Como a Personalidade e o Estresse Aceleram o Uso de Tabaco
Descubra as conexões entre estresse, personalidade e hábitos de fumar entre jovens adultos.
Ying Tian, Weiyi Xiang, Silvia Dzhugaryan, Dayoung Bae, Jessica Barrington-Trimis, Terry Church
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Índice
O uso de tabaco sempre foi uma grande preocupação para a saúde pública. Muitos estudos mostraram que fumar pode causar problemas sérios de saúde, incluindo doenças cardíacas, problemas pulmonares e até certos tipos de câncer. Estima-se que até 2020, cerca de 22,3% das pessoas no mundo usavam tabaco, resultando em quase 8 milhões de mortes a cada ano. Mas a boa notícia é que muitas doenças relacionadas ao tabaco podem ser reduzidas ou evitadas. Ao cortar o uso de tabaco, podemos diminuir os problemas de saúde associados ao fumo.
Traços de Personalidade e Comportamento ao Fumar
Um aspecto interessante do comportamento de fumar é como os traços de personalidade podem influenciar se alguém escolhe fumar ou não. Pesquisas mostraram que diferentes tipos de personalidade reagem de maneira diferente quando se trata do uso de tabaco. Por exemplo, pessoas mais extrovertidas ou aquelas que frequentemente se sentem ansiosas ou deprimidas tendem a começar a fumar mais que outras. Isso pode ser porque elas são impulsivas e buscam situações sociais ou porque têm dificuldade em lidar com as emoções.
Por outro lado, indivíduos mais organizados ou amigáveis tendem a fumar menos. Esses traços geralmente significam que eles têm mais autocontrole e estão mais em sintonia com as normas sociais. Curiosamente, pessoas abertas a novas experiências podem também se tornar mais dependentes da Nicotina, sugerindo que elas podem estar mais dispostas a experimentar fumar em primeiro lugar.
Homens e mulheres também apresentam padrões diferentes em relação ao fumo e ao abandono. Homens que têm pontuações mais baixas em neuroticismo e extraversão, junto com uma maior abertura, tendem a conseguir parar de fumar com mais sucesso. Enquanto isso, mulheres com menor consciência geralmente acham mais fácil parar de fumar. Resumindo, nossas personalidades podem desempenhar um papel significativo em como nos relacionamos com o fumo.
Estresse e Fumar
O estresse é outro fator que impacta muito o comportamento de fumar. Muitas pessoas fumam para lidar com sentimentos negativos ou situações estressantes. Estudos sugerem que, quando as pessoas estão estressadas, elas tendem a fumar mais, passando mais tempo com cigarros e acendendo-os com mais frequência. Isso pode ser devido à forma como a nicotina interage com nosso cérebro, dando uma sensação rápida de prazer e calma ao influenciar os níveis de dopamina.
Infelizmente, altos níveis de estresse também podem levar à recaída para aqueles que estão tentando parar de fumar. O estresse pode fazer com que os fumantes recordem ambientes ou situações relacionadas ao fumo de maneira mais vívida, aumentando a probabilidade de que eles queiram acender novamente.
Impacto da Pandemia COVID-19 no Fumar
A pandemia de COVID-19 virou a vida de muita gente de cabeça pra baixo, aumentando o estresse psicológico para incontáveis indivíduos. Pesquisas indicaram que a pandemia causou interrupções na vida diária, aumento da ansiedade e até perda de emprego, fazendo com que muitas pessoas recorressem ao fumo como um mecanismo de enfrentamento. Um estudo descobriu que quase 28% dos participantes da pesquisa relataram que aumentaram seu consumo de tabaco durante a pandemia, citando estresse, tédio e dias mais longos em casa.
Pessoas jovens, especialmente aquelas que usam e-cigarros, relataram uma tendência similar. Em 2020, 16,8% dos jovens que usavam e-cigarros afirmaram que começaram a fumar com mais frequência devido ao estresse relacionado à pandemia.
