envolvidos. Comparando os resultados experimentais com as simulações, os cientistas podem confirmar que suas medições são precisas.
Incertezas Sistemáticas e Ajustes
Para garantir a confiabilidade de seus resultados, os cientistas também analisam incertezas sistemáticas. Essas incertezas vêm de vários fatores, como thresholds variados em suas medições ou diferenças na forma como os dados são coletados. Ajustando sistematicamente esses fatores e repetindo cálculos, os cientistas conseguem determinar quanto essas incertezas afetam seus resultados finais.
Implicações para Pesquisas Futuras
As descobertas relacionadas à contaminação hadrônica têm implicações significativas para pesquisas futuras. Ao estabelecer que a linha de feixe H4 pode alcançar níveis muito altos de pureza, os pesquisadores podem usar esse feixe para experimentos voltados à busca por matéria escura e outras partículas elusivas. Esse conhecimento é benéfico não apenas para o NA64, mas também para quaisquer experimentos futuros que exigem feixes de alta pureza.
Conclusão
Resumindo, medir a contaminação hadrônica na linha de feixe H4 do CERN é crucial para o sucesso de experimentos como o NA64, que busca matéria escura leve. Através de uma combinação de medições cuidadosas, simulações e análises, os cientistas estabeleceram uma compreensão sólida dos níveis de contaminação no feixe. Esse trabalho abrirá caminho para futuras descobertas em física de partículas, usando feixes de alta pureza para medições sensíveis.
O apoio contínuo do CERN e de várias instituições desempenha um papel vital no avanço da nossa compreensão sobre partículas fundamentais e os mistérios do universo. O trabalho discutido aqui faz parte de um esforço mais amplo para explorar os aspectos desconhecidos da física de partículas, visando descobrir os segredos da matéria escura e outros fenômenos além do nosso conhecimento atual.
Título: Measurement of the intrinsic hadronic contamination in the NA64$-e$ high-purity $e^+/e^-$ beam at CERN
Resumo: In this study, we present the measurement of the intrinsic hadronic contamination at the CERN SPS H4 beamline configured to transport electrons and positrons at 100 GeV/c momentum. The analysis was performed using data collected by the NA64-$e$ experiment in 2022. Our study is based on calorimetric measurements, exploiting the different interaction mechanisms of electrons and hadrons in the NA64-ECAL and NA64-HCAL detectors. We determined the intrinsic hadronic contamination by comparing the results obtained using the nominal electron/positron beamline configuration with those obtained in a dedicated setup, in which only hadrons impinged on the detector. The significant differences in the experimental signatures of electrons and hadrons motivated our approach, resulting in a small and well-controlled systematic uncertainty for the measurement. Our study allowed us to precisely determine the intrinsic hadronic contamination, which represents a crucial parameter for the NA64 experiment in which the hadron contaminants may result in non-trivial backgrounds. Moreover, we performed dedicated Monte Carlo simulations for the hadron production induced by the primary T2 target. We found a good agreement between measurements and simulation results, confirming the validity of the applied methodology and our evaluation of the intrinsic hadronic contamination.
Autores: Yu. M. Andreev, D. Banerjee, B. Banto Oberhauser, J. Bernhard, P. Bisio, M. Bondi, A. Celentano, N. Charitonidis, A. G. Chumakov, D. Cooke, P. Crivelli, E. Depero, A. V. Dermenev, S. V. Donskov, R. R. Dusaev, T. Enik, V. N. Frolov, A. Gardikiotis, S. G. Gerassimov, S. N. Gninenko, M. H"osgen, M. Jeckel, V. A. Kachanov, Y. Kambar, A. E. Karneyeu, G. Kekelidze, B. Ketzer, D. V. Kirpichnikov, M. M. Kirsanov, V. N. Kolosov, I. V. Konorov, S. V. Gertsenberger, E. A. Kasianova, S. G. Kovalenko, V. A. Kramarenko, L. V. Kravchuk, N. V. Krasnikov, S. V. Kuleshov, V. E. Lyubovitskij, V. Lysan, A. Marini, L. Marsicano, V. A. Matveev, Yu. V. Mikhailov, L. Molina Bueno, M. Mongillo, D. V. Peshekhonov, V. A. Polyakov, B. Radics, R. Rojas, K. Salamatin, V. D. Samoylenko, H. Sieber, D. Shchukin, O. Soto, V. O. Tikhomirov, I. Tlisova, A. N. Toropin, A. Yu. Trifonov, M. Tuzi, P. Ulloa, B. I. Vasilishin, G. Vasquez Arenas, P. V. Volkov, V. Yu. Volkov, I. V. Voronchikhin, J. Zamora-Sa'a, A. S. Zhevlakov
Última atualização: 2023-10-11 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2305.19411
Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2305.19411
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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