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CeRhAs: Um Caso Único de Supercondutividade e Magnetismo

CeRhAs mostra uma mistura rara de supercondutividade e magnetismo em baixas temperaturas.

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CeRhAs é um material especial que chamou a atenção dos cientistas porque tem duas formas únicas de Supercondutividade. Supercondutividade é um estado onde um material pode conduzir eletricidade sem resistência, geralmente acontecendo em temperaturas muito baixas.

O comportamento do CeRhAs é especialmente fascinante porque mostra uma mudança em seu estado supercondutor quando um campo magnético é aplicado. Em temperaturas baixas, ele entra em um estado supercondutor a 0,3 K. Conforme o campo magnético aumenta, ele muda de um tipo de supercondutividade para outro.

A disposição dos átomos no CeRhAs é inusitada. A forma como esses átomos estão organizados afeta o comportamento do material em relação à supercondutividade e ao Magnetismo. Especificamente, a disposição não tem simetria de inversão local, o que significa que tem algumas características únicas que podem influenciar suas propriedades elétricas e magnéticas.

Apesar do entendimento anterior sobre o material, ainda falta conhecimento abrangente sobre os mecanismos microscópicos por trás de sua supercondutividade e magnetismo. Essa incerteza é especialmente verdadeira em como esses dois estados podem interagir um com o outro.

Descobertas dos Experimentos

Estudos recentes usaram um método chamado relaxação de spin de múons (SR) para aprender mais sobre as propriedades do CeRhAs. Em termos mais simples, o SR ajuda os pesquisadores a observar como as propriedades magnéticas se desenvolvem nos materiais. Para o CeRhAs, experimentos foram feitos a temperaturas baixas para entender melhor suas características magnéticas e supercondutoras.

Uma descoberta importante foi que o CeRhAs tem um campo magnético interno que surge quando a temperatura cai abaixo de 0,55 K. Essa Ordem Magnética é significativa porque sugere que o magnetismo desempenha um papel no estado supercondutor em temperaturas ainda mais baixas.

Além disso, esses estudos mostraram que características magnéticas individuais coexistem com o estado supercondutor geral. Essa coexistência é intrigante porque, em muitos materiais, magnetismo e supercondutividade costumam competir entre si, ou seja, não conseguem coexistir facilmente no mesmo ambiente.

Como os Experimentos Foram Realizados

Para analisar o CeRhAs, os cientistas usaram cristais únicos de alta qualidade do material. Esses cristais foram feitos usando um método conhecido como processo Bi-flux. Pesquisadores montaram vários experimentos para observar a transição entre diferentes estados supercondutores e o comportamento magnético associado.

A temperatura foi cuidadosamente controlada, variando de 30 mK a 2 K. Dois tipos principais de medições foram feitas: zero-field (ZF) e weak transverse-field (wTF). As medições ZF observam o comportamento dos múons em um campo magnético zero, enquanto as medições wTF introduzem um campo magnético fraco para ver como ele influencia as propriedades do material.

Na condição ZF, os pesquisadores encontraram uma relaxação magnética fraca no estado normal a 0,6 K, mas conforme a temperatura diminuía, um campo interno espontâneo foi observado, indicando o início da ordem magnética. Esse campo interno, quantificado em cerca de 50 Oe, veio principalmente de um local específico da estrutura cristalina.

As descobertas indicaram uma forte relação entre a temperatura e o campo magnético interno abaixo de 0,55 K. Conforme a temperatura caía, a taxa de relaxação medida nos experimentos refletia o estabelecimento da ordem magnética.

Nos experimentos wTF, o mesmo tipo de campos internos foi encontrado, confirmando a presença de magnetismo. Ao observar diferentes temperaturas e campos magnéticos, ficou claro que mais de 70% das assimetrias dos múons estavam ligadas à ordem magnética.

A Conexão Entre Magnetismo e Supercondutividade

As descobertas mostram que o magnetismo não só existe separadamente da supercondutividade no CeRhAs, mas sim que estão interconectados. À medida que o estado supercondutor se desenvolve, ele influencia a natureza da ordem magnética. Os experimentos sugerem que a ocorrência de magnetismo pode até afetar o surgimento da supercondutividade, com ambas as fases parecendo influenciar uma à outra.

