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# Física# Experiência nuclear

A Busca pela Partícula X17

Pesquisadores estão atrás de uma nova partícula que pode explicar a matéria escura.

A. J. Krasznahorky, A. Krasznahorkay, M. Csatlós, J. Timár, M. Begala, A. Krakó, I. Rajta, I. Vajda, N. J. Sas

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Perseguindo a PartículaPerseguindo a PartículaX17Um mergulho profundo na busca pelo X17.
Índice

Os pesquisadores estão empolgados com uma possível nova partícula chamada X17, que pode mudar nossa compreensão da física. Essa partícula foi mencionada em experimentos que estudaram como elétrons e pósitrons se comportam quando produzidos a partir de certas reações nucleares, especificamente em Berílio (Be), Hélio (He) e carbono (C). O comportamento estranho nos ângulos das partículas emitidas levou os cientistas a acreditarem que poderiam estar testemunhando a criação e a rápida decadência dessa nova partícula, que tem uma massa de cerca de 17 MeV.

Contexto

O interesse pela partícula X17 aumentou depois que padrões inesperados surgiram em experimentos envolvendo os coeficientes de criação de pares internos de núcleos de berílio, hélio e carbono. Esses padrões sugeriram que algo incomum estava acontecendo, fazendo com que os pesquisadores considerassem a existência de uma nova partícula leve que poderia explicar essas descobertas.

O nome X17 foi dado à partícula depois que se hipotetizou que ela poderia estar relacionada ao problema da Matéria Escura, que intriga os cientistas há anos. Matéria escura é uma substância misteriosa que não emite luz ou energia, tornando difícil a detecção direta. Se a X17 realmente existir, pode ter interações com a matéria comum e ajudar a esclarecer fenômenos da matéria escura.

Esforços Experimentais

Desde que os resultados iniciais foram publicados, muitos experimentos em todo o mundo tentaram encontrar a partícula X17 e aprender mais sobre suas características. Alguns desses experimentos já publicaram suas descobertas, enquanto outros estão em andamento.

A Anomalia do Berílio

Uma das principais descobertas associadas à partícula X17 foi uma anomalia observada no berílio quando os pesquisadores analisaram as correlações de pares elétron-pósitron. Em um experimento notável realizado em 2016, os pesquisadores notaram que a correlação angular de elétrons e pósitrons emitidos mostrava um padrão incomum ao estudar transições no berílio. A transição de 18,15 MeV, em particular, apresentou essa anomalia, indicando a possível criação da partícula X17.

Em pesquisas subsequentes, os cientistas examinaram a decadência da Ressonância Dipolo Gigante no berílio. Eles encontraram novos resultados experimentais apontando para a existência dessa partícula hipotética.

Observações em Hélio

Os pesquisadores também exploraram o hélio e notaram anomalias semelhantes. Essas observações sugeriram que a partícula X17 poderia ser criada durante certas reações, como a captura de prótons em hidrogênio para formar hélio. As descobertas foram consistentes com as observadas no berílio, reforçando a ideia da partícula X17.

Experimentos em Carbono

Trabalhos recentes focaram nos processos de decadência em carbono, especificamente estudando os pares e+e− produzidos através de reações envolvendo prótons e carbono. Novamente, a equipe detectou picos anômalos nas distribuições angulares que apontavam para a presença da partícula X17, com uma massa derivada consistente com descobertas anteriores.

Buscas Mundiais pela X17

A busca pela partícula X17 gerou inúmeras iniciativas experimentais em todo o mundo, todas com o objetivo de confirmar ou refutar sua existência.

Universidade de Ciências de Hanói

Pesquisadores no Vietnã construíram um espectrômetro de dois braços especial para confirmar a anomalia do berílio. Seu trabalho demonstrou um acordo com as descobertas originais, especialmente em torno do pico significativo indicando a possível presença da partícula X17.

Instituto Conjunto de Pesquisa Nuclear

Uma equipe na Rússia investigou colisões d+Cu e encontrou estruturas intrigantes em seus dados que se assemelhavam a sinais da partícula X17. Eles identificaram picos em massas consistentes com a massa esperada da X17, sugerindo que múltiplas novas partículas poderiam existir nessa faixa de massa.

Experimento MEG II

No Instituto Paul Scherrer, o experimento MEG II visou verificar a existência da partícula X17 através de reações nucleares específicas. A análise inicial mostrou resultados promissores e deve ser publicada em breve.

Experimento Mu3e

A colaboração Mu3e está investigando uma possível conexão entre a partícula X17 e partículas do tipo axion. Seus limites iniciais sobre certas propriedades dessas partículas sugerem uma busca mais ampla no futuro.

Experimento PADME

Nos Laboratórios Nacionais de Frascati, os pesquisadores estão realizando buscas usando feixes de pósitrons para explorar a produção ressonante da partícula X17. Este experimento pode fornecer outra maneira de detectar a partícula esquiva.

Acelerador Tandem de Montreal

Um experimento está sendo montado em Montreal para medir pares elétron-pósitron resultantes da decadência da partícula X17. Esta observação independente visa confirmar as descobertas de estudos anteriores.

Novo JEDI no GANIL

O laboratório GANIL da França está planejando explorar a existência da partícula X17 através de feixes de partículas de alta intensidade. Sua configuração visa medir correlações angulares, contribuindo para a compreensão da partícula X17.

Evidências Experimentais para a X17

Os pesquisadores utilizaram vários métodos para procurar evidências da partícula X17. Esses métodos incluem a detecção de pares elétron-pósitron e a análise de sua distribuição angular para ver se os padrões coincidem com o comportamento hipotetizado da X17.

Configurações de Detector

A maioria das buscas envolve sistemas de detectores avançados que podem medir com precisão as energias e os ângulos das partículas emitidas. Por exemplo, os espectrômetros usados em experimentos variam desde aqueles com detectores de cinta de silício dupla até configurações complexas com rastreamento de alta precisão.

Sinais Anômalos

Em vários experimentos, os pesquisadores relataram excessos significativos nas distribuições angulares de pares emitidos que não se encaixam nas expectativas normais com base nas teorias existentes. Esses picos sugerem a presença de processos adicionais, provavelmente ligados à partícula X17.

Olhando para o Futuro

Apesar dos resultados encorajadores, a busca pela partícula X17 ainda está em andamento. Os cientistas estão ansiosos para coletar mais dados e realizar experimentos adicionais para confirmar sua existência e entender melhor suas características. Muitos estudos futuros devem coletar dados em vários canais que poderiam esclarecer ainda mais o potencial da partícula X17.

Conclusão

A possível descoberta da partícula X17 continua sendo um assunto quente na física nuclear e de partículas. Com inúmeros experimentos em andamento, os pesquisadores estão comprometidos em descobrir se essa partícula existe e o que isso significa para nossa compreensão do universo. À medida que mais resultados forem surgindo desses experimentos, a comunidade científica espera juntar as peças do quebra-cabeça em torno da X17 e suas implicações para a física, incluindo sua potencial conexão com a matéria escura. A busca continua, e a empolgação em torno da partícula X17 com certeza permanecerá como um ponto focal nas pesquisas futuras.

Resumo

A exploração pela partícula X17 é um capítulo empolgante na física moderna, oferecendo uma visão do que pode ser um avanço significativo em nossa compreensão do universo e das forças fundamentais que o governam. Com experimentos em andamento e colaboração internacional, os cientistas estão determinados a explorar essa área intrigante de pesquisa, buscando respostas para perguntas antigas sobre matéria, energia e o próprio tecido da realidade.

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