Testando Teorias do Controle Motor
Um estudo compara a teoria do controle ótimo e a inferência ativa no movimento.
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Índice
O controle motor é como nosso cérebro e corpo trabalham juntos pra se mover. Duas ideias principais explicam como controlamos nossos movimentos: a teoria do controle ótimo e a Inferência Ativa. Essas ideias são interessantes e têm uma lógica forte por trás, mas é difícil testá-las com experimentos reais. Não houve testes claros feitos que comparem essas duas teorias diretamente. Este artigo apresenta um novo experimento criado pra testar essas teorias uma contra a outra, chamando os apoiadores de ambas pra fazer previsões testáveis que ajudem a avançar nosso entendimento.
Teoria do Controle Ótimo Explicada
De acordo com a teoria do controle ótimo, quando a gente quer se mover, nosso cérebro pega um objetivo e transforma isso em sinais pros músculos chamados Comandos Motores. Esses comandos vêm de uma área do cérebro conhecida como córtex motor primário (M1). Os sinais descem por um caminho chamado trato corticoespinal, ativando neurônios motores que, no final das contas, fazem nossos músculos se moverem.
O comando motor é visto como um sinal que diz ao nosso corpo o estado atual do movimento. Aqui, "estado atual" se refere a coisas como quanta força nossos músculos estão aplicando ou os ângulos das articulações no nosso corpo.
Inferência Ativa Explicada
A inferência ativa funciona de um jeito diferente. Ela se baseia na ideia de que nosso cérebro tenta prever como nossos movimentos vão se sentir. Em vez de enviar comandos motores, o cérebro cria previsões sobre como o movimento vai ser com base na ação que a gente quer fazer. Essas previsões se encontram com o feedback real do nosso corpo, e a diferença entre a previsão e o feedback real é chamada de erro de previsão. Esse erro, ao invés de um comando direto, leva à ativação dos músculos.
A inferência ativa envolve minimizar surpresa, ou seja, o cérebro prefere prever com precisão o que vai acontecer durante o movimento. Se as previsões do cérebro não combinam com as sensações reais recebidas durante o movimento, ele se ajusta usando o erro de previsão.
Montando o Experimento
Pra testar essas teorias uma contra a outra, fizemos um estudo usando dois tipos de tarefas: tarefas de força e tarefas de ângulo. Treze participantes concordaram em participar do estudo. Aprovações éticas foram obtidas, e os dados foram coletados seguindo as diretrizes adequadas pra pesquisa.
No experimento, os participantes realizaram ambas as tarefas enquanto estavam sentados à mesa sem conseguir ver seus movimentos. Na tarefa de força, eles tinham que pressionar um dispositivo pra criar força isométrica em diferentes níveis. Na tarefa de ângulo, eles moviam o dedo pra alcançar ângulos específicos.
Usamos uma técnica chamada estimulação magnética transcraniana (EMT) pra medir como os sinais viajam do cérebro pros músculos durante esses movimentos. A EMT envia um pulso magnético pro cérebro, o que permite observar mudanças na ativação muscular.
Como as Tarefas Foram Realizadas
Durante a tarefa de força, os participantes pressionavam o dedo indicador contra um dispositivo que mede quanta força eles estão aplicando. Cada participante tinha como objetivo níveis específicos de força, com diferentes pontos de estimulação pra EMT durante os testes.
Na tarefa de ângulo, medimos os movimentos dos dedos usando um dispositivo que rastreia ângulos. Os participantes tinham que mover o dedo pra alcançar ângulos específicos, e a EMT foi aplicada novamente em vários pontos durante esses movimentos.
Ambas as tarefas tinham uma estrutura semelhante envolvendo sinais auditivos pra indicar quando começar a pressionar ou mover. Os participantes realizaram vários blocos de testes, nos dando uma variedade de dados pra analisar.
Teorias em Teste
Do ponto de vista da teoria do controle ótimo, esperamos que, sem interrupções, a força do comando motor deva refletir diretamente quanta força está sendo produzida ou a posição da articulação. Então, segundo essa teoria, os sinais que medimos deveriam corresponder ao estado atual do movimento.
Por outro lado, a inferência ativa sugere que a saída do M1 não é apenas um comando motor, mas também inclui previsões sensoriais. Portanto, tanto as previsões quanto seus erros deveriam influenciar o que medimos na ativação muscular. Focamos no erro de previsão, que mostra a diferença entre o que foi esperado e o que foi realmente experimentado durante o movimento.
Processo de Análise de Dados
Pra determinar qual teoria era mais precisa em explicar nossas descobertas, montamos diferentes modelos com base nos dados que coletamos. Cada modelo representava uma forma diferente de entender a relação entre os sinais do cérebro e a ativação muscular.
Comparamos os modelos pra ver qual deles melhor explicava as mudanças que observamos na ativação muscular (amplitude MEP) durante as tarefas. Analisamos vários fatores, incluindo a força das contrações musculares, a posição das articulações durante a estimulação e como essas variáveis interagiam.
Nossos principais instrumentos pra essa comparação envolviam métodos estatísticos que nos permitissem medir a probabilidade de que um modelo se encaixasse melhor nos dados do que os outros.
Resultados do Experimento
Os resultados mostraram fortes evidências em favor da teoria do controle ótimo em relação à inferência ativa tanto nas tarefas de força quanto de ângulo. Em outras palavras, parece que a ativação muscular que medimos (através da amplitude MEP) estava mais ligada aos comandos motores diretos que nosso cérebro enviou do que a erros nas previsões.
Especificamente, os modelos baseados na teoria do controle ótimo explicaram mais da variabilidade na ativação muscular do que aqueles baseados na inferência ativa. Isso não significa que a inferência ativa esteja errada, mas sim que, nesse teste particular, a teoria do controle ótimo ofereceu uma explicação melhor de como os movimentos são produzidos.
Conclusão
O debate entre essas duas teorias continua, e embora nossos resultados apoiem a teoria do controle ótimo nesse contexto, é essencial não desconsiderar a abordagem da inferência ativa. Pode haver outras maneiras de testar essas ideias e diferentes aspectos que ainda não exploramos que poderiam levar a novos insights.
Incentivamos quem apoia cada ideia a propor novas previsões testáveis, já que avançar o conhecimento nessa área pode precisar de designs experimentais mais inovadores. Pesquisas futuras podem revelar diferenças mensuráveis que podem esclarecer como nosso cérebro controla o movimento.
Esperamos que, ao destilar essas teorias em ideias testáveis, possamos entender melhor como nos movemos e como funcionam os complexos mecanismos de controle motor. No final, esses insights podem ajudar a aprofundar nosso entendimento sobre o comportamento humano, a reabilitação e o aprendizado motor.
Título: Evidence of optimal control theory over active inference in corticospinal excitability modulations
Resumo: Two theories, optimal control theory and active inference, dominate the motor control field. We use transcranial magnetic stimulation (TMS) in force and angle tasks to examine whether corticospinal excitability represents a motor command, as proposed by the optimal control theory, or a proprioceptive prediction, as proposed by active inference. Our results strongly support optimal control theory. We encourage comparisons of the theories against each other based on empirically testable predictions.
Autores: Ida Marie Brandt, T. Grunbaum, M. S. Christensen
Última atualização: 2024-05-08 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.06.592675
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.06.592675.full.pdf
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