A ordem magnética proposta não descarta a ordem itinerante de momentos magnéticos sugerida anteriormente no material CeRhAs. Também indica uma interação complexa onde diferentes propriedades magnéticas podem contribuir juntas para a supercondutividade.

Um ponto crítico é que a presença da ordem magnética ainda persiste mesmo quando o CeRhAs entra no estado supercondutor, marcando uma diferença em relação a outros materiais onde essas ordens costumam competir.

Além disso, a inconsistência nas medições magnéticas de diferentes técnicas sugere uma natureza dinâmica na ordem magnética. Os sinais magnéticos podem flutuar, tornando-se visíveis em certas medições, mas não em outras.

Entendendo as Propriedades Únicas do CeRhAs

CeRhAs se destaca entre outros sistemas de fermi pesados onde magnetismo e supercondutividade geralmente colidem. Em muitos casos, essas propriedades tendem a se segregar, mas no CeRhAs, elas coexistem de forma muito próxima, o que levanta questões sobre por que isso acontece aqui.

A dupla natureza dos elétrons no CeRhAs provavelmente está contribuindo tanto para os estados magnéticos quanto supercondutores. A disposição única dos átomos permite comportamentos variados desses elétrons, que podem ter um papel significativo em como as duas fases trabalham juntas.

Os comportamentos observados no material não se concentram apenas em magnetismo e supercondutividade, mas também sugerem a presença de interações únicas que precisam de mais exploração.

Direções Futuras na Pesquisa

Essas descobertas abrem caminhos para pesquisas mais profundas sobre CeRhAs e materiais semelhantes. Entender como o magnetismo influencia a supercondutividade será essencial para aplicações potenciais em tecnologia e ciência dos materiais. Estudos futuros devem se concentrar em caracterizar as interações entre a ordem magnética e a supercondutividade com mais detalhes.

Ao explorar essas propriedades mais a fundo, os cientistas esperam revelar mais sobre as regras fundamentais que governam o comportamento de materiais complexos como o CeRhAs. Isso pode levar à descoberta de novos princípios físicos e pode ter implicações no design de materiais supercondutores futuros.

Conclusão

CeRhAs serve como um exemplo fascinante de como magnetismo e supercondutividade podem coexistir em temperaturas baixas. O material demonstra uma interação única onde tanto a ordem magnética quanto a supercondutividade estão presentes simultaneamente. O uso de técnicas de relaxação de spin de múons revelou insights significativos sobre como esses dois estados interagem.

À medida que esses materiais continuam a ser estudados, o entendimento da supercondutividade e fenômenos relacionados pode evoluir, levando a avanços na ciência dos materiais e aplicações em tecnologia. A natureza complexa do CeRhAs sugere que ele continuará a ser uma área ativa de pesquisa nos próximos anos.

Fonte original

Título: Coexistence of local magnetism and superconductivity in the heavy-fermion CeRh$_2$As$_2$ revealed by $\mu$SR studies

Resumo: The superconducting (SC) state ($T_\mathrm{c}$ = 0.3 K) of the heavy-fermion compound CeRh$_2$As$_2$, which undergoes an unusual field-induced transition to another high-field SC state, emerges from an unknown ordered state below $T_\mathrm{o}$ = 0.55 K. While an electronic multipolar order of itinerant Ce-4$f$ states was proposed to account for the $T_\mathrm{o}$ phase, the exact order parameter has not been known to date. Here, we report on muon spin relaxation ($\mu$SR) studies of the magnetic and SC properties in CeRh$_2$As$_2$ single crystals at low temperatures. We reveal a magnetic origin of the $T_\mathrm{o}$ order by identifying a spontaneous internal field below $T_\mathrm{o}$ = 0.55 K. Furthermore, we find evidence of a microscopic coexistence of local magnetism with bulk superconductivity. Our findings open the possibility that the $T_\mathrm{o}$ phase involves both dipole and higher order Ce-4$f$ moment degrees of freedom and accounts for the unusual non-Fermi liquid behavior.

Autores: Seunghyun Khim, Oliver Stockert, Manuel Brando, Christoph Geibel, Chirstopher Baines, Thomas J. Hicken, Hubertus Luetkens, Debarchan Das, Toni Shiroka, Zurab Guguchia, Robert Scheuermann

Última atualização: 2024-06-26 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2406.16575

Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2406.16575

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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