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Buscando Matéria Escura Leve: Raios Cósmicos e Raios Gama

Cientistas estão investigando partículas de matéria escura mais leves usando interações de raios cósmicos com raios gama.

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A Matéria Escura é uma substância misteriosa que compõe uma boa parte do universo. Embora a gente não consiga vê-la direto, sabemos que ela existe porque conseguimos observar os efeitos dela em estrelas e galáxias. Os pesquisadores têm tentado detectar a matéria escura usando várias técnicas há anos, focando principalmente em partículas com massas na faixa de GeV-TeV. Mas ainda tem muita coisa desconhecida, especialmente em relação às partículas de matéria escura mais leves, especificamente aquelas com massas abaixo de 1 GeV.

Neste artigo, vamos discutir como os cientistas estão tentando encontrar essas partículas de matéria escura mais leves, conhecidas como matéria escura sub-GeV, examinando Raios Cósmicos-partículas de alta energia que vêm do espaço e colidem com outras partículas na nossa galáxia. Quando esses raios cósmicos interagem com partículas de matéria escura, eles podem produzir Raios Gama, que são partículas de luz de alta energia. Detectar esses raios gama pode ajudar os cientistas a aprender mais sobre a matéria escura no universo.

O Problema da Matéria Escura

A matéria escura é considerada responsável por cerca de 85% da matéria no universo. Observações de galáxias e aglomerados de galáxias sugerem a presença de algo que não emite luz, mas ainda exerce atração gravitacional. Isso levou os cientistas a concluir que a maior parte da matéria no universo é não-bariônica, ou seja, não é feita das mesmas partículas que formam estrelas, planetas e humanos.

Muitos experimentos tentaram detectar a matéria escura de forma direta ou indireta. A detecção direta envolve tentar encontrar partículas de matéria escura em laboratórios subterrâneos, enquanto a detecção indireta busca os produtos das interações ou decaimentos da matéria escura. Apesar desses esforços, os experimentos atuais têm se concentrado principalmente em partículas de matéria escura que são mais pesadas que alguns GeV. Como resultado, temos apenas informações limitadas sobre candidatos a matéria escura mais leves.

Encontrando Matéria Escura Sub-GeV

Este artigo foca na matéria escura sub-GeV, definida como partículas de matéria escura com massas menores que 1 GeV. Na galáxia Via Láctea, espera-se que essas partículas sejam influenciadas por raios cósmicos, que podem colidir com elas e produzir raios gama detectáveis. Quando raios cósmicos de alta energia atingem partículas de matéria escura, eles podem criar pions, que depois decaem em raios gama. Esse processo oferece uma maneira promissora de investigar massas de matéria escura mais leves, uma área que até agora tem permanecido largamente inexplorada.

Para explorar essa ideia, os cientistas usaram observatórios de raios gama atuais e futuros para buscar raios gama produzidos a partir de interações entre raios cósmicos e matéria escura. Esses observatórios incluem H.E.S.S., LHAASO, CTA e SWGO. Ao procurar raios gama em diferentes níveis de energia, os pesquisadores podem coletar informações sobre a força de interação entre raios cósmicos e matéria escura.

Força de Interação e Seções Transversais

Um ponto chave nessa pesquisa é o conceito de seções transversais, que medem a probabilidade de interações entre partículas. A Seção Transversal Inelástica é relevante aqui porque descreve com que frequência os raios cósmicos se dispersam em partículas de matéria escura, levando à produção de raios gama. Essa seção pode mudar dependendo dos níveis de energia envolvidos nas interações.

Os pesquisadores calcularam previsões de sensibilidade para a seção transversal inelástica de raios cósmicos atingindo a matéria escura. Essas previsões ajudam a determinar quão bem diferentes observatórios poderiam descobrir raios gama das interações da matéria escura. Comparando essas sensibilidades com as restrições existentes nas seções transversais elásticas, que descrevem como a matéria escura interage com prótons, os cientistas podem obter insights sobre a natureza da matéria escura.

