Simple Science

Ciência de ponta explicada de forma simples

# Biologia# Ecologia

Moscas de fruta e suas escolhas alimentares surpreendentes

As moscas de fruta costumam escolher comida contaminada, isso levanta questões sobre o comportamento e a saúde delas.

― 6 min ler


Moscas de fruta eMoscas de fruta eescolhas de comidacontaminadasobre a evitação de patógenos.contaminada, desafiando as suposiçõesAs moscas-das-frutas preferem comida
Índice

A imunidade comportamental é uma forma de os animais se protegerem de ficarem doentes. Isso envolve ações que eles tomam para evitar lugares ou outras criaturas que possam carregar germes. Por exemplo, muitos animais, especialmente os invertebrados como os insetos, têm sentidos especiais que os ajudam a detectar germes. Esses sentidos incluem o paladar e o olfato. Quando eles detectam Bactérias nocivas, podem mudar seu comportamento para se manterem seguros.

A Drosophila melanogaster, mais conhecida como moscas da fruta, é um modelo importante para estudar esses comportamentos. Elas conseguem detectar certos cheiros de bactérias, o que pode impedir que elas ponham ovos, se movam em direção a ou até comam alimentos que contêm germes nocivos. Essa habilidade de evitar germes é crucial para a sobrevivência delas e ajuda a prevenir doenças.

Importância de Estudar a Evitação de Patógenos

Embora saibamos muito sobre como alguns animais evitam germes, ainda não entendemos bem como indivíduos diferentes dentro de uma espécie podem se comportar de maneiras distintas nesse aspecto. Por exemplo, algumas moscas da fruta podem ter reações mais fortes aos germes do que outras, e essa diferença pode estar relacionada aos seus genes. É importante estudar essas diferenças porque elas podem nos ensinar muito sobre como os animais se adaptam aos seus ambientes e sobrevivem às ameaças de doenças.

Entender como esses comportamentos diferem entre indivíduos pode ilustrar efeitos ecológicos e evolutivos mais amplos. Por exemplo, como os animais encontram Comida é essencial, já que isso se relaciona com a saúde e a reprodução deles. No entanto, comer também pode expô-los a germes. Assim, investigar como os animais individuais reagem à exposição a patógenos pode ajudar a explicar padrões na propagação de doenças entre populações.

Variação Genética na Evitação de Patógenos

Nos nossos estudos, queríamos ver como diferentes linhagens de moscas da fruta reagiam à presença de patógenos na comida delas. Observamos especificamente 122 linhagens genéticas diferentes dessas moscas. Elas foram apresentadas a uma escolha entre comida limpa e comida contaminada com uma bactéria chamada Pseudomonas entomophila. Surpreendentemente, a maioria das moscas preferiu a comida contaminada, indicando que muitas não a evitaram como esperado.

As respostas variaram, mostrando que existe uma considerável variação genética em quão bem diferentes moscas evitam fontes de comida contaminada. Essa variação parece ter uma base genética fraca. Mesmo tendo encontrado algumas diferenças nos comportamentos delas, a escolha de se alimentar de comida contaminada foi generalizada.

Medindo Preferência na Alimentação

Para entender melhor essas escolhas, usamos diferentes métodos para medir com que frequência as moscas da fruta se alimentavam de alimentos limpos versus contaminados. Analisando as preferências delas ao longo do tempo, conseguimos avaliar quanto elas são atraídas ou afastadas por patógenos.

Muitas das linhagens de moscas da fruta mostraram preferência pela substrato contaminado, o que levanta questões sobre os mecanismos subjacentes que impulsionam esses comportamentos. Algumas moscas que eram mais ativas em comer mostraram preferências mais fortes por comida contaminada, mas isso não formou um padrão claro.

Testando Respostas a Outros Patógenos

Para ver se a preferência por comida contaminada era consistente, ampliamos nossos testes para incluir mais tipos de bactérias, como Pseudomonas aeruginosa e Providencia rettgeri. Em um novo grupo de moscas derivadas de nossas linhagens iniciais, tanto machos quanto fêmeas mostraram uma atração geral pela comida contaminada, especialmente quando expostas a Pseudomonas entomophila.

Curiosamente, também descobrimos que quando as concentrações de bactérias eram mais altas, as moscas começaram a evitar a comida nociva. Isso sugere que, enquanto as moscas podem ser atraídas por concentrações mais baixas de germes, concentrações mais altas as levam a detectar perigo e mudar seu comportamento alimentar.

