Buracos Negros Quiescentes e Raios Cósmicos
Estudo revela que buracos negros silenciosos contribuem para os raios cósmicos.
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Índice
Raios Cósmicos (RCs) são partículas de alta energia que vêm do espaço e atingem a atmosfera da Terra. A gente sabe que eles existem, mas suas origens ainda são um mistério. Por muito tempo, os cientistas acreditaram que supernovas, as mortes explosivas de estrelas massivas, eram as principais fontes de raios cósmicos. Recentemente, a ideia mudou e sugere que buracos negros, especialmente os que estão em binários de raios-X, também podem ser fontes significativas dessas partículas.
Binários de raios-X são sistemas onde um buraco negro puxa material de uma estrela companheira. Durante períodos ativos, conhecidos como erupções, os buracos negros podem lançar Jatos poderosos de partículas para o espaço. Mas novas observações indicam que esses jatos também podem se formar quando o buraco negro está quieto, ou em um estado de quietude. Essa descoberta sugere que mesmo quando esses buracos negros parecem inativos, eles ainda podem estar contribuindo para os raios cósmicos.
No nosso estudo, focamos em um buraco negro específico em estado de quietude. Analisamos dados coletados de comprimentos de onda de rádio a raios-X para entender o comportamento dos jatos nesse estado. A maioria dos buracos negros passa a maior parte de suas vidas em quietude, então expandimos nossa investigação para incluir uma população de tais buracos negros espalhados pela nossa galáxia, especificamente no disco Galáctico e em uma região chamada Bulge Boxy perto do centro da Via Láctea.
Contribuição para Raios Cósmicos
Embora a contribuição individual de cada buraco negro em quietude para os raios cósmicos seja baixa, encontramos que quando combinamos os efeitos de muitos desses buracos negros, a emissão cumulativa deles pode aumentar significativamente o fundo difuso de raios cósmicos observado em diferentes comprimentos de onda. Isso significa que até buracos negros fracos e aparentemente inativos podem ter um papel no cenário geral dos raios cósmicos.
A gente também olha para as capacidades das ferramentas de observação do futuro, como o Array de Quilômetro Quadrado (SKA) e o Observatório Array de Telescópios Cherenkov (CTAO), para identificar essas fontes individuais entre o ruído de fundo.
Entendendo Raios Cósmicos
Raios cósmicos são partículas carregadas que vêm de fora da Terra. Quando essas partículas colidem com átomos na nossa atmosfera, elas podem produzir partículas secundárias, incluindo raios gama e Neutrinos. Entender como essas partículas são aceleradas e de onde elas vêm ajuda os cientistas a entenderem o quadro geral da física dos raios cósmicos.
Tradicionalmente, explosões de supernovas têm sido vistas como as principais contribuintes para os raios cósmicos. No entanto, o papel dos buracos negros de massa estelar em binários de raios-X está sendo cada vez mais reconhecido. Esses buracos negros podem puxar matéria de suas estrelas companheiras, e durante erupções, eles criam jatos poderosos capazes de acelerar partículas a altas energias. Alguns exemplos notáveis incluem Cygnus X-1 e Cygnus X-3, que mostraram sinais de aceleração de partículas.
Esses buracos negros às vezes podem gerar jatos mesmo em seu estado de quietude. Observações recentes indicam que um espectro de rádio plano juntamente com um espectro de raios-X duros pode ser detectado de alguns buracos negros, sugerindo que eles ainda podem estar lançando jatos ativamente, embora com menos potência do que durante erupções.
Modelos de Jato
Para entender melhor esses jatos e sua dinâmica, diferentes modelos foram propostos. A gente utiliza um modelo de jato de múltiplas zonas para simular as emissões de buracos negros em quietude. Esse modelo ajuda a descrever como as partículas são aceleradas ao longo dos jatos e como elas emitem radiação em diferentes comprimentos de onda.
Nossa análise considera dois cenários principais: um que foca em processos puramente leptônicos, onde partículas como elétrons são as principais responsáveis pelas emissões, e outro que incorpora interações hadrônicas, onde prótons também contribuem.
Apesar de serem fracos, alguns buracos negros em quietude ainda podem ser estudados por meio de suas emissões. Focamos em um buraco negro específico que mostra um espectro de rádio plano e exploramos como isso poderia se relacionar com a presença de jatos.
Estudo Populacional
A gente estima o número total de buracos negros em quietude na Via Láctea, usando dados de estudos anteriores. Consideramos três áreas: o disco Galáctico, o Bulge Boxy e o centro Galáctico. Acredita-se que cada área hospede um número diferente desses buracos negros.
