Comparando Filamentos da Matéria Escura e Galáxias
Este estudo analisa as diferenças entre filamentos formados a partir de matéria escura e aqueles formados a partir de galáxias.
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Índice
Os Filamentos são estruturas longas e finas no espaço que conectam Grupos de Galáxias. Eles são importantes nas mapagens do universo. Geralmente, filamentos são identificados principalmente usando galáxias, porque acham que eles representam a distribuição da Matéria Escura invisível. Mas, as galáxias não refletem perfeitamente a matéria escura. Neste artigo, usamos um método chamado DisPerSE para analisar filamentos criados a partir da matéria escura e compará-los com os criados a partir das galáxias. Queremos ver como eles diferem, focando nas regiões ao redor de grandes aglomerados de galáxias.
Teia Cósmica
AEm escalas grandes, a disposição da matéria escura e das galáxias no universo não é uniforme. Essas áreas irregulares podem ser vistas em várias observações e simulações. Essa distribuição desigual forma o que muitas vezes chamamos de "teia cósmica." Áreas densas crescem ao atrair mais matéria escura, enquanto áreas menos densas se expandem. Isso resulta em um padrão em forma de teia com estruturas que incluem grupos de galáxias de tamanhos diferentes conectados por filamentos.
O ambiente desempenha um papel crucial na formação e evolução das galáxias. Por exemplo, as galáxias em aglomerados ricos costumam ter propriedades diferentes em comparação com aquelas em áreas menos cheias. Elas tendem a ser maiores, mais avermelhadas e menos ativas na formação de estrelas, enquanto as galáxias em filamentos mostram características que ficam entre aquelas encontradas em aglomerados e no campo. Essas diferenças se devem a vários processos, como fusões, remoção de gás e interações com outras galáxias.
Identificando Filamentos
Existem muitas ferramentas que ajudam a identificar filamentos na teia cósmica, incluindo aquelas baseadas em densidade de partículas e métodos de aprendizado profundo. No entanto, não há uma definição clara e aceita do que é um filamento. Estudos diferentes usam métodos e conjuntos de dados variados, o que significa que eles procuram características diferentes nas estruturas que identificam.
Avanços recentes em técnicas de observação levaram à coleta de dados espectroscópicos extensivos, melhorando tanto o trabalho teórico quanto observado relacionado aos filamentos. Estudos teóricos podem analisar tanto a distribuição de matéria escura quanto a das galáxias, enquanto os estudos observacionais geralmente dependem de dados de galáxias, pois não podem acessar a matéria escura diretamente.
Objetivos do Estudo
Neste estudo, nosso objetivo é analisar como os filamentos formados a partir da matéria escura se comparam com aqueles formados a partir das galáxias. Focamos em grandes regiões ao redor de estruturas de halo massivas, como Virgem e Coma. Vamos olhar as propriedades desses filamentos e como eles diferem com base no tipo de traçador - matéria escura ou galáxias.
Dados e Métodos
Para nossa análise, usamos o modelo semi-analítico de formação de galáxias GAEA, que tem várias características atualizadas, incluindo reciclagem detalhada de gás e interações. Esse modelo é acoplado a uma grande simulação de matéria escura, o que nos ajuda a acompanhar tanto o crescimento das galáxias quanto o comportamento da matéria escura no universo.
Nossa análise foca em regiões ao redor de halos massivos na simulação. Selecionamos aleatoriamente áreas que representam vários ambientes, incluindo aquelas similares aos aglomerados de Virgem e Coma. Para cada área, extraímos as estruturas de filamento tanto da matéria escura quanto das galáxias.
Para identificar filamentos, utilizamos a ferramenta DisPerSE. Esse método avalia as distribuições de densidade de diferentes traçadores para identificar pontos chave nas estruturas (como picos e vales) e rastreia as conexões entre eles.
Extraindo Filamentos
Quando rodamos a ferramenta DisPerSE, fizemos a extração de filamentos com base em dois conjuntos de dados diferentes: um para matéria escura e um para galáxias. Precisamos ajustar os parâmetros usados para cada um para garantir que os comprimentos totais dos filamentos detectados fossem comparáveis.
O primeiro passo na análise envolveu rodar o DisPerSE separadamente nos dois conjuntos de dados para encontrar as estruturas filamentosas. Definimos parâmetros específicos para ajudar a refinar os resultados e ter uma compreensão clara de como os dois tipos de estruturas diferem.
Uma vez definidas as estruturas iniciais, limpamos os resultados finais removendo os filamentos mais curtos, que poderiam introduzir ruído desnecessário na análise.
Comparando Estruturas de Filamentos
Após extrair os filamentos, começamos a comparar as estruturas derivadas da matéria escura com aquelas das galáxias. Analisamos vários aspectos, incluindo o comprimento dos filamentos e sua conectividade com halos de galáxias.
