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# Biologia# Genómica

Papel do Sistema Imune no Crescimento do Câncer

Pesquisas mostram que o sistema imunológico pode não conseguir lidar direitinho com células sanguíneas mutadas.

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O Sistema Imunológico é a defesa do corpo contra células prejudiciais, incluindo aquelas que podem causar Câncer. Ele identifica e remove células que têm mudanças estranhas, conhecidas como Mutações. O sistema imunológico faz isso reconhecendo proteínas específicas, ou peptídeos, que são mostrados na superfície das células. Se uma célula apresenta um peptídeo diferente do normal, o sistema imunológico pode marcá-la para destruição.

Como o Sistema Imunológico Identifica Células

As células mostram pedaços de suas proteínas internas na superfície usando uma molécula chamada MHC (complexo maior de histocompatibilidade). Existem dois tipos principais de MHC: Classe I e Classe II. O MHC Classe I é encontrado na maioria das células e apresenta peptídeos para células T CD8+. Quando as células T reconhecem um peptídeo estranho em uma molécula de MHC Classe I, elas podem reagir e eliminar a célula potencialmente prejudicial.

A capacidade de um peptídeo se ligar ao MHC é crucial. Peptídeos que se ligam fortemente ao MHC têm mais chances de serem apresentados na superfície da célula e reconhecidos pelas células T. Diferentes pessoas têm versões diferentes do MHC, conhecidas como alelos. Essa diversidade significa que algumas pessoas podem apresentar certas mutações de forma mais eficaz do que outras.

Câncer e Vigilância Imunológica

O câncer pode surgir quando mutações nas células fazem com que cresçam descontroladamente. Algumas pesquisas sugerem que o sistema imunológico atua como uma forma de vigilância, impedindo que essas mutações prejudiciais se desenvolvam. No entanto, não se sabe exatamente quando essa vigilância imunológica começa ou quanto ela influencia o crescimento de células mutadas à medida que as pessoas envelhecem ou nas primeiras fases do câncer.

Estudos indicam que, quando o sistema imunológico está enfraquecido, o risco de câncer aumenta. Isso sugere que o sistema imunológico pode pegar e controlar certas mutações antes que elas se tornem câncer detectável. Nas fases iniciais do câncer, muitas vezes há sinais de atividade imunológica, indicando que o sistema imunológico está tentando reconhecer e combater células mutadas.

Investigando a Vigilância Imunológica na Hematopoiese Clonal

A hematopoiese clonal (HC) é uma condição em que células sanguíneas anormais se expandem e podem sinalizar um aumento do risco de câncer. Os pesquisadores analisaram a HC para entender como a vigilância imunológica pode afetar o crescimento de células sanguíneas mutadas. Eles usaram dados de grandes bancos de dados de saúde para analisar a expansão de mutações específicas relacionadas à HC em vários indivíduos.

Comparando pessoas com diferentes respostas imunológicas com base em seu MHC, os pesquisadores tentaram ver se a forte ligação de mutações ao MHC limitava o crescimento dessas células mutadas. Eles esperavam que, se o sistema imunológico fosse eficaz, indivíduos que apresentassem bem uma mutação teriam menos células mutadas.

Descobertas do Estudo

Apesar da hipótese, os pesquisadores não encontraram diferenças significativas na prevalência de HC em indivíduos com diferentes habilidades previstas de ligação ao MHC. Isso significa que, mesmo que alguém consiga apresentar uma mutação bem, isso não garante que menos células mutadas cresceriam.

O estudo também avaliou os tamanhos das clones mutadas. Se a vigilância imunológica fosse eficaz, eles esperavam que indivíduos com forte ligação ao MHC tivessem tamanhos de clones menores. No entanto, nenhuma diferença significativa foi observada, indicando que o reconhecimento imunológico não influenciou o tamanho das populações de células mutadas de maneira significativa.

