Avaliando Modelos de Linguagem Multilíngues: O Dilema do Inglês
Este artigo examina o papel complexo do inglês em avaliações multilíngues.
Wessel Poelman, Miryam de Lhoneux
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Índice
- O Crescente Interesse em Modelos de Linguagem Multilíngues
- Dois Papéis do Inglês nas Avaliações
- Inglês como Interface: Desempenho em Tarefas em vez de Compreensão Linguística
- Inglês como uma Língua Natural: Focando na Compreensão Linguística
- O Dilema do Mixed-Prompt: Um Jogo de Equilíbrio
- Metodologias na Avaliação Multilíngue
- Implicações do Uso do Inglês nas Avaliações
- A Importância da Língua Natural
- Avançando: Um Chamado à Mudança
- Conclusão: O Futuro das Avaliações de Modelos de Linguagem Multilíngues
- Fonte original
- Ligações de referência
No mundo de hoje, ser multilíngue não é só legal; é uma necessidade. Com várias línguas faladas pelo planeta, a demanda por ferramentas de comunicação eficazes em vários idiomas tá crescendo muito. É aí que entram os modelos de linguagem (LMs). Eles são sistemas de computador sofisticados feitos pra entender e gerar linguagem humana. Mas como a gente avalia o desempenho deles em diferentes idiomas, e qual o papel do inglês nisso tudo?
O Crescente Interesse em Modelos de Linguagem Multilíngues
Com o avanço da tecnologia, o interesse em processamento de Linguagem Natural multilíngue (NLP) tá aumentando. Pesquisadores tão correndo pra desenvolver modelos que consigam lidar com várias línguas, resultando na criação de várias ferramentas, benchmarks e métodos. Mas, geralmente, uma língua acaba dominando a conversa: o inglês.
O inglês é geralmente usado nas avaliações multilíngues dos modelos de linguagem. Isso não é só uma coincidência; é porque não tem dados suficientes de instrução disponíveis em muitas outras línguas. E aí o que acontece? O inglês acaba sendo usado como uma ponte entre o modelo e as diferentes línguas.
Dois Papéis do Inglês nas Avaliações
O inglês desempenha dois papéis principais nas avaliações multilíngues. O primeiro é como uma Interface, e o segundo é como uma língua natural.
Inglês como Interface: Desempenho em Tarefas em vez de Compreensão Linguística
Pensa no inglês como o tradutor que ajuda o modelo a entender o que precisa ser feito. Quando os pesquisadores querem testar como um modelo de linguagem se sai em uma tarefa específica, eles costumam usar comandos em inglês. Por exemplo, se você quer que um modelo classifique tópicos de notícias em várias línguas, pode pedir pra ele fazer isso em inglês primeiro. Esse método tem suas vantagens — como obter resultados melhores — mas levanta uma pergunta importante: será que estamos realmente testando a compreensão do modelo em outras línguas?
Usar o inglês como interface foca em melhorar o desempenho da tarefa. Isso significa que o objetivo é conseguir os melhores resultados, mesmo que isso signifique misturar línguas de um jeito meio forçado. Isso é às vezes chamado de mixed-prompt, onde o inglês é combinado com outra língua.
Imagina pedir pra um modelo multilíngue classificar uma notícia em turco, mas você dá as instruções em inglês. O resultado pode ser preciso, mas isso realmente mostra que o modelo entende turco? Esse tipo de configuração pode levar a avaliações tendenciosas, dificultando a medição das verdadeiras capacidades do modelo.
Inglês como uma Língua Natural: Focando na Compreensão Linguística
Por outro lado, quando o inglês se comporta como qualquer outra língua falada, isso ajuda a produzir resultados genuínos que refletem a compreensão do modelo. Isso é o que chamamos de usar o inglês como uma língua natural. Quando os pesquisadores avaliam modelos multilíngues usando comandos totalmente na língua-alvo ou troca de código natural, conseguimos ter uma imagem mais clara de quão bem o modelo entende cada língua.
Por exemplo, se você faz perguntas ao modelo em holandês, ele deve responder em holandês sem o inglês ajudando. Essa abordagem tá alinhada com o objetivo de compreensão multilíngue de linguagem natural (MLU). Reconhece que entender uma língua significa realmente captar suas nuances, não apenas depender do inglês como muleta.
O Dilema do Mixed-Prompt: Um Jogo de Equilíbrio
Usar mixed prompts virou uma prática comum na avaliação de modelos multilíngues. Porém, esse método tem suas falhas. Quando misturamos inglês com outra língua, introduzimos fatores extras que podem embaralhar os resultados da avaliação.
Por exemplo, imagina um modelo respondendo perguntas sobre um assunto onde o comando tá em inglês, mas as perguntas estão em espanhol. Essa configuração testa não só quão bem o modelo sabe espanhol, mas também quão bem ele entende os comandos em inglês. Assim, os resultados podem ser enganosos. Em vez de avaliar claramente as capacidades multilíngues, os pesquisadores podem estar testando involuntariamente a proficiência do modelo em inglês.
