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Comparando os Movimentos dos Olhos e das Mãos em Tarefas de Busca

Estudo revela como os movimentos dos olhos e das mãos afetam o desempenho na busca e a tomada de decisões.

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Olhos vs. Mãos na BuscaOlhos vs. Mãos na Buscasobre a eficiência na busca.Estudo revela insights importantes
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Nossos olhos não são igualmente bons em ver tudo. A melhor visão rola em uma parte pequenininha do olho chamada fovea. Pra olhar diferentes coisas, a gente faz uns movimentos rápidos nos olhos chamados sacadas. Esses movimentos ajudam a focar em objetos um de cada vez, permitindo que a gente veja eles claramente. Em geral, as pessoas fazem cerca de duas dessas sacadas por segundo durante as atividades do dia a dia.

Como as sacadas são rápidas e não exigem muito esforço, muita gente acha que elas não custam muito em termos de energia ou esforço mental. Mas, os movimentos dos olhos podem mudar que tipo de informação o cérebro recebe e podem impactar quão bem a gente vê as coisas.

Por exemplo, quando fazemos uma sacada, nossa visão fica meio embaçada, o que significa que podemos perder detalhes importantes enquanto nossos olhos se movem. Além disso, só conseguimos focar em um alvo por vez, o que quer dizer que podemos perder de vista outras coisas que estão rolando ao nosso redor. O cérebro também conta o esforço que leva pra mover os olhos, como a gente lembra do que vê e quão rápido conseguimos achar as coisas quando há distrações.

Às vezes, esse esforço influencia como movemos os olhos. Por exemplo, pesquisadores descobriram que as pessoas ajustam seus movimentos oculares e decisões com base em quanto tempo leva pra encontrar um alvo. Elas podem procurar Alvos mais fáceis, mesmo que demore mais, e só buscar os mais difíceis quando os fáceis estiverem muito difíceis de ver.

Isso levanta uma pergunta: esse jeito de equilibrar custos e benefícios é específico dos movimentos oculares ou acontece também de outras maneiras que a gente usa pra procurar coisas? Alguns estudos mostram que o jeito como movemos os olhos em tarefas de busca é parecido com como usamos as mãos. Em um estudo, as pessoas podiam usar os olhos pra olhar imagens ou tocar na tela com os dedos pra focar em partes de uma imagem embaçada. Surpreendentemente, os padrões de busca eram semelhantes pra ambos os movimentos, sugerindo que os mesmos fatores influenciam como escolhemos alvos, seja usando os olhos ou as mãos.

Por outro lado, um outro conjunto de estudos mostrou uma diferença grande. Mover as mãos geralmente leva mais tempo e esforço do que mover os olhos, o que significa que as pessoas planejam os movimentos das mãos com mais cuidado do que os dos olhos.

Mesmo que alguns estudos tenham analisado como os custos afetam o jeito que a gente busca as coisas, não se fez muita coisa pra ver como os custos de diferentes tipos de movimentos se equilibram com os benefícios. Também não sabemos se equilibrar custos e benefícios ajuda a encontrar informações de forma mais eficiente.

Nesse estudo, a gente vai comparar como as pessoas procuram coisas usando os olhos contra usando as mãos. Vamos ver como funciona a Tomada de decisão e se o equilíbrio quase perfeito entre custos de busca e benefícios encontrado com os movimentos oculares também aparece com os movimentos das mãos.

Método

Participantes

Juntamos informações de 22 alunos. Alguns foram retirados do estudo porque não entenderam a tarefa ou tiveram problemas técnicos. No final, ficamos com 19 participantes com idades entre 19 e 29 anos, com uma média de idade de cerca de 24. Todos tinham visão normal ou corrigida pra normal. Os participantes foram pagos pelo tempo e ganharam bônus com base no Desempenho.

Tarefas

Nossas tarefas rolaram em salas com pouca luz. Montamos duas tarefas: uma pra buscar com os olhos, chamada tarefa de busca oculomotora, e uma usando movimentos manuais com uma caneta em um tablet, conhecida como tarefa de busca manual.

Ambas as tarefas usaram tipos de imagens e configurações semelhantes, permitindo que a gente visse como as pessoas se comportaram nas duas situações.

Tarefa de Busca Oculomotora

Nessa tarefa, usamos um software especial pra mostrar imagens na tela, e registramos os movimentos oculares. Os participantes tinham que olhar pra um ponto de fixação, e quando as imagens apareciam, eram esperados a procurar alvos entre várias distrações.

Tarefa de Busca Manual

Nessa tarefa, os participantes usaram um tablet e uma caneta pra tocar em alvos na tela. O objetivo era o mesmo que na tarefa de movimento ocular: eles tinham que encontrar alvos específicos entre distrações.

Estímulos e Procedimento

Usamos imagens semelhantes nas duas tarefas, que eram retângulos em círculos coloridos. Alguns alvos eram fáceis de identificar, enquanto outros eram mais difíceis. As tarefas incluíram diferentes condições onde os participantes tinham que encontrar um alvo ou dois ao mesmo tempo.

Nas duas tarefas, os participantes foram instruídos sobre o que fazer e tiveram tentativas de prática antes das tentativas reais começarem.

Resultados

Desempenho na Condição de Alvo Único

No nosso estudo, observamos como os participantes conseguiam diferenciar alvos fáceis e difíceis. Na condição de alvo único, os participantes se saíram melhor com os alvos fáceis do que com os difíceis.

