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# Biologia# Neurociência

Entendendo o Papel dos Astrócitos na Doença de Alzheimer

Pesquisas mostram como os astrócitos afetam a saúde do cérebro na doença de Alzheimer.

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A doença de Alzheimer (DA) é um transtorno cerebral sério e progressivo que causa problemas com memória e pensamento. Ela foi descrita pela primeira vez há mais de cem anos. As pessoas com Alzheimer vivem esquecendo coisas e têm dificuldades com tarefas que precisam de um pensamento mais profundo. Os cérebros dos que têm Alzheimer mostram mudanças específicas, incluindo o acúmulo de aglomerados de uma proteína chamada beta-amiloide e fibras torcidas feitas de outra proteína chamada tau. Essas mudanças levam à perda de células cerebrais e outros problemas relacionados.

Mudanças Iniciais no Cérebro

Antes de uma pessoa com Alzheimer apresentar sinais claros da doença, o cérebro dela pode já estar passando por mudanças. Estudos mostram que os Neurônios, ou células cerebrais, em pessoas com Alzheimer e em camundongos criados para representar a doença, apresentam padrões de atividade incomuns. Essa atividade anormal pode estar ligada ao declínio no pensamento e memória observado em pacientes com Alzheimer. Fatores como problemas de comunicação entre as células cerebrais e uma maior excitabilidade, ou hiperatividade, das células cerebrais podem influenciar essas mudanças.

O Papel das Células de Suporte

As células gliais são essenciais para a saúde do cérebro. Elas ajudam a apoiar e proteger os neurônios. Quando essas células de suporte, especialmente os Astrócitos, não funcionam direito, podem contribuir para a hiperatividade dos neurônios. Apesar do papel importante que as células gliais desempenham para manter o cérebro funcionando bem, a participação específica delas na doença de Alzheimer não é totalmente compreendida.

Astrócitos e Suas Funções

Os astrócitos são um tipo de célula glial que ajuda a controlar as atividades dos neurônios e fornece funções de suporte importantes. No Alzheimer, os astrócitos mudam de forma e ficam mais ativos em resposta a danos. Essa mudança pode afetar a capacidade deles de apoiar os neurônios. Pesquisas sugerem que a Inflamação no cérebro, que envolve a atividade aumentada de astrócitos e outro tipo de célula glial chamada microglia, poderia contribuir para a doença.

Mantendo o Equilíbrio de Íons

Para manter o cérebro funcionando bem, é crucial manter os níveis adequados de íons, como o Potássio. Os astrócitos desempenham um papel fundamental na regulação desses níveis de íons. Um desequilíbrio nos níveis de potássio pode causar problemas para os neurônios e pode desencadear mais danos nas células cerebrais.

Alzheimer Familiar e Esporádico

A maioria dos casos de Alzheimer acontece por acaso e é chamada de Alzheimer esporádico. No entanto, cerca de 5% dos casos se devem a mutações genéticas herdadas. Essas mutações podem levar ao desenvolvimento de modelos animais específicos para pesquisa, como o camundongo 5xFAD, que mostra sinais de Alzheimer. Esses camundongos desenvolvem placas de amiloide e têm problemas de memória semelhantes aos observados em pessoas com a doença.

Foco da Pesquisa

Estudos anteriores indicaram que as mudanças na atividade dos neurônios poderiam estar relacionadas ao mau funcionamento dos astrócitos. Esta pesquisa tem como objetivo entender melhor como os astrócitos eliminam potássio do cérebro e como esse processo pode mudar à medida que a doença de Alzheimer avança. Os pesquisadores avaliaram diferentes regiões do cérebro para ver como os astrócitos funcionam ao longo do tempo em camundongos que mostram sinais de Alzheimer.

Preparação de Amostras

Para estudar as mudanças no cérebro, os pesquisadores usaram métodos específicos para preparar amostras de camundongos transgênicos. Esses camundongos foram mantidos em ambientes controlados para reduzir o estresse. Várias técnicas foram usadas para analisar o tecido cerebral e coletar dados sobre as funções astrocitárias e neuronais.

Medindo a Eliminação de Potássio

Uma parte chave do estudo envolveu medir quão eficientemente os astrócitos eliminam o potássio do cérebro. Os pesquisadores testaram isso aplicando diferentes níveis de cloreto de potássio em fatias de cérebro e registrando a rapidez com que os níveis de potássio voltaram ao normal. Eles compararam os resultados dos camundongos com Alzheimer com os de camundongos saudáveis para identificar diferenças.