Metodologias na Avaliação Multilíngue
Os pesquisadores desenvolveram várias metodologias pra avaliar modelos multilíngues. Isso varia desde ter comandos totalmente na língua-alvo até usar comandos em inglês ao lado de conteúdo específico da tarefa na língua-alvo. Porém, nenhum desses métodos realmente resolve o problema dos mixed prompts.
Por exemplo, considere uma configuração onde o comando instrui o modelo em inglês enquanto o conteúdo que ele precisa analisar tá em outra língua. Essa técnica pode levar a lacunas significativas na compreensão, e muitas vezes causa confusão sobre o que tá realmente sendo avaliado.
Seja os comandos apresentados totalmente em uma língua-alvo ou uma mistura de inglês e outra língua, continua sendo crucial projetar métodos de avaliação que realmente reflitam a compreensão multilíngue do modelo, e não apenas sua habilidade de seguir instruções em inglês.
Implicações do Uso do Inglês nas Avaliações
As implicações do uso do inglês em avaliações multilíngues podem ser bem amplas. Avaliações que dependem muito do inglês podem levar a uma fuga de conhecimento. Esse termo se refere ao jeito que certo conhecimento do inglês pode vazar no processo de avaliação, distorcendo os resultados.
Quando o inglês é tratado como uma língua de programação, pode parecer que estamos usando um código universal pra operar o modelo multilíngue. No entanto, como o inglês também é uma língua natural, seu uso em mixed prompts pode complicar as coisas. Isso resulta em avaliar mais do que apenas a tarefa da língua-alvo; também avalia quão bem o modelo entende as instruções em inglês. Se o modelo não consegue entender as instruções em inglês, pode ter dificuldade até em línguas onde deveria se sair bem.
A Importância da Língua Natural
Avaliar modelos multilíngues de uma forma que realmente reflete sua capacidade de entender diferentes línguas é fundamental. Embora misturar inglês nas avaliações possa levar a um desempenho melhor na tarefa, também pode ocultar o que nossos modelos realmente conseguem fazer.
Num ambiente multilíngue, os pesquisadores deveriam buscar métodos que tratem todas as línguas de forma igual. Usar comandos nativos na língua-alvo ou troca de código que pareça natural pode ajudar a melhorar as práticas de avaliação. Assim, os pesquisadores podem obter resultados válidos que reflitam as verdadeiras habilidades do modelo em cada língua que ele diz manejar.
Avançando: Um Chamado à Mudança
Resumindo, o inglês desempenha um duplo papel na avaliação de modelos de linguagem multilíngues: pode servir como uma interface pra melhorar o desempenho em tarefas, mas também pode funcionar como uma língua natural que apoia a verdadeira compreensão. Embora haja benefícios claros em usar o inglês como interface, a troca não é insignificante.
Pra melhorar as avaliações multilíngues, devemos mudar nosso foco de tratar o inglês como uma ferramenta pra aumentar o desempenho. Em vez disso, devemos buscar métodos que resultem em uma verdadeira compreensão de cada língua que o modelo deve interagir.
Conclusão: O Futuro das Avaliações de Modelos de Linguagem Multilíngues
Ao olhar pra frente, o objetivo deve ser claro: devemos ser mais reflexivos na nossa abordagem de avaliar modelos de linguagem multilíngues. Reconhecendo os papéis distintos que o inglês desempenha nas avaliações, podemos trabalhar pra métodos que realmente reflitam a compreensão de um modelo.
Não queremos avaliar modelos como se estivéssemos jogando uma partida de amarelinha linguística, onde o inglês atua como uma rede de segurança. Em vez disso, devemos buscar um campo de jogo justo onde todas as línguas recebam o respeito e a atenção que merecem. Afinal, aprender uma língua não é só saber algumas palavras; é entender uma cultura, um contexto e, acima de tudo, as pessoas que falam essa língua.
Então, vamos abraçar a linda confusão que é o multilinguísmo e nos desafiar a acertar nossas avaliações. Com a abordagem certa, podemos garantir que nossas avaliações sejam não só eficazes, mas também reflitam genuinamente o rico mosaico das línguas do nosso mundo.
Fonte original
Título: The Roles of English in Evaluating Multilingual Language Models
Resumo: Multilingual natural language processing is getting increased attention, with numerous models, benchmarks, and methods being released for many languages. English is often used in multilingual evaluation to prompt language models (LMs), mainly to overcome the lack of instruction tuning data in other languages. In this position paper, we lay out two roles of English in multilingual LM evaluations: as an interface and as a natural language. We argue that these roles have different goals: task performance versus language understanding. This discrepancy is highlighted with examples from datasets and evaluation setups. Numerous works explicitly use English as an interface to boost task performance. We recommend to move away from this imprecise method and instead focus on furthering language understanding.
Autores: Wessel Poelman, Miryam de Lhoneux
Última atualização: 2024-12-11 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2412.08392
Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2412.08392
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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