Simple Science

Ciência de ponta explicada de forma simples

# Biologia # Neurociência

Entendendo a Aphantasia: O Mistério da Imagem Mental

Esse artigo explora como a afantasia afeta a imaginação visual.

Jianghao Liu, M. Zhan, D. Hajhajate, A. Spagna, S. Dehaene, L. Cohen, P. Bartolomeo

― 9 min ler


Afantasia: Uma Afantasia: Uma Experiência Mental Única imaginação mental. Explorando o impacto da afantasia na
Índice

A imaginação visual mental é a capacidade de criar ou imaginar imagens visuais na mente sem qualquer estímulo visual de verdade. Mas tem uma galera, cerca de 4%, que diz não conseguir gerar essas imagens. Essa condição é chamada de aphantasia congênita. Enquanto os cientistas ainda tão tentando entender exatamente o que é a aphantasia, algumas ideias sugerem que pode ter a ver com a habilidade da pessoa de refletir sobre seus pensamentos ou de criar imagens mentais de forma voluntária.

As pessoas com aphantasia conseguem responder perguntas sobre como os objetos parecem com base nas suas memórias. Por exemplo, elas conseguem identificar qual fruta, tipo morangos ou cerejas, é mais escura. Elas também se saem bem em tarefas ligadas à memória visual de trabalho, que envolve manter e manipular informações visuais. Isso traz uma perspectiva única de como nossas mentes funcionam, especialmente em relação ao processamento consciente e à consciência.

Por que as pessoas com aphantasia não experimentam imagens visuais?

A imaginação visual mental tá ligada a duas áreas principais do cérebro: o córtex frontoparietal e o Córtex Visual. Porém, as partes exatas do córtex visual que são importantes para criar imagens mentais podem variar segundo diferentes teorias. Alguns pesquisadores acreditam que as áreas visuais básicas são essenciais, enquanto outros argumentam que áreas visuais de alto nível são mais significativas. Essas visões diferentes geram previsões variadas sobre o papel do cérebro na aphantasia.

A maioria dos estudos foca no córtex visual primário, particularmente no V1. Por exemplo, quão vívida uma pessoa consegue imaginar algo tá supostamente ligada a quão ativo o V1 dela tá. Alguns estudos até sugerem que imagens imaginadas podem ser reconstruídas a partir de padrões de dados nessas áreas. No entanto, tem casos de pessoas que tiveram danos nessas áreas e ainda mantiveram suas habilidades de imaginação, indicando que essas áreas visuais iniciais podem não ser essenciais para a Imaginação Mental.

Uma análise mais recente de vários estudos de imagem cerebral destacou a atividade nas regiões frontoparietais e uma área específica no giro fusiforme esquerdo, mostrando atividade independentemente do tipo de imaginação. Essa área foi chamada de Nó de Imagem Fusiforme (FIN). Em linha com isso, estudos mostram que danos no lobo temporal esquerdo podem resultar em problemas com a imaginação, independentemente do tipo de imagem mental. No entanto, ninguém ainda avaliou como o FIN funciona durante tarefas de imaginação visual ou o que pode ser diferente em pessoas com aphantasia.

Outra área crítica que precisa de mais estudo são os patches específicos de domínio no córtex visual que reagem a certos tipos de imagens, como rostos ou cores. Esses patches mostraram que podem reagir a diferentes domínios visuais, incluindo rostos, palavras e cores. Estudos anteriores indicaram que imaginar rostos ou lugares ativava regiões específicas associadas a esses conceitos. Danos em partes do córtex temporal podem levar a déficits nesses tipos específicos de imaginação visual. Então, ainda é necessário um exame detalhado de como essas áreas funcionam tanto na imaginação típica quanto na aphantasia.