Embora muitos estudos tenham discutido traços de personalidade e estresse como razões para fumar, poucos investigaram como esses dois elementos interagem. Assim, entender como o estresse durante a pandemia afetou a dependência da nicotina, especialmente em relação a vários traços de personalidade entre os jovens adultos, é essencial.
Foco da Pesquisa
Este estudo tem como objetivo explorar como o estresse causado pela pandemia de COVID-19 influenciou a dependência da nicotina em jovens adultos, considerando traços de personalidade como neuroticismo, extraversão, abertura, agradabilidade e consciência.
Os pesquisadores estabeleceram três hipóteses principais para investigação:
- Os traços de personalidade podem afetar o uso de nicotina.
- Indivíduos com personalidades extrovertidas e ansiosas têm maior probabilidade de apresentar maior dependência de nicotina, enquanto aqueles com personalidades organizadas não mostram mudanças significativas em seus hábitos de fumar.
- Preocupações com a saúde, acesso à nicotina e outros fatores relacionados ao estresse durante a pandemia também desempenham um papel na dependência de nicotina.
Método do Estudo
O estudo foi aprovado pelo conselho relevante da universidade e usou vários métodos para coletar dados. Os pesquisadores recrutaram participantes de 18 a 30 anos por meio de panfletos, redes sociais e plataformas online. Aqueles que usaram produtos de nicotina responderam a perguntas relacionadas a demografia, traços de personalidade e comportamento ao fumar, enquanto não usuários de nicotina responderam perguntas mais simples sobre sua demografia e histórico de fumo.
O Big Five Personality Inventory foi utilizado para avaliar os traços de personalidade dos participantes, com medidas específicas para avaliar a dependência de nicotina e os níveis de estresse. Aqueles que usavam nicotina foram questionados sobre seus padrões de uso e influências, enquanto os não fumantes forneceram seus dados sociais e demográficos.
A análise dos dados envolveu estatísticas descritivas, correlações e modelos de regressão para examinar as relações entre personalidade, estresse e fumo.
Visão Geral dos Participantes
O estudo incluiu 324 participantes, sendo 269 identificados como usuários de nicotina e 54 como não usuários. A idade média dos participantes era em torno de 26 anos, com a maioria sendo homens entre os usuários de nicotina. Notavelmente, um número considerável de usuários de nicotina relatou ter uma condição médica em comparação aos não usuários, indicando uma possível ligação entre problemas de saúde e fumo.
A pesquisa descobriu que usuários de nicotina tinham pontuações mais altas em extroversão, mas pontuações mais baixas em agradabilidade e consciência em comparação aos não usuários. Isso sugere que indivíduos mais extrovertidos podem ser atraídos pelo fumo, enquanto aqueles que demonstram mais empatia e autocontrole são menos propensos a usar tabaco.
Relação Entre Personalidade, Estresse e Uso de Nicotina
A análise mostrou que, para usuários de nicotina, a agradabilidade estava negativamente associada à dependência de nicotina, tanto antes quanto durante a pandemia. Em termos mais simples, pessoas mais agradáveis tendem a depender menos da nicotina.
No entanto, sob estresse, o padrão mudou. Para aqueles que experimentaram altos níveis de estresse, a extroversão começou a mostrar uma relação positiva com a dependência de nicotina. Curiosamente, durante a pandemia, nenhuma correlação significativa foi encontrada entre traços de personalidade e dependência de nicotina, sugerindo que a dinâmica pode mudar durante períodos de estresse intenso.
Os pesquisadores categorizaram os participantes em grupos de alto e baixo estresse com base nas respostas, descobrindo que maior agradabilidade geralmente estava ligada a menor dependência de nicotina, enquanto aqueles com maior extroversão eram mais propensos a aumentar sua frequência de fumo quando estressados.
Explorando Fatores de Estresse
O estudo também investigou como diferentes fatores de estresse, influenciados pela pandemia, afetaram a dependência de nicotina. Notavelmente, aqueles com acesso facilitado a produtos de nicotina, rotinas interrompidas e eventos traumáticos eram mais propensos a mostrar maior dependência. No entanto, preocupações com saúde e fatores econômicos não apresentaram preditores significativos para o comportamento de fumar.