Tarefa de Busca Oculomotora

Os participantes identificaram corretamente os alvos fáceis na maior parte do tempo, com uma pontuação alta, e responderam mais rápido em comparação aos alvos difíceis. No entanto, o tempo que eles gastaram planejando e inspecionando não foi muito diferente entre os dois tipos de alvos.

Tarefa de Busca Manual

Na tarefa de busca manual, os participantes também distinguiram melhor os alvos fáceis dos difíceis. Eles foram um pouco mais lentos em responder em comparação à tarefa oculomotora, mas os tempos de planejamento e inspeção foram semelhantes para ambos os tipos de alvos.

Comparação Entre Tarefas

Ao comparar as duas tarefas, notamos tendências diferentes. Os participantes na tarefa oculomotora conseguiram completar mais tentativas e ganharam mais dinheiro de bônus do que na tarefa manual. Isso quer dizer que buscar com os olhos foi mais rápido, levando a um desempenho melhor no geral.

Tomada de Decisão na Condição de Dois Alvos

A gente também analisou como os participantes se comportaram quando tinham que escolher entre dois alvos na condição de dois alvos.

De modo geral, as pessoas completaram mais tentativas nessa condição do que na de alvo único, e também ganharam mais bônus. Ao selecionar alvos, os participantes estavam cientes de suas próprias forças e fraquezas, gerenciavam seu tempo e otimizavam suas escolhas com base na dificuldade dos alvos.

Avaliando o Comportamento de Amostragem de Informação

Analisamos como os participantes amostraram informações durante suas tarefas. Na tarefa de busca oculomotora, as pessoas inicialmente escolhiam alvos aleatoriamente, mas mostraram um viés mais forte em escolher alvos conforme progrediam. Em contraste, na tarefa de busca manual, os participantes focaram nos alvos que acabaram escolhendo desde o começo.

Percepções sobre Ruído nos Movimentos Oculares

Os participantes geralmente conseguiram seguir um modelo de observador ideal. No entanto, às vezes, eles faziam escolhas que não maximizavam seus ganhos, especialmente na tarefa de busca oculomotora. Isso sugere que a maneira como movemos os olhos é afetada por fatores extras que criam ruído.

As diferenças entre o desempenho previsto e o real foram mais claras na tarefa oculomotora. Os movimentos oculares foram mais influenciados tanto pelo ruído da decisão quanto pelo ruído da amostragem em comparação com os movimentos manuais.

Considerações Finais

Tanto os movimentos oculares quanto as ações manuais parecem seguir padrões semelhantes na tomada de decisão durante as tarefas de busca. No entanto, a natureza dos movimentos afeta quão eficientemente as pessoas podem otimizar seu desempenho. Os movimentos oculares são mais rápidos, mas podem levar a ruído, enquanto os movimentos manuais demoram mais, mas permitem um controle e planejamento melhores.

No final das contas, esse estudo destaca a necessidade de considerar como diferentes tipos de movimentos podem influenciar nossa habilidade de buscar e identificar informações. Entender essas dinâmicas pode ajudar a gente a aprender como melhorar nossas estratégias de tomada de decisão em vários contextos, seja usando os olhos ou as mãos.

Essa pesquisa abre caminhos para explorar mais sobre como essas dinâmicas se desenrolam em ambientes mais complexos e situações da vida real, onde múltiplos fatores e estímulos estão presentes. Compreender esses comportamentos vai nos ajudar a aproveitar melhor nossas habilidades naturais para buscar de forma eficaz e tomar decisões informadas no nosso dia a dia.

Fonte original

Título: Trade-off between search costs and accuracy in oculomotor and manual search tasks

Resumo: Humans must weigh various factors when choosing between competing courses of action. In case of eye movements, for example, a recent study demonstrated that the human oculomotor system trades off the temporal costs of eye movements against their perceptual benefits, when choosing between competing visual search targets. Here, we compared such trade-offs between different effectors. Participants were shown search displays with targets and distractors from two stimulus sets. In each trial, they chose which target to search for, and, after finding it, discriminated a target feature. Targets differed in their search costs (how many target-similar distractors were shown) and discrimination difficulty. Participants were rewarded or penalized based on whether the targets feature was discriminated correctly. Additionally, participants were given limited time to complete trials. Critically, they inspected search items either by eye movements only or by manual actions (tapping a stylus on a tablet). Results show that participants traded off search costs and discrimination difficulty of competing targets for both effectors, allowing them to perform close to the predictions of an ideal observer model. However, behavioral analysis and computational modelling revealed that oculomotor search performance was more strongly constrained by decision-noise (what target to choose) and sampling-noise (what information to sample during search) than manual search. We conclude that the trade-off between search costs and discrimination accuracy constitutes a general mechanism to optimize decision-making, regardless of the effector used. However, slow-paced manual actions are more robust against the detrimental influence of noise, compared to fast-paced eye movements. New & NoteworthyHumans trade off costs and perceptual benefits of eye movements for decision-making. Is this trade-off effector-specific or does it constitute a general decision-making principle? Here, we investigated this question by contrasting eye movements and manual actions (tapping a stylus on a tablet) in a search task. We found evidence for a costs-benefits trade-off in both effectors, however, eye movements were more strongly compromised by noise at different levels of decision-making.

Autores: Alexander C Schutz, I. Wagner, J. Tunnermann, A. Schubo

Última atualização: 2024-10-16 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.14.618170

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.14.618170.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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