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O Impacto Complexo das Mutação na Estabilidade de Proteínas de Membrana

Estudo revela como mutações afetam a dobradura e a função de proteínas de membrana.

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Mutações em proteínas podem afetar sua estabilidade, o que, por sua vez, influencia a evolução. Quando as proteínas se tornam menos estavéis, elas tendem a se dobrar de maneira errada. Proteínas mal dobradas geralmente têm dificuldade em realizar suas funções nas células. Normalmente, a seleção natural ajuda a incorporar mutações que melhoram as funções. No entanto, a maioria das mutações aleatórias tende a desestabilizar as proteínas, dificultando a seleção natural de favorecer mudanças benéficas. Os efeitos de múltiplas mutações podem ser complexos, especialmente quando as mutações interagem de maneiras que dependem do contexto da estrutura da proteína.

Reconhecemos que diferentes processos envolvidos na produção e dobra das proteínas têm seus limites de energia. Enquanto pesquisadores têm analisado como as mutações afetam proteínas solúveis, pouco se fez sobre proteínas de membrana, que precisam de seus próprios processos únicos de dobra. Essas proteínas são feitas de maneira diferente das proteínas solúveis, precisando ser inseridas nas membranas em certos estágios. A forma como elas se dobram durante a produção pode levar a caminhos evolutivos diferentes e únicos em comparação com proteínas solúveis.

Dobra de Proteínas de Membrana

As proteínas de membrana precisam ser integradas em bicamadas lipídicas durante sua produção. Esse primeiro passo é chamado de dobra de Fase I, enquanto a dobra final em uma forma funcional ocorre durante a dobra de Fase II. Em organismos com células complexas, como os humanos, a dobra de Fase I é principalmente feita por complexos específicos que ajudam a inserir a proteína na membrana. A proteína recém-formada precisa encontrar a posição certa dentro da membrana. Uma vez posicionada corretamente, a proteína pode passar pela dobra de Fase II.

Se houver problemas em qualquer uma das fases de dobra, isso pode levar a mais das proteínas recém-feitas sendo retidas dentro da célula, o que pode levar à sua degradação. Assim, acreditamos que os efeitos das mutações podem surgir durante essas fases. Mesmo que muitas proteínas tenham aspectos de estabilidade semelhantes em formas de água e lipídios, mutações que afetam o quão bem as proteínas se dobram na Fase II podem levar a interações inesperadas que não são vistas com proteínas solúveis.

Estudando a Estabilidade do GnRHR

Para entender como as mutações interagem em proteínas de membrana, focamos no estudo do receptor do hormônio liberador de gonadotropinas (GnRHR). Esse receptor é importante para as funções reprodutivas e é um tipo de proteína que interage com hormônios. Nosso trabalho anterior mostrou que algumas mudanças na sequência dos GnRHRs de mamíferos podem prejudicar a forma como a proteína se dobra. No entanto, ainda não entendemos completamente como uma dobra ruim em uma fase pode mudar a forma como a proteína tolera novas mutações.

Analisamos várias mutações na proteína para determinar como elas afetavam sua presença na superfície celular. Ao alterar diferentes partes da proteína, conseguimos ver como essas mudanças impactavam a estabilidade e funcionalidade da proteína. Em particular, examinamos duas mutações específicas que causaram problemas em alguma das fases de dobra.

Efeitos das Mutações no Desempenho da Proteína

Identificamos primeiro duas mutações que provavelmente iam atrapalhar a integração da membrana ou a forma final do GnRHR. Uma mutação era conhecida por desacelerar a inserção de uma determinada região da proteína na membrana. Essa mudança reduziu a presença geral da proteína na superfície da célula. A outra mutação atrapalhou uma interação crítica dentro da própria proteína que geralmente ajuda a estabilizar sua estrutura.

Criamos um grande número de variantes do GnRHR com diferentes mutações para avaliar os efeitos dessas mutações na presença da proteína na superfície celular. Usando técnicas avançadas, analisamos como mutações simples e combinações de mutações afetaram a expressão na superfície. Descobrimos que diferentes mutações levaram a padrões de expressão bem diferentes, dependendo de qual mutação estava presente.

Medindo a Expressão da Proteína

Para comparar como diferentes mutantes do GnRHR se apresentavam na superfície celular, usamos técnicas laboratoriais especializadas. Colorimos as células que expressavam diferentes variantes do receptor e usamos citometria de fluxo para medir quanto da proteína estava na superfície das células. Os resultados mostraram que algumas mutações reduziram significativamente os níveis de expressão, enquanto outras tiveram impacto mínimo.

Com essa análise, conseguimos ver que nem todas as mutações tiveram o mesmo efeito na expressão da proteína. Algumas mutações no fundo da primeira mutação causaram uma nova diminuição na expressão. Em contrapartida, outra mutação de fundo gerou uma gama mais ampla de valores de expressão. Essas descobertas sugerem que certas mutações neutralizam ou amplificam os efeitos de outras de maneira dependente do contexto.

