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# Biologia # Neurociência

A Ciência do Tempo de Reação Sacádico

Descubra como seus olhos reagem a estímulos visuais.

Yufeng Zhang, Pascal Fries

― 8 min ler


Tempo de Reação Sacádico Tempo de Reação Sacádico Explicado sobre como a gente processa o que vê. Movimentos oculares mostram coisas
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Quando você vê algo interessante, seus olhos rapidamente se viram pra isso. Esse movimento rápido dos olhos, chamado de sacada, ajuda a gente a focar no que importa. Mas você sabia que a rapidez com que seus olhos reagem a um alvo pode mudar dependendo de onde esse alvo tá? Esse tempo de resposta se chama Tempo de Reação Sacádica (TRS). Este artigo vai explorar o mundo fascinante do TRS e como ele é influenciado por vários fatores, como a posição do alvo e as condições de iluminação.

O que são Sacadas?

Sacadas são movimentos rápidos e simultâneos dos dois olhos que são essenciais pra pegar informações visuais sobre o que tá ao nosso redor. Imagine que você tá numa festa e alguém acena pra você do outro lado da sala. Seus olhos rapidamente se viram pra essa pessoa, permitindo que você veja ela claramente. Essa ação acontece quase sem você pensar.

A gente faz várias dessas movimentações a cada segundo, mas nem todas as sacadas são iguais. Às vezes nossos olhos se movem rápido, e às vezes demoram um pouco mais.

O que é Tempo de Reação Sacádica?

Tempo de Reação Sacádica é o tempo que leva pro seu cérebro reconhecer um novo alvo e enviar sinais pros seus olhos se moverem pra ele. É como uma corrida entre seu cérebro e seus olhos. O relógio começa a contar quando você vê algo novo e para quando seus olhos pousam nele. Se você tá olhando pra algo perto, pode reagir na hora. Mas se precisa olhar mais longe, pode demorar um pouco mais.

Fatores Influenciadores: Tamanho e Distância

Um fator importante que influencia o TRS é o tamanho da sacada. Curiosamente, tem um padrão específico de como o TRS muda com o tamanho do alvo. Para movimentos muito pequenos (menos de um grau) ou muito grandes (mais de dez graus), o TRS tende a ser mais longo. Mas para movimentos de tamanho médio, tipo entre dois e dez graus, o tempo de reação é significativamente mais curto. Pense nisso como o princípio da Goldilocks: nem muito grande, nem muito pequeno-justo certo!

O Papel da Eccentricidade do Alvo

A eccentricidade do alvo se refere a quão longe um alvo está do ponto onde você tá olhando. Quando falamos sobre os efeitos do tamanho ou da eccentricidade do alvo no TRS, destacamos um fenômeno curioso. Se você tá tentando encontrar um alvo que tá um pouco de lado, geralmente leva mais tempo pra reagir do que se ele estivesse bem à sua frente. O atraso é especialmente notável quando se trata de sacadas de tamanho médio, já que essas são as que fazemos com mais frequência, tanto na vida diária quanto em estudos científicos.

Pesquisas Passadas e Desafios

Estudos anteriores que olharam pro TRS frequentemente envolviam tarefas onde um ponto aparecia na sua visão periférica. Esse método não é sem problemas, porém. Por exemplo, quando os alvos são idênticos em tamanho físico, mas estão a diferentes distâncias, a visibilidade pode variar. Como nosso cérebro tende a melhorar a visão do que tá perto (obrigado, ampliação foveal!), o mesmo ponto pode ser mais difícil de ver quando tá mais longe, afetando nosso TRS.

Outro obstáculo em pesquisas anteriores foram as condições de iluminação. Se o fundo tá muito escuro, pode fazer o ponto parecer muito mais chamativo, dando uma reação rápida, mas não refletindo de verdade a influência do alvo nos movimentos dos seus olhos.

Estrutura da Tarefa: Sacadas Exógenas vs. Endógenas

A forma como montamos as tarefas pra medir o TRS também pode impactar os resultados. Dois tipos de tarefas usadas são sacadas exógenas e endógenas.

  • Sacadas Exógenas: Essas são impulsionadas pela aparição repentina de um alvo, como um barulho alto fazendo você olhar. Elas normalmente levam a reações mais rápidas, já que seus olhos quase pulam pra o novo estímulo visual.

  • Sacadas Endógenas: Nessas tarefas, o movimento acontece depois de um atraso, acionado por um sinal anterior. Por exemplo, você pode ser pedido pra manter os olhos fixos em um ponto, e só quando ele desaparece você muda o olhar pro alvo. Esse processo é um pouco mais lento, já que seu cérebro se prepara pra se mover depois do sinal de “vai”.

Diferentes Padrões de TRS

Estudos mostraram que os padrões de TRS nesses dois tipos de tarefas diferem de formas interessantes. Nas tarefas exógenas, o TRS geralmente aumenta à medida que o alvo se afasta, enquanto nas tarefas com atraso, essa tendência pode ser menos óbvia. Essa discrepância mostra como o controle da atenção desempenha um papel. Se um alvo tá mais longe, seu cérebro pode precisar trabalhar mais pra mudar a atenção e controlar o movimento dos olhos.

