Simple Science

Ciência de ponta explicada de forma simples

# Ciências da saúde# Malattie infettive (eccetto HIV/AIDS)

Enfrentando a Resistência Antimicrobiana nos Hospitais da Tailândia

Um estudo revela os desafios da resistência antimicrobiana nos serviços de saúde da Tailândia.

― 7 min ler


Combatendo AMR emCombatendo AMR emhospitais tailandesesenfrentar os desafios da RAM.Estudo destaca a necessidade urgente de
Índice

A resistência antimicrobiana (RAM) é um grande problema na saúde. Acontece quando as bactérias ficam resistentes aos medicamentos que normalmente as matam ou impedem seu crescimento. Essa situação torna as infecções mais difíceis de tratar e pode levar a mais mortes. Em 2019, foi estimado que 1,27 milhão de pessoas morreram no mundo todo devido a infecções causadas por bactérias resistentes. Muitas dessas infecções ocorrem em países de baixa e média renda (PMRs), mas falta dado sobre quão grave é o problema nessas regiões. A maioria dos dados que temos vem de grandes hospitais, que podem não refletir a realidade em unidades menores.

Por Que Precisamos Monitorar a RAM

Monitorar a RAM é essencial para criar estratégias eficazes para prevenir infecções e controlar sua disseminação. Isso ajuda os profissionais de saúde a entenderem a extensão do problema e identificar quais bactérias estão causando mais complicações. Duas medidas importantes para entender o impacto da RAM são:

  1. Proporções: Isso mostra a porcentagem de pacientes com infecções causadas por bactérias resistentes em comparação a todos os pacientes com infecções bacterianas.
  2. Frequências: Isso conta quantos pacientes têm infecções causadas por bactérias resistentes em um período específico e relaciona isso ao número de internações ou dias de internação.

Usar ambas as medidas dá uma visão mais clara da situação da RAM. Mas só saber a porcentagem de pacientes com infecções resistentes não é o suficiente para entender o impacto total. Por exemplo, se 10 de 20 pacientes estão infectados em um hospital e 50 de 100 em outro, ambos têm a mesma porcentagem (50%), mas o segundo hospital tem muito mais pacientes sofrendo com infecções por RAM.

Diferenças na RAM entre Hospitais

Pesquisas mostram que os tipos e a quantidade de infecções por RAM podem variar entre diferentes tipos de hospitais. Em hospitais maiores, a proporção de certas bactérias resistentes é geralmente maior. Por exemplo:

  • Um estudo na Espanha encontrou mais casos de Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) em hospitais com mais de 500 leitos em comparação aos menores.
  • Na Alemanha, hospitais maiores tinham mais casos de Acinetobacter baumannii resistente a carbapenêmicos (CRAB) do que clínicas ambulatoriais.
  • Nos EUA, no entanto, não houve diferença significativa na proporção de infecções por RAM entre hospitais grandes e pequenos.

Outro estudo em hospitais europeus mostrou que a prevalência de infecções associadas aos cuidados de saúde (IAHC) era maior nos hospitais maiores.

Ferramenta AMASS para Monitorar a RAM

Para lidar com o problema da disponibilidade de dados, foi desenvolvida uma ferramenta chamada AutoMated tool for Antimicrobial resistance Surveillance System (AMASS). Este aplicativo offline ajuda a gerar relatórios padrão de RAM usando dados de hospitais e microbiologia. Ele pode categorizar infecções com base em se elas se originaram na comunidade ou no hospital e fornece estatísticas adicionais sobre mortes relacionadas a infecções por RAM e não RAM.

Pesquisadores usaram a AMASS na Tailândia para analisar dados de 60 hospitais. Este estudo focou em entender o impacto das infecções por RAM na corrente sanguínea em hospitais de referência em comparação aos hospitais de cuidados secundários na Tailândia.

Configuração do Estudo

Em 2012, a Tailândia tinha uma população de cerca de 64,4 milhões de pessoas e estava dividida em províncias, cada uma contendo pelo menos um hospital de referência ou de cuidados secundários. Esses hospitais tinham laboratórios de microbiologia que seguiam métodos padrão para identificar bactérias e testar sua resistência a antibióticos.

Desenho do Estudo

Essa pesquisa envolveu a coleta de dados de hospitais participantes de cuidados secundários e de referência de janeiro de 2012 a dezembro de 2015. Os dados foram analisados usando a AMASS, que ligava os registros dos pacientes para fornecer uma visão mais clara da RAM. A análise focou em bactérias resistentes específicas, incluindo CRAB, Pseudomonas aeruginosa resistente a carbapenêmicos (CRPA) e outras que são conhecidas por serem de alta prioridade pelas organizações de saúde.

Infecções por RAM na corrente sanguínea foram definidas como casos de infecção em pacientes com hemoculturas positivas para bactérias resistentes. Infecções não-RAM foram definidas de forma semelhante para bactérias que não são resistentes. Infecções de origem comunitária foram identificadas com base em quando a primeira amostra de sangue foi coletada, enquanto as infecções de origem hospitalar foram aquelas em que a amostra foi coletada mais tarde.

