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# Física# Física Quântica# Gases quânticos

Medições Contínuas e o Vácuo Falso em Cadeias de Ising Quânticas

Esse artigo explora como as medições afetam a decadência do vácuo falso em sistemas quânticos.

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Na física, a gente lida muito com sistemas que podem estar em diferentes estados. Às vezes, esses estados não são os mais estáveis, mas sim estados "metastáveis". Um bom exemplo disso é o Vácuo Falso, que parece estável mas não é o estado de energia mais baixo possível. Pense nisso como uma bola descansando em uma depressão de uma superfície, onde há um vale mais profundo por perto. A bola pode ficar ali por muito tempo, mas eventualmente pode rolar para o vale mais profundo, que representa o verdadeiro estado de vácuo.

Esse artigo investiga como um sistema específico, chamado de Cadeia de Ising Quântica ferromagnética, se comporta quando está nesse estado de vácuo falso e é submetido a Medições contínuas. O foco é em como essas medições afetam a capacidade do sistema de escapar do vácuo falso e fazer a transição para o verdadeiro vácuo.

A Cadeia de Ising Quântica

A cadeia de Ising quântica é um modelo simples usado na física para entender magnetismo e mecânica quântica. Nesse modelo, temos uma série de spins (que podem ser vistos como pequenos ímãs) organizados em linha. Esses spins podem apontar para cima ou para baixo, e eles interagem com seus vizinhos.

Quando nenhuma força externa está agindo sobre os spins, eles podem estar em um de dois estados equivalentes – apontando para cima ou para baixo. No entanto, quando introduzimos uma força externa, chamada de campo longitudinal, um desses estados se torna mais favorável. Nesse ponto, dizemos que o sistema está em uma fase ferromagnética, o que significa que os spins tendem a se alinhar na direção do campo.

Quando o sistema está em um estado que não é o mais estável (o vácuo falso), pode eventualmente mudar para o verdadeiro estado de vácuo, mas essa transição pode demorar muito tempo. Ela pode acontecer através de flutuações térmicas ou tunelamento quântico, que permite que o sistema salte sobre barreiras de energia em vez de rolar para baixo.

O Vácuo Falso

O vácuo falso é uma situação em que o sistema está preso em um estado que parece estável, mas não é energeticamente ideal. Em um sentido clássico, isso significa que se você resfriar um líquido o suficiente, ele pode permanecer líquido mesmo abaixo do seu ponto de congelamento. Ele permanece nesse estado até receber alguma perturbação, como uma vibração, que permite que ele cristalize.

No nosso caso da cadeia de Ising quântica, o vácuo falso corresponde a um desses spins estar desalinhado em relação ao campo aplicado. A transição do vácuo falso para o verdadeiro pode ser lenta porque a barreira entre esses dois estados é bastante alta.

O Papel das Mediçõs

Quando começamos a medir a Magnetização local dos spins continuamente, introduzimos uma nova dinâmica no sistema. Normalmente, sem medições, os spins podem flutuar livremente, permitindo a possibilidade de transitar para o verdadeiro vácuo. No entanto, ao medir, restringimos essas flutuações. Cada vez que uma medição é feita, pode induzir pequenas mudanças no sistema, adicionando energia e aquecendo-o.

Esse efeito de aquecimento é um pouco como abrir uma janela em uma sala fria que deixa entrar ar quente. Uma vez que introduzimos medidas, podemos ver como elas competem com a dinâmica unitária do sistema. A dinâmica unitária ainda tentará criar condições para que o verdadeiro vácuo emerja, enquanto o processo de medição tende a interromper e aquecer o sistema.

Trajetórias Quânticas

O estudo desse sistema usa uma técnica que nos permite acompanhar os caminhos individuais dos estados quânticos ao longo do tempo. Cada um desses caminhos é chamado de trajetória quântica. Ao examinar como essas trajetórias divergem à medida que aplicamos medições contínuas, podemos obter insights sobre como o vácuo falso decai e como o sistema transita em direção ao verdadeiro estado de vácuo.

As trajetórias quânticas nos permitem ver como as probabilidades dos spins mudarem – de apontar para cima para baixo ou vice-versa – são afetadas pelo processo de medição. Cada medição força um spin a assumir um estado definido, o que pode levar a um efeito cascata onde uma medição influencia a próxima.

Principais Descobertas

Há várias descobertas importantes do estudo da cadeia de Ising quântica sob monitoramento contínuo.

Decaimento Acelerado

Um dos primeiros resultados é que o monitoramento contínuo pode acelerar a saída do estado de vácuo falso. Quando medimos a magnetização local frequentemente, podemos aumentar a chance dos spins se alinharem corretamente, o que reduz o tempo que o sistema leva para transitar para o verdadeiro vácuo.

Isso pode ser surpreendente, já que podemos supor que o monitoramento constante dificultaria a evolução natural do sistema. No entanto, os dados indicam que as medições podem efetivamente criar condições mais favoráveis para uma transição de estado.

