Infertilidade Lactacional: Interações Hormonais em Mamíferos
Estudo mostra como a lactação afeta a fertilidade através das mudanças hormonais.
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Índice
- O que é Infertilidade Lactacional?
- O Papel dos Neurônios Kisspeptina
- Prolactina e Infertilidade
- Design do Estudo e Métodos
- Investigando o Papel da Prolactina na Infertilidade
- Efeitos nos Ciclos Estrógenos
- Medindo as Concentrações de LH
- Atividade dos Neurônios Kisspeptina
- Observações Durante a Gravidez e Lactação
- Implicações dos Resultados
- Conclusão
- Fonte original
A lactação é o processo onde as fêmeas dos mamíferos produzem leite pra alimentar seus filhotes. Curiosamente, durante esse tempo, muitos mamíferos passam por uma fase de infertilidade. Essa mudança é importante porque ajuda a espaçar os nascimentos, permitindo que as mães foquem sua energia e recursos em cuidar dos novos bebês, em vez de engravidar de novo logo.
O que é Infertilidade Lactacional?
Infertilidade lactacional se refere à capacidade reduzida de engravidar enquanto amamenta. Isso acontece porque o hormônio luteinizante (LH), que é crucial pra reprodução, é liberado em pulsos menos frequentes nesse período. Em alguns animais, como roedores, isso pode ser visto como um tempo mais longo sem o ciclo reprodutivo normal. Outro hormônio importante, a Prolactina, também tá em níveis elevados durante a lactação. A prolactina é essencial pra produção de leite e influencia várias coisas no corpo e comportamento da mãe.
Apesar de já se saber o papel da prolactina na infertilidade, os cientistas ainda não entendem completamente como isso contribui pra esse efeito durante a lactação. Essa incerteza se deve à relação complexa entre a amamentação, os vários hormônios envolvidos e o metabolismo da mãe.
O Papel dos Neurônios Kisspeptina
Estudos recentes mostraram que neurônios específicos no cérebro, chamados neurônios kisspeptina, têm um papel chave na liberação do Hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). Esse hormônio é essencial pra secreção de LH, que é crítico pra função reprodutiva. Pesquisas demonstraram que os neurônios kisspeptina agem de forma sincronizada e coordenada, liberando GnRH de maneira periódica.
Durante a lactação, a atividade dos neurônios kisspeptina é suprimida, o que provavelmente é uma razão pra queda na secreção de LH e a infertilidade associada. Essa supressão pode ocorrer porque os níveis de kisspeptina caem significativamente durante a lactação. Mesmo quando estimulados artificialmente, esses neurônios parecem incapazes de ativar os neurônios GnRH durante esse tempo.
Prolactina e Infertilidade
A prolactina é conhecida por causar infertilidade, então altos níveis desse hormônio durante a lactação são suspeitos de serem responsáveis pela falta de fertilidade. Estudos em camundongos lactantes mostraram que reduzir os níveis de prolactina pode encurtar o período de infertilidade, o que sugere que a prolactina desempenha um papel significativo na supressão da secreção de LH durante a lactação. No entanto, ainda rola um debate entre os cientistas sobre quanto dessa supressão deve-se à prolactina em comparação com os efeitos da amamentação.
Desvendar os papéis da amamentação, prolactina e produção de leite é desafiador porque esses elementos estão tão interconectados. Pra entender melhor a contribuição específica da prolactina, os pesquisadores usaram um método especial pra bloquear sua ação no cérebro enquanto mantinham a amamentação e lactação intactas.
Design do Estudo e Métodos
No estudo, os cientistas usaram camundongos fêmeas pra examinar os efeitos da prolactina na fertilidade durante a lactação. Os camundongos foram mantidos em ambientes controlados com temperatura, iluminação, comida e água adequadas. Os pesquisadores monitoraram o peso corporal dos camundongos e os ciclos reprodutivos pra garantir observações precisas.
Quando as fêmeas grávidas viram seus filhotes, o primeiro dia foi considerado o início da lactação. Os pesquisadores deixaram os camundongos amamentarem sem perturbações por alguns dias pra estabelecer uma linha de base antes de monitorar as mudanças hormonais.
Pra medir a secreção de LH, os cientistas coletaram amostras de sangue dos camundongos em intervalos regulares. Eles precisaram garantir que os camundongos se acostumassem ao processo de amostragem pra minimizar o estresse, que poderia afetar os resultados.
Investigando o Papel da Prolactina na Infertilidade
Pra explorar se a ação da prolactina no cérebro era necessária pra falta de fertilidade durante a lactação, os cientistas criaram um tipo específico de camundongo que não tinha o receptor de prolactina em certos neurônios. Esses camundongos mostraram diferenças marcantes nos níveis de kisspeptina durante a lactação em comparação com camundongos normais.
Os pesquisadores buscaram evidências dos neurônios kisspeptina em diferentes regiões do cérebro e usaram várias técnicas pra visualizar e confirmar a expressão dos receptores de prolactina nesses neurônios. Eles descobriram que os camundongos sem o receptor de prolactina no cérebro não mostraram a queda esperada nos níveis de kisspeptina durante a lactação.
Efeitos nos Ciclos Estrógenos
Os camundongos sem o receptor de prolactina voltaram a seus ciclos estrógenos muito mais cedo do que os camundongos normais. Os pesquisadores monitoraram esses ciclos de perto e observaram que os camundongos alterados poderiam se tornar férteis bem mais cedo na lactação do que os normais, que não mostraram sinais de fertilidade até muito depois.