Comprimento do Filamento
A primeira observação foi que os comprimentos médios dos filamentos extraídos da matéria escura eram geralmente mais longos do que os obtidos dos dados de galáxias. Também notamos que os dois conjuntos de filamentos, embora semelhantes em alguns aspectos, mostraram diferenças notáveis em suas propriedades estruturais.
Conectividade
Depois, avaliamos quão bem os dois tipos de filamentos se conectavam aos halos massivos próximos. Cerca de 69% dos halos massivos foram encontrados interseccionando com pelo menos um filamento, independentemente de ter sido formado a partir de matéria escura ou galáxias. No entanto, essa conectividade variou com base na massa do halo: estruturas mais massivas tinham um número maior de filamentos cruzando seus raios viriais.
O Papel das Galáxias
Ao analisar as estruturas dos filamentos, também examinamos como diferentes tipos de galáxias, com base em suas massas, influenciaram os resultados. Testamos diferentes limiares de massa e descobrimos que incluir galáxias de menor massa melhorou levemente a sobreposição entre os filamentos de matéria escura e de galáxias.
No entanto, apesar de incluir essas galáxias de menor massa, houve apenas uma pequena melhoria em quão precisamente os filamentos de galáxias traçaram as estruturas de matéria escura. A análise mostrou que galáxias de maior massa tendiam a se agrupar mais perto dos filamentos, enquanto as galáxias de menor massa estavam distribuídas de uma forma menos organizada.
Influência de Galáxias Centrais e Satélites
Na nossa análise, também olhamos para as distinções entre galáxias centrais (aquelas no centro de seus próprios halos) e galáxias satélites (aquelas que orbitam ao redor de halos maiores). Descobrimos que as galáxias centrais tendiam a mapear bem as estruturas dos filamentos, mas não conseguiam fornecer uma visão completa da conectividade dos filamentos devido à sua incapacidade de cobrir áreas dentro dos halos.
Galáxias órfãs - aquelas que perderam seus halos de matéria escura associados - também desempenharam um papel na nossa análise. Embora essas galáxias órfãs representassem uma fração significativa da população total, elas não afetaram muito a identificação geral dos filamentos. Elas foram encontradas principalmente em regiões densas, o que ajudou a manter a precisão geral da extração dos filamentos.
Resumo e Discussão
No geral, nossa análise revela que há diferenças significativas entre os filamentos criados a partir da matéria escura e aqueles derivados de dados de galáxias. Embora haja alguma sobreposição, especialmente em áreas de alta densidade, uma fração substancial dos filamentos de matéria escura não possui contrapartes detectáveis nas distribuições de galáxias. Esse viés reflete o fato de que as galáxias não representam perfeitamente a matéria escura, o que pode levar a subestimações em estudos observacionais.
Este estudo enfatiza a necessidade de uma consideração cuidadosa de como as galáxias são usadas como traçadores para estruturas de matéria escura. Trabalhos futuros podem ajudar a refinar nossa compreensão dessas diferenças e das implicações para o estudo da teia cósmica.
Conclusão
As estruturas de filamentos na teia cósmica fornecem insights cruciais sobre as relações entre galáxias e matéria escura. Embora nosso estudo ilustre as complexidades envolvidas na identificação dessas estruturas, também abre caminho para investigações futuras que podem aprofundar nossa compreensão da formação e evolução das galáxias dentro da estrutura em grande escala do universo.
Título: The filament determination depends on the tracer: comparing filaments based on dark matter particles and galaxies in the GAEA semi-analytic model
Resumo: Filaments are elongated structures that connect groups and clusters of galaxies and are visually the striking feature in cosmological maps. In the literature, typically filaments are defined only using galaxies, assuming that these are good tracers of the dark matter distribution, despite the fact that galaxies are a biased indicator. Here we apply the topological filament extractor DisPerSE to the predictions of the semi-analytic code GAEA to investigate the correspondence between the properties of $z=0$ filaments extracted using the distribution of dark matter and the distribution of model galaxies evolving within the same large-scale structure. We focus on filaments around massive clusters with a mass comparable to Virgo and Coma, with the intent of investigating the influence of massive systems and their feeding filamentary structure on the physical properties of galaxies. We apply different methods to compare the properties of filaments based on the different tracers and study how the sample selection impacts the extraction. Overall, filaments extracted using different tracers agree, although they never coincide totally. We also find that the number of filaments ending up in the massive clusters identified using galaxies distribution is typically underestimated with respect to the corresponding dark matter filament extraction.
Autores: Daria Zakharova, Benedetta Vulcani, Gabriella De Lucia, Lizhi Xie, Michaela Hirschmann, Fabio Fontanot
Última atualização: 2023-07-11 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2307.05240
Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2307.05240
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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