Além disso, a conexão das redes frontoparietais, que são vitais para a percepção consciente, pode também ajudar a entender a aphantasia. Algumas evidências sugerem que a falta de conectividade entre essas redes pode significar que pessoas com aphantasia não experimentam conscientemente as informações visuais que acessam. Isso pode estar ligado a padrões de conectividade cerebral semelhantes vistos em certos transtornos do desenvolvimento.

Visão Geral da Pesquisa

Para responder essas perguntas, os pesquisadores tentaram identificar os circuitos cerebrais envolvidos tanto na imaginação voluntária geral quanto específica. Eles queriam entender como esses circuitos se comparam àqueles envolvidos durante a percepção visual normal. Além disso, analisaram como o processamento de informações precisas ocorre sem qualquer experiência consciente de imaginação em pessoas com aphantasia.

A pesquisa envolveu o uso de tecnologia avançada de imagem cerebral, especificamente fMRI de ultra-alta definição 7-Tesla, durante tarefas que engajaram cinco domínios visuais. Esses domínios incluíam formas de objetos, cores, palavras escritas, rostos e relacionamentos espaciais. Os participantes incluíam pessoas que conseguem imaginar normalmente e aquelas com aphantasia.

Mais de 160 testes avaliaram o desempenho de cada participante em imaginação mental por meio de perguntas auditivas ligadas aos cinco domínios, uma tarefa de controle usando palavras abstratas e uma tarefa perceptual que fornecia estímulos visuais enquanto fazia perguntas semelhantes. Os participantes classificaram a vívida das suas imagens mentais ou a confiança nas suas respostas durante os testes.

Resultados Comportamentais

Para indivíduos que conseguem visualizar normalmente, a média de pontuação da vividez da imaginação mental foi significativamente maior do que a dos que têm aphantasia, indicando que os imaginadores típicos tiveram experiências mais ricas de imagens visuais. Porém, apesar das pontuações mais baixas, aqueles com aphantasia se saíram bem em tarefas de imaginação e percepção.

Curiosamente, as pessoas com aphantasia levaram um pouco mais de tempo para responder durante as tarefas de imaginação em comparação com os imaginadores típicos, e tinham menos confiança nas suas respostas durante as tarefas de percepção. Isso indica uma possível diferença na forma como esses dois grupos processam informações visuais, especialmente quando se trata de conteúdo visual.

Ativações Específicas de Domínio

Para explorar como diferentes domínios ativavam áreas específicas do cérebro, os pesquisadores investigaram as áreas que respondem tanto à imaginação quanto à percepção. Eles descobriram que tarefas de imaginação ativavam várias regiões preferenciais, sugerindo que os indivíduos podiam engajar funções cerebrais relacionadas mesmo sem a capacidade de experimentar imagens mentais vívidas.

Para os imaginadores típicos, durante tarefas ligadas a formas, cores e rostos, áreas específicas do cérebro mostraram atividade correlacionada com aquelas características visuais. Em contraste, indivíduos com aphantasia também ativaram regiões relevantes quando tentaram visualizar, mas não experimentaram a imaginação da mesma forma.

Ao comparar os dois grupos, os pesquisadores notaram que as relações entre ativações durante a imaginação não se correlacionaram da mesma forma para os dois grupos, sugerindo que, embora ambos os grupos possam acessar certas informações visuais, aqueles com aphantasia podem não conectar isso a experiências conscientes de forma tão eficaz.

O Papel do Nó de Imagem Fusiforme

O FIN apareceu como uma área crítica durante tarefas de imaginação e percepção. Demonstrou seu envolvimento no processamento de informações visuais, mas apresentou padrões de conectividade diferentes entre imaginadores típicos e aqueles com aphantasia. Os imaginadores típicos mostraram uma forte conexão entre o FIN e outras áreas responsáveis pelo processamento cognitivo de alto nível, enquanto indivíduos aphantásicos não mostraram essas conexões.

Essa falta de conectividade é essencial para entender como a aphantasia se manifesta como uma experiência única. Apesar de padrões semelhantes de atividade cerebral, a desconexão entre o FIN e outras regiões pode explicar a ausência de experiência consciente na aphantasia.