Observando Mudanças nos Astrócitos

Os astrócitos dos cérebros dos camundongos com Alzheimer mostraram mudanças significativas em comparação com os de camundongos saudáveis. As medições indicaram que os astrócitos nos camundongos com Alzheimer eram maiores e tinham estruturas alteradas. Isso sugere que os astrócitos estavam reagindo à doença, o que poderia afetar a capacidade deles de apoiar os neurônios ao redor.

Comparando Regiões do Cérebro

O estudo focou em duas regiões do cérebro conhecidas por serem afetadas pelo Alzheimer: o hipocampo e o córtex somatossensorial. Os pesquisadores descobriram que as mudanças nos astrócitos eram mais pronunciadas no hipocampo em comparação com o córtex. Isso sugere que áreas diferentes do cérebro respondem de formas diferentes ao Alzheimer.

O Impacto nos Neurônios

À medida que os astrócitos alteram sua função, os neurônios próximos também são afetados. Mudanças na eficiência dos astrócitos em eliminar potássio levam a níveis mais altos de potássio fora dos neurônios, o que pode mudar sua atividade. Isso, por sua vez, pode fazer com que os neurônios se tornem mais excitáveis ou ativos do que o normal.

Propriedades Elétricas dos Neurônios

O estudo também analisou como as propriedades elétricas dos neurônios mudaram à medida que os camundongos envelheciam. Os neurônios dos camundongos com Alzheimer apresentaram um potencial de membrana de repouso mais despolarizado, o que significa que estavam mais prontos para disparar sinais. Essa mudança indica que esses neurônios podem reagir de maneira diferente à estimulação em comparação com neurônios saudáveis.

Padrões de Disparo Neuronal

Para entender completamente como essas mudanças impactaram a atividade neuronal, os pesquisadores analisaram como os neurônios responderam à estimulação. Eles descobriram que os neurônios dos camundongos com Alzheimer tinham taxas de disparo aumentadas, mostrando uma maior excitabilidade. Isso está ligado aos desequilíbrios de potássio causados pela função prejudicada dos astrócitos.

Conclusão

As descobertas desta pesquisa destacam o papel crucial dos astrócitos em manter um ambiente cerebral saudável e como seu mau funcionamento pode contribuir para a doença de Alzheimer. As mudanças na atividade astrocitária afetam não apenas sua função, mas também a saúde dos neurônios próximos. O estudo sugere que entender melhor esses processos pode levar a novas ideias para potenciais tratamentos para a doença de Alzheimer.

Direções Futuras

Mais pesquisas são necessárias para explorar os mecanismos exatos pelos quais os astrócitos influenciam a saúde neuronal no contexto do Alzheimer. Compreender como essas células interagem pode fornecer informações valiosas sobre estratégias potenciais para intervenção na doença de Alzheimer e pode ajudar a encontrar maneiras de apoiar a saúde cerebral à medida que as pessoas envelhecem.

Focando na relação entre astrócitos e neurônios, os cientistas podem descobrir novos caminhos para tratamento que podem ajudar a retardar ou prevenir o declínio associado à doença de Alzheimer.

Fonte original

Título: Potassium homeostasis during disease progression of Alzheimers Disease

Resumo: Alzheimers disease (AD) is an age-dependent neurodegenerative disorder characterized by neuronal loss leading to dementia and ultimately death. Whilst the loss of neurons is central to the disease, it is becoming clear that glia, specifically astrocytes, contribute to the onset and progression of neurodegeneration. Astrocytic role in retaining ion homeostasis in the extracellular milieu is fundamental for multiple brain functions, including synaptic plasticity and neuronal excitability, which are compromised during AD and affect neuronal signalling. In this study, we have measured the astrocytic K+ clearance rate in the hippocampus and somatosensory cortex of a mouse model for AD during disease progression. Our results establish that astrocytic [K+]o clearance in the hippocampus is reduced in symptomatic 5xFAD mice, and this decrease is region-specific. The decrease in the [K+]o clearance rate correlated with a significant reduction in the expression and conductivity of Kir4.1 channels and a decline in the number of primary connected astrocytes. Moreover, astrocytes in the hippocampus of symptomatic 5xFAD mice demonstrated increased reactivity which was accompanied by an increased excitability and altered spiking profile of nearby neurons. These findings indicate that the supportive function astrocytes typically provide to nearby neurons is diminished during disease progression, which affects the neuronal circuit signalling in this area and provides a potential explanation for the increased vulnerability of neurons in AD.

Autores: Yossi Buskila, E. Samokhina, A. K. Mangat, C. S. Malladi, E. Gyengesi, J. W. Morley

Última atualização: 2024-05-23 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.23.595252

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.23.595252.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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