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Desvendando Gigantes Ricos em Lítio em Estrelas Pobre em Metais

Estudo revela informações sobre gigantes ricos em lítio com propriedades incomuns.

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Lítio (Li) é um elemento leve que se encontra nas estrelas, e a presença dele em certos tipos de estrelas tem deixado os astrônomos intrigados por anos. Em particular, algumas estrelas gigantes, que são maiores e mais evoluídas do que as estrelas menores, têm níveis de lítio excepcionalmente altos. Este estudo foca em cinco estrelas gigantes que são pobres em metais e ricas em lítio. Essas estrelas são interessantes porque a maioria das estrelas ricas em lítio estudadas até agora estão em regiões com maior metallicidade, ou seja, têm mais elementos pesados.

Contexto

Conforme as estrelas envelhecem e evoluem, normalmente perdem lítio. O processo de clarear e expandir enquanto se aproximam do final do ciclo de vida deveria reduzir o conteúdo de lítio delas. No entanto, algumas estrelas apresentam níveis de lítio mais altos do que o esperado, surpreendendo os pesquisadores. A grande questão é por que algumas gigantes mantêm ou até aumentam seu lítio conforme envelhecem.

Estudos recentes usando grandes conjuntos de dados, incluindo informações de pesquisas detalhadas como GALAH e LAMOST, esclareceram o comportamento do lítio nas estrelas. Esses estudos sugerem que muitas gigantes ricas em lítio estão em fases evolutivas específicas, particularmente na fase de aglomerado vermelho, uma etapa em que uma estrela queima hélio em seu núcleo.

Essa pesquisa busca fornecer insights sobre a existência de gigantes super ricas em lítio que são pobres em metais. Ela se concentra em cinco dessas estrelas identificadas na pesquisa GALAH, que contém informações detalhadas sobre estrelas na nossa galáxia.

Características Estelares

As cinco estrelas super ricas em lítio analisadas neste estudo têm metallicidades, representadas como [Fe/H], variando de -1.35 a -2.38, o que indica que elas são significativamente mais pobres em metais em comparação com o nosso sol. Elas também possuem abundância de lítio, medida como A(Li), de aproximadamente 3.4 dex ou mais.

A análise asterosseismológica-uma técnica que estuda oscilações nas estrelas-mostra que nenhuma dessas estrelas está na fase da ramificação da gigante vermelha. Em vez disso, elas estão na fase de queima de hélio, caracterizadas por suas propriedades específicas no diagrama de Hertzsprung-Russell, um gráfico que mostra a relação entre o brilho e a temperatura das estrelas.

Das cinco estrelas, uma está na fase do aglomerado vermelho, enquanto as outras quatro são muito mais brilhantes, indicando que estão na fase inicial da ramificação assintótica de gigante (AGB). A análise da abundância de elementos revela níveis típicos de carbono, oxigênio, sódio, bário e európio nessas estrelas para suas respectivas metallicidades e estágios de evolução.

Não há evidências fortes que sugiram que poeira esteja presente ao redor dessas estrelas, conforme determinado por observações em infravermelho. Este estudo discute cenários diferentes que podem explicar a existência dessas estrelas ricas em lítio em níveis de brilho mais altos, incluindo eventos de fusão passados entre estrelas.

Seleção da Amostra

As cinco estrelas super ricas em lítio foram selecionadas de uma amostra maior de gigantes pobres em metais no conjunto de dados GALAH. Os dados vêm do Espectrógrafo Multi-Elementos de Alta Eficiência e Resolução (HERMES) usado no Observatório Astronômico Australiano.

A pesquisa GALAH coleta espectros ópticos de alta resolução para analisar vários elementos, incluindo lítio. Para garantir a qualidade dos dados, critérios rigorosos foram aplicados, focando em medições confiáveis dos parâmetros estelares. A busca inicial rendeu 1.038 gigantes pobres em metais, e a partir dessa amostra, as cinco com níveis de lítio excepcionalmente altos foram identificadas.

Parâmetros Estelares e Abundâncias Elementares

Várias propriedades das cinco estrelas, como temperatura, luminosidade e metallicidade, foram derivadas para estudar suas composições químicas. Diferenças foram encontradas nas medições de temperatura a partir de vários métodos, o que poderia impactar a precisão das leituras de abundância de lítio.