Sinais de Raios Gama das Interações da Matéria Escura

Os sinais esperados de raios gama vêm das interações entre prótons de raios cósmicos e partículas de matéria escura no halo da Via Láctea. Quando os raios cósmicos colidem com a matéria escura, eles podem produzir raios gama de alta energia, proporcionando uma oportunidade única para a detecção. O fluxo de raios gama dessas interações depende da seção transversal inelástica e da distribuição de raios cósmicos na galáxia.

Para entender os sinais esperados, é preciso saber sobre o fluxo de raios cósmicos, a densidade de matéria escura e os processos que levam à produção de raios gama. Observações de regiões com altas densidades de raios cósmicos e de matéria escura, como o Centro Galáctico, podem proporcionar as melhores chances de detectar esses raios gama.

Observando o Centro Galáctico

Um dos locais mais promissores para observar sinais de matéria escura é o Centro Galáctico, onde acredita-se que tanto o fluxo de raios cósmicos quanto a densidade de matéria escura sejam altos. Focando nessa região, os pesquisadores esperam coletar dados suficientes para estabelecer limites nas interações entre raios cósmicos e matéria escura.

Usando diferentes perfis de densidade de matéria escura, os cientistas podem estimar os sinais de raios gama que podem ser detectados. Esses perfis ajudam a entender como a matéria escura está distribuída pela Via Láctea, o que é crucial para interpretar os resultados dos observatórios de raios gama.

Observatórios de Raios Gama Atuais e Futuros

Vários observatórios de raios gama estão atualmente operacionais ou planejados para um futuro próximo. Cada observatório tem capacidades únicas que podem ajudar na busca pela matéria escura.

  • H.E.S.S. (High Energy Stereoscopic System): Esse observatório consiste em múltiplos telescópios projetados para detectar raios gama desde algumas dezenas de GeV até várias dezenas de TeV. Sua localização na Namíbia permite uma visualização ideal do Centro Galáctico.

  • LHAASO (Large High Altitude Air Shower Observatory): Localizado na China, o LHAASO pode detectar raios gama de centenas de GeV a 1 PeV. Ele combina vários métodos de detecção para aumentar a sensibilidade.

  • CTA (Cherenkov Telescope Array): Este observatório de próxima geração pretende melhorar a sensibilidade e resolução em comparação com experimentos anteriores. É projetado para cobrir uma ampla faixa de energia, de 20 GeV a 300 TeV.

  • SWGO (Southern Wide-field Gamma-ray Observatory): Este observatório tem a intenção de cobrir uma grande área do céu e detectar raios gama de centenas de GeV até a escala de PeV.

Juntos, esses observatórios podem fornecer dados complementares, tornando-os ferramentas valiosas na busca pela matéria escura.

Analisando Fundos de Raios Gama

Ao buscar sinais de raios gama, é crucial levar em conta a radiação de fundo. Várias fontes de raios gama de fundo podem mascarar sinais de interações da matéria escura. Por isso, os cientistas devem analisar cuidadosamente as contribuições de fundo para garantir que quaisquer sinais detectados sejam realmente da matéria escura e não de outras fontes cósmicas.

Usando simulações de Monte Carlo ou medições de observações em campos vazios, os pesquisadores podem criar modelos para o fluxo de raios gama de fundo. Saber qual é o fundo esperado permite que os cientistas interpretem melhor seus dados observacionais e diferenciem entre sinais genuínos e ruído de fundo.

Estrutura de Análise Estatística

Para avaliar as perspectivas de detecção de interações da matéria escura, os pesquisadores usam métodos estatísticos que envolvem funções de verossimilhança. Essas funções comparam o número de eventos de raios gama observados com o número esperado com base em modelos de sinal e de fundo.