Falta de Evidência para Influência do MHC em Clones Cancerígenos

Os pesquisadores também exploraram se ter uma maior variedade de alelos MHC protegeria contra a HC. Não encontraram evidências de que um conjunto diverso de alelos MHC resultasse em menos casos de hematopoiese clonal. Isso sugere que simplesmente ter uma gama de tipos de MHC não melhora necessariamente a eficácia da vigilância imunológica.

Eles também examinaram se certas mutações conhecidas com respostas imunológicas reconhecidas apresentavam efeitos protetores. Novamente, não havia evidências de que essas mutações fossem menos comuns em indivíduos com HC em comparação com a população geral.

Implicações para a Pesquisa sobre Câncer

No geral, a pesquisa indica que o papel do sistema imunológico em controlar o crescimento de mutações nas células sanguíneas pode não ser tão forte quanto se pensava anteriormente. Os achados sugerem que a vigilância imunológica não desempenha um papel significativo em limitar a expansão de muitas mutações associadas à hematopoiese clonal.

Embora o sistema imunológico seja essencial para combater o câncer, o estudo implica que ele pode não reconhecer e eliminar todas as células mutadas antes que possam proliferar.

Limitações e Direções Futuras

Embora o estudo tenha fornecido insights valiosos, ele se baseou fortemente em previsões computacionais sobre quão bem as mutações se ligariam às moléculas de MHC. A precisão dessas previsões pode variar. Algumas mutações que se ligam bem podem ainda não ser imunogênicas o suficiente para gerar uma resposta imunológica forte.

Pesquisas futuras poderiam focar em entender se a vigilância imunológica ocorre em estágios mais precoces ou se se aplica apenas a mutações altamente imunogênicas. Os pesquisadores também notaram a necessidade de estudos que examinem diretamente a resposta imunológica a mutações específicas em diferentes tipos de células.

Entender por que algumas mutações conseguem escapar da detecção imunológica é essencial. Podem haver fatores como diminuição do reconhecimento devido a alterações na expressão de MHC ou a presença de um ambiente imunossupressor no corpo.

Conclusão

Resumindo, o câncer e sua relação com o sistema imunológico é um campo de estudo complexo e em evolução. Embora o sistema imunológico desempenhe um papel crucial na identificação e eliminação de células prejudiciais, os achados dessa pesquisa sugerem que sua eficácia em monitorar e controlar o crescimento de certas células sanguíneas mutadas pode ser limitada.

Apesar dos avanços significativos na pesquisa sobre câncer, ainda há muito desconhecido sobre como o sistema imunológico interage com mutações que podem levar ao câncer. Estudos em andamento são essenciais para descobrir as nuances da vigilância imunológica e suas implicações potenciais para a prevenção e tratamento do câncer.

Fonte original

Título: No evidence of immunosurveillance in mutation-hotspot driven clonal haematopoiesis

Resumo: The theory of immunosurveillance posits that T-cells can selectively eliminate clones harbouring non-self antigens generated by somatic mutations. There is considerable evidence supporting the role of immune surveillance in cancer. Whether immunosurveillance imposes a negative selective pressure on pre-cancerous clones, however, is not well established. Here, we studied the association between MHC-variant binding and risk of clonal haematopoiesis (CH), a pre-cancer state in the blood driven by expansions of mutant haematopoietic stem cells (HSCs). We predicted MHC binding affinity towards 40 known CH hotspot variants in 380,000 UK Biobank participants, and examined the relationship between predicted binding to each variant and risk of its expansion in the blood. Despite being well powered to detect subtle differences in selective pressure, we did not find associations between predicted MHC binding and CH prevalence for any of the hotspot variants. In individuals in whom we identified CH, there was no relationship between predicted binding affinity to the variant and size of the clone. Overall, we do not find evidence for the MHC genotype to be a factor that affects which somatic variants expand in CH, suggesting a limited role for immunosurveillance in shaping the genetic diversity of the blood.

Autores: Barbara Walkowiak, Hamish AJ MacGregor, Jamie R Blundell

Última atualização: 2024-09-30 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.27.615394

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.27.615394.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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