Principais Resultados

Demografia Baseline

De 96 hospitais contatados, 95 concordaram em participar do estudo. Após excluir alguns hospitais com base na disponibilidade de dados, um total de 49 hospitais foi incluído, sendo 15 hospitais de referência e 34 de cuidados secundários. Os hospitais de referência tinham mais leitos e internações por ano em comparação aos de cuidados secundários. As taxas de mortalidade também eram mais altas nos hospitais de referência.

Proporções de RAM na Corrente Sanguínea

Para infecções de origem comunitária, alguns patógenos mostraram proporções mais altas de RAM em hospitais de referência do que em hospitais de cuidados secundários. Isso incluía CRAB e Escherichia coli resistente a cefalosporinas de terceira geração (3GCREC). No entanto, para certos patógenos, as taxas eram similares entre os dois tipos de hospitais. Para infecções de origem hospitalar, as proporções não eram significativamente diferentes entre os tipos.

Frequência de RAM na Corrente Sanguínea

Para infecções de origem comunitária, 3GCREC mostrou a maior frequência de infecções por RAM na corrente sanguínea em ambos os tipos de hospitais. No entanto, nos hospitais de referência, a frequência de infecções causadas por CRAB e outras bactérias resistentes era maior comparado aos de cuidados secundários.

No geral, a análise revelou que os hospitais de referência tinham uma frequência significativamente maior de infecções por RAM de origem hospitalar do que os de cuidados secundários.

Taxas de Mortalidade

Dos pacientes com infecções por RAM na corrente sanguínea, um número significativo morreu. Infecções por CRAB mostraram taxas de mortalidade mais altas comparadas a outros patógenos. Embora não houvesse grandes diferenças nas taxas de mortalidade entre hospitais de referência e cuidados secundários, pacientes em hospitais de referência estavam em maior risco de infecções graves, contribuindo para uma taxa de mortalidade geral mais alta.

Doenças Bacterianas Notificáveis

Além das infecções por RAM na corrente sanguínea, o estudo também analisou doenças bacterianas notificáveis na Tailândia. A mais comum foi a Salmonella não-tífica, seguida pela melioidose e infecções por Vibrio. A melioidose teve o maior número de mortes hospitalares.

Conclusão

Os resultados mostram que infecções por RAM são um problema significativo, principalmente em hospitais maiores na Tailândia. Os hospitais de referência têm uma maior carga de RAM, e esforços focados são necessários para melhorar as estratégias de controle de infecções nessas instalações. O estudo destaca a importância de monitorar a RAM usando ferramentas como a AMASS e sugere que dados de diferentes hospitais podem ajudar a informar estratégias nacionais de saúde para combater o crescente problema da resistência antimicrobiana.

Esforços para reduzir infecções por RAM podem ter um grande impacto na saúde pública, especialmente em PMRs. Ao desenvolver estratégias direcionadas e aprimorar a coleta de dados, os sistemas de saúde podem trabalhar para reduzir a carga da RAM e melhorar os resultados dos pacientes.

Fonte original

Título: Higher Frequency and Mortality Rate of Antimicrobial-resistant Bloodstream Infections in Tertiary-care Hospitals Compared with Secondary-care Hospitals in Thailand

Resumo: There are few studies comparing proportion, frequency, mortality and mortality rate of antimicrobial-resistant (AMR) bacterial infections between tertiary-care hospitals (TCHs) and secondary-care hospitals (SCHs) in low and middle-income countries (LMICs) to inform infection control strategies. We evaluated bloodstream infections (BSIs) from 2012 to 2015 in 15 TCHs and 34 SCHs in Thailand. There were differences in the proportions (%) of BSI caused by AMR strains for some pathogens between TCHs and SCHs. Of 19,665 patients with AMR BSI, 6,746 (34.3%) died. Among patients with AMR BSI, there were no or minimal differences in mortality proportion for all AMR pathogens between TCHs and SCHs. However, the frequency and mortality rates of AMR BSI were considerably higher in TCHs for most pathogens. For example, the mortality rate of hospital-origin carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii BSI in TCHs was nearly three times higher than that in SCHs (10.2 vs. 3.6 per 100,000 patient-days at risk, mortality rate ratio 2.77; 95% confidence interval 1.71 to 4.48, p

Autores: Direk Limmathurotsakul, C. Lim, V. Hantrakun, P. Klaytong, C. Rangsiwutisak, R. Tangwangvivat, C. Phiancharoen, P. Doung-ngern, S. Kripattanapong, S. Hinjoy, T. Yingyong, A. Rojanawiwat, A. Unahalekhaka, W. Kamjumphol, K. Khobanan, P. Leethongdee, N. Lorchirachoonkul, S. Khusuwan, S. Siriboon, P. Chamnan, A. Vijitleela, T. Fongthong, K. Noiprapai, P. Boonyarit, V. Srisuphan, B. Sartorius, J. Stelling, P. Turner, N. P. Day

Última atualização: 2023-03-21 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.02.07.23285611

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.02.07.23285611.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

Mais de autores

Artigos semelhantes