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Diferenças de Gênero na Educação de Física do Ensino Médio

Analisando como gênero e demografia impactam a matrícula em física nas escolas secundárias.

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A educação em física nas escolas de ensino médio revela tendências importantes relacionadas à demografia dos alunos, especialmente em relação ao gênero. Apesar das iniciativas para melhorar o equilíbrio de gênero nas áreas de ciências, ainda existe uma lacuna significativa em física e engenharia em comparação com outras disciplinas, como biologia. O objetivo deste artigo é destacar como vários fatores demográficos, especialmente o gênero, afetam a taxa de alunos que continuam a estudar física no ensino médio.

Gênero e Áreas de STEM

As mulheres ainda estão sub-representadas nas áreas de STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática). Embora alguns campos, como biologia, tenham visto melhorias na representação feminina, física e engenharia continuam para trás. Abordar essa lacuna de gênero nessas áreas é crucial, pois as tendências muitas vezes começam no ensino médio.

Por exemplo, em Ontário, a porcentagem de alunas no 12º ano de física continua baixa e relativamente inalterada, enquanto os números para biologia aumentaram significativamente. Essa situação levanta preocupações sobre o futuro da representação de gênero em física e áreas relacionadas.

A Importância do Ensino Médio

O ensino médio é um momento crucial que impacta significativamente as escolhas educacionais futuras dos alunos. Durante esse período, os alunos costumam desenvolver preferências por certas disciplinas de ciências e matemática, o que pode afetar suas decisões ao seguirem para a educação pós-secundária. A participação em cursos de ensino médio está fortemente correlacionada com a intenção de seguir graus em STEM mais tarde. Compreender os fatores que influenciam as decisões dos alunos no ensino médio é vital para abordar as disparidades de gênero em física.

O Pipeline Furado

O termo "pipeline furado" descreve como os alunos, particularmente as mulheres, abandonam as áreas de STEM à medida que progridem na educação. Começando a partir da ciência do 10º ano, a jornada continua através de cursos superiores até a faculdade e além. Dados mostram que muitos alunos que saem da física costumam mudar para outras disciplinas.

Pesquisas consistentes indicam que os alunos do sexo masculino tendem a se sair melhor em física em comparação com as alunas, e que essas tendências podem ser rastreadas até as escolhas do ensino médio.

Interseccionalidade na Educação

Tradicionalmente, as pesquisas sobre mulheres em STEM muitas vezes as vêem como um grupo único, sem levar em conta os diversos contextos que podem afetar suas experiências. Compreender a educação através da lente da interseccionalidade pode destacar os diferentes desafios enfrentados pelos alunos. Este estudo pretende olhar além do gênero e examinar como outros fatores, como raça, etnia e status socioeconômico, influenciam as decisões dos alunos de continuar estudando física.

Abordagem da Pesquisa

Esta pesquisa usa dados de escolas de ensino médio em Ontário, analisando tendências ao longo de mais de uma década. Os dados incluem informações sobre a matrícula dos alunos em cursos de ciências e matemática e detalhes demográficos do Censo Canadense. Ao analisar essas informações, buscamos construir uma imagem mais clara dos fatores que impactam as escolhas dos alunos em física.

Fatores Contextuais que Afetam a Continuação em Física

Para entender melhor as influências nas escolhas dos alunos, categorizamos os fatores em três contextos principais: Contexto Interno, Contexto Familiar e Comunitário, e Contexto Escolar. Cada um desses desempenha um papel crucial na formação das escolhas dos alunos em física.

Contexto Interno

Fatores internos incluem as identidades raciais e étnicas dos alunos. Diversos estudos mostram disparidades nos resultados em STEM para diferentes grupos raciais. Por exemplo, alunos negros e indígenas no Canadá enfrentam menor matrícula e falta de apoio em física.

Em alguns casos, escolas com maior população de alunos raciais ou indígenas mostram taxas de continuidade em física diferentes. No entanto, muitos desses efeitos desaparecem quando controlamos por fatores Socioeconômicos, sugerindo problemas sistêmicos mais amplos.

Contexto Familiar e Comunitário

O histórico familiar também desempenha um papel crítico. Alunos de famílias com maior renda costumam se sair melhor academicamente. Essa influência se estende às escolhas educacionais, onde as atitudes dos pais em relação a STEM e suas formações podem moldar as aspirações dos alunos.

Um fator significativo é a presença de modelos a seguir na comunidade. Por exemplo, alunos cujos pais têm diplomas em ciências tendem a buscar mais ativamente as disciplinas de STEM. Comunidades onde uma proporção maior de adultos tem diplomas em STEM também mostram maior participação dos alunos em física.

