Como a E. coli se dá bem em ambientes ácidos
As estratégias de crescimento da E. coli em condições de pH baixo mostram sua adaptabilidade e trabalho em equipe.
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Índice
- E. coli e Resistência à Acidez
- Como a E. coli Cresce em Condições Ácidas
- O Papel da Densidade Populacional
- Dinâmicas de Crescimento Sob Estresse Ácido
- Mudanças no Tamanho da Célula
- Efeitos de Pré-tratamento e Inibição da Tradução
- O Papel dos Sistemas de Resistência à Acidez
- Semelhanças em Outras Bactérias
- Comportamento Coletivo e Crescimento de Proteção cruzada
- Conclusão
- Fonte original
Bactérias são coisinhas vivas bem pequenas que estão por toda parte, incluindo nossos corpos e o ambiente. Um ponto importante sobre como as bactérias crescem é o nível de pH ao redor delas, que mede o quão ácido ou básico é uma solução. Bactérias neutralofílicas, como a E. Coli, crescem melhor quando o pH está perto de 7.0, que é neutro. Essas bactérias também conseguem sobreviver em condições um pouco mais ácidas (pH de 5.0 a 7.0) e têm jeitos especiais de fazer isso.
E. coli e Resistência à Acidez
A E. coli é um tipo comum de bactéria que, às vezes, pode causar doenças em humanos. Quando a E. coli vive em ambientes ácidos, como o estômago ou alguns alimentos, ela usa estratégias diferentes para sobreviver. Essas estratégias são conhecidas como mecanismos de resistência à acidez. Alguns desses sistemas envolvem o uso de aminoácidos, que são os blocos de construção das proteínas, para combater os efeitos da acidez.
Existem vários sistemas de resistência à acidez na E. coli. Os mais importantes são o sistema Gad, o sistema Adi e o sistema Cad. Cada sistema depende de proteínas específicas que ajudam as bactérias a lidarem com condições ácidas, tornando o interior das células menos ácido.
Como a E. coli Cresce em Condições Ácidas
Quando a E. coli é colocada em um ambiente ácido, seu crescimento pode ser medido em fases. Primeiro, há um aumento rápido de tamanho sem divisão celular. Depois, vem uma pausa no crescimento, conhecida como fase de mid-lag, antes que o crescimento normal volte. A duração dessa fase de mid-lag pode variar dependendo do número de bactérias presentes na cultura. Em culturas de maior densidade, a pausa no crescimento é mais curta, enquanto em culturas de menor densidade, a pausa dura mais.
Estudos recentes mostraram que a E. coli pode trabalhar em conjunto para baixar a acidez ao redor delas. Isso significa que mesmo que algumas bactérias sejam mais resistentes à acidez do que outras, elas ainda conseguem ajudar suas vizinhas a sobreviver. Esse trabalho em equipe permite que a E. coli se dê bem em ambientes com baixo pH.
Densidade Populacional
O Papel daA densidade populacional, ou o número de bactérias em um determinado espaço, tem um papel crucial em quão bem a E. coli pode crescer em condições ácidas. Quando cultivada em laboratório em diferentes níveis de pH, os pesquisadores descobriram que a E. coli apresentava padrões de crescimento específicos que eram influenciados pela quantidade de bactérias presentes.
Em níveis de pH neutro, o crescimento da E. coli não foi afetado pela densidade celular. No entanto, à medida que o pH diminuía, a relação entre densidade e crescimento ficava mais clara. Em ambientes de pH mais baixo, como pH 4.4, as culturas de menor densidade mostraram um padrão de crescimento multiphasico, enquanto culturas de maior densidade continuaram a crescer. Isso significa que mais bactérias podem levar a um crescimento e recuperação mais rápidos em condições ácidas.
Dinâmicas de Crescimento Sob Estresse Ácido
Em experimentos onde a E. coli foi submetida a um pH ácido quase letal, os pesquisadores observaram que o processo de crescimento se tornava mais complexo. Inicialmente, as bactérias se alongavam sem se dividir, levando a um aumento em sua massa. Essa fase era seguida por uma pausa no crescimento, durante a qual as bactérias trabalhavam para elevar o pH ao seu redor antes de retomar o crescimento normal.
A capacidade de elevar o pH ao redor delas dependia não apenas da quantidade de bactérias presentes, mas também do tampão no meio. Um tampão ajuda a manter um pH estável, e quando diferentes tampões eram usados, os padrões de crescimento da E. coli mudavam.
Mudanças no Tamanho da Célula
Os pesquisadores também analisaram como a E. coli mudava de tamanho durante esse processo de crescimento. Quando expostas a condições ácidas, as células de E. coli se alongavam significativamente antes de voltarem ao seu tamanho normal. Essa mudança de tamanho era crucial para sua capacidade de se adaptar e lidar com o estresse do baixo pH.
Os pesquisadores notaram que essas mudanças no crescimento e no tamanho da célula eram importantes para ajudar a E. coli a sobreviver em ambientes difíceis. Para algumas cepas, esse alongamento celular era especialmente pronunciado, enquanto outras cepas mostravam padrões de crescimento diferentes.