A relação entre estresse e fumo é complexa, com traços de personalidade individuais alterando a forma como a pessoa pode reagir a estressores. Alguns indivíduos podem ter melhores estratégias de enfrentamento, reduzindo sua dependência de nicotina durante períodos difíceis.
Conclusões
Os resultados deste estudo destacam a relação intrincada entre personalidade, estresse e uso de tabaco entre jovens adultos. Curiosamente, o estresse experimentado durante a pandemia não alterou significativamente a conexão entre traços de personalidade e dependência de nicotina como se esperava inicialmente.
O que fica claro é que diferentes traços de personalidade têm impactos distintos no comportamento de fumar. Por exemplo, indivíduos mais agradáveis ou conscientes apresentaram uma menor tendência a fumar. Enquanto isso, indivíduos extrovertidos podem se sentir mais compelidos a fumar quando situações sociais são influenciadas pelo estresse.
À medida que a sociedade busca abordar o uso de tabaco, especialmente entre os mais jovens, entender essas conexões pode ajudar a formar programas de cessação do tabagismo mais personalizados. Essas percepções fornecem uma base para estratégias de saúde pública que consideram não apenas o comportamento de fumar, mas também os traços de personalidade subjacentes e os estressores que influenciam esse comportamento.
Avançando
No futuro, a pesquisa deve considerar abordagens mais amplas e amostras mais diversas para explorar as relações entre personalidade, estresse e fumo de forma mais profunda. O uso de várias técnicas de medição pode melhorar a precisão das descobertas.
No fim das contas, enfrentar o uso de tabaco não é só sobre dizer às pessoas para pararem de fumar; é sobre entender por que elas começaram a fumar em primeiro lugar e como suas experiências diárias e traços de personalidade os empurram em certas direções. Talvez da próxima vez que você veja alguém acendendo um cigarro, você possa considerar o que pode estar passando pela cabeça deles. Afinal, geralmente há mais na história do que apenas a fumaça!
Título: From Traits to Puffs: The Interplay of Personality, Pandemic Stress, and Smoking Behaviors
Resumo: Smoking, a leading cause of chronic diseases, is often used to cope with stress, which has been heightened by the pandemic due to health and economic concerns. Studies have shown that the Big Five personality traits are linked to smoking behavior, suggesting that different personality traits influence nicotine use in varying ways. However, there remains a significant gap in understanding how individuals with different personalities respond to nicotine use under stress. This study aims to investigate how nicotine dependence changes for different Big Five personalities under the pandemic stress and whether other stress-related factors influence nicotine dependence during COVID-19. This cross-sectional study collect data from randomly selected adults aged 18-30 in the US. The Big Five Personality Model assessed personality traits, and nicotine dependence was measured with the Hooked-on Nicotine Checklist. Stress was evaluated using the Perceived Stress Scale, while demographics and other pandemic-related stressors were gathered through structured questions. Correlation and multiple logistic regression models were used for data analysis. The main findings showed that both before (r = -.25, p < .001) and during (r = -.19, p < .001) the pandemic, agreeableness was significantly negatively associated with nicotine dependence, indicating that higher agreeableness was linked to lower nicotine dependence. Similarly, conscientiousness was negatively correlated with nicotine dependence both before (r = -.123, p < .001) and during COVID-19 (r = -.19, p < .001). Although no direct association was found between perceived stress, personality traits, and smoking behavior, the analysis identified that external stressors played a moderating role. These findings emphasize the importance of understanding how different personality traits influence young peoples dependence on nicotine under stress. The outcome can guide the design of targeted nicotine withdrawal interventions and inform effective public health strategies.
Autores: Ying Tian, Weiyi Xiang, Silvia Dzhugaryan, Dayoung Bae, Jessica Barrington-Trimis, Terry Church
Última atualização: Dec 12, 2024
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.12.11.24318860
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.12.11.24318860.full.pdf
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