Os números estimados sugerem que pode haver milhares de buracos negros em quietude na Via Láctea. Porém, a maioria deles provavelmente não acumula material ao mesmo tempo, o que significa que o número ativo a qualquer momento pode ser muito menor.
Um aspecto importante é a distância e o ângulo de visão desses buracos negros. O ângulo de visão pode afetar quanto de radiação é detectado, pois influencia a orientação dos jatos em relação à nossa linha de visão.
Contribuições de Emissão
Nossa análise investiga como os buracos negros em quietude podem contribuir para as emissões difusas gerais detectadas em várias comprimentos de onda, incluindo raios-X e raios gama. A partir de observações de raios-X, estima-se que uma parte significativa do fundo venha de eventos catastróficos, enquanto uma porcentagem menor é devido a fontes não resolvidas como buracos negros em quietude.
No espectro de raios-X mais suaves, os buracos negros em quietude podem representar uma fração considerável da emissão. À medida que nos deslocamos para faixas de energia mais altas, a contribuição deles diminui.
Resultados Esperados das Observações Futuras
Instalações de observação como NuSTAR, HAWC e CTA devem fornecer mais insights sobre as contribuições desses buracos negros em quietude. Por exemplo, essas ferramentas podem explorar quantos desses objetos podem gerar emissões fortes o suficiente para serem detectadas.
No futuro, instalações avançadas de rádio podem detectar muitos mais buracos negros em quietude, ajudando a esclarecer seu papel na paisagem dos raios cósmicos. Observações no espectro de rádio poderiam melhorar nossa compreensão desses objetos e validar suas características.
Contribuições de Neutrinos
As emissões de neutrinos desses buracos negros em quietude também são de interesse, já que sua produção geralmente vem de processos hadrônicos nos jatos. Quando prótons colidem com o material ao redor, eles podem produzir neutrinos. Nossas previsões sugerem que a emissão total de neutrinos vindo desses buracos negros pode ser pequena comparada ao que já foi detectado, mas ainda assim pode desempenhar um papel no fundo difuso de neutrinos.
Conclusão
Resumindo, buracos negros em quietude em binários de raios-X podem contribuir significativamente para os raios cósmicos, mesmo de um estado em quietude. Combinando observações de múltiplos comprimentos de onda e usando modelos avançados, começamos a montar o quebra-cabeça do papel deles na aceleração de partículas. À medida que as capacidades de observação melhoram com novas instalações sendo ativadas, esperamos obter insights mais profundos sobre esses objetos misteriosos e suas contribuições para fenômenos cósmicos.
O estudo destaca a necessidade de observações contínuas e trabalho teórico para entender as complexidades dos buracos negros e suas interações na nossa galáxia. Entender esses sistemas não só iluminará as fontes de raios cósmicos, mas também os processos fundamentais que ocorrem no universo.
Título: Quiescent black hole X-ray binaries as multi-messenger sources
Resumo: The origin of Galactic cosmic rays (CRs) is unknown even though they have traditionally been connected to supernovae based on energetic arguments. In the past decades, Galactic black holes in X-ray binaries (BHXBs) have been proposed as candidate sources of CRs, which revises the CR paradigm. BHXBs launch two relativistic jets during their outbursts, but recent observations suggested that these jets may be launched even during quiescence. A0620-00 is a well-studied object that shows indications of jet emission. We study the simultaneous radio-to-X-ray spectrum of this source that was detected while the source was in quiescence to better constrain the jet dynamics. Because most BHXBs spend their lifetimes in quiescence (qBHXBs), we used the jet dynamics of A0620-00 to study a population of $10^5$ such sources distributed throughout the Galactic disc, and a further 104 sources that are located in the boxy bulge around the Galactic centre. While the contribution to the CR spectrum is suppressed, we find that the cumulative intrinsic emission of qBHXBs from both the boxy bulge and from the Galactic disc adds to the diffuse emission that various facilities detected from radio to TeV gamma rays. We examined the contribution of qBHXBs to the Galactic diffuse emission and investigated the possibility of SKA, INTEGRAL, and CTAO to detect individual sources in the future. Finally, we compare the predicted neutrino flux to the recently presented Galactic diffuse neutrino emission by IceCube.
Autores: Dimitrios Kantzas, Francesca Calore
Última atualização: 2024-07-29 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2406.11981
Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2406.11981
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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