Explorando Áreas Visuais Iniciais

Uma análise adicional das áreas visuais iniciais revelou padrões de atividade semelhantes entre os dois grupos. Para os imaginadores típicos, as áreas visuais iniciais estavam engajadas durante tarefas de percepção, mas durante tarefas de imaginação, houve uma queda acentuada na atividade. Essa queda sugere uma mudança de foco para os processos de pensamento internos em vez de estímulos externos.

Essas descobertas desafiam os modelos tradicionais que enfatizam o papel das áreas visuais iniciais na imaginação mental visual. Em ambos os grupos, os resultados sugeriram que áreas visuais de alto nível desempenham um papel mais significativo na imaginação mental do que anteriormente pensado.

Observações sobre a Aphantasia

Curiosamente, enquanto pessoas com aphantasia mostraram padrões de ativação semelhantes em áreas específicas do cérebro durante tarefas de imaginação mental, também exibiram uma atividade maior em áreas associadas à atenção e ao reorientamento dos processos de pensamento. Isso sugere que seus cérebros podem se engajar de forma diferente ao gerar ou manter imagens mentais em comparação com imaginadores típicos.

Pode haver uma desconexão que afeta a experiência subjetiva deles, o que significa que conseguem realizar tarefas de imaginação com precisão, mas não têm a imaginação consciente que acompanha essas tarefas para a maioria das pessoas.

Conclusão

Essa pesquisa joga luz sobre as complexidades da imaginação visual mental, especialmente a experiência única das pessoas com aphantasia. Através da análise de vários domínios visuais, foi mostrado que, embora tanto os imaginadores típicos quanto os indivíduos aphantásicos ativem regiões cerebrais semelhantes, os padrões de conectividade diferem significativamente.

Essas percepções abrem portas para uma melhor compreensão da mecânica da imaginação visual e da experiência da aphantasia. À medida que os pesquisadores continuam explorando essas áreas, o conhecimento adquirido provavelmente vai enriquecer nossa compreensão de como o cérebro processa imagens visuais e as conexões intricadas entre percepção, cognição e experiência consciente.

Fonte original

Título: Visual mental imagery in typical imagers and in aphantasia: A millimeter-scale 7-T fMRI study

Resumo: Most of us effortlessly describe visual objects, whether seen or remembered. Yet, around 4% of people report congenital aphantasia: they struggle to visualize objects despite being able to describe their visual appearance. What neural mechanisms create this disparity between subjective experience and objective performance? Aphantasia can provide novel insights into conscious processing and awareness. We used ultra-high field 7T fMRI to establish the neural circuits involved in visual mental imagery and perception, and to elucidate the neural mechanisms associated with the processing of internally generated visual information in the absence of imagery experience in congenital aphantasia. Ten typical imagers and 10 aphantasic individuals performed imagery and perceptual tasks in five domains: object shape, object color, written words, faces, and spatial relationships. In typical imagers, imagery tasks activated left-hemisphere frontoparietal areas, the relevant domain-preferring areas in the ventral temporal cortex partly overlapping with the perceptual domain-preferring areas, and a domain-general area in the left fusiform gyrus (the Fusiform Imagery Node). The results were valid for each individual participant. In aphantasic individuals, imagery activated similar visual areas, but there was reduced functional connectivity between the Fusiform Imagery Node and frontoparietal areas. Our results unveil the domain-general and domain-specific circuits of visual mental imagery, their functional disorganization in aphantasia, and support the general hypothesis that conscious visual experience - whether perceived or imagined - depends on the integrated activity of high-level visual cortex and frontoparietal networks.

Autores: Jianghao Liu, M. Zhan, D. Hajhajate, A. Spagna, S. Dehaene, L. Cohen, P. Bartolomeo

Última atualização: 2024-12-07 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.06.14.544909

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.06.14.544909.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

Artigos semelhantes