Entendendo Interações Epistáticas

Para avaliar como as mutações influenciam os efeitos umas das outras, calculamos escores específicos que indicam interações positivas ou negativas entre mutações. A maioria das mutações não apresentou interações fortes, sugerindo que tiveram efeitos aditivos. No entanto, percebemos que o contexto das mutações importava. Normalmente, as mutações formavam interações positivas no contexto de uma mutação e interações negativas com outra.

Curiosamente, mutações localizadas em regiões específicas da proteína tinham efeitos mais fortes quando combinadas com uma das mutações e não com a outra. Isso sugere que a localização e a natureza da mutação podem levar a diferentes caminhos evolutivos dependendo do fundo da proteína.

Importância da Estrutura da Proteína na Estabilidade

Para entender melhor o impacto das interações de mutações, classificamos as mutações com base em seus perfis de expressão. Descobrimos que certos grupos de mutações estavam associados a maior estabilidade ou redução na expressão. Aqueles que eram mais desestabilizadores normalmente mostraram correlações mais fortes com um dos fundos mutados.

Usando um programa de computador para simular como as mutações poderiam afetar a estabilidade da proteína, conseguimos gerar estimativas para os potenciais efeitos de cada variante na estrutura da proteína. Essa modelagem computacional nos ajudou a prever como essas mutações influenciam o comportamento geral da proteína em diferentes contextos.

Conclusão

Nossas investigações sobre as interações de mutações dentro da proteína de membrana GnRHR revelaram padrões complexos que dependem das mutações específicas em jogo. Os resultados sugerem que as propriedades únicas das proteínas de membrana contribuem para como elas evoluem. As descobertas também indicam que mutações que desestabilizam proteínas levam a diferentes consequências evolutivas em comparação com proteínas solúveis.

A influência da estrutura da proteína e dos processos de dobra nos resultados das mutações fornece insights importantes sobre como as proteínas se adaptam ao longo do tempo. Entender como essas relações complexas operam pode esclarecer processos biológicos fundamentais e tem implicações para desenvolvimentos em biotecnologia e medicina. Mais pesquisas serão necessárias para continuar desvendando essas conexões intrincadas, especialmente no contexto de outras proteínas de membrana integrais.

Direções Futuras

Para o futuro, queremos explorar diferentes tipos de mutações e como elas interagem em outras proteínas de membrana. Estudar várias proteínas ajudará a determinar se padrões semelhantes de interação existem em geral ou se são específicos para certas proteínas. Também pretendemos desenvolver modelos mais precisos para simular como as mutações afetam a dobra e a estabilidade das proteínas, aprimorando nossa compreensão da evolução proteica.

Entender as implicações mais amplas dessas descobertas pode levar a avanços em áreas como tratamento de doenças e engenharia de proteínas, já que esse conhecimento pode ajudar a adaptar abordagens para melhorar a função das proteínas ou corrigir problemas de dobra. No final das contas, nossa capacidade de aproveitar esses insights pode desbloquear novos caminhos para inovação na pesquisa científica e na aplicação.

Fonte original

Título: Divergent Folding-Mediated Epistasis Among Unstable Membrane Protein Variants

Resumo: Many membrane proteins are prone to misfolding, which compromises their functional expression at the plasma membrane. This is particularly true for the mammalian gonadotropin-releasing hormone receptor GPCRs (GnRHR). We recently demonstrated that evolutionary GnRHR modifications appear to have coincided with adaptive changes in cotranslational folding efficiency. Though protein stability is known to shape evolution, it is unclear how cotranslational folding constraints modulate the synergistic, epistatic interactions between mutations. We therefore compared the pairwise interactions formed by mutations that disrupt the membrane topology (V276T) or tertiary structure (W107A) of GnRHR. Using deep mutational scanning, we evaluated how the plasma membrane expression of these variants is modified by hundreds of secondary mutations. An analysis of 251 mutants in three genetic backgrounds reveals that V276T and W107A form distinct epistatic interactions that depend on both the severity and the mechanism of destabilization. V276T forms predominantly negative epistatic interactions with destabilizing mutations in soluble loops. In contrast, W107A forms positive interactions with mutations in both loops and transmembrane domains that reflect the diminishing impacts of the destabilizing mutations in variants that are already unstable. These findings reveal how epistasis is remodeled by conformational defects in membrane proteins and in unstable proteins more generally. Impact StatementMany of the synergistic interactions between mutations within a gene are modified in the context of unstable proteins in a manner that depends on how the variants promote misfolding in the cell.

Autores: Jonathan P Schlebach, L. M. Chamness, C. P. Kuntz, A. G. McKee, W. D. Penn, C. M. Hemmerich, D. B. Rusch, H. Woods, Dyotima, J. Meiler

Última atualização: 2024-02-01 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.08.25.554866

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.08.25.554866.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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