Abordagem Experimental e Métodos

Pra investigar essas ideias, os pesquisadores focaram em estudar macacos, já que eles oferecem insights valiosos sobre processamento visual semelhante ao dos humanos. Duas diferentes séries de estímulos foram usadas pros alvos, uma com tamanhos iguais e outra ajustada com base em como nossos olhos ampliam imagens a diferentes distâncias.

O Experimento

Durante o experimento, os macacos foram treinados pra fazer sacadas em direção a esses alvos em diferentes condições. Os pesquisadores controlaram cuidadosamente a iluminação do fundo e o tempo em que os alvos apareciam. Cada macaco foi testado várias vezes em cada cenário, permitindo uma coleta de dados confiável.

Descobertas sobre TRS e Escalonamento

A principal conclusão dos estudos é que escalar o tamanho dos estímulos influenciou o TRS. Quando o tamanho foi ajustado pra levar em conta os efeitos do processamento visual, isso reduziu efetivamente o TRS, especialmente para alvos com contraste mais baixo. Essa observação faz sentido-quando o alvo é mais fácil de ver, conseguimos reagir mais rápido!

O Fator Contraste

Curiosamente, aumentar o brilho ou contraste de um alvo também desempenha um papel significativo em quão rapidamente reagimos. Quanto mais brilhante e distinto um alvo é, mais rápido nosso cérebro pode processá-lo e enviar o comando pros nossos olhos se moverem. Isso significa que, durante tarefas onde o contraste varia, nosso TRS também muda de acordo.

A Influência da Atenção

Uma descoberta importante a partir dos achados foi o efeito da atenção no TRS. Em tarefas onde os macacos tinham que esperar por um sinal específico antes de mover os olhos, as mudanças de atenção se tornaram cruciais. Quando o ponto de fixação desaparecia, os macacos tinham que mudar a atenção daquele ponto pro alvo. Essa mudança, especialmente quando os alvos estavam mais longe, pode causar atrasos, resultando em TRS mais longos.

O Teste do Flash

Em testes adicionais, um flash repentino no centro do campo visual foi introduzido. A ideia era ver se isso capturaria a atenção dos macacos e afetaria seus tempos de reação. Acontece que esse flash criou um atraso claro, já que desviou temporariamente a atenção deles de volta pro centro.

Conclusão

O Tempo de Reação Sacádica é um aspecto complexo, mas fascinante de como interagimos visualmente com o que tá ao nosso redor. Entender isso ajuda a revelar muito sobre nossos processos cognitivos e como a atenção funciona. O tempo que leva pra mudar nosso olhar pode depender de vários fatores, incluindo tamanho, distância, contraste de fundo e se nossa atenção precisa mudar de um ponto pra outro.

Da próxima vez que você pegar um vislumbre de algo pelo canto do olho e se pegar virando os olhos pra isso, lembre-se, tem muito mais acontecendo por trás das cenas do que você pode ter pensado. Seu cérebro e seus olhos estão numa constante troca de sinais, respondendo e se adaptando a novas informações-mais rápido que uma bala!

Então, sempre fique pronto pra aqueles olhares rápidos e aqueles momentos em que seus olhos precisam se atualizar! Você nunca sabe quando a próxima visão interessante vai chamar sua atenção e desencadear uma nova aventura-ou pelo menos uma boa história pra contar!

Fonte original

Título: Eccentricity-Dependent Saccadic Reaction Time: The Roles of Foveal Magnification and Attentional Orienting

Resumo: A hallmark of primate vision is the emphasis on foveal processing, accompanied by frequent saccades that bring the fovea to salient parts of the scene, or to newly appearing stimuli. A saccade to a new stimulus is one of the most fundamental sensory-motor transformations. In macaque monkeys, we show that foveal magnification is not only the reason for saccades, but it also affects the dynamics of saccade initiation. In a task where the monkeys made saccades to peripheral target onsets, saccadic reaction time (SRT) increased with target eccentricity. Notably, we effectively eliminated this increase by scaling the target size according to the foveal magnification factor in the superior colliculus. We repeated the comparison between non-scaled and scaled targets, while changing the task to a delayed saccade task. In this task, the target was presented long before the saccade, and the saccade was triggered by foveal fixation offset rather than target onset, such that target onset long before fixation offset was essentially irrelevant for SRT. In this task, we found that SRT increased with target eccentricity, with similar rate for both non-scaled and scaled targets. Furthermore, this increase survived the addition of a salient distracting flash resetting attention to the foveal. The results obtained with the delayed saccades task are consistent with an attentional scan from the fovea to the target, a recently hypothesized general mechanism of attention.

Autores: Yufeng Zhang, Pascal Fries

Última atualização: Dec 6, 2024

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.08.08.552339

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.08.08.552339.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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