Térmica em Longos Tempos

Com o passar do tempo e o sistema continuando a ser monitorado, ele não apenas muda rapidamente para o verdadeiro vácuo e fica lá. Em vez disso, após um certo período, ele começa a se comportar como se estivesse em um estado de equilíbrio térmico. Esse estado é caracterizado pelos spins estando em um estado completamente misto, significando que seu alinhamento é aleatório, e o comportamento geral pode ser descrito como estando a uma temperatura infinita.

Esse efeito mostra que quanto mais você monitora o sistema, mais desordenado ele se torna, levando eventualmente a uma situação onde qualquer ordem inicial é perdida.

Efeito Zeno Quântico

Há também um fenômeno conhecido como efeito Zeno quântico que aparece em medições altas. Quando o monitoramento é muito frequente, o sistema tende a permanecer em seu estado inicial por mais tempo. Isso significa que, enquanto as medições visam explorar o espaço de estado do sistema, elas também podem bloqueá-lo em uma configuração particular, efetivamente impedindo-o de transitar para outros estados.

Enquanto o monitoramento contínuo geralmente tende a excitar o sistema, em condições específicas, ele pode dificultar transições para novos estados, criando uma espécie de paradoxo.

Observáveis no Sistema

Para analisar melhor o sistema e seu comportamento, geralmente olhamos para observáveis específicos, que são quantidades mensuráveis que fornecem insights sobre os estados do sistema. Observáveis como magnetização e Funções de Correlação ajudam a entender como o sistema evolui ao longo do tempo sob diferentes regimes de monitoramento.

Fidelidade de Magnetização

A fidelidade de magnetização é uma medida de quão longe o sistema se afastou de seu estado inicial de vácuo falso. À medida que o sistema transita, essa fidelidade pode decair exponencialmente, revelando como a presença de medições altera essa taxa de decaimento. Quanto mais rápidas são as medições, mais rapidamente podemos observar esse decaimento.

Funções de Correlação

Funções de correlação ajudam a ver como as propriedades de uma parte do sistema se relacionam com outra. Por exemplo, podemos medir como o alinhamento de um spin afeta spins adjacentes ao longo do tempo. À medida que o monitoramento aumenta, vemos que essas correlações enfraquecem, indicando que o sistema está perdendo coerência.

Entropia de Emaranhamento

A entropia de emaranhamento é outro observável vital usado para entender como diferentes partes do sistema estão inter-relacionadas. Em um estado bem ordenado, essa entropia cresce à medida que medimos o sistema. No entanto, com monitoramento frequente, notamos uma supressão nesse crescimento, revelando como as medições influenciam o emaranhamento quântico.

Implicações

Os resultados desse estudo têm implicações mais amplas para várias áreas da física. Entender a dinâmica de estados metastáveis como o vácuo falso pode esclarecer muitos fenômenos, desde magnetismo até transições de fase em materiais e até mesmo cosmologia.

A interação entre medições e dinâmica quântica também pode informar práticas experimentais futuras. Ao controlar as taxas de medição, os pesquisadores podem aproveitar essas dinâmicas para manipular os estados de sistemas quânticos para aplicações práticas, como computação quântica.

Conclusão

Em resumo, essa exploração do decaimento do vácuo falso dentro da cadeia de Ising quântica sob monitoramento contínuo fornece insights fascinantes sobre a natureza dos estados quânticos. O estudo mostra que as medições podem tanto acelerar a transição para o verdadeiro vácuo quanto levar à térmica, mas também podem inibir mudanças de estado em certas condições.

À medida que os pesquisadores continuam investigando essas dinâmicas, é claro que nosso entendimento dos sistemas quânticos pode ser enriquecido, oferecendo novos caminhos para experimentação e teoria no campo da física quântica. A capacidade de controlar esses processos através da medição abre portas para explorar novos reinos da mecânica quântica e suas aplicações.

Fonte original

Título: Monte Carlo matrix-product-state approach to the false vacuum decay in the monitored quantum Ising chain

Resumo: In this work we characterize the false vacuum decay in the ferromagnetic quantum Ising chain with a weak longitudinal field subject to continuous monitoring of the local magnetization. Initializing the system in a metastable state, the false vacuum, we study the competition between coherent dynamics, which tends to create resonant bubbles of the true vacuum, and measurements which induce heating and reduce the amount of quantum correlations. To this end we exploit a numerical approach based on the combination of matrix product states with stochastic quantum trajectories which allows for the simulation of the trajectory-resolved non-equilibrium dynamics of interacting many-body systems in the presence of continuous measurements. We show how the presence of measurements affects the false vacuum decay: at short times the departure from the local minimum is accelerated while at long times the system thermalizes to an infinite-temperature incoherent mixture. For large measurement rates the system enters a quantum Zeno regime. The false vacuum decay and the thermalization physics are characterized in terms of the magnetization, connected correlation function, and the trajectory-resolved entanglement entropy.

Autores: Jeff Maki, Anna Berti, Iacopo Carusotto, Alberto Biella

Última atualização: 2023-11-06 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2306.01067

Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2306.01067

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

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