Para abordar possíveis erros, os pesquisadores reexaminaram os parâmetros estelares usando métodos avançados de análise espectral. Analisando os espectros observados, eles derivaram valores mais consistentes para temperatura, gravidade e metallicidade.

A abundância de lítio nessas estrelas foi determinada usando linhas específicas no espectro da estrela, permitindo que os pesquisadores entendessem quanto de lítio está presente. Os resultados mostraram que a abundância de lítio é significativamente maior nessas gigantes pobres em metais em comparação com o que se encontra normalmente no meio interestelar.

Além disso, as abundâncias elementares de carbono, oxigênio, sódio, bário e európio foram medidas. As descobertas indicam que, enquanto os sujeitos exibem níveis padrão para seus estágios, sua riqueza em lítio os diferencia.

Outras Observações

O perfil da linha espectral de hidrogênio serve como um indicador de possível Perda de massa ou atividade estelar. Todas as cinco gigantes exibiram perfis de hidrogênio distorcidos, sugerindo distúrbios atmosféricos significativos.

Os pesquisadores investigaram o potencial de perda de massa usando dados em infravermelho do Wide-field Infrared Survey Explorer (WISE). Ao contrário do esperado, os resultados sugeriram que não havia perda de massa ativa e descartaram poeira quente em excesso nessas estrelas.

Além disso, a velocidade de rotação das estrelas foi examinada, já que uma rotação rápida pode influenciar o enriquecimento de lítio. As estrelas mostraram velocidades de rotação mais altas do que o esperado, o que pode estar relacionado à sua abundância de lítio. A análise também incluiu dados de velocidade radial que ajudam a avaliar se as estrelas fazem parte de sistemas binários.

Fases Evolutivas

Determinar a fase evolutiva dessas gigantes ricas em lítio é vital para entender a origem de seu conteúdo de lítio. A análise das posições das estrelas no diagrama de Hertzsprung-Russell e dados asterosseismológicos oferece insights sobre seus estágios atuais.

Descobertas recentes sugerem que gigantes super ricas em lítio são mais propensas a estar na fase do aglomerado vermelho do que nas fases anteriores de sua evolução. Os pesquisadores usaram técnicas avançadas para calcular os parâmetros estelares necessários, incluindo massa, raio e luminosidade, aplicando relações de escalonamento sísmico.

Discussão das Descobertas

O estudo identificou dois grupos distintos de gigantes super ricas em lítio e pobres em metais. O primeiro grupo se sobrepõe à região do aglomerado vermelho, enquanto o outro é muito mais brilhante, localizado perto da fase inicial da AGB. Essas distribuições indicam origens variadas para o enriquecimento de lítio entre esses grupos estelares.

As descobertas apoiam a ideia de que as gigantes do aglomerado vermelho provavelmente adquiriram lítio durante um evento de explosão de hélio, uma ignição súbita de hélio em seus núcleos. As estrelas perto da fase inicial da AGB podem ter origens de lítio diferentes, talvez através de processos como mistura em seus interiores ou fatores externos como fusões com outras estrelas.

Os pesquisadores apontaram que as características de alto lítio nas estrelas podem resultar de vários mecanismos, incluindo o processamento no fundo frio, um processo que permite que o lítio se forme por meio de interações entre camadas dentro da estrela.

Conclusão

A análise deste estudo sobre cinco gigantes super ricas em lítio enfatiza a necessidade de mais pesquisas sobre os efeitos da metallicidade na produção de lítio nas estrelas. As descobertas ressaltam a importância de examinar esse grupo menos compreendido de estrelas, pois elas fornecem pistas valiosas sobre os processos complexos envolvidos na evolução estelar.

Ao continuar a explorar essas estrelas pobres em metais, os pesquisadores esperam aprender mais sobre as origens de ambientes ricos em lítio em estrelas antigas e como esses elementos são produzidos e distribuídos pelo universo. Além disso, obter uma amostra maior de tais estrelas ajudaria a refinar a compreensão de suas fases evolutivas e os mecanismos por trás do enriquecimento de lítio.

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