Contexto Escolar

O ambiente escolar influencia significativamente as decisões dos alunos. Por exemplo, se muitos alunos em uma escola fazem química ou cálculo, isso pode impactar positivamente a probabilidade de outros também estudarem física. A conexão entre física, química e matemática é particularmente forte, com o desempenho nessas disciplinas sendo estreitamente ligado.

Tendências mostram que os alunos do sexo masculino são mais propensos a continuar com cursos de ciências físicas, enquanto as alunas costumam se inclinar mais para as ciências da vida. Essa mudança na preferência por cursos afeta as taxas gerais de participação das alunas em física.

Principais Descobertas

A pesquisa revela insights críticos sobre as taxas de continuidade de alunos na física do ensino médio. Aqui estão algumas descobertas-chave:

  1. Disparidades de Gênero: Alunos do sexo masculino consistentemente apresentam taxas de continuidade em física mais altas do que as alunas. Essa tendência aparece em vários contextos demográficos.

  2. Fatores Raciais: Escolas com um número maior de alunos negros mostram taxas de continuidade mais baixas para ambos os Gêneros, indicando problemas sistêmicos que precisam de atenção.

  3. Papel do Status Socioeconômico: Curiosamente, alunos de baixa renda tendem a mostrar taxas de continuidade mais altas em física, sugerindo que podem ter diferentes motivações ou sistemas de apoio que incentivam seu envolvimento em STEM.

  4. Influência do Histórico Familiar: O nível educacional dos pais desempenha um papel notável na formação das decisões dos alunos. Aqueles com pais qualificados em STEM são mais propensos a seguir a física.

  5. Interconexões Entre Disciplinas: A continuidade em física está intimamente relacionada ao desempenho em química e matemática. Um bom desempenho nessas áreas aumenta as chances de permanecer nas aulas de física.

Discussão

Os resultados destacam a necessidade de abordar a lacuna de gênero em física ao reconhecer os vários fatores que influenciam as escolhas dos alunos. A interseccionalidade de diferentes aspectos demográficos sugere que uma solução única não é suficiente.

Para aumentar a representação feminina em física, esforços direcionados focando em modelos a seguir e apoio comunitário são essenciais. Iniciativas para melhorar os resultados educacionais de alunos racializados e indígenas também precisam ser priorizadas, especialmente para alunas.

Além disso, as escolas desempenham um papel fundamental na formação das escolhas dos alunos. Incentivar conexões entre física e outras disciplinas relacionadas pode facilitar o engajamento dos alunos, especialmente entre as alunas que, de outra forma, poderiam se sentir isoladas em cursos de ciências físicas.

Direções Futuras

Pesquisas futuras precisam aprofundar mais sobre como fatores interseccionais influenciam o engajamento dos alunos em física. Compreender os desafios únicos enfrentados por diversos grupos permite intervenções mais direcionadas para elevar demografias sub-representadas nas áreas de STEM.

Em conclusão, abordar as barreiras e motivações distintas enfrentadas por diferentes grupos de alunos pode abrir caminho para uma representação mais equitativa em física. Sistemas de apoio aprimorados e outreach comunitário podem, portanto, desempenhar um papel crítico na formação da próxima geração de cientistas.

Fonte original

Título: Beyond gender: The intersectional impact of community demographics on the continuation rates of male and female students into high school physics

Resumo: This study examines the complex interplay of gender and other demographics on continuation rates in high school physics. Using a diverse dataset that combines demographics from the Canadian Census and eleven years of gendered enrolment data from the Ontario Ministry of Education, we track student cohorts as they transition from mandatory science to elective physics courses. We then employ hierarchical linear modelling to quantify the interaction effects between gender and other demographics, providing a detailed perspective on the on continuation in physics. Our results indicate the racial demographics of a school's neighbourhood have a limited impact on continuation once controlling for other factors such as socioeconomic status, though neighbourhoods with a higher Black population were a notable exception, consistently exhibiting significantly lower continuation rates for both male and female students. A potential role model effect related to parental education was also found as the proportion of parents with STEM degrees correlates positively with increased continuation, whereas an increase in non-STEM degrees corresponds with a reduced SCR. The most pronounced effects are school-level factors. Continuation rates in physics are very strongly correlated with continuation in chemistry or calculus - effects which are much stronger for male than female students. Conversely, continuation in biology positively correlates with the continuation of female students in physics, with little to no effect found for male students. Nevertheless, the effect sizes observed for chemistry and calculus markedly outweigh that for biology. This is further evidence that considering STEM as a homogeneous subject when examining gender disparities is misguided. These insights can guide future education policies and initiatives to increase continuation rates and foster greater gender equity in physics education.

Autores: Eamonn Corrigan, Martin Williams, Mary A. Wells

Última atualização: 2023-11-17 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2308.01393

Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2308.01393

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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