Efeitos de Pré-tratamento e Inibição da Tradução
O pré-tratamento da E. coli em condições ácidas parecia aumentar sua capacidade de sobreviver quando eram expostas a níveis de pH ainda mais baixos. Quando os pesquisadores inibiram a criação de proteínas nas células, descobriram que as células pré-tratadas ainda conseguiam elevar o pH ao redor. Isso mostrou que a habilidade de lidar com o estresse ácido depende de ter as preparações certas em prática antes que o estresse aconteça.
O Papel dos Sistemas de Resistência à Acidez
A eficiência do crescimento da E. coli em condições ácidas depende em grande parte dos vários sistemas de resistência à acidez que ela tem. Os pesquisadores testaram diferentes cepas de E. coli para entender como esses sistemas contribuem individualmente para a capacidade das bactérias de sobreviver e crescer em ambientes de baixo pH.
Cepas que não possuíam certos componentes de resistência à acidez mostraram crescimento reduzido em níveis baixos de pH. Em contraste, cepas com resistência à acidez aumentada, através da adição de certos substratos, experimentaram melhorias significativas no crescimento. Isso destacou a importância de diferentes sistemas de resistência à acidez trabalhando juntos para permitir que a E. coli prospere.
Semelhanças em Outras Bactérias
Os pesquisadores também examinaram outras cepas de E. coli e bactérias relacionadas, como a Salmonella, para ver se apresentavam padrões de crescimento dependentes da densidade em pH baixo. Eles descobriram que algumas cepas compartilhavam essas características, mas também havia diferenças notáveis.
Algumas cepas tiveram respostas de crescimento mais pronunciadas ao baixo pH em comparação com outras, indicando que diferentes cepas bacterianas podem ter capacidades variáveis para lidar com ambientes ácidos.
Proteção cruzada
Comportamento Coletivo e Crescimento deUm aspecto fascinante dessa pesquisa é a ideia de comportamento coletivo em populações bacterianas. A E. coli pode se beneficiar da presença de células mais resistentes à acidez, mesmo que essas células sejam de uma cepa diferente. Em culturas mistas de diferentes cepas, os pesquisadores descobriram que células sensíveis ao ácido conseguiam crescer melhor quando estavam na presença de células mais tolerantes ao ácido. Esse tipo de interação, conhecido como proteção cruzada, sugere que as bactérias podem se apoiar em ambientes desafiadores.
Conclusão
As dinâmicas de crescimento bacteriano em condições ácidas são complexas e influenciadas por vários fatores, incluindo pH e densidade populacional. A E. coli e bactérias relacionadas desenvolveram várias estratégias para sobreviver nesses ambientes difíceis, mostrando uma adaptabilidade notável por meio do trabalho em equipe e de sistemas variados de resistência à acidez. Entender como essas bactérias gerenciam o estresse ácido pode fornecer insights sobre seu comportamento em ambientes naturais, como o corpo humano, além de aumentar nosso conhecimento sobre as estratégias de sobrevivência bacteriana em geral.
Título: Collective dynamics of Escherichia coli growth under near-lethal acid stress
Resumo: Many neutralophilic bacteria, including Escherichia coli, can withstand acidic conditions due to the action of several protective mechanisms. While the survival of E. coli under growth-inhibitory extreme acid stress is well understood, less is known about the physiology of E. coli growth under severe but permissive acidity. Here, we observed that growth of E. coli MG1655 in a rich medium with pH of 4.1 to 4.4 exhibits a characteristic multi-phasic growth pattern, consisting of an initial exponential elongation in the absence of cell division, followed by growth arrest and subsequent resumption of exponential growth. The duration of the growth arrest phase was strongly dependent on the pH of the medium, but also on the initial cell density of the culture, suggesting the collective nature of this phenomenon. Cell-density dependent multiphasic growth at the near-lethal pH, including the initial increase in cell volume associated with either elongation or widening of the cell body, was also observed for all tested natural E. coli isolates and for Salmonella enterica serovar Typhimurium. Such transient increase in volume apparently enables bacteria to induce acid resistance systems, including the lysine-dependent Cad system, to subsequently modify pH of the medium in the density-dependent manner. Consistent with the collective recovery, even a minor fraction of acid-tolerant cells could fully cross-protect acid-sensitive cells enabling them to resume growth in coculture. Thus, collective dynamics plays a central role in bacterial growth under near-lethal acid stress. ImportanceSince many E. coli and other Enterobacteriaceae isolates are gastrointestinal pathogens for humans, it is important to understand their growth under acidic conditions imposed by the host physiology in the stomach, colon, and inside macrophages. Here we show that E. coli growth under near-lethal acidic conditions is a collective phenomenon that critically depends on cell density. This collective behavior is favored by changes in cell morphology as a response to high acidity. The observed density dependence might have implications for pathogen proliferation in the acidic environment of the human gastrointestinal tract and possibly also for their interactions with immune cells.
Autores: Victor Sourjik, R. R. Segura Munoz
Última atualização: 2024-10-18 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.17.618973
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.17.618973.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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