O ganho de peso dos filhotes durante o período de lactação permaneceu consistente entre os dois grupos, indicando que os camundongos alterados ainda se engajavam em comportamentos maternais normais, apesar das mudanças hormonais.
Medindo as Concentrações de LH
Usando técnicas de laboratório estabelecidas, os pesquisadores mediram os níveis de LH no sangue de ambos os grupos de camundongos. Os cientistas notaram que enquanto os camundongos normais experimentaram uma quase-total ausência de LH durante a lactação, os camundongos alterados mostraram níveis significativos de LH e frequência de secreção mais cedo do que o esperado.
Essa descoberta sugeriu que a prolactina era o fator crítico suprimindo o LH durante a lactação. Os resultados iluminaram como a prolactina afeta a fertilidade ao impactar os neurônios kisspeptina e a liberação de LH.
Atividade dos Neurônios Kisspeptina
Além das medições hormonais, os cientistas também examinaram a atividade dos neurônios kisspeptina em tempo real usando tecnologia avançada de imagem. Eles monitoraram a atividade neuronal durante diferentes etapas da reprodução nos mesmos camundongos pra observar mudanças em várias condições como virginidade, gravidez e lactação.
A pesquisa mostrou que a atividade dos neurônios kisspeptina diminuiu significativamente durante a gravidez e o início da lactação, voltando a níveis normais mais tarde. Esse padrão foi importante porque destacou como esses neurônios são dinâmicos em resposta a mudanças reprodutivas.
Observações Durante a Gravidez e Lactação
Durante a gravidez, especialmente nas primeiras semanas, os neurônios kisspeptina mostraram atividade reduzida. Observando o comportamento desses neurônios em diferentes momentos da gravidez e lactação, os cientistas ganharam uma visão de como as flutuações hormonais impactaram a fertilidade.
No final da gravidez, alguma atividade de baixo nível dos neurônios kisspeptina recomeçou. Isso foi observado juntamente com mudanças nos perfis hormonais dos camundongos, indicando uma possível conexão entre a retomada da atividade kisspeptina e o corpo se preparando pra fertilidade pós-parto.
Implicações dos Resultados
Os resultados dessa pesquisa indicam que o papel da prolactina em suprimir a fertilidade durante a lactação é exercido principalmente através de seus efeitos nos neurônios kisspeptina. Entendendo como esses hormônios funcionam um em relação ao outro, os cientistas podem ter uma visão melhor do quadro geral da regulação da fertilidade durante a lactação.
Curiosamente, as descobertas também sugerem que o mecanismo por trás da infertilidade lactacional pode ser mais universal entre os mamíferos do que se pensava antes. Como muitos mamíferos experimentam uma supressão semelhante da atividade reprodutiva durante a lactação, essas percepções podem levar a uma compreensão mais ampla da biologia reprodutiva em várias espécies, incluindo os humanos.
Conclusão
A lactação é um período crítico na vida dos mamíferos que garante a sobrevivência dos recém-nascidos. Entender como a lactação afeta a fertilidade, especialmente através das interações hormonais, é essencial pra saúde reprodutiva. Os estudos destacam os papéis importantes da prolactina e dos neurônios kisspeptina na regulação da fertilidade durante esse tempo.
As implicações dessa pesquisa vão além dos camundongos; podem fornecer insights relevantes pra outros mamíferos, incluindo os humanos. Identificando os mecanismos que levam à infertilidade lactacional, pesquisas futuras poderiam explorar potenciais problemas de reprodução e desenvolver métodos pra lidar com esses desafios em várias espécies.
Esse estudo representa um passo significativo na compreensão do delicado equilíbrio entre nutrir os filhotes e manter as capacidades reprodutivas, um aspecto fascinante da biologia dos mamíferos.
Título: Prolactin-mediates a lactation-induced suppression of arcuate kisspeptin neuronal activity necessary for lactational infertility in mice
Resumo: The specific role that prolactin plays in lactational infertility, as distinct from other suckling or metabolic cues, remains unresolved. Here, deletion of the prolactin receptor (Prlr) from forebrain neurons or arcuate kisspeptin neurons resulted in failure to maintain normal lactation-induced suppression of estrous cycles. Kisspeptin immunoreactivity and pulsatile LH secretion were increased in these mice, even in the presence of ongoing suckling stimulation and lactation. GCaMP fibre photometry of arcuate kisspeptin neurons revealed that the normal episodic activity of these neurons is rapidly suppressed in pregnancy and this was maintained throughout early lactation. Deletion of Prlr from arcuate kisspeptin neurons resulted in early reactivation of episodic activity of kisspeptin neurons prior to a premature return of reproductive cycles in early lactation. These observations show dynamic variation in arcuate kisspeptin neuronal activity associated with the hormonal changes of pregnancy and lactation, and provide direct evidence that prolactin action on arcuate kisspeptin neurons is necessary for suppressing fertility during lactation in mice.
Autores: David R Grattan, E. C. R. Hackwell, S. R. Ladyman, J. Clarkson, H. J. McQullian, U. Boehm, A. E. Herbison, R. S. E. Brown
Última atualização: 2024-07-31 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.26.577359
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.26.577359.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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