Investigando a Suscetibilidade à Infecção

Queríamos explorar se algumas moscas poderiam mostrar uma preferência mais forte por comida contaminada porque podem ser mais resistentes a infecções. Testamos isso infectando linhagens de moscas com as bactérias e monitorando suas taxas de sobrevivência. Nossas descobertas indicaram que não havia diferenças claras na suscetibilidade baseada nas preferências alimentares. Isso sugere que ser atraído por comida contaminada não significa ter melhor resistência a infecções.

Papel do Sistema Imunológico

Na nossa pesquisa, também investigamos se os sistemas imunológicos das moscas desempenhavam um papel em suas preferências alimentares. Usamos moscas com funções imunológicas alteradas para ver se isso impactava sua atração por comida contaminada. Curiosamente, interromper caminhos imunológicos chave não mudou significativamente sua atração pelos patógenos. Isso mostra que os comportamentos que observamos podem não ser diretamente impulsionados por respostas imunológicas.

Identificando Variantes Genéticas Ligadas a Preferências

Usando análises genéticas avançadas, tentamos encontrar variantes genéticas específicas que pudessem explicar as diferenças nas preferências alimentares. Realizamos um estudo de associação genômica (GWAS) e identificamos algumas associações em um dos cromossomos das moscas.

Vários genes próximos a essas variantes estão relacionados a processos como ingestão de alimentos e detecção de proteínas. Essa descoberta sugere que a atração por comida contaminada pode ser menos sobre evitar patógenos e mais sobre buscar nutrientes, particularmente proteínas que as bactérias fornecem.

Implicações das Preferências Alimentares

Esse padrão de atração por comida contaminada por patógenos pode ter ramificações significativas sobre como as doenças se espalham. Se muitas moscas preferem se alimentar de alimentos que contêm bactérias, isso aumenta suas chances de entrar em contato e se infectar com esses germes. Isso pode levar a taxas mais altas de infecção em populações de moscas.

Os efeitos evolutivos desses comportamentos dependem do equilíbrio entre os benefícios de ganho nutricional ao comer bactérias e os custos associados a potenciais infecções.

Conclusão: A Complexidade da Evitação Comportamental

Para concluir, enquanto sabemos que evitar patógenos é vital para a sobrevivência, descobrimos que muitas moscas da fruta não mostram uma forte tendência em evitar fontes de comida infectadas. Em vez disso, elas parecem buscar essas fontes provavelmente devido ao conteúdo nutricional. Esse comportamento levanta questões importantes sobre como essas decisões impactam a saúde e a dinâmica das doenças em populações naturais.

Pesquisas futuras devem explorar mais por que essas preferências existem e como elas podem influenciar os padrões ecológicos e evolutivos mais amplos que vemos nas interações entre hospedeiros e patógenos. Ao entender melhor essas dinâmicas, podemos obter insights sobre a complexa relação entre dieta, doença e estratégias de sobrevivência.

Fonte original

Título: Genetic variation in trophic avoidance shows fruit flies are generally attracted to bacterial pathogens

Resumo: Pathogen avoidance behaviours are often assumed to be an adaptive host defence from infection. However, there is limited experimental data on the prerequisite for this assumption: heritable, intrapopulation phenotypic variation for avoidance. We investigated trophic pathogen avoidance in 122 inbred Drosophila melanogaster lines, and in a derived outbred population. Using the FlyPAD system, we tracked the feeding choice that flies made between substrates that were either clean or contained a bacterial pathogen. We uncovered significant, but weakly heritable variation in the preference index among fly lines. However, instead of avoidance, most lines demonstrated a preference for several bacterial pathogens, showing avoidance only for extremely high bacterial concentrations. Bacterial preference was not associated with susceptibility to infection and was retained in flies with disrupted immune signalling. Phenotype-genotype association analysis indicated several novel genes (CG2321, CG2006, ptp99A) associated with increased preference for the bacterial substrate, while the amino-acid transporter sobremesa was associated with greater aversion. Together with previous work showing fitness benefits of consuming high-protein diets, our results suggest that bacterial attraction may instead reflect a dietary preference for protein over carbohydrate. More work quantifying intrapopulation variation in avoidance behaviours is needed to fully assess its importance in host-pathogen evolutionary ecology.

Autores: Pedro F Vale, K. Monteith, P. Thornhill

Última atualização: 2024-05-14 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.09.593162

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.09.593162.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

Artigos semelhantes