Ajustando para diferentes parâmetros, como a massa da matéria escura e a força de interação, os cientistas podem determinar limites superiores nas seções transversais inelásticas e, assim, obter insights sobre a natureza da matéria escura.

Resultados e Discussão

Os resultados das observações e análises podem estabelecer limites superiores para a seção transversal inelástica das interações de raios cósmicos com a matéria escura. Esses limites ajudam a estabelecer uma imagem mais clara de quais regiões do espaço de parâmetros da matéria escura podem ser exploradas por diferentes observatórios.

Em geral, a sensibilidade dos vários observatórios varia dependendo da massa da matéria escura que está sendo investigada. Por exemplo, as observações do H.E.S.S. podem alcançar limites mais sensíveis para certas massas em comparação com LHAASO ou CTA. No entanto, o LHAASO pode ser mais adequado para detectar matéria escura mais leve, pois consegue detectar raios gama de energia mais alta.

Os resultados indicam que os observatórios de raios gama atuais e futuros podem melhorar significativamente nosso entendimento da matéria escura sub-GeV e suas interações. Ao explorar essa região anteriormente inexplorada do espaço de parâmetros da matéria escura, os cientistas podem obter insights sobre as propriedades e comportamentos dessas partículas evasivas.

Conclusão

Resumindo, o estudo da matéria escura sub-GeV através das interações com raios cósmicos apresenta uma avenida promissora para avançar nosso entendimento da matéria escura no universo. Ao utilizar vários observatórios de raios gama e analisar sinais esperados, os pesquisadores podem investigar as interações da matéria escura e estabelecer restrições sobre as propriedades das partículas de matéria escura.

À medida que os cientistas continuam a aprimorar suas técnicas e melhorar suas capacidades de observação, esperamos ver avanços mais significativos em desvendando os mistérios da matéria escura, potencialmente levando a novas descobertas que poderiam reformular nossa compreensão do universo e seus componentes fundamentais. A interação entre raios cósmicos e matéria escura apresenta uma fronteira empolgante na astrofísica, com potencial para insights revolucionários sobre um dos aspectos mais intrigantes da ciência moderna.

Fonte original

Título: Sensitivity to sub-GeV dark matter from cosmic-ray scattering with very-high-energy gamma-ray observatories

Resumo: Huge efforts have been deployed to detect dark matter (DM) in the GeV-TeV mass range involving various detection techniques, and led to strong constraints in the available parameter space. We compute here the sensitivity to sub-GeV DM that can be probed from the inevitable cosmic-ray scattering onto DM particles populating the Milky Way halo. Inelastic scattering of energetic cosmic rays off DM would produce high-energy gamma rays in the final state, providing a new avenue to probe the poorly-constrained so far sub-GeV dark matter mass range. In this work we derive sensitivity forecasts for the inelastic cosmic-ray proton - DM cross section for current and future very-high-energy gamma-ray observatories such as H.E.S.S., LHAASO, CTA and SWGO in the 100 eV to 100 MeV mass range. These inelastic cross section constraints are converted to the elastic proton - DM cross section to highlight further complementarity with cosmological, collider and direct detection searches. The sensitivity computed at 95\% confidence level on the elastic cross section reaches $\sim$2$\times$ 10$^{-32}$ cm$^2$ for a 100 keV DM mass for H.E.S.S.-like and $\sim$7$\times$ 10$^{-34}$ cm$^2$ for a $\sim$1 keV DM mass for LHAASO. The sensitivity prospects for CTA and a strawman SWGO model reach $\sim$6$\times$ 10$^{-34}$ cm$^2$ and $\sim$4$\times$ 10$^{-35}$ cm$^2$, for DM masses of 10 keV and 1 keV, respectively. The sensitivity reach of the gamma-ray observatories considered here enables to probe an uncharted region of the DM mass - cross section parameter space.

Autores: Igor Reis, Emmanuel Moulin, Aion Viana, Victor P. Goncalves

Última atualização: 2024-06-11 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2403